Capítulo três: Dentro da mente:
Hyoga estava metido no saco de dormir com Shun.
Boa noite meu amor.. susurrou ao ouvido enquanto lhe acariciava ternamente. Recorria seu corpo como um ritual sagrado e saboreava aquela pele branca e suave que tanto o excitava. Duas lágrimas havia nos olhos de Hyoga que repassava em sua mente tudo o que havia ocorrido.
Porque não disse nada? Por que?
Tinha-o ao meu alcance na fogueira, e seus olhos cheios de alegria e inocência me olhavam devotos. Por que não lhe disse que o amava!
Por que não o beijei enquanto comia esse doce?
Por que quando o sol se pôs majestosamente em nossa frente e Shun se admirou, eu não lhe disse que, para mim, o sol não chegava aos seus pés no quesito beleza?
Hyoga abraçava fortemente a Shun. - Te amo Shun. - murmurou, mas esse estava profundamente dormido. Hyoga acariciou suas pernas com uma mão enquanto com a outra acariciava seu rosto, e respirava cada suspiro que Shun liberava.
Pensava no que tinha feito há alguns minutos, o que já era seu ritual secreto com Shun.
-Primeiro ficava olhando-o sem que percebesse - Hyoga o beijou no pescoço enquanto pensava e Shun gemeu um pouco.
-Logo, durante a fogueira em que assávamos os doces… os pus em sua boca e Shun me chupou um dedo sem querer - Hyoga se deteve um momento nas suas atividades e sentiu Shun movendo-se um pouco - Graças a Deus Shun tinha o sono pesado.
-Depois o abracei e, enquanto falávamos, olhei seus lábios movendo-se e seu pescoço, esse belo pescoço, onde seus cabelos se refugiam junto a sua nuca, e que ele descuidadamente movia para trás em um gesto inconsciente - fazendo Hyoga acaricia-lo além da conta nesse momento, mas Shun não pôs objeção, nem pareceu notar as segundas intenções de Hyoga, que com pretexto de querer esquenta-lo, se aproveitava dele...
Shun caiu no sono entre meus braços de novo - Hyoga dizia isso com pesar, nunca caia dormido entre seus braços do modo em que desejava, ironicamente, Shun já tinha estado entre seus braços dormindo inúmeras vezes, era sempre o mesmo ritual na mansão.
Beijou os lábios finos de Shun novamente enquanto recordava, e acariciou suas costas por debaixo da camiseta. Este se movia ainda mais, inquieto em seus sonhos, e se Hyoga não se detivesse logo com suas carícias, acabaria o despertando e teria que explicar muitas coisas...
Na mansão - pensou o cisne – sempre vemos filmes de terror e ele sempre dorme antes do final e eu, já na entrada da noite, sem nenhuma alma desperta, o levo a seu quarto e tiro suas roupas... ao princípio era só para que ele dormisse confortável, mas logo fui gostando de deixá-lo só de cueca e pôr seu pijama, esse pijama – pensou excitado – nada mais que uma camisetinha levezinha e um short curto, que cobre apenas o indispensável. Quando o ar frio entra pela janela e chega ao meu inocente jovem, seus mamilos endurecem e se marcam lindamente, seus pêlos ficam eriçados, me deixando louco... sua silhueta na penumbra me deixa ter a visão mais linda e deliciosa do mundo...
- No início só olhava, mas depois o acariciava ao coloca-lo sobre a cama, logo me atrevi a beija-lo. Sempre dormido. Sempre indefenso e inocente de meus atos.
Hyoga chorava em silêncio, havia deixado de mover-se ainda que Shun seguia inquietando-se cada vez mais em seu sonho e cada movimento que fazia, forçava mais o contato entre seus corpos. Dessa vez Shun gemeu sem ter motivo e Hyoga desejava gravar os sons, todos, desde sua respiração até esses gemidos sensuais que deixava escapar.
- É tão lindo quando dorme que, pouco a pouco, fui me aproveitando da situação, mais ainda nestas últimas semanas - pensou Hyoga – cada vez que há um filme de terror o convido e se não tem ninguém coloco o filme bem tarde e me asseguro que o veja comigo, para que eu possa leva-lo dormido e começar este ritual uma e outra vez.
Ultimamente, depois de tapa-lo e sussurrar "boa noite meu amor", me deito do seu lado, com cuidado, para que não acorde, e fico acariciando-o, beijando-o inclusive e quando tenho desejo de fazê-lo, mas me despeço antes que cometa uma verdadeira barbaridade.
Já perdi a conta de quantas vezes tive que, às 3 horas da madrugada, tomar banho com água gelada, depois de sair de seu quarto - Hyoga suava excitado, Shun estava entre seus braços e nessa manhã acordaria com ele e o óbvio pretexto seria o de compartir o saco de dormir, já que Shun tinha perdido o seu.
Hyoga sorriu e apertou seu amado entre seus braços, era como abraça-lo nu, já que tinha posto seu pijama sexy antes de deitá-lo no saco de dormir.
Hyoga se sentia feliz, cada vez que suas mãos percorriam esse corpo que tanto gostava, Shun suspirava ou gemia, mais e mais...aqui não havia limites, mas mesmo assim, trataria de se conter o máximo que pudesse – pensava – mas me conter por quê? Já que Shun tem o sono pesado e só vai despertar quando o sol nascer? Aqui posso aproveitar mais! – pensou - até que escutou o que pensou que só escutaria quando amanhecesse...
Hyoga - Disse uma voz sonolenta e algo falhado, era a voz de um Shun que acabava de acordar...
Continuará.
