Capitulo 2 – O encontro de dois solitários.

Um novo dia amanheceu, mas enquanto para uns era cheio de esperanças, para outros era desespero. Na verdade, somente para "outro". Do outro lado bruxo existia medo de perda de poder.

- Maldito seja! – Voldemort reclamava o tempo todo. – Eles estão conseguindo me destruir e vocês, seus inúteis, estão deixando! Falta apenas uma única Horcruxe e está na floresta de Dália!

Todos os comensais estavam no mesmo cemitério de encontro, incluindo o mais novo deles, Draco Malfoy. Lucius conseguiu fugir de Azkaban e sua família inteira estava com ele neste momento ouvindo as reclamações do mais odiado bruxo do mundo.

- Já sei, aposto que o idiota do Harry com aquele grupo ridículo... Como se chama mesmo?

- Ordem de Fênix – Snape respondeu num tom como se fosse o dono da verdade. Voldemort o ignorou e continuou sua teoria.

- Ah, esquece o nome do grupinho ridículo, eles devem estar lá... Na floresta! Vamos para lá imediatamente procurá-los! AGORA SEUS IMBECÍS! – Ordenou.

Todos os comensais começaram a aparatar. Draco foi junto com seu pai, pois no ano anterior não conseguira aprender a aparatar completamente. Assim que chegaram, Voldemort ordenou.

- Construam alguma coisa para passarmos as noites caso não os encontremos ainda hoje.

- Senhor - Draco dirigiu-se ao Lord. – Vou sair enquanto eles constroem para conhecer essa floresta e tentar descobrir algo.

- Isso! Faça-o! – Voldemort sorriu e passou a mão na cabeça dele. – Sabia que um dia ainda serias útil para mim. Agora vá e não volte antes do entardecer de hoje.

Draco saiu de perto deles. Estava revoltado, pois podia estar tendo uma vida maravilhosa, se não fosse pelo maldito do Snape e da ameaça de morte de sua família. Sem sombra de dúvidas, pensava, teria aceitado a proposta de Dumbledore.

Sua revolta era maior ainda, pois neste mesmo dia, completava 18 anos e ninguém, muito menos sua mãe, veio dar-lhe os parabéns. Se fosse receber algo, seria somente um xingamento, como sempre.

Em pouco tempo, o loiro tornou-se quase irreconhecível aos olhos de estranhos. Vestia uma camiseta preta com calça da mesma cor. Por cima, um sobretudo também negro. Poderia camuflar-se facilmente à noite, se não fosse loiro e tão branquinho. Sua beleza continuava a mesma, mas já não se importava mais com isso. Queria apenas sua liberdade. Queria passar para o outro lado. Não se sentia o "bonzinho", mas não queria ser o idiota que recebe ordens de um assassino.

Continuou andando mais um pouco até chegar perto de uma cachoeira. E por lá ficou por um tempo.

- Bom dia para todos! – Gina desejou assim que saiu da tenda. – Ué, só ta você aqui Fleur?

- Bom dia, querrrrida Gina! – Fleur respondeu. – Sim, son estou eu aqui, porrrque os meninos disserrón que erra prra cuidarr de você! Eles forran prrocurrar a tal arrvorre!

- Ahn... – Foi o que a ruiva respondeu, segurando para não fazer careta. Olhou para o galão de água que já estava vazio e perguntou. – Credo, quem acabou assim com a água?

Fleur sorriu e disse, tentando ao máximo se aproximar de Gina, pois queria sua amizade.

- Nón sei, mas se quiserr vou buscarr prra você!

Gina olhava ainda para o galão vazio e pensou ao mesmo tempo "vou buscar água e aproveito pra ficar um pouco longe dela. Não é por nada, mas acho que quero ficar sozinha mesmo...".

- Eu, ahn... Vou buscar! Preciso fazer xixi também, então, por favor, não precisa vir comigo! Eu volto em breve, ta bom?

- Ta bom, já que querr assim!

Gina saiu com o galão e foi andando até a cachoeira do dia anterior, onde tinha pegado água. Cantava uma música qualquer. Sem ter um motivo concreto, sentia-se livre como um pássaro. Sentia-se feliz. Talvez por estar participando, ou quase isso, na Ordem.

Assim que chegou, aproximou-se da bela cachoeira. Enquanto corria por entre as pedras, seu vestido rosa bebê voava lindamente no ritmo do vento, junto com seus longos cabelos lisos. Draco percebeu que tinha alguém por perto. Ele já tinha saído da cachoeira e estava encostado numa árvore mais acima e pôde ver a pequena Weasley correndo.

Sem saber o porquê, sorriu. Sentiu uma paz pela pessoa que mais odiava. Sua pior inimiga. Mas esse pensamento já não vinha mais. Queria tê-la, para poder beijar, mas talvez, por um motivo maior, para confiar seus segredos em alguém que não seja um fantasma, tipo a murta-que-geme.

Criou coragem e desceu até ela. Ficou a mais ou menos uns 100m de distância, ela ainda estava de costas. No momento em que ela se virou, ficou paralisada. Draco deu um leve sorriso que não se sabe se era para ficar mais calma ou era puro sarcasmo.

"Ai... Meu... Deus..." Gina pensou. Seu sangue correu tão rápido pelo seu corpo e depois diminuiu de uma forma tão rude que a fez apagar. Seu corpo caiu na cachoeira.

- Nãããão! – Draco gritou tirando o seu sobretudo e jogando-se na água para salvá-la.

Rapidamente tirou-a da água e a levou até onde estava anteriormente, perto da árvore. Sentou-se e ela estava deitada no seu colo, ainda inconsciente. Não foi preciso respiração boca a boca, pois estava apenas desmaiada.

- Accio! – Draco pegou seu sobretudo que esquecera na beira da cachoeira e cobriu-a para que se aquecesse.

Segundos depois ela abriu os olhos e assim que reconheceu o loiro, gritou.

- Aaah! Socorro! O que você quer de mim? Ai meu Deus, vocês já estão aqui, estamos perdidos! E é tudo culpa minha... – Gina falava nada com nada. Sua voz estava meio rouca, por isso não saía muito alto.

- Calma aí ruivinha. – Draco usou um tom no qual nunca fora ouvido antes por qualquer mortal em Hogwarts. Era calmo e parecia até verdadeiro, sem malícia.

- Co-como? Como assim? Ficar calma... Você vai me matar! Você matou Dumbledore...

Gina estava confuso. Draco abaixou a cabeça e falou baixo.

- Não. Eu não matei Dumbledore e nem pretendo te matar. Podemos conversar?

Ela riu.

- Conversar... Mas como vou saber se está me dizendo a verdade? Você é um comensal... Sempre odiou a mim e a minha família. Sobre o que quer conversar?

- Você quer mesmo saber ou vai continuar me julgando? – Perguntou usando o tão acostumado tom de voz, mas tornou a ficar calmo e desculpou-se. – Olha... Eu te dou a minha palavra. Não vou matar nem você nem ninguém... A não ser uma pessoa... Que se você me mostrar que posso confiar...

Gina não respondeu. Apenas saiu do colo dele, tirou o sobretudo e sentou-se de frente para ouvir. O loiro sorriu e voltou a por o grande casaco nela.

- Você é teimosa heim! Pode usar, não tem rastreador, veneno, nem nada. Eu não to com frio. – Mentiu, mas pelo menos, fê-la sorrir e voltar a usar o casaco.