OS KINOMOTO

Capítulo V

Touya se mexeu na cama balbuciando alguma coisa, Kath sentou-se na beirada mexendo de leve nos cabelos negros do marido. Ele abriu os olhos devagar fitando o rosto da esposa e sorriu com carinho.

- Foi apenas um pesadelo. – disse aliviado. - Que bom que você está aqui querida. – falou pegando na mão dela.

- Sempre estarei aqui ao seu lado. – Kath disse beijando o rosto dele.

- Sabe tive um pesadelo terrível! - Touya disse sentando-se na cama. - Sonhei que uma das minhas princesinhas tinha sido seqüestrada por aquele cabeludo e que ele a forçou casar-se. - ele levantou uma das mãos até o peito soltando um longo suspiro. - Ainda bem que tudo não passou de um pesadelo.

- Bem, querido, não foi apenas um pesadelo... - Kath começou a dizer sem graça.

- Será que foi um aviso? - Touya perguntou olhando assustado para ela. - Isso! Só pode ter sido um aviso! Sakura sempre teve isso! Tenho que ter cuidado! Kath, precisamos afastar nossas princesinhas destes projetos de cavaleiros! – Touya começou a dizer ficando nervoso de novo.

- Sabe às vezes as coisas não acontecem como nós queremos... mas precisamos aceitá-las, Touya. - Kath disse coçando a cabeça mais sem graça ainda.

De repente a porta do quarto abriu-se e Patty veio correndo jogando-se sobre o pai e o abraçando.

- Papai! Pensei que o senhor não voltava mais! Buááá! – tentou falar em meio ao choro.

- Ah minha princesinha. Que bom que você está aqui comigo! - Touya falou abraçando-a com carinho. - Tive um pesadelo terrível com você! Algo assim do estilo "Além da imaginação" ou "Contos macabros para se matar um pai". – disse dramático.

- Papai o senhor tem que aceitar que eu amo o Shiryu. – Patty falou levantando o rosto para fitá-lo.

- Olha, vou lhe dar um conselho, minha princesa. Você é muito novinha...

- Ela já é maior de idade. – Kath corrigiu-o.

- Maior de idade? – ele falou bravo fitando a esposa. – O que é ter maioridade neste mundo selvagem? – voltou o olhar para a filha novamente. - Então, você acha que ama aquele cabeludo, mas no fundo eu sei que isso é apenas uma paixonite de adolescente atrasada. Eu sou seu pai e sei o melhor para você, então o melhor é você seguir carreira religiosa.

- O quê? - Patty falou arregalando os olhos.

- Isso mesmo querida. Ser freira é uma dádiva de Deus! - Touya continuou com a voz calma.

- Realmente o choque foi muito para ele. - Kath comentou balançando a cabeça. - Endoidou de vez.

- Então o que me diz? Touya perguntou à filha sem dar ouvidos a esposa. Pegou o rosto da filha com carinho entre as mãos, fitando-a. - Sem cabeludos, sem drogas, sem álcool, sem cigarros, sem sexo! É o paraíso! O lugar onde princesinhas como você devem ficar! – completou sorrindo amorosamente.

- Ô Patty! – exclamou Rô entrando no quarto. - O Shyriu está lhe esperando lá embaixo.

- Viu! Este cabeludo te persegue! – Touya gritou, jogando o momento de calmaria pela janela.

- Papai, ele agora é meu marido! - Patty disse séria afastando-se do pai.

- Eu ainda não acordei? – falou Touya sorrindo sem graça, enquanto beliscava-se para tentar acordar.

- Querido, nossa Patty agora é uma mulher casada. – Kath disse ao marido.

- Com o cabeludo? - Touya meio sussurrou horrorizado, com um olhar assustado para ela.

- Com o Shyriu. – Kath concordou com aceno de cabeça.

- Papai... eu o amo... o senhor tem... – Patty ainda tentou dizer.

BUMMMMMM!

- PAPAI! – Patty gritou.

- Isso vai demorar um pouco querida. É melhor irmos falar com Shiryu. - Kath disse passando o braço pelo ombro da filha.

Kath puxou a filha para fora do quarto onde o marido ainda estava desmaiado na cama. Rô estava no corredor esperando-as. As três desceram até o térreo onde o rapaz estava caminhando de um lado para o outro impaciente.

- Como ele está? Senhora Kinomoto eu sei que agi de forma intempestiva mas a senhora entenda que realmente com o seu marido não daria para fazer algo tradicional. – Shiryu falava de maneira preocupada, e ao mesmo tempo convicto de que fizera o melhor, pela agora esposa.

- Eu sei, meu rapaz, eu sei. Conheço bem o homem com quem me casei. – Kath tranqüilizou-o.

- Imagina quando eu e o Choco resolvermos nos casar. – Rô falou, para ninguém em particular, soltando um suspiro.

- Muito bem, vamos para o que interessa. – Kath disse encarando Shyriu. - Vocês se casaram direitinho? Papel passado e tudo? – questionou olhando-os séria.

- Sim, mamãe! Tudo direitinho. - Patty disse parando em frente a mãe.

- E já têm onde morar? Ou o senhor pretende levar minha filha para morar em qualquer espelunca? – Kath poderia ser mais maleável que o marido, mas nem por isso deixaria que sua filha fosse viver em qualquer lugar

- Mãe, a senhora está se comportando como o papai. - Rô reclamou parando ao lado da mãe.

- Rô, minha filha, sou mãe e me preocupo com vocês. Sei que seu pai exagera nas coisas e acaba não fazendo nada, por isso a parte prática fica mesmo comigo. E então senhor Shyriu para onde pretende levar minha menina? – continuou com o interrogatório.

- Bem, a gente ainda não decidiu isso, mas a Patty é quem decide. – Shiryu falou um tanto sem graça.

- Patty? – a mãe virou-se para ela.

- Bem, ainda não pensei nisto... – a garota falou indecisa.

- Bem, podem ficar aqui em casa até decidirem tudo. – Kath disse sorrindo para os dois.

- Mãe! Endoidou? – Rô falou horrorizada. - Na primeira oportunidade o papai mata o Shyriu!

- Mata nada! – a mãe respondeu balançando a mão como quem diz que o pai latia, mas não mordia.

- Não tenho tanta certeza disto, senhora... – Shiryu falou meio assustado.

- Eu não quero ficar viúva no mesmo dia que eu me casei! Buááá! – Patty choramingou.

- Bem, vocês decidam! Se não tiverem para onde ir, podem ficar... – Kath falou aos dois.

- Isso não vai dar certo... - Rô resmungou balançando a cabeça.

By Kath Kinomoto

Na manhã seguinte……

- Que enxaqueca terrível... – resmungava Touya enquanto descia para o térreo com umas das mãos na cabeça.

Ele parou no meio da escada ao ouvir vozes, risadas, vindo da sala. Parou para escutar escondido.

- Olha só isso! – dizia Patty rindo . - Este buquê improvisado foi o Shiryu que pegou no caminho. – continuou mostrando as fotos do seu casamento relâmpago.

- Que coisa mais horrenda, minha filha. – Kath exclamou colocando a mão na boca.

- Mamãe, o buquê está de bom tamanho para a roupa da noiva, não acha? Olha só o pijama da Patty! - Rô falou apontando a irmã na foto.

- Mas a sua irmã, ainda sim estava linda. Parece uma menininha assustada nesta aqui. – Shiryu disse passando outra foto para Rô.

- Ora essa, além de projeto de cavaleiro chinês, esse cabeludo é um pedófilo! - Touya sussurrou para si mesmo, escondido na escada.

- Aqui foi a hora que eu joguei o meu buquê improvisado. Joguei tão forte que acertei a cara da Shunrei. – Patty falou gargalhando.

- Quem é Shunrei? – Kath perguntou à filha

- Irmã de criação do meu cunhadinho. – Rô disse com ironia.

- O que você quis dizer com isso, hein, Rô? - Patty perguntou jogando uma almofada na irmã.

- Parem com isso garotas! – disse Shiryu que estava entre as duas, e era o que mais levava almofadas nas costas e no rosto. - Estou cansado de falar que a Shunrei é uma irmã para mim, quando é que você vai parar com isso, Rô? – olhando para a cunhada.

- Mal casou e já trai a minha princesinha! Esse cabeludo safado!! - Touya resmungou, ainda escondido na escada.

- Crianças! Olha a bagunça! – Kath ralhou ficando em pé com as mãos na cintura.

Patty e Rô trocaram um olhar maroto, a atacaram a mãe com almofadas também.

- Olha o barulho. – disse Kath tentando se esquivar. - O pai de vocês vai acordar! - alertou, fazendo-as pararem na hora.

- Seria tão maravilhoso se o papai aceitasse o Shiryu. – disse Patt suspirando pesadamente. - Ele deveria saber que sempre estará no meu coração...

- Minha princesinha é tão sensível... – Touya se emocionou ao ouvir a filha.

- Que mesmo amando o Shiryu, eu nunca deixaria de ama-lo. Afinal, apesar de todas as coisas, ele é o melhor papai do mundo. – continuou Patty.

- Minha filhinha, eu também te amo... – Touya falou com lágrimas nos olhos.

- O dia que o papai aceitasse o Shiryu, eu seria a mulher mais feliz do mundo. - Patty falou baixinho, sendo abraçada pelo marido. - Será que ele não percebe que essa implicância toda me magoa?

- Filha, não fique assim. Seu pai vai parar com essa implicância toda, NÃO É MESMO, TOUYA? – Kath gritou olhando para a direção da escada.

Touya saiu do seu esconderijo com os olhos vermelhos e assoando o nariz.

- Papai, você estava aí o tempo todo? – Patty perguntou se desvencilhando do marido.

- Patty, minha filha. - Touya falou indo abraça-la. - Se esse cabeludo projeto de guerreiro chinês a faz tão feliz, eu o aceitarei na família...

- Eu não acredito... – Rô falou de boca aberta, totalmente espantada.

- Verdade? – Patty perguntou com o maior sorriso do mundo.

- Não quero magoar a minha princesinha... – Touya falou emocionado.

- Papai, você é o máximooo!!! - Patty disse apertando as bochechas de Touya.

- Muito obrigado pelo voto de confiança, senhor Kinomoto. - Shiryu estendeu a mão para Touya.

- Eu o aceitei na família por minha filha e não porque eu confio em você, seu chinês cabeludo. – Touya disse sem estender a mão continuando abraçado à filha.

- Tinha que ser, papai não é de mudar de opinião de repente... – Rô resmungou.

-
- Touya!! Está ofendendo o Shiryu. – Kath ralhou com o marido.

- Não se preocupe senhora Kinomoto. Eu tenho muita paciência e tenho certeza que um dia, o meu sogro e eu nos daremos muito bem! – Shiryu disse otimista.

- Não me chame de "meu sogro", é senhor Kinomoto para você, seu abusado. – Touya encarou o "genro" bravo.

- Mais vai ter que ter muiiita paciência mesmo!! – Rô continuava resmungando no seu canto.

- Ah... papai... - Patty falou fazendo carinha de choro.

- Tá bem, tá bem... - rodando os olhos, Touya estendeu a mão para Shiryu. - Seja bem vindo à família, meu rapaz! – falou com a maior má vontade desse mundo.

- Sinto-me honrado, senhor Kinomoto. - Shiryu respondeu apertando a mão do sogro.

- Hoje foi o dia mais feliz da minha vida!!!! - Patty eufórica, pulava, abraçando os dois.

- Estou tão orgulhoso de você, Touya! - Kath falou se juntando ao abraço.

- Papai, você é o melhor!! - Rô falou se agarrando ao pescoço do pai. - Posso convidar o Choco para o jantar? – melhor aproveitar a boa vontade dele.

- Aquele selvagem? - Touya gritou se desvencilhando de todos. - Já é pedir demais por hoje!!!

É, não foi dessa vez, pensou Rô.

- Enquanto eu vou ver o que faço para o jantar... Patty e Shiryu poderiam ir arrumando o quarto de vocês dois... – Kath sugeriu se dirigindo à cozinha.

- Como assim, "o quarto de vocês dois"? - Touya perguntaou com uma sobrancelha levantada.

- Ehehehe... Sabe, papai... é que nos casamos assim tão rápido... bem... - Patty tentou dizer meio sem graça.

- Desembucha, Patty! – Touya falou impaciente.

- Mamãe nos deixou morar aqui por um tempo. – falou rápido e de uma vez só.

Touya com o punho levantado, partiu para cima de Shiryu.

- Ora, seu irresponsável! – foi seguro pela esposa que voltara da cozinha quando ouviu o primeiro grito e pela Rô. - Quer dizer que seqüestra a minha filha, se casa com ela sem a minha permissão e não tem onde morar? – agora ele já berrava.

- Calma senhor Kinomoto. – Shiryu tentava acalmar os ânimos do sogro. - Íamos para a mansão Kido, mas a Patty não gosta muito da Saori e a sua esposa nos ofereceu a casa por uns tempos...

- E isso também sem o meu consentimento, não é mesmo, querida! – Touya falou virando-se para a esposa.

- Touya, é só por uns tempos... – Kath tentou explicar, mas foi interrompida.

- Quanto tempo? Um dia? Um mês? Anos? E depois esse cavaleiro usurpador me toma a casa também? – Touya já ultrapassara os limites.

- Eu tenho um cargo muito bom na Fundação Graad, fechei acordo para comprar uma casa em Tókyo ontem, por isso nos casamos subitamente, já que o senhor nunca deixaria a Patty se casar comigo.

- Não quero mais brigas. Para mim, chega papai. Não vamos ficar lhe incomodando, não é mesmo Dragãozinho? – Patty falou séria virando-se para o marido.

- Ela o chama de Dragãozinho? – Touya registrou apenas o apelido.

- Sim, vamos ficar num hotel por uns dias e depois partimos para Tokyo. – Sghiryu disse à esposa.

- Quando você estiver mais calmo, volto para conversarmos, papai. - Patty falou com lágrimas nos olhos.

Shiryu abriu a porta para a esposa e saíram da casa dos Kinomoto. Agora Patty era uma Suyama e ficaria com seu Dragãozinho para sempre.

- Viu o que fez, Touya? Está feliz agora? - Kath bradou com as mãos na cintura.

- Eu vou subir para o meu quarto antes que sobre para mim... – Rô mais que rapidamente escapuliu da sala.

- Perdi a minha princesinha... de vez... - Touya falou com a cabeça apoiada nas mãos.

- Não, você não a perdeu... - Kath se aproximou do marido pondo a mão no ombro dele, num gesto de consolo. - Apenas tem que entender que ela cresceu, querido.

- É eu sei, meu amor... mas tinha que ser um Chinês? E ainda cabeludo??! - Touya perguntou um pouquinho indignado ainda, olhando para os belos olhos da esposa.

- Você não toma jeito mesmo! - Kath resmungou rodando os olhos.

By Patty

Notas da Rô:-

Oi Pessoal...sem notas hoje...eheheheh...mas prometo uma super nota no próximo capítulo.

A primeira história foi escrita pela Kath e essa segunda pela Patty, espero que vc tenham se divertido..eheheheh

Super beijos

Rosana (Rô)