Retratação: Saint Seiya e seus personagens não me pertencem. Mas a Liz e o Luc sim. Sukhi é personagem criada pela Dark Faye e a estou usando em forma de homenagem com o consentimento de sua criadora.

Recadinhos: pedidos de desculpas pela demora, mas estava atribulada com outras fics, provas na faculdade e estágio. E sim, sem contar com um leve bloqueio e formatação do computador. Espero sinceramente que me entendam e não tenham desistido dessa fic. Um beijo especial à MilaShunLover, Kitsuna Lina, Shakinha, Ia-chan, Faye, Anne, Bela Youkai, Lili, Calíope, Chibiusa e Litha-chan pelas reviews e Arsínoe, Faye, Pipe, Mila e Juzinha pelo interesse e elogios via MSN. Vocês são demais mesmo!

Resumo: depois de sete anos longe do Santuário, Shaka volta à Grécia, onde pretende retomar a vida, mesmo que tudo tenha mudado à sua volta. Yaoi com flashback, lemon, um pouquinho de violência. Casais: Shaka/Mu; Miro/Kamus; Máscara da Morte/Afrodite

Um Aniversário, Alguns Confrontos e Muitas Rosas Despedaçadas – Parte 1

Nove dias depois...

Paris, França

Miro levantou-se, sorridente. Apesar de serem apenas sete da manhã, ele encontrava-se bem disposto. Espreguiçou-se por um instante, lembrando-se de tudo o que tinha a fazer naquele dia.

A rotina de sua "missão" na França não era complicada, apenas verificar se todos trabalhavam, se as obras estavam dentro de seu cronograma original, supervisionar os gerentes de projeto e supervisores. Entediante, mas que lhe davam a oportunidade de conhecer a cidade que o hospedara tão bem, mesmo que ele não a aceitasse a princípio.

Sorriu, maliciosamente, recordando-se de como sua opinião mudou a respeito de Paris, sabendo exatamente quando algo bem à sua frente lhe deu uma nova perspectiva, como um raiozinho de sol em um dia nublado.

Algo não, alguém.

(FLASHBACK)

Miro estava em seu terceiro dia de trabalho em Paris. Era entediante, enfadonho e tudo lhe lembrava Kamus. As ruas, a comida, a iluminação das árvores no Champs Elysees, o maldito quarto de hotel no Ritz, qualquer coisa era motivo para que deixasse derrubar algumas lágrimas.

Não conseguia achar justiça em nada do que lhe acontecia, nunca havia sido uma má pessoa, nunca matara por prazer, nunca traíra deliberadamente, então não sabia o que havia feito para merecer o castigo dos deuses, de ter sido privado do único homem que sempre amara, de ter de suportar as palavras duras dele, que o feriam mais do que qualquer golpe de um inimigo.

E foi naquele dia, quando se lamentava mais uma vez de tudo o que lhe acontecia, que conhecera a pessoa mais improvável que pudera imaginar.

Não sabia que os gregos eram rudes.

Miro, distraído, não ouviu uma palavra do que a pessoa que bloqueava o pouco sol havia falado.

O quê disse? –perguntou, fitando-o pela primeira vez.

"Cerejas frescas...", foi o primeiro pensamento de Miro. Eram exatamente naquela cor os olhos e cabelos do homem à sua frente. Corou, involuntariamente, não querendo admitir que o rapaz era interessante. Quando o outro lhe sorriu, soube que provavelmente deveria estar fitando-o intensamente.

Isso sempre coube a nós. Sempre tivemos nossa educação extrema confundida com rudeza.

Não sou rude. –respondeu, desviando a atenção para o relatório que estava escrevendo.

Então tem fingido muito bem nesses últimos dias.

Miro estreitou os olhos, não acreditando no que aquele homem, verdadeiramente interessante, porém, extremamente intrometido, estava lhe falando. Teve vontade de partir para a briga, mas controlou-se, especialmente ao lembrar-se das palavras de Saori, que disse confiar plenamente nele para aquela missão. "Não posso decepcionar a Deusa...", ele pensou.

O quê quer? –ele perguntou, por fim, colocando a caneta em cima da mesa e fitando o homem.

Vamos tomar um café. Algo me diz que você tem uma certa impressão errada da França.

Miro balançou a cabeça, desaprovando a audácia daquele homem. E não era verdade, não tinha uma má impressão da França. Eram as pessoas que vinham de lá que o deixavam irritado. Como aquele homem...e Kamus.

Não socializo com os trabalhadores. Tenho um objetivo aqui.

A risada do homem o fez levantar-se da cadeira, visivelmente contrariado com aquilo tudo. Miro não conseguia entender qual era o propósito de alguém aproximar-se dele para simplesmente rir dele.

Aquele homem não conhecia um escorpião enfezado.

Calma, senhor. Não estou aqui para irritá-lo. E não sou um trabalhador. Sou o arquiteto responsável pelo projeto.

Miro sentou-se. Havia lido o nome do homem diversas vezes. Sentiu-se um tolo por parecer tão irritado. Mas ele deveria ter apresentado-se primeiro, evitariam aquele constrangimento desnecessário.

Você é...

Luc Gasquet. –ele fingiu fazer uma reverência, sorrindo. — Permita-me apresentar-te Paris. Se não gostar da cidade, pode voltar a fingir que é rude. Passo meu título a você.

(FIM DO FLASHBACK)

Jogou os pensamentos nada produtivos àquela hora da manhã para o lado e trocou de roupa, logo após um banho quente. Escolheu roupas quentes já que o outono francês cada vez mais se assemelhava com o inverno. A blusa de gola alta creme e a calça de alfaiataria preta faziam par perfeito com o casaco sete oitavos de cor grafite que ele usava. Os cabelos, presos em um rabo de cavalo davam-no uma aparência mais séria e ele sabia daquilo. Desde que havia ido para a França, havia aproveitado aquela oportunidade para manter-se mais focado em si do que nos outros. Era terrivelmente difícil, mas com a ajuda de Luc ele até que estava conseguindo.

Desceu até a recepção, onde as já conhecidas e simpáticas funcionárias do hotel lhe deram bom dia de um jeito mais charmoso do que faziam com os outros hóspedes. Miro sorriu, se havia poucas coisas no mundo que ele adorava, era ser cortejado e admirado.

— Senhor Miro, muitos recados hoje. Tem um dia agitado, espero.

O grego sorriu fervorosamente, fazendo com que a moça que havia lhe falado, corasse até a última raiz dos cabelos.

— Sim, também espero, Claudia. –respondeu, recebendo cada um dos seis recados anotados pelas recepcionistas. Não esperava menos do que aquilo, não naquele dia.

Estavam no dia nove de novembro e Miro completava mais um aniversário. Tinha vontade de estar próximo aos amigos, mas naquele momento, o último lugar que desejava estar era no Santuário. Curiosamente, o dono do motivo de seu afastamento era um nativo daquele país que ele aprendera a gostar.

Aioria, Shaka, Afrodite, Saori, Aldebaram e Luc. Os cinco primeiros recados foram passados com uma breve olhadela, mas o último chamou a atenção de Miro. Continha apenas um endereço e o nome de Luc logo a seguir. Ávido por mistérios, o grego embarcou em um táxi na frente do hotel, sabendo que só iria à construção da Fundação quando descobrisse do que se tratava aquela mensagem.

O endereço levava a um outro hotel, não muito distante dali. Aliás, era tão ridiculamente perto, que se Miro conhecesse bem a cidade, conseguiria encontrá-lo a poucos quarteirões do Ritz, onde estava hospedado.

Mas aquele parecia ser um dos joguinhos de Luc. Ele fizera Miro conhecer a França pelos franceses e não aos olhos de um turista. Os pontos ditos 'visitáveis', como Louvre, Torre Eiffel, Arco do Triunfo, todos foram deixados para os meros turistas. Miro conhecera galerias de artes mais contemporâneas, cafés em praças menos movimentadas, fazia compras em maisons tradicionais, mas não menos badaladas. Tudo às custas da classe, gentileza e amizade de Luc. O francês dos belos cabelos ruivos e olhos cereja havia conseguido conquistar o grego e faze-lo se apaixonar pela cidade que ele só acreditava que iria lhe trazer problemas ou más recordações.

E Miro sentia-se contente ao lado do novo amigo. Luc não o pressionava para saber de seus problemas, mas ele sentiu-se tão à vontade ao lado dele, que não importou-se em contar sobre seu relacionamento com Kamus. Ao final de uma longa e reveladora conversa, o ruivo já sabia tudo sobre quem ele gostava de chamar de rival.

— Devaneando novamente, belo grego? –Luc perguntou, descendo dois pequenos degraus que o separavam da calçada. Miro sorriu, recebendo o amigo com um abraço.

— Estava pensando em você. –ele replicou, sem pudores de que o interpretassem mal.

— Então eram pensamentos maravilhosos. Mas não deveria tê-los ou minha pequena Odille não irá gostar.

— Eu sei e sinto muito. Sinto por você não ter me conhecido antes de enlaçar aquela bela francesa assanhada.

Gargalharam com gosto das piadas e flertes trocados, mas por fim entraram no citado hotel. A decoração era tipicamente francesa, mantendo o bom gosto e elegância nas tapeçarias verdes e marfins, mas nada ostensivo. O máximo que tinha ali era um enorme lustre dourado com cristais, que pendia de uma longa corrente no mesmo material, bem no centro do saguão.

— Pode me dizer por quê me chamou aqui? –Miro perguntou, já entrando no restaurante do hotel.

Luc não precisou responder porque o olhar azulado de Miro brilhou mais intensamente ao fitar o que estava à sua frente. Uma bela mesa retangular coberta por uma toalha de linho marfim estava repleta de pratos, em uma verdadeira profusão de cores que os franceses se gabavam de conseguir fazer.

— Café da manhã, aniversariante. –Luc murmurou, fazendo um sinal para que o maitre que estava no restaurante os deixasse a sós.

— Não sei como consegue fazer isso. –Miro disse, pegando um morango no meio de uma das travessas prateadas em um dos cantos.

— Você é especial, Miro. Deve ter noção disso. E hoje é seu aniversário. E não vejo motivos para não cobrar certos favores de alguns clientes meus. Espero que essas justificativas lhe bastem. –Luc respondeu, sentando-se em uma das cadeiras de mogno polido.

Miro sorriu, gostando imensamente de ser elogiado por aquele homem tão bonito e educado. Era verdade que ele lembrava Kamus, não apenas na maneira de se vestir, de falar, de se portar, mas também na inteligência e claro, nos elogios. Especialmente aqueles feitos à sua pessoa. Tudo lhe remetia ao francês que agora morava na Grécia e ele sempre se punia quando pensava naquilo.

— Não pense nele, pelo menos hoje. Tome seu café, transforme-se em um hipopótamo e vá trabalhar.

Miro balançou a cabeça, sorrindo.

— Nos seus sonhos que eu vou engordar. Eu sou gostoso, por mais que você me tente com toda essa comida. Mas me diga, qual a programação de hoje?

Luc ficou sério por um segundo. Sabia que o que vinha a seguir iria chatear Miro, mas não estava disposto a desistir. Serviu-se de uma xícara de chá e antes de prosseguir, tomou mais um gole.

— Vamos fazer um passeio turístico hoje, para comemorar seu aniversário.

— Bem, eu diria que esse passeio é bem aquém do que o seu senso francês pode fazer. Mas aonde vamos? Louvre? –Miro perguntou, sorrindo.

— Eiffel. –Luc respondeu, contido.

Os olhos de Miro escureceram. Ele não queria visitar a Torre mais famosa do mundo. A negação fazia parte de um trato que havia feito com Kamus anos antes, quando prometeram trocar um beijo nos jardins à frente da Torre, depois de subir até o último ponto de observação. E Luc queria leva-lo até lá, no dia do seu aniversário. Aquilo não era justo.

— Luc, você sabe...

— Sim, eu sei, mon ami. Mas também sei de uma coisa. Deve parar de pensar nele e no que não aconteceu. Crie novas memórias, Miro. Viva a sua vida. Esqueça Kamus por um tempo. Aquele homem ainda envergonha os franceses. –disse aquela última frase com um sorriso enigmático.

— O quê quer dizer com isso?

— Miro, s'il vous plaît, o que nós, franceses, mais apreciamos? –quando o grego não respondeu prontamente, Luc balançou a cabeça em desaprovação. — A beleza, Miro, nós apreciamos a beleza.

— E o quê eu tenho a ver com isso exatamente?

— Com declarações desse tipo, eu realmente acho que no seu Santuário são formados soldadinhos sem cérebro, Miro. Nós apreciamos a beleza e você é belo, meu amigo. E se esse tal Kamus não consegue enxergar isso, ele é um total imbécile.

Miro suprimiu um sorriso e concordou com Luc. Criar novas memórias. Não parecia ser difícil. E quem sabe fazendo aquilo, ele não conseguia voltar a ser o Miro de antes?

— Eiffel, aqui vou eu. –ele disse, sorrindo, por fim, servindo-se de seu primeiro presente de aniversário.

X X X X X X X X

Santuário, Grécia

Mu já estava cansado de subir as escadarias do Santuário e voltar no meio do caminho ou simplesmente passar direto de seu objetivo. A casa de Virgem, nos últimos nove dias, havia se tornado um lugar distante, onde ele sempre parecia não ser bem vindo.

Desde que Liz havia chegado, ele não se sentia à vontade para interromper a paz formada pela reunião da família de Shaka. Eric mal era visto pelo Santuário e ele pouco cruzara com a mulher, mas sentia falta do loiro. Não que não se importasse com o menino, podia dizer que tinha um carinho mais que especial por ele, mas com Shaka era diferente.

Sempre fora.

Ele sentia falta dos braços esguios e do corpo do indiano. O amava e não queria, depois de tê-lo por um tempo maravilhoso, perdê-lo daquela maneira. Mas não podia lutar contra a força da família. Mesmo não sabendo a verdadeira história por trás do desaparecimento de Liz, ele não podia simplesmente invadir o templo e seqüestrar Shaka para si.

Se bem que aquela possibilidade tentadora passara durante alguns dias por sua cabeça.

Aproximou-se lentamente da entrada do templo de Virgem, camuflando o cosmo. Presenciou uma cena que estava se tornando costumeira naqueles últimos dias: Shaka sentado no tapete da sala, em meio às almofadas, com Liz ao seu lado e Eric à frente dos dois, conversando.

Uma típica família.

— Espiar é feio. –a voz firme de Aldebaran surgiu por detrás de Mu, assustando-o.

Rapidamente o ariano tirou a cabeça da frente da pilastra que o escondia e olhou para o taurino, que, com os braços cruzados, o olhava de maneira curiosa, sorrindo levemente.

— E assustar os que espiam também. O quê faz aqui? –perguntou, fechando o casaco branco de linha que usava, de maneira protetora.

— Shaka me chamou para cuidar de Eric por algumas horas. Aparentemente, ele quer fazer algo com a Liz. –Aldebaran respondeu, prático, mas logo percebeu o tom que havia usado naquela explicação. — Mu, isso não quer dizer que eles, você sabe...

Mas Mu não estava mais ouvindo as justificativas do amigo brasileiro. Sorriu, tristonho para ele e seguiu para as casas mais altas do Santuário. Aldebaran ficou observando e logo a seguir entrou no templo de Virgem.

— Não deveria ter dito aquilo...

­— Falando sozinho, tio Deba? –Eric perguntou, vendo a sombra do cavaleiro encobrir a entrada do templo. Assim que o viu, Shaka levantou-se e caminhou na direção do amigo.

— Fico feliz que tenha vindo, Aldebaran. Eu e Liz vamos a algumas escolas hoje.

— Sim, não me custa nada. Mas antes, posso falar uma coisa?

— Claro, o quê aconteceu?

Aldebaran desviou o olhar de Shaka e viu que Liz prestava a atenção na conversa deles. Ele suspirou, puxando o virginiano para a entrada do templo.

— Fale com Mu, Shaka. Ele está... estranho. Especialmente depois que a sua mulher chegou.

O loiro enrijeceu ao ouvir aquele pedido. Havia percebido um certo afastamento por parte do ariano, mas julgara que ele também havia se afastado com a chegada de Liz, mas nada que fosse tão sério. E que história era aquela de Liz ser sua mulher?

— Ela não é minha mulher, Deba. É apenas a mãe do meu filho. E Mu...bem, ele se afastou. –respondeu, prático.

— Se ela não é sua mulher, então por quê você age como se ela fosse? Mu está magoado, eu posso sentir.

— Mu tem me saído um ótimo sensível, isso sim. Mas eu conversarei mais tarde com ele. Pode mesmo cuidar do Eric?

— Claro, Virgem. Sabe que eu gosto daquele baixotinho. –Aldebaran disse, sorrindo.

— Quem é baixotinho aqui, seu gigante? –Eric perguntou, chutando a canela do taurino.

Aldebaran gargalhou, mas não respondeu. Estava com o olhar fixado em Liz, que acabara de se aproximar. Era realmente uma bela mulher e Shaka nunca poderia ser taxado de culpado por ter se rendido à ela. Os olhos verdes passavam uma certa tranqüilidade pela maneira como esquadrinhavam as pessoas que não conhecia, procurando detalhes, querendo inteirar-se de todos os assuntos.

— Bom dia, Aldebaran. –ela disse, com suavidade e o taurino sorriu.

— Liz.

— Bem, querido. –ela disse, virando-se para Eric. — Eu e seu pai vamos procurar uma escola para você. Espero que fique aqui e se comporte com Aldebaran.

— Não me trate como se tivesse dois anos de idade, mamãe. Vou me comportar, mas não se porquê preciso à escola.

— Acho que já conversamos sobre isso. –Shaka respondeu, ajoelhando-se ao lado do filho. — Você vai para uma escola para poder ser alguém.

— Eu vou ser alguém. E não preciso se escola para isso. –ele respondeu, decidido.

— É mesmo, mocinho? E o quê você vai ser? –Liz perguntou, sorridente.

— Um cavaleiro, é claro. –ele respondeu, como se fosse a coisa mais óbvia do mundo.

Liz e Shaka se entreolharam por um momento e coube a mulher simplesmente passar a mão pelos cabelos lisos do menino, dando aquele assunto por encerrado. Ela saiu do templo e ficou esperando que Shaka o acompanhasse. O virginiano assim o fez, alguns minutos depois, assim que trocou mais palavras com Aldebaran e com o filho.

Desceram as escadarias sem trocar palavras. Shaka parecia pensativo a respeito do que Eric havia lhe falado, enquanto Liz olhava a sua volta, ainda não se acostumando àquela nova realidade.

X X X X X X X X X X

— Olha quem resolveu aparecer! –Saga disse, abrindo um largo sorriso, assim que Mu entrou no Templo do Grande Mestre.

O ariano havia decidido ir até o Templo para conversar com Kamus. Afrodite estava com Máscara da Morte em casa quando ele passara por lá e ele decidiu não interromper o que parecia ser um típico dia de um casal. Estava até feliz, o amigo pisciano merecia se acertar de uma vez com o canceriano cabeça-dura.

Mas Mu não esperava encontrar Saga ali. O geminiano sempre cruzara seu caminho com alguma gracinha, mas nos últimos dias, em particular, ele havia decidido ser o grande defensor de Liz, o que o irritava profundamente. Não que a mulher permitisse ou quisesse aquele tipo de abordagem da parte do cavaleiro, mas Saga parecia interessado em fazer aquilo gratuitamente.

— Kamus não está por aqui? –Mu perguntou, ignorando o comentário inicial de Saga.

— O francês nem apareceu aqui hoje. Quem sabe ele não planeja visitar o Miro? Ah, já ia me esquecendo. Ele é o Mestre do Gelo, não é capaz de ser agradável com ninguém.

Mu fechou os olhos diante das palavras venenosas de Saga. Às vezes não conseguia compreender muito bem o geminiano. E aquilo provavelmente deveria se dar aquele fato exatamente; nunca sabia com quem estava falando. Naquele momento, então deveria ser o 'gênio mau' do cavaleiro que estava desferindo aquelas palavras.

— Sabe, Saga. Você deveria arrumar uma namorada. Só assim parava de destruir a vida dos outros ou ser tão amargo.

Saga sorriu, não querendo admitir que aquelas palavras mais machucavam do que lhe provocavam graça. Levantou-se da cadeira na sala de reuniões e tocou o ombro de Mu, aproximando-se mais do que deveria.

— E eu acho que você deveria procurar o Shaka antes que ele perceba que deve ficar com a Liz. Um bom dia pra você, Áries. –ele disse, saindo do templo com o mesmo sorriso, e sem olhar para trás.

— Hoje realmente não é o meu dia. –Mu murmurou, resolvendo sair dali, pensando se não deveria ter ficado em seu templo e então poupar-se de ver ou ouvir coisas que não queria.

— Retirando-se tão cedo? –a voz calma de Saori perguntou, entrando na sala de reuniões e vendo seu cavaleiro murmurar para si mesmo, com uma expressão inconformada.

Mu surpreendeu-se com a aparição da Deusa, não sabendo o quanto ela havia ouvido de sua breve conversa com Saga. Ajoelhou-se em sinal de respeito e ela logo aproximou-se, tocando de leve nos fios lavanda que se soltavam do rabo de cavalo frouxo tão presente no ariano.

— Estava procurando Kamus para uma conversa. –ele disse, timidamente.

— Sua Deusa não pode ajudar? –ela perguntou, sentando-se em uma das cadeiras.

— Bem, senhorita. Não quero importuná-la com meus problemas, mas obrigado por perguntar.

— Por quê não me fala sobre o que está acontecendo entre você e Shaka, Mu? Não gosto de ver dois dos meus cavaleiros mais serenos e sábios tão distantes, especialmente sabendo da proximidade que tinham.

— Senhorita, como... –ele ia perguntar como ela sabia sobre aquilo, mas foi logo interrompido.

— Eu não seria Athena à toa, certo, Mu? Agora me conte.

E, surpreendendo até a si mesmo, Mu contou para sua Deusa tudo o que estava lhe incomodando, desde a chegada de Shaka, passando pelas noites que dormiram juntos e terminando com a chegada de Liz. Para o ariano, chegava a ser engraçado como conseguira se abrir daquela maneira com a Deusa, já que sempre tiveram seus atritos, especialmente quando ela resolvia convencê-lo a aceitar o cargo de Mestre. Mas daquela vez foi diferente e ele acabou por concluir que tinha uma aliada a seu lado e não uma inimiga.

X X X X X X X X X X

Afrodite trocava beijos carinhosos com Máscara da Morte no sofá da sala. Sentira o cosmo de Mu aproximando-se de seu templo, mas os lábios exigentes do canceriano acima de si impediram-no de tentar qualquer movimento para sair da posição em que se encontrava.

Desde o último encontro dos dois, na boate, Máscara da Morte estava mais entregue a Afrodite, como se finalmente o sueco tivesse conseguido convencê-lo de que deveriam ficar juntos. Ainda não havia nenhum tipo de compromisso verbal, mas ele não mais se importava de tocar o pisciano em público e não rebatia as piadinhas de duplo sentido que ele lançava. Isso sem contar com o fato de que praticamente morava no templo de Peixes.

— Sabe, eu estava pensando... –Afrodite disse, acariciando o peito de Máscara da Morte com a ponta dos dedos, quando ele deixou-o respirar por alguns segundos.

— Humm...por quê eu acho que não vou gostar disso? –Máscara da Morte replicou, rapidamente, querendo não ouvir as palavras do sueco, mas os bem vindos toques.

— Bobo. Eu estava pensando que poderíamos... –ele começou a falar, mas o celular do italiano tocou, impedindo-o de prosseguir.

Máscara da Morte bufou, saindo de cima de Afrodite e atendendo à chamada. Logo reconheceu o número. Não conseguia entender porquê Shura gostava de ligar para ele, já que estavam no mesmo lugar, a poucos degraus de distância. A cada dia que passava, mais ele se conscientizava que o capricorniano ficava mais folgado.

— Fala, imprestável. Me atrapalhou. O quê você quer?

Vamos sair hoje? Vou levar à Sukhi a um restaurante e depois vamos beber alguma coisa.

— Pode contar comigo. Mas no encontro do casal, eu não vou não.

Afrodite prestava atenção na conversa, sentado no sofá. Estivera pensando em sair com Máscara da Morte, apenas os dois, irem ao cinema, depois jantar em algum restaurantezinho aconchegante, como um bom casal de namorados. Mas parecia que a noite deles seria agitada. Não havia problema, Shura sempre fora uma boa companhia e a namorada dele, Sukhi, era bem agradável também.

— Encontro com vocês no bar, então. Às onze, sem problemas. Engraçadinho. –Máscara da Morte disse, desligando o telefone e jogando-o em cima do outro sofá, onde Afrodite não estava sentado.

— Programa pra hoje à noite?

— Shura. Você sabe como ele é. Barzinho mais tarde. –Máscara da Morte respondeu, sentando-se ao lado do sueco.

— É um bom programa. –Afrodite concordou, passando os dedos pelo braço do italiano, que, involuntariamente, se arrepiou.

— Esse aqui também é. –ele disse, jogando-se em cima do pisciano, repetindo as ações de antes. Beijaram-se com fome por alguns segundos, até que o italiano, surpreendentemente foi o primeiro a se separar de Afrodite.

Ele se levantou do sofá, pegando o celular e a jaqueta jeans que estava jogada no chão. O sueco o observava atentamente, gostando daquele show particular. Máscara da Morte às vezes parecia não ter noção de como era apreciado por Afrodite. Todo pequeno gesto dele era analisado com devoção e paixão.

— Vai aonde? –ele perguntou, por fim, vendo o italiano já vestido com a tal jaqueta.

— Procurar uma roupa para sair mais tarde. –Máscara da Morte respondeu, dando de ombros.

— Vou passar no seu templo mais tarde então. Vamos juntos. –Afrodite comentou, também se levantando e caminhando na direção das escadas.

— Não. –o italiano respondeu, secamente e o sueco virou-se para fitá-lo.

— O quê quer dizer com isso? –Afrodite perguntou, já temendo pela resposta.

— Eu vou sozinho, Dite.

— Mas é um programa entre casais. O Shura vai estar com a Sukhi.

— E daí? Eu vou sozinho. –ele respondeu, caminhando para a porta de saída do templo, mas Afrodite foi mais ligeiro que ele. Segurou o italiano pelo braço, encostando-o em uma das pilastras.

— O quê pensa que está fazendo? –ele perguntou, desafiador.

— Do quê você está falando, Afrodite?

— O quê nos somos, Máscara da Morte?

Mais uma vez, o italiano deu de ombros. Aquela era uma pergunta vaga demais. Afrodite era algo para ele, claro que sim. Não conseguia definir muito bem, mas a cada dia que passava tinha a certeza de que era quase impossível viver sem o convívio com as pequenas manias irritantes do sueco. Mas mesmo assim, não era capaz de simplesmente verbalizar aquilo.

— Eu não sei quanto a você, mas eu sou solteiro.

Máscara da Morte disse aquilo de uma forma tão simples que Afrodite assustou-se soltando os braços dele. No instante seguintes ambos arrependeram-se de suas ações; o italiano por suas palavras e o sueco pela pergunta.

— Sai daqui. –ele disse, sombrio, os olhos azuis sempre verdadeiramente brilhantes, opacos.

— Dite...

— Sai daqui, Máscara da Morte. E tenha uma boa noite.

O italiano respirou fundo, por algum motivo sabendo que não deveria prosseguir em um possível entrave com Afrodite, não quando ele soava tão ameaçador. Cazzo, eu sou um estúpido!, ele pensou, antes de sair do templo.

— Mais uma coisa. –Afrodite disse, com os braços cruzados. Máscara da Morte virou-se no mesmo instante para fitá-lo. — Talvez chegue o dia em que você saiba o que nós somos. Só espero que ele não seja tarde demais.

X X X X X X X X X X

— Você é uma pessoa muito complicada, Shaka.

— Por quê eu quero uma escola boa para o nosso filho?

— Não, porque você é realmente complicado. –Liz respondeu, tomando um gole de vinho branco.

Estavam na metade da tarde e finalmente haviam parado para almoçar. Shaka havia marcado entrevistas com nada menos do que sete escolas para escolher, dentre elas, a que melhor se adequasse a Eric. No final da última entrevista, ambos haviam optado por uma não muito longe do Santuário e que era reconhecida por formar escritores e políticos famosos.

Liz estava contente por ter voltado. Sentira falta da proximidade com Shaka e das pequenas manias que ele costumava ter. Implicavam um com o outro sempre que podiam, mas nada apagava a admiração que ela havia aprendido a ter pelo outro. Mas algo no belo homem à sua frente estava errado. Shaka não parecia fazer as mesmas piadas, comentários irônicos; ele estava ultimamente com um olhar perdido e parava frases pela metade, como se pudesse se arrepender do que iria falar.

Por fim, ela cansou-se.

— Shaka, o quê há de errado? –ela perguntou, entre uma garfada no peixe que dividiam. Não havia pressão na voz dela, era calma, como se estivesse querendo saber como ele estava.

Os olhos azuis do virginiano esquadrinharam o rosto da mulher que, elegantemente havia desviado dos dele, voltando-se para o prato a sua frente. Cogitou se deveria dividir com ela o que estava pensando, mas logo teve sua resposta: Liz era, acima de tudo, sua amiga. Podia confiar nela com sua vida.

— Você se lembra quando nos conhecemos?

Aquela pergunta pareceu trazer boas lembranças à ela, que sorriu longamente, balançando os cabelos aloirados, como uma criança que havia ganho um doce gostoso.

— Sim. Eu estava fugindo de uma chuva torrencial que havia caído e você me convidou para entrar. Lembro de ter falado que nunca havia conhecido um indiano loiro e de olhos azuis. E você...

— E eu disse que nunca havia conhecido uma inglesa que não saía às ruas levando um guarda-chuva, especialmente quando previam que iria chover.

Ambos sorriram, entrelaçando os dedos por cima da mesa.

— Eu estava ali na Índia a poucos meses, lhe contei o motivo? –Shaka perguntou, sabendo que quanto mais Liz se lembrasse a respeito do passado, menos detalhes ele teria que omitir.

— Coração partido. Eu não conseguia acreditar como uma pessoa como você conseguia ser abandonada. Desde aquele dia resolvi que era melhor não ter um coração. Perdi totalmente a fé na humanidade. –ela respondeu prontamente, sorrindo. Quando as feições de Shaka permaneceram sérias, ela sabia que algo importante estava por vir. Apertou a mão dele com uma certa força, como se o instigasse a continuar.

— Nunca lhe falei sobre a pessoa que me magoou. –o virginiano comentou, timidamente. Os olhos de Liz se fecharam rapidamente e ela logo balançou a cabeça, negativamente. — Era um cavaleiro. –ele terminou, desviando o olhar dela, sentindo-se estranhamente desconfortável ao fazer aquela revelação.

Ficaram em silêncio por alguns segundos; Shaka esperando que Liz falasse alguma coisa, que o xingasse, que zombasse dele e ela, por sua vez, que ele prosseguisse com o que havia começado a contar. Quando nenhum dos dois falou nada, coube à loira interromper aquela breve pausa.

— O quê espera que eu faça? Que eu me descabele e diga que você me traiu? –ela perguntou, levantando uma das sobrancelhas. Quando Shaka a fitou, ela sorriu. — Por favor, meu lindo. Na verdade, eu esperava algo como isso.

A surpresa estava estampada nos olhos de Shaka, que agora não acreditava no que Liz havia acabado de comentar. Como ela esperava algo como aquilo? Se forçasse a memória, não se lembrava de ter dado qualquer indício, durante todo o tempo em que ficaram juntos, de que ele poderia ter algum tipo de atração por pessoas do mesmo sexo.

— Shaka, você era delicado demais. Uma boneca de porcelana reforçada. Nada lhe quebrava, mas ainda assim você era doce, sensato, gentil. Me tratava com reverência. E, vamos admitir, eu não era assim tão horrorosa para que, depois das nossas primeiras noites, você simplesmente não me procurasse mais. –ela concluiu, fazendo uma retrospectiva rápida dos anos que moraram juntos na Índia, antes de seu desaparecimento.

Shaka sorriu, Liz surpreendendo-lhe mais uma vez. Realmente, ela estava com razão. No primeiro dia em que se conheceram, ficaram o que restara dele conversando sobre a vida, mas sem entrar em detalhes a respeito de nada. Na noite seguinte, o vriginiano preparara um jantar para ela, onde, ao final do mesmo, tiveram sua primeira noite juntos. Algumas semanas depois, Liz já estava grávida de Eric, para surpresa e felicidade de ambos.

Havia sido uma mudança rápida e bem vinda para Shaka. O havia feito superar, mesmo que temporariamente a falta que Mu lhe fazia. Mas não o completava, se fosse sincero consigo mesmo. Entre eles havia química, mas não amor. Havia comprometimento, mas não devoção.

— Então você não se importa. Quero dizer...

— Por quê me importaria? Na verdade eu até desconfiava. Eu vi as mulheres naquele Santuário, Shaka. Elas não são lá essas coisas e você está rodeado de homens bonitos. Não era mais do que óbvio gostar de algum deles? E a vida é sua e não é como se fôssemos casados... mas me diga, o quê aconteceu com esse cavaleiro? Aliás, quem é ele? Tenho minhas dúvidas a respeito de alguns deles, mas se você me disser que é aquele cavaleiro de Gêmeos...como é mesmo o nome dele?

Shaka gargalhou cristalinamente, balançando a cabeça. Liz era realmente impossível. Desde que chegara, escoltada por Saga, ela não parara de provocar o geminiano, que parecia gostar de qualquer coisa que ela lhe falava.

— Saga. O nome dele é Saga, por quê você finge não saber o nome dele? E não, estou falando de outro cavaleiro. Mu, o guardião da primeira casa.

— Sei... bem, não posso memorizar todos os nomes assim. Nomes são difíceis, sabe? E Mu... ele me odeia gratuitamente, posso sentir. Bem, agora nem tão gratuitamente assim. Deveria saber que era dele que estávamos falando. Mas o quê tem ele?

— Mu me evita, Liz. E eu não sei o que fazer.

— Provavelmente você não deveria passar tanto tempo comigo. Se vocês se gostam, deveria estar ao lado dele.

— Ele tem que entender. Você é a mãe do meu filho e eu quero estar perto de você. Apesar de estarmos praticamente juntos quando você chegou.

— Eu entendo. E você é um idiota por preterir Mu. Coloque-se no lugar dele. Como se sentiria se uma mulher que viveu anos com ele aparecesse e se instalasse na casa dele? E você se afastasse?

Shaka não respondeu, mas sabia que Liz tinha razão. Ele afastara Mu inconscientemente, no momento em que acolhera a mãe de seu filho, no momento em que decidira que iria dedicar mais tempo à mulher que não via há quatro anos. Arrependeu-se no instante seguinte, sabendo o que tinha que fazer. Conversar com Mu, esclarecer tudo.

Sorriu, satisfeito para Liz, que o fitou, curiosa.

— O quê foi?

— Por quê você o defende, como o entende? –ele perguntou, por fim, aquilo parecendo-lhe pertinente no momento.

— Somos arianos, Shaka. Sei bem o que ele está passando. Aliás, deveria saber que você não gostou de mim apenas pelos meus olhos. Você se sente atraído por arianos também, não é mesmo?

Quando Shaka não respondeu, Liz gargalhou, sabendo que estava com a razão. Tornaram a almoçar, cada um perdido em pensamentos, mas a mulher pensava em tudo o que Shaka havia lhe contado. Mu de Áries. Se você não sabe o que tem nas mãos, cabe a mim te mostrar. Teremos uma conversa hoje à noite.

X X X X X X X X X X

Kamus jogou o livro que folheava sem nenhuma vontade, em cima da poltrona do quarto. Estava enfadado do rumo de vida que escolhera tomar. Ultimamente, tudo o que fazia era lembrar-se de uma única pessoa e se lamentar dos erros cometidos por ambos, no passado. Por mais que este passado estivesse quase ali, tão perto que poderia ser tocado.

Bufou mais uma vez, levantando-se da cama. Não havia meio de ficar trancado dentro de seu templo naquele dia. O que o aterrorizava não eram as pessoas que poderiam jogar-lhe piadas a respeito de suas atitudes, porque, não importava aonde fosse, era sua sombra que o olhava e lhe dizia que ele estava errado. Era seu reflexo nos espelhos que lhe pedia que fizesse algo para redimir-se com Miro.

Merde!, ele pensou, caminhando até o closet onde suas melhores roupas ficavam. Cogitou uma possibilidade, mas a mesma esvaiu-se de sua mente, quando seu senso prático apontou-lhe que ele só estava com aquelas idéias pelo dia em que estava.

O aniversário de Miro.

Era a primeira vez que o grego não comemorava aquela data no Santuário e curiosamente ele o fazia em Paris, um lugar, obviamente especial ao francês. Sorriu, amargo, desejando mais do que tudo estar lá com Miro, levá-lo para conhecer os pontos turísticos, jantar às margens do Sena, trocar beijos na Torre Eiffel.

Se quer minha permissão, só a terá para um lugar.

As palavras de Athena o atormentaram por um segundo, mas ele levou-as a sério daquela vez, mesmo contra sua vontade. Bem, se levasse em consideração, havia sido sua vontade que o fizera sair do templo de Aquário desesperado e percorrer o caminho até o templo do Grande Mestre em menos de dois minutos.

Havia sido sua vontade que o fizera quase tropeçar em Mu que lhe cumprimentara, nos degraus do templo, mas ele nem ouvira. Havia sido essa mesma vontade que o fez ajoelhar-se diante da Deusa à sua frente e balbuciar as palavras que ela estava esperando ouvir desde a conversa que tiveram, nove dias antes, quando Miro foi embora.

— A senhorita venceu. Eu preciso ir à Paris.

Continua...

Sim, eu fiz isso! Esse capítulo iria ficar enorme com tudo o que tinha para escrever sobre a noite dos cavaleiros, tanto na Grécia como em Paris. Por isso, o aniversário do Miro vai ser comemorado em dois capítulos, já que ele não apareceu no capítulo passado. Bem, o quê será que acontece agora? Será que Liz conversa com Mu antes de Shaka? E Máscara da Morte e Afrodite? E melhor ainda, e Kamus e Miro? Bem, as perguntas serão respondidas no próximo capítulo, que eu provavelmente devo publicar na semana que vem. Revisem esse e me digam como ficou!