Nome Original: El Trabajo de Pociones

Autor: Tam Alor

Tradução: Ju Oliveira

Betagem: Nah


Capítulo 9

Na noite seguinte Harry contou a Malfoy que Ron já sabia. Estavam os dois de novo juntos na cama. Draco abraçava Harry por trás e o grifinório podia sentir a respiração quente do outro garoto em seu pescoço.

- Draco... ontem eu contei a Ron.

Draco ficou um momento em silêncio:

- E como ele reagiu? – disse por fim, entre preocupado e irônico – Teve um ataque de histeria? Teve que segurá-lo para que não viesse me lançar um Avada Kedavra? Ou vomitou diretamente?

- Draco, isso é sério!

- Tá, eu me calo... não digo nada...

- No fundo ele aceitou muito bem. Sim, deu-lhe um pouco de asco... por ser você, mais que qualquer coisa. Disse que não confiava em você e que eu tivesse cuidado.

- Interessante, como te protege... Crê que estará enciumado?

- Enciumado? Está insinuando que Ron gostaria de estar em seu lugar? – disse Harry, virando-se para olhar de frente o outro garoto.

- Não exatamente... insinuava que Ron gostaria de estar em seu lugar, comigo – vangloriou-se Draco.

- Sim, claro... Nesse caso sim ele vomitaria!

- Ei! Está insinuando que dou asco?

- Harry olhou Draco avaliando-o, com se pensasse na resposta, mas Draco o empurrou e ele caiu da cama.

Uma vez que Harry se colocou a salvo, longe da borda da cama (e tivesse abraçado Draco, aproveitando a situação) seguiu falando.

- Tenho uma idéia para que Ron te suporte um pouco melhor, mas você terá que colaborar. Está de acordo?

- E se você me disser primeiro do que se trata?

- Está bem... Ron tem que conhecê-lo de perto, quando não estás tão idiota... assim o melhor é combinar os quatro um dia, para falar ou dar uma volta e tudo isso...

- Você se esqueceu de uma coisa – replicou Draco, cético. – Não posso ir a Hogsmeade e dar uma volta, por exemplo, com meu grande inimigo, um pobre Weasley e uma garota que desprezo por ser sangue-ruim. Não sei, creio que seria um pouco incomum.

- Não me referia exatamente a isso... E não se intrometa com meus amigos! – disse Harry, dando-lhe uma cotovelada.

- Tá... e a que você se refere?

- Que tal se combinarmos uma noite os quatro, em algum lugar?

- Algum lugar como qual?

- Aqui, na Sonserina não seria ruim.

- Não vou deixar entrar tanta gente no meu quarto, nem sonhe. Além disso não caberíamos.

- E no salão comunal?

- Isso seria bom, se não fosse o fato de que, caso nos vissem, me custaria um pouco explicar o que fazem três grifinórios, e por cima vocês três, na Sonserina e comigo.

- Que dificuldade... pois então venha a Grifinoria. Uma só pessoa é mais fácil de esconder, em qualquer caso.

Draco murmurou e resmungou durante um tempo, mas no final aceitou, a contragosto. Acima de tudo porque não podia resistir a cara suplicante de Harry olhando-o. "Eu, um Malfoy, pensando essas coisas" pensou enquanto olhava Harry nos olhos e lhe acariciava o rosto suavemente. Riu em pensamentos. "Quanto tempo faz que me importa o que Harry faz ou diz? No fundo, alguma vez me importou? Nem eu sei, e agora não me importa mesmo..." concluiu, enquanto aproximava seu rosto ao do garoto de olhos verdes, até que seus lábios se juntaram.

Harry deixou passar uns dias antes de trazer a tona o tema do "novo Malfoy", para que Ron pudesse se acostumar. O ruivo ainda sentia-se bastante incomodado quando falavam de Draco, ou quando Harry voltava de manhã depois de passar a noite na Sonserina, mas no geral o tinha aceitado. Com Hermione não havia problemas. Seria bastante "diplomática" para comportar-se e esquecer os insultos de Draco quando Harry pusesse seu plano em andamento.

Iam reunir-se no salão comunal da Grifinória, como já estava planejado, aproveitando que o dia seguinte era sábado e não tinham que madrugar. Harry decidiu torná-lo o mais ameno possível, ainda que lhe parecesse difícil evitar os silêncios incômodos, já que não podia tirar música de nenhum lugar. Ainda assim, quando teve um tempo livre naquela tarde, pegou a capa de invisibilidade e foi a Hogsmeade.

No povoado fez provisões de diferentes coisas que ajudariam a passar a noite. A cerveja amanteigada em abundância ia em primeiro lugar, e logo algumas provisões com feijãozinhos de todos os sabores, sapos de chocolate e algumas outras guloseimas. Voltou carregado de bolsas a Hogwarts, e guardou-as em seu quarto, bem escondido para que ninguém encontrasse e o interrogasse.

Estava um pouco nervoso. Não sabia como reagiram seus amigos. Esperava que Hermione lhe ajudasse a criar alguma conversa. E que Draco não caísse em seus antigos hábitos e implicasse com todo mundo... não, seguramente se comportaria bem.

Quando pode falar com seus amigos sem que ninguém lhes interrompesse nem lhes escutasse, contou-lhes o que aconteceria essa noite:

- Bem, como certamente essa noite vocês não tem maiores planos, as onze e meia no salão comunal. Eu irei até Sonserina com a capa e voltarei com Draco.

- E porque tem que ser aqui? – indagou Ron.

- Por que seria um pouco difícil explicar o que fazem três grifinórios na Sonserina e com Draco, caso alguém nos visse... e ainda mais nós três, seus "grandes inimigos".

- Sabe? Você já esta sendo contagiado pelo sarcasmo de Draco – observou Hermione divertida.

- Isto... essas frases são suas. Mas sim, creio que tens razão – disse Harry, sorrindo com uma mão atrás da cabeça.

- Enquanto você só pegar isso... – caçoou Ron. – Se ele começar a me chamar de pobretão ou algo assim terá que tomar medidas sérias!

- Ron! Nossa, não seja tonto. Já te disse que não creio que Draco volte a dizer novamente.

- Tá, eu sinto…

- Então venha, tudo decidido... – disse Hermione. – espero que não nos descubram – murmurou, acima de tudo para si mesma.

- Não acontecerá nada, temos o Mapa do Maroto, podemos ir olhando-o para ver se alguém de aproxima.

- Contanto que não tenhamos que esconder Draco em nosso quarto.

- Ron! – disseram Harry e Hermione de uma única vez. Por fim os três optaram por rir. O que tivesse que acontecer aquela noite, aconteceria.

Harry esperou, desperto em sua cama, esperando ouvir as respirações profundas de seus companheiros de quarto, o que significaria que já haviam adormecido.

Quando pensou que não tinha nada a temer, levantou-se em silêncio e aproximou-se da cama de Ron.

- Ron, vamos – sussurrou.

Ao não obter resposta, separou as cortinas e deparou-se com Ron que dormia profundamente com a boca aberta.

- Ron! – Harry o sacudiu. Não sabia se ria pelo espetáculo que ele oferecia ou zangava-se com ele por ter adormecido.

- Ei? O quê? – a cara que o ruivo fez foi demasiadamente cômica e Harry teve que reprimir uma gargalhada.

- Ande, vamos tonto, você adormeceu. Hermione deve estar esperando lá embaixo.

- Uups – Ron levantou-se rapidamente e colocou a veste em cima do pijama. – É que eu estava com sono.

Harry virou os olhos. Depois, pegou o que havia comprado em Hogsmeade e ambos desceram para o salão comunal. Como havia suposto, Hermione já os esperava.

- Por que vocês demoraram tanto? – perguntou impaciente.

- Pergunte a ele, eu tive que despertá-lo. Ande, junte um par de mesas e poltronas diante do fogo e tire as coisas das sacolas, que vou buscar Draco.

Harry saiu sem dar tempo de queixarem de seu parceiro. Certamente, Draco já estava esperando, assim foi o mais rápido que pode às masmorras, grudado à parede para o caso de cruzar com alguém.

Ao chegar ao seu destino, comprovou que o sonserino já o esperava, ligeiramente nervoso. Verificando que não havia ninguém pelos arredores, Harry cobriu o outro garoto com a capa. Tinham que ir muito juntos e ter cuidado para não aparecer nenhuma parte do corpo, ou que a capa deslizasse por um dos lados.

Voltaram à torre da Grifinoria, avançando lentamente. Quando estavam chegando ao corredor da mulher gorda, Harry repetiu as instruções a Draco.

- Já sabe, tente ser amável e tratá-los como se fosse eu, ou teu melhor amigo.

- Umm... Também posso tratar Ron com se fosse você? – perguntou Draco irônico. Toda resposta que recebeu foi um cascudo na cabeça. O loiro protestou. – Au! Harry, você repetiu mais de dez vezes durante o caminho o que tenho que dizer e como tenho que me portar... Só falta você me dar um papel com o diálogo que tenho que dizer!

- Pois, na melhor das hipóteses não teria sido uma má idéia...

Draco girou os olhos:

- Me portarei bem, serei educado, não insultarei teus amigos e manterei uma conversa agradável – disse com voz formal. – Contente, ou também tenho que me fazer de palhaço para entretê-los?

- Muito engraçado. Veja, chegamos.

A mulher gorda olhou desconfiada em frente quando ouviu a senha. Mas como já conhecia Harry de seus passeios noturnos, e conhecia também a capa de invisibilidade, abriu a entrada do salão comunal sem dizer nada, ainda que olhando com reprovação.

Harry e Draco entraram juntos, ainda cobertos pela capa de invisibilidade. Harry pigarreou ruidosamente enquanto passavam pelo retrato, não queria interromper Ron e Hermione no que quer fosse que estivessem fazendo.

Uma vez dentro, se livraram da capa. Dando uma olhada, comprovou que seus amigos haviam feito um bom trabalho: numa área não muito perto do lago, e um pouco coberta para que ninguém que descesse as escadas os visse diretamente, haviam colocado duas poltronas nas quais cabiam duas pessoas com comodidade. Estavam uma em frente a outra, separadas por uma mesa em que haviam colocado o chocolate, as cervejas amanteigadas e as demais guloseimas. A única iluminação era, além do brilho do fogo, um candelabro que havia numa mesa próxima, para que não os incomodasse ligeiramente.

"Bem feito, Hermione" pensou Harry sorrindo, já que estava certo de que alquilo era obra majoritária da garota. Não imaginava Ron tão detalhista.

Os dois grifinórios levantaram-se para saudá-los. Harry olhou de relance para Draco. Este sorria, ainda que não tão sarcasticamente como de costume. Era um começo, pensou Harry.

- Olá – disse Hermione. – Tiveram algum problema pelo caminho?

- Não, foi tudo bem – respondeu Harry. – Obrigado por isso – acrescentou, indicando com a cabeça as mesas.

- Não foi nada. Vamos nos sentar, venham.

Nem Draco nem Ron haviam aberto a boca ainda. Ambos sentiam-se um pouco incomodados. Por um momento, Harry se viu mantendo uma conversa com Hermione o tempo todo, enquanto os dois garotos só adicionavam monossílabos.

Sentaram-se, e dessa vez Ron foi o primeiro a falar.

- Harry, onde você conseguiu isso?

- Isso – interrompeu Draco, sarcástico como sempre. – Não me diga que o tinha aqui desde a última visita a Hogsmeade, porque me deixou com fome.

Todos sorriram.

- Não, eu comprei essa tarde. Fui a Hogsmeade ajudado pela capa e certos corredores – esclareceu ao ver a cara confusa de Draco.

- Harry! – Ron não pode se conter e explodiu. – Não creio que deva contar certas coisas agora – o ruivo olhou Draco significativamente.

Os olhos de Draco brilharam maliciosos. Harry maldisse em silêncio a desconfiança e o caráter de Draco, prevendo o que ia acontecer.

- O que há, Weasley...? Não confia em mim? – disse Draco com voz gozadora, falsamente inocente, com seu antigo desprezo e arrogância, enquanto comia languidamente um sapo de chocolate, totalmente relaxado na poltrona, com as pernas esticadas.

A Ron incomodou ainda mais sua atitude prepotente como se fosse o dono do lugar, e ia responder-lhe irado quando se deu conta de que Draco prestava mais atenção em tirar o chocolate dos dedos com a língua do que com sua resposta. Aquilo o fez ficar vermelho de raiva e vergonha, e levantou-se de seu lugar.

- Veja, Harry! Você não se deu conta? Fez isso para lhe dar uma oportunidade e ele vem aqui e... e... – incapaz de explicar-se, apontou o sonserino, que seguia meio tombado na poltrona, mastigando um resto de doce e olhando-o com vaga seguridade.

- Maldito Malfoy! – resmungou Ron com ódio, contendo-se para não gritar, tremendo de fúria, enquanto decidia-se por sair.

Harry ergueu-se para ir atrás dele, mas Draco adiantou-se e levantou-se com rapidez, indicando-lhe que ficasse quieto com um gesto.

Hermione e Harry se olharam, e logo olharam como Draco indo atrás de Ron, que se encaminhava para os dormitórios masculinos, até chegar a sua altura e colocar uma mão no seu ombro em silêncio para detê-lo.

Ron livrou-se da mão com um gesto brusco, e virou-se, certamente esperando encontrar Harry. Todavia, disfarçou sua surpresa ao ver Draco atrás de si, olhando-o, sério, sem vestígio de sua expressão anterior.

- Que coisa, Malfoy. Se rebaixas ao tocar-me! Agora terás que ir lavar sua mão, não? – Ron escondeu seu aborrecimento por trás do sarcasmo ardente.

Draco olhou-o, e baixando os olhos olhou sua mão, pensativo. Lentamente, voltou a erguê-la e a apoiou de novo no ombro do ruivo, tão somente um instante.

- Creio que não será necessário – disse o loiro gravemente. – Quando muito terás que lavar suas vestes, se me odeias tanto.

Ron surpreendeu-se muito com o gesto, e com essas palavras, mas não cedeu:

- O que você quer, Malfoy? – perguntou bruscamente.

- Quero que voltes. Quero que não arruínes a noite de Harry. Quero que não comportes de maneira paranóica – Ron foi se irritando gradualmente. – E quero... te pedir perdão – concluiu Draco em voz baixa, meio solene, meio envergonhado, esperando ser rechaçado.

- Você me pedindo perdão? Um Malfoy desculpando-se? Onde está o verdadeiro Draco Malfoy?

- Você o tem a sua frente, Ron. Sempre esteve aqui. No entanto não podia mostrá-lo. Mesmo agora, não sei o que faria meu pai se soubesse algo sobre isso.

Ron não acreditava no que ouvia. Draco desculpando-se? E chamando-o por seu nome. E sem desprezo ou arrogância.

- O que te fizeram, Draco? – foi tudo o que pode dizer.

- Quer saber de verdade? – disse o loiro sorrindo, ainda que com um pouco de vergonha, baixando o olhar. Ron tão somente pode assentir. - O que me fizeram... pela primeira vez me ofereceram algo sem que importasse meu sobrenome, nem meu dinheiro, nem nada disso. E se queres saber porque faço isso – disse levantando os olhos, decidido – eu faço por Harry. Porque ele me pediu. Bom, e também reconheço que na melhor das hipóteses passei insultando-os todos esses anos... um pouquinho – sorriu, com sua melhor cara de bonzinho, encantador. – Agora voltemos, sim?

Ron começou a rir. Agora dava toda razão a Harry. Aquele era um Draco completamente novo, sem rastros do antigo Malfoy. E aquele era o mais próximo que estaria de obter uma desculpa por tantos anos de brigas.

O grifinório sorriu e lhe estendeu a mão. Draco olhou-o confuso, mas em seguida correspondeu-lhe o sorriso e apertou a mão estendida firmemente.

Harry e Hermione olhavam com os olhos arregalados devido a surpresa, sobretudo Hermione. Harry sabia o que Draco era capaz quando se propunha... não por nada era um sonserino ambicioso. Conseguia o que se propunha... e havia proposto a ser perdoado por Ron, e inclusive ser aceito.

E por mais impossível que parecesse, aí vinham os dois juntos, Ron um pouco envergonhado, Draco sorrindo, orgulhoso e satisfeito. O loiro se deixou cair de novo na poltrona, e bagunçou o cabelo de Harry. Harry olhou, entre exasperado e divertido. Essa fixação que Draco tinha de bagunçar-lhe os cabelos para deixá-lo pior que nunca podia chegar a cansar... mas tampouco lhe importava demasiado.

Ron sentou-se ao lado de Hermione e passou um braço sobre seus ombros, enquanto começava a falar, constrangido.

- Isto, Harry... eu... sin...

- Não precisa, Ron. Não aconteceu nada. Melhor que tudo tenha se esclarecido assim – interrompeu Harry.

- Claro, como pode pensar em deixar Hermione sozinha conosco? – acrescentou Draco com naturalidade. – Creio que teria se aborrecido muito.

Todos riram, ainda que Harry corasse levemente. Draco insinuava coisas de sua relação naturalmente, e ele ainda dava bastante vergonha.

- Tem razão, Draco. E proponho uma coisa – disse Ron sorrindo, os olhos brilhavam gozadores. – Um brinde ao novo Draco!

O ruivo ergueu sua cerveja amanteigada solenemente. Os demais captaram a idéia e fizeram o mesmo movimento.

- Ao novo Draco! – disseram por sua vez, rindo.

Ao acabar de beber, Draco pôs-se a rir.

- Vou voltar a ser egocêntrico, se prosseguirmos assim!

- Mais? – disse Harry, falsamente surpresa.

- Bem... é difícil mas... poderia ser – Draco fez como se pensasse, antes de esboçar um sorriso malicioso. Seus olhos haviam deixado de ser pedaços de elo, arrogantes e distantes. Agora eram sinceros e compreensivos.

O tempo passou agradavelmente. Os quatro bebiam, e afetuosos riam cada vez mais. Os doces haviam acabado, mas Harry havia comprado cerveja de sobra. Falaram de todas as coisas possíveis: se "meteram" com os professores, tagarelaram sobre quadribol, criticaram ou elogiaram companheiros e conhecidos, fizeram planos para ficar os quatro sempre que pudessem. E ainda que parecesse incrível, muitas dessas idéias foram propostas por Ron, que havia aceitado bem Draco. Ademais, se Harry tinha um companheiro já não se sentia culpado por estar com Hermione e deixá-lo um pouco deslocado... ainda que fosse um parceiro um pouco "diferente".

Por fim, decidiram que já era hora de irem e acabar com a festa. Recolheram tudo para não deixar rastros, e acompanharam Draco ao retrato de saída. Harry insistiu em acompanhá-lo, mas Draco se negou:

- Harry, não haverá ninguém rondando pelo castelo há estas horas. Além disso, se for sozinho não vou me perder.

Aproveitando que Ron e Hermione estavam "ocupados", Harry aproximou-se de Draco e deu-lhe um beijo fugas nos lábios. O loiro sorriu.

Os outros dois grifinórios se aproximaram para despedir-se, Draco sorriu ao vê-los tão formais:

- Calma, vamos continuar nos vendo. Não vão se livrar de mim tão facilmente.

- Não? E eu que já estava me iludindo – disse Ron.

- Ilusões de livrar-se dele? – disse Hermione - pois se agora mesmo ias a sonserina dormir com ele.

- Bom, então teríamos um problema – interrompeu Harry, passando um braço pelos ombros de Draco.

- Hermione, está insinuando que queres que eu durma contigo? Por mim não há problema, né...? – disse Ron inocentemente.

Todos riram quando Ron recebeu um golpe na cabeça de Hermione.

- Vamos, está certo, não briguem por mim porque já estou indo – disse Draco.

Despediram-se. Quando Draco estava a ponto de sair pelo retrato, virou-se:

- Ah, e não façam nada que eu não faria, ouviram Harry e Ron?

- Isso nos deixa uma ampla margem de coisas que podemos fazer – disse Harry sarcástico.

- Não se preocupe, Draco, eu os vigio – disse Hermione, pegando cada um por uma orelha.

- Bem, eu confio em você. Nos veremos, grifinórios – a última frase dita com "tom Malfoy", com desprezo e arrogância, mas em seguida sorriu e piscou-lhes maliciosamente. Depois saiu e o som de seus passos rapidamente se perdeu nos corredores.

Harry virou-se e olhou seus amigos, orgulhoso de Draco. O garoto havia se comportado melhor do que nunca teria acreditado, e por iniciativa própria.

Hermione sorriu:

- Que coisa, Harry, tenho que dizer que não tiveste tanto mau gosto como pensei a princípio.

- Viu como eu tinha razão? – disse Harry.

- Sim, acaba que no fundo é uma boa pessoa... – disse Ron.

- Por certo, o que te disse para reconciliar tão rápido contigo? – inquiriu Hermione curiosa.

- Bem, creio que é melhor não dizer... já deve ter lhe dado muita vergonha, ter que engolir seu orgulho dessa maneira. E o fez por você, Harry. É inacreditável. Me pediu perdão e tudo.

- Eu não lhe havia dito que te pedisse perdão. Só que se comportasse minimamente bem.

- Então é mais incrível ainda – disse Hermione. – Vamos, já é hora de irmos dormir. Creio que amanha em vez do desjejum almoçaremos diretamente.

Ron bocejou e contagiou Harry.

- É possível – disse o ruivo – Nossa, vamos para a cama. Vou dormir em pé.

Despediram-se de Hermione, que foi para o dormitório feminino, e eles dirigiram-se para os seus. Enfiaram-se na cama tentando não fazer nenhum barulho, ainda que não houvesse problemas, porque seus companheiros dormiam profundamente.

Antes de adormecer, Ron falou num sussurro:

- Harry, creio que você buscou um bom parceiro – ainda ficava tímido em dizer namorado. – E inclusive nós encontramos um amigo onde ninguém esperava. Boa noite!

Depois disso não voltou a dizer nada, e em pouco tempo se ouvia sua respiração compassada somando-se a de seus companheiros já adormecidos.

Harry estava feliz. Aquilo havia saído melhor que tudo o que havia se atrevido a esperar... inclusive melhor que se houvesse dado o roteiro a Draco, pensou, sorrindo na escuridão.

Aos seus amigos não importava que estivesse com Draco. E se suportavam bem e tudo. E ele com Draco, Ron e Hermione, e os quatro sendo amigos... Nesse momento lhe pareceu que não podia pedir mais. Que tinha tudo o que desejava. Que havia encontrado uma família verdadeira.

E adormeceu com um sorriso nos lábios.

uinte.


N/A: Eeee! Acabei! Este último capítulo foi longo, não:S

Não queria ser escrito… me custaram essas ceninhas!

Enfim, já está feito. E o de sempre: espero que vocês tenham gostado. Que me conste que eu terminei bem e não aborreci ninguém.

Bem, então minha primeira fic longa está terminada. Peço perdão pelas "dislexias" como estas. Cada dia escrevo pior, mas o que vou fazer. U

E deixem reviews!

Nota Do grupo:

A fic termina aqui. Muito obrigada a todos aqueles que acompanharam até o final, independente de ter deixado review. Nosso mais sincero carinho a todos vocês. E aguardem ... Teremos novidades deliciosas em breve!

Agradecimentos especiais à Baby Potter (sim minha linda, apenas um mais creio que compensou ... ou não?.

Não deixem de ler nossas outras fics slash: Luz Embaixo D'agua, Cânon In D, Poção Irresistível, Quem é o papai, e também nossas fics não-slash Além da redenção, Relacionamentos pouco convencionais, Em profundo desespero, Um beijo e uma flor.

E para as pessoas que não sabem o que escrever na reviews a dica: ótima tradução, continuo a ler! XD!

Os Tradutores