Nome Original: El Trabajo de Pociones
Autor: Tam Alor
Tradução: Ana G. Potter
Betagem: Anna-Malfoy
Uma sombra se inclinou sobre a cama de Rony. Escutou sua respiração profunda e compassada e soube que estava dormindo. Não tinha problemas.
Harry pegou sua capa invisível e cruzou a sala comum enquanto a colocava. Saiu em silêncio pelo retrato da Mulher Gorda, que dormia, e se dirigiu à sala de troféus,
desejando não tropeçar com Filch nem com madame Nora.
'Espero que Draco seja pontual. Um momento, desde quando chamo Malfoy por seu nome? Ainda que só sejam pensamentos! É Malfoy! Quem sabe... só por enquanto'.
Harry tentou afastar todos os pensamentos de sua mente; esse gesto já era um costume ultimamente.
Ao chegar em frente à sala de troféus, duvidou um momento antes de entrar. Finalmente se decidiu.
Ali estava Draco, visivelmente nervoso, apoiado numa parede com os braços cruzados.Tinha o cabelo loiro alvoroçado, com a franja que lhe caia diante dos olhos, e continuamente fazia um gesto com a mão para arrumá-lo, mas voltava a cair outra vez.
Harry entrou e tirou a capa. Os dois garotos ficaram frente a frente observando-se, mantendo o olhar. Alguns momentos depois Draco desviou o olhar.
– Bom, já estou aqui. Agora vai me dizer o que é tão importante para me encontrar aqui a meia noite ou vai ficar olhando.
Harry baixou o olhar e titubeou antes de começar a falar:
– Veja... já que vamos ter que trabalhar juntos... queria te propor uma trégua.
– Uma trégua? Explique-se Potter.
Harry suspirou e começou a explicar sua idéia:
– Poderíamos deixar de implicar um com o outro e... não brigar toda vez que nos vemos. Ao menos por um tempo. Eu estaria disposto a tentar. - Concluiu o garotolevantando a cabeça.
Draco estava bastante surpreso.
– E tanta enrolação só para isso? Só tinha que me dizer isso?
– Eeh... sim. Não queria te dizer isso diante de todo mundo. - O rosto de Harry corou ligeiramente. - E também, temos que manter a reputação, não acha? Somos inimigos desde o início!
– Nossa Potter, você me surpreendeu. Você se preocupando por algo assim... Estou vendo que ficar comigo está te fazendo algum bem.
– Muito engraçado Malf... Draco. Você me chama de Harry, certo?
– Eh, devagar, "amigo"... Ainda não disse que estou de acordo. Me diga, por que deveria estar?
Harry suspirou. Aquilo ia ser difícil...
– Tudo bem se só faça pela nota de poções? Leve em conta que minha parte do trabalho é a metade, e eu não sou exatamente um aluno exemplar em Poções... se trabalharmos juntos teremos um resultado muito melhor.
– Umm... por mais que me custa admiti-lo, tem razão. Eu sou melhor do que você em Poções, isso é claro. Bom não prometo nada, mas pensarei. Amanhã não posso de dia, não tenho tempo livre. - Disse Draco.
– Não? Pois temos que adiantar trabalho de alguma maneira, ou não dará tempo. Amanhã à noite? Ao acabar as aulas ao meu salão comunal? Eu te esperarei para que possa entrar.
– Não. Não vou me arriscar a passear outra noite pelos corredores. Venha você ao meu salão comunal, pois você tem uma capa invisível.
– De acordo. Nos vemos amanhã então, à mesma hora.
– Sim. E lembre diante de todos seguirei te odiando o tempo todo. Só é uma trégua. E mais, deve ser triste não poder ficar furioso com ninguém - concluiu Draco sarcástico, e se dirigiu à porta.
Antes de sair, deu a volta e olhou o outro garoto:
– Aliás Harry... Sabia que fica uma graça quando ruboriza? - disse Draco em tom zombador. Dirigiu-lhe um pequeno sorriso malicioso e saiu da sala.
Harry ficou plantado em seu lugar, demasiado surpreso para responder. Decidiu voltar a seu quarto antes que chegasse o zelador ou algo assim. Cobriu-se com a capa e percorreu silenciosamente todo o caminho até sua cama, tentando não pensar. Então deixou a capa de lado, tirou a túnica ficando com o pijama e se meteu na cama.
Então se permitiu pensar. Deitado de barriga pra cima na cama, sentindo a frescura dos lençóis sobre ele, recordou o que Draco tinha dito. Primeiro tinha o chamado Harry. Harry, não Potter. E depois.
"Sabia que fica uma graça quando ruboriza?". A frase ressoou em sua cabeça uma vez mais. A voz de Draco, com esse peculiar arrastamento de sílabas, sedosa, como prata líquida ou como os raios da lua... Harry sempre achava que essa voz combinava à perfeição com esses frios olhos cinzas. Se aos sons pudessem atribuir cor, essa voz seria cinza como seus olhos, sem dúvida; mas um cinza mais suave, sem refletir o gelo das iris de Draco...
E esse cabelo. O cabelo de seu "novo amigo" era uma das coisas que mais lhe tinha chamado atenção desde sempre. Era o oposto ao seu, tão diferentes como a noite e o dia, como a lua e o sol. O cabelo de Harry, negro azeviche, sempre alvoroçado, impossível de pentear. Ao contrário, o cabelo de Draco era loiro, loira platinado, um loiro tão claro que era quase branco. Tinha o cabelo liso, e quando caía sobre os olhos lhe dava um ar irresistível... E parecia tão suave que dava vontade de despenteá-lo, de tocá-lo, de acariciá-lo.
Harry se surpreendeu consigo mesmo com estes pensamentos. E se ruborizou. "... fica uma graça..." outra vez a frase. E outra vez Draco. Francamente, se assustava com o que estava sentindo. Vinha o reprimido a tempos. Assustava-se muito. Por isso ultimamente evitava pensar. Simplesmente, decidiu deixar-se levar. Era um Grifinório, e os grifinórios pensam principalmente com o coração...
Pouco a pouco, Harry dormiu. E a última coisa que passou por sua mente antes de cair no mundo dos sonhos, foi um pensamento, acompanhado da imagem, que parecia gravada a fogo em sua memória. "Amanhã", pensava Harry. "Amanhã"
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O dia seguinte passava lento, pesado. Rony andou meia manhã falando mal de Hermione; tinham voltado a brigar, seguramente por uma tolice. Harry não ligou. Ia adicionando palavras soltas de vez em quando ou lhe dava a razão, ainda que sabia que seguramente não a tinha.
Não viu Draco o dia todo. Nem se cruzaram pelos corredores, nem coincidiam esse dia em nenhuma aula, nem nada.
Seus amigos o acharam um pouco ausente, mas não deram importância. Seguramente não tinha dormido bem ou algo assim. Por sorte, Rony e Hermione se reconciliaram sem que precisasse da sua ajuda.
Depois de jantar, passaram um tempo na sala comum. Harry estava mais animado e jogou com Rony uma partida de xadrez mágico, que perdeu em pouco tempo, enquanto Hermione lia um livro.
Ao acabar, subiram a seus quartos. Harry fingiu que dormia enquanto esperava a hora.Quando faltavam dez minutos, levantou-se da cama e pôs a túnica sobre o pijama, e sobre esta a capa invisível. Depois pegou a sua parte do trabalho que estava feita e um livro. Afinal de contas, iam trabalhar.
Saiu em silêncio pelo retrato e se dirigiu, invisível, às masmorras. Sabia que a entrada da sala comum da Sonserina estava por ali. Parou no corredor. Não podia estar muito longe. Tateou a fria e úmida parede de pedra. Nada. Avançou um bocado e repetiu a operação. Enquanto procurava a porta, o capuz tinha caído; realmente devia ser uma imagem curiosa, uma cabeça flutuando no ar.
Naquele momento, uma mão o agarrou bruscamente pelo ombro. O coração de Harry deu um pulo; se virou esperando encontrar-se com o professor Snape, mas uma sensação de alívio o percorreu ao dar-se conta de que era Draco.
– Te assustei? - inquiriu este divertido.- Me parece que por mais que procure nunca encontrará a entrada sozinho.
Movendo a cabeça, Draco se dirigiu a uma zona um pouco mais acima, e apontando com a varinha à fria pedra disse a contra-senha. A pedra desapareceu deixando ver uma entrada.
Nota Do Grupo:
Agora começa o período de trégua e um pouco mais de ação como pediram alguns leitores.
Nossos agradecimentos à: Fabi-Chan, Darl Wolf 03 e Safira-StaR.
Cadê os nossos leitores? Desistiram?
Os Tradutores
