Nome Original: El Trabajo de Pociones

Autor: Tam Alor

Tradução: Carol Lisboa/Arwen Mione

Betagem: Anna-Malfoy


Capítulo 04

– Surpreso? – disse Draco o zombando, enquanto fazia um gesto para que Harry entrasse.

Era verdade que estava surpreso, mais ainda porque Draco parecia respeitar a trégua e estava se comportando de uma maneira mais ou menos descente com ele.

Primeiramente duvidou um pouco, mas entrou na sala comunal da Sonserina. Era uma sala meio subterrânea, com as paredes e o teto de pedra, iluminada por lâmpadas de cor esverdeada. Estava completamente vazia, a exceção dos dois e do fogo que crepitava na lareira.

Os dois garotos se aproximaram da mesa próxima ao fogo em silencio, onde Draco já havia preparado os pergaminhos, a tinta e seu trabalho.

– Já adiantei um pouco minha parte – disse Draco enquanto se sentavam. – Porém creio que terei que passá-la a limpo.

– Sim, eu também. Está cheio de rasuras e se eu apresentá-lo assim, Snape me mata.

– Não sei porque, mas creio nisso também. – respondeu Draco sarcástico.

Trabalharam um bom tempo em silencio. Era um trabalho cansativo, mas ambos se sentiam extremamente relaxados, inclusive Harry, que estava na sala comunal dos Sonserinos, e com quem havia sido seu pior inimigo desde o primeiro ano.

Ao dar uma parada, Harry notou que seus olhos estavam começando a fechar. Havia dormido pouco na noite anterior e estava com sono. Decidiu terminar em outro dia, já não havia mais tanto a fazer.

– Paremos por hoje, Draco? Já fizemos bastante por hora. – sugeriu.

– Sim... além disso você esta com sono – argumentou Draco. – Mas ate que foi bem produtivo. Eu também não estou com um pingo de vontade de prosseguir com isso.

– Que você acha de nos sentarmos um pouco nas poltronas? Será mais confortável do que estas cadeiras.

Draco o olhou indeciso, mas logo deu de ombros e se sentou em uma das poltronas. Harry sentou-se na do lado da sua.

O garoto loiro se estirou com desanimo. Estava meio sentado, meio deitado na poltrona, as pernas estendidas e os cabelos loiros revoltados. Tinha algo de gracioso naquele momento, uma graça sensual que fez com que o coração de Harry batesse mais rápido... Outra vez se recriminou por aquilo. Olhou o fogo em silencio, absorvido em seus pensamentos e se assustou ao notar uma voz quase ao seu ouvido.

– Nervoso, Harry? – Draco havia se aproximado sem que ele desse conta e agora o mirava interrogativamente, com um meio sorriso.

– Estou... – Harry hesitou, mas decidiu aproveitar a ocasião. – É que eu queria perguntar uma coisa. O que você quis dizer com aquela frase de despedida de ontem?

'Muito bem Harry', pensou Draco. 'Você que pediu, agora verá como te farei ficar mais envergonhado ainda'.

– Bem... Já que você passou todo tempo completamente ruborizado, pelo que eu pude comprovar muito bem... – Draco falava em tom sarcástico. – Eu falei apenas a verdade - concluiu já mais serio.

– Oh – foi tudo que Harry conseguiu dizer.

O silencio que seguiu foi um pouco tenso. Harry não sabia o que dizer. Sabia que tinha que voltar para sua casa, mas não tinha vontade. Draco estava ausente, perdido em seus pensamentos, mas de repente falou:

– Você falou a seus amigos onde estaria?

– Não, na verdade não. – respondeu Harry surpreso – Por que?

– Bem, eu estranharia se você tivesse dito. O Weasley não te deixaria vir aqui sozinho de noite; o mais seguro seria se ele e a Granger estivessem de guarda para que não te seqüestrem ou algo assim – a voz de Draco soava desgostosa.

– E seus amigos, sabem?

– Crabbe e Goyle? Imagina, eles são estúpidos demais para saber de qualquer coisa.

– Entendo. Também entendo que eles só te servem de guardas- costas, não? – Perguntou harry irônico.

Draco abaixou a cabeça, envergonhado. Quando voltou a erguê-la, seus olhos brilhavam.

– E você acha que eu não sei? Que eu não sei que na realidade não tenho amigos, amigos de verdade? Não é fácil ser um sonserino e muito menos ser um Malfoy. A infância que tive, não desejo ninguém... Tudo culpa de meu pai. Se ele souber que estou falando com você, assim... já recebi bastantes castigos por coisas bem menos importante.

Draco abaixou novamente a cabeça. Seus olhos tinham um brilho suspeito. E sua voz, estava a ponto de falhar nas ultimas frases ou fora somente a imaginação de Harry?

Harry sentiu um sentimento estranho lhe invadindo ao ver Draco desta maneira. Sabia que, por alguma razão, ele lhe havia contado coisas que certamente nunca havia dito a ninguém. Isso o agradou. Mas doía ver o sonserino daquele jeito, com a cabeça baixa, desarmado de sua natural arrogância e desprezo, confessando suas aflições... a ele, a um grifinório, a Harry Potter.

Sem se dar conta do que fazia, Harry passou seu braço ao ombro do rapaz loiro. Tinha um corpo atlético, esbelto e podia sentir os músculos firme debaixo da capa.

Harry se levantou de sua poltrona e se sentou ao lado de Draco, porém ficaram apertados. Aproximou –se dele mais ainda, fazendo com que este apoiasse a cabeça em seu ombro. Curiosamente o sonserino não mostrou resistência. Ao contrario, afundou a cabeça na curva do pescoço de Harry, que notou que os cabelos do loiro acariciavam suavemente sua pele. Harry começou a acariciar -lhe os braços com a mão que rodeava seus ombros...

Draco estava estranhamente imóvel. Harry podia notar a tensão em seus ombros e como sua respiração se acelerava, mas quando a mão de Harry passou a acariciar seus ombros e a deslizar por seu pescoço suavemente, Draco relaxou e se concentrou em desfrutar das caricias de Harry.

Sua mão subiu ate acariciar suavemente os cabelos de Draco... Então Harry se aproximou mais dele e com a outra mão acariciou –lhe a bochecha, logo depois levantando seu queixo para que pudesse olhá-lo nos olhos.

Ambos mantiveram o contato... verde contra cinza, esmeralda contra prata...logo Harry pregou seus olhos nos lábios que tanto desejava, entreaberto, úmidos...

Pouco a pouco foram chegando mais perto, milímetro a milímetro. Parecia que nada existia além dos dois, esqueceram de onde estavam e da hora que era...

Já estavam tão próximos, que sentiam o calor do outro em seus lábios, seus corações batiam fortemente, golpeando em seus peitos; respiravam rapidamente.

No final, os lábios de ambos se fundiram em um beijo tímido. Ao tocar os lábios de Draco, Harry sentiu um agradável calafrio lhe percorrer o corpo; eram lábios suaves, quentes...

Ao acabar o breve beijo, se separaram por alguns segundo se encarando nos olhos. E de novo seus lábios se encontraram, mas desta vez com mais vontade, Harry entreabriu os lábios e roçou com a língua os de seus companheiro, convidando-o a fazer o mesmo.

As duas línguas se roçavam, ansiosas, se tocavam e se enroscavam, explorando cada pedacinho da boca do outro, desejosas de algo esperado a tempo...

Mantiveram-se assim ate que a falta de ar os obrigou a se separarem para respirar.

Desta vez foi Draco que tomou a iniciativa e mordiscou uma das orelhas de Harry, descendo logo pelo pescoço, mordendo suavemente e lambendo, seguiu em direção de sua clavícula, por seu peito, tudo que estava descoberto.

Harry gemeu de prazer. O pescoço e a orelha eram um de seus pontos fracos.

Levantou a cabeça de Malfoy quase grosseiramente e lhe deu um beijo apaixonado, com desejo, um beijo que Draco lhe devolveu com igual intensidade.

As mãos de ambos percorriam as costas, os ombros e os cabelos de seu companheiro, acariciando, explorando.

Permaneceram assim por um bom tempo, desfrutando de algo há tanto tempo desejado e sempre reprimido. No final foi Draco que interrompeu:

– Harry...- estava ofegante, seu peito subia e descia no compasso de sua respiração. – Acho melhor você ir. Mas saiba que eu não queria que fosse. Eu não me importaria se ficasse.

Harry riu. Draco sempre tão irônico. Seu Draco. Deu-lhe um breve beijo nos lábios:

– Sim, já esta na hora deu voltar para minha casa. Não quero que suspeitem, além do mais devo dormir um pouco.

– Se pensar em mim, acredito que não dormirá muito esta noite – sussurrou Draco enquanto lhe acariciava as costas.

Harry respondeu mordiscando seu pescoço.

– O pior de tudo é que sei que não conseguiria – adicionando depois. - Bem, é melhor que eu me vá.

Recolheu suas coisas enquanto Draco o observava ainda sentado na poltrona, sorrindo.

– Nossa! Draco me encarando sem seu olhar de ódio. Isso é incrível.

– Cala a Boca Potter, que eu ainda vou continuar fingindo odiar você – contestou Draco com seu antigo desprezo na voz, desprezo que seus olhos desmentiam.

– Sim, sim, mas ate um minuto atrás você não me tratava assim - Harry sorriu malicioso. – E me acompanhe ate a saída, eu não sei a senha.

– Sim, além do mais você pode se perder.

Já na porta, Harry pós sua capa de invisibilidade, deixando a cabeça de fora.

– Amanha de tarde? Nosso tempo livre coincide, não?

– Sim, quer acabar o trabalho? - Draco disse a ultima frase se fazendo de inocente.

– Havia pensado em algo bem melhor. Afinal, o que falta fazer podemos muito bem fazer separados... e aproveitar o tempo enquanto estamos juntos. Que você acha? – Harry se aproximou de Draco.

– Não sei porque, mas estou de acordo – contestou Draco antes de se entregarem em um longo beijo de despedida.

Harry colocou o capuz e saiu, não sem antes despentear o já alvoroçado cabelo loiro do rapaz.

Nem se deu conta de como voltou para sua casa, encontrou seu quarto e se meteu na cama. Sabia que o que tinha feito ia lhe trazer problemas, um dos quais tinha nome e sobrenome e estava dormindo em sua cama ao seu lado.

Mas apesar de tudo estava feliz. Quem diria que acabaria gostando de Draco Malfoy... com certeza riria na cara da pessoa. E com certeza mandaria ao St. Mungos se alguém dissesse que Draco o corresponderia.

Dormiu em pouco tempo, com uma expressão satisfeita e feliz no rosto.

Em uma cama próxima dali, a sombra que dormia se moveu. E não só isso. Materializou-se e se pós a olhar pensativo para Harry, que já dormia. No final, sacudiu a cabeça, virou-se e voltou a dormir.


N/A: Eu gostei muito desse capítulo. Se vocês acharam que coloquei o Draco demasiadamente bom quando se confessou para Harry, era que eu queria que Harry desse o primeiro passo e essa foir a unica forma que encontrei! Mas ainda restou um Draquinho bastante irônico (eu amo o sarcasmo dele, notaram? XD). Ele é uma boa pessoa, mesmo que não demostre!

Nota do Grupo:

Essa atualização demorou apenas uns QUATRO MESES para sair! Desculpa a todos os nossos leitores, mas tivemos alguns problemas com essa fic, mas já foram todos resolvidos e manteremos uma atualização mais frequente!

Para todos que pediram um pouco de ação, vocês acham que nesse cap teve o suficiente? Rsrsr.

Queremos agradecer e muito à esses leitores que não desitiram e continuaram a pedir por atualização. Agradecemos à: kazahaya (um simples continuo a ler já basta! XD), SafirA-StaR (esse teve ação suficiente para você?), Hikary, Dana Norram, Thatá, Dark Wolf 03, Anita Joyce Belice, Maaya Malfoy, Dante's Bianca (TEM QUE COMENTAR SEMPRE! XD), Bela-Chan ( nós não desistimos não!) e Srta. Kinomoro (aqui está a atualização).

Os Tradutores