Os Kinomoto

CAPÍTULO 09

A Partida

Alguns dias depois que a nova integrante da Família Kinomoto nasceu, todos estavam reunidos na sala, admirando o lindo bebê. Marjarie estava nos braços da mãe, que a enchia de carinhos a todo instante. Touya do lado, babando, enquanto observava sua rainha com sua nova princesinha. Ele estava de tão bom humor que nem se importava muito com a presença dos genros, só tinha olhos para o bebê. Rô estava sentada abraçada ao Seiya. Mas essa tranqüilidade durou pouco. Patty, ao lado de Shiryu, deu um comunicado a sua família que deixou seu pai descontrolado.

- VOCÊS O QUÊÊ? – Touya gritou depois de levantar-se bruscamente do sofá.

- Calma, querido... vai assustar a Marjarie... – Kath pediu.

- Querida, você não escutou o que a Patty disse! – ele não acreditava na tranqüilidade de sua esposa.

- Sogrinho, não é o fim do mundo... Só iremos para outro país. – Shiryu tentou acalmar os ânimos.

- É papai... Não vamos morrer ou coisa assim...

- Choco... acho que fica para próxima para contarmos aquilo... – Rô cochichou no ouvido do namorado.

- Até quando vamos adiar isso? – Seiya perguntou também cochichando.

- Você não vê que o meu pai pode não agüentar essas notícias bombásticas de uma vez? – Rô usava essa desculpa para adiar mais uma vez o grande segredo.

- Mas esse chinês cabeludo não disse que se mudariam para Tókio? Por que não ficam no Japão mesmo? Por que escolheram sair do país? – Touya tentava faze-los mudarem de opinião.

- Papai, a fundação Graad quer atuar mais efetivamente em outros países, e aquela Deusa de meia tigela confiou cargos importantes para Shiryu, Seiya e os outros... Estava na hora daquela mulherzinha dar um cargo a altura do meu Dragãozinho... pelo menos ficaremos longe dela...

- O bom é que o Choco ficou com a sede do Japão mesmo, assim ele fica pertinho de mim... – Rô falou enlaçando o pescoço do namorado.

- Mas ficará longe de sua família, Patty! Sua irmã acabou de nascer... – Touya nem tinha ouvido a filha mais velha, estava atônito por sua princesa do meio ir para outro país.

- E você está assustando a Marjarie... – Kath ainda tentava acalma-lo.

- E nós nos casamos e ainda não temos a nossa casa, Papai... Não aconteceu o mesmo com o senhor quando se casou com a mamãe? O senhor saiu da casa do vovô para ter a sua família...

- Isso é verdade... – Kath concordou com a filha.

- E teremos bons empregos na sede de Xangai. Saori... – nesse ponto Rô botou a o dedo na boca como quem vai vomitar. - ... tem plena consciência que lá ainda há grandes injustiças sociais... por isso me ofereceu o cargo de diretor desse país.

- Shiryu, quem deu essa idéia foi você mesmo, não venha falar que a Saori pensou nas pessoas que precisam de ajuda... – Patty falou ao marido.

- Mas vocês vão logo para aquela terra? Onde está cheio de chineses? Me dá até coceira só de pensar! – Touya falou encolhendo os ombros como se estivesse se arrepiando todo.

- Papai, não diga uma coisa dessa... o Shiryu é de l�, então ficaria melhor estarmos l�, para agir com a comunidade mais necessitada. E eu vou ajudá-lo no que precisar, não é Dragãozinho? - dando um selinho no marido e fazendo Touya contorcer a cara.

- Já sei, e se a Patty continuasse morando conosco e você fosse para Xangai e de 10 em 10 anos visitasse a minha princesinha? – falou como se uma lampadinha tivesse iluminado acima da sua cabeça lhe dando uma grande idéia. - Há muitos casais que moram em lugares diferentes... – completou.

- Que idéia louca é essa papai! Nunca que eu deixaria o meu Shiryu sozinho... – Patty indignou-se.

- Você prefere ficar com esse chinês cabeludo do que ficar com seu pai? Eu que te vi nascer, te criei, dei carinho... – agora era a hora de apelar.

- Ih.. começou a chantagem emocional... – Rô falou.

- Ele chega a dar medo. Seu pai precisa fazer terapia, sabia? – Seiya olhava o sogro meio fascinado, meio assustado.

- Mamãe... assim não dá... – Patty resolveu apelar para o bom senso da mãe.

- Será que você nunca vai entender que a sua filha cresceu e quer ter a sua própria família, querido? – Kath interferiu.

- Fiquem. – Touya falou, em outra mudança de tática, encarando o casal. - Eu não vou mais implicar com você, tudo bem, você pode ser um cavaleiro desmontado de bronze... aliás, eu posso mandar a sua armadura ser banhada em ouro, assim você ganha status e fica mais a altura da minha Patty... Patty, a sua mãe precisa de você... Eu preciso de você! Fiquem, eu prometo não implicar com esse chinês cabeludo... – prometeu como se estivesse engolindo um remédio super amargo.

- Papai, eu te amo muito. - Patty abraçou o pai de súbito, fazendo-o ficar quieto. - Não importa a distância entre nós, você sempre será o meu querido pai. - falou ao ouvido dele, com a voz embargada - Só que agora, preciso subir mais um degrau, dar mais um passo. Você sempre diz para nós irmos sempre em frente... eu estou indo, mas não quer dizer que vá esquecer o que ficou para trás...

- Patty... - Touya fungou um tanto emocionado, abraçado a filha. - Quando eu disse para você ir sempre em sempre frente, era só para te ensinar a dirigir, você atropelava todas as latas de lixo na calçada girando o volante feito louca... - ele disse dando um sorriso para a filha.

- Então ficará tudo bem não, é? – Patty perguntou aliviada.

- Desde quando eu consigo te impedir de fazer alguma coisa? Desde pequena é assim... foi assim quando eu disse que as tomadas eram perigosas, você não quis me escutar e cutucou com um prego... levou o maior choque e veio chorando para os meus braços... - ele falou, com lágrimas nos olhos.

- Espero que ele não comece a contar esse tipo de coisa quando chegar a nossa vez... – Rô falou um tanto quanto assustada.

- Não reclama, Rô. Eu me amarraria em ter um pai tão protetor assim. – Seiya disse parecendo um pouquinho emocionado também.

- Então... se eu levar um choque em Xangai ou algo parecido, volto para os seus braços, papai... – Patty falava com o pai.

- Eu vou cuidar da Patty, Sogrinho. – Shiryu resolveu se intrometer.

- Sua vida depende disso, seu chinês cabeludo! Faça a minha princesinha chorar que eu acabo com você! – Touya ameaçou.

- Ele não conseguiria nem arranhar um cavaleiro de bronze... – Seiya resmungou baixinho.

- Não começa, Choco! - Rô bronqueou dando um beliscão nele.

- Eu nunca que faria mal a Patty. - Shiryu sorriu, olhando para a esposa.

- Eu sei... - Touya soltou um suspiro. - Sejam felizes nessa nova etapa de suas vidas. - abraçou os dois. - E nos visitem de vez em quando. Se possível três vezes por semana...

- Papai... só você mesmo... – Patty acabou rindo do pai.

- Quando você partirão? – Kath perguntou

- Em uma hora. – Shiryu respondeu calmo.

- UMA HORA! Esperem mais um ano, assim dá tempo para se organizarem. – Touya afligiu-se.

- Papai é tão exagerado... – Rô falou.

- Papai, já está tudo pronto. – Patty explicou ao pai.

- As malas já estão arrumadas no hotel. – Shiryu disse.

- Deixa eu abraçar a minha filhota. - Kath levantou-se entregando Marjarie para Rô, e dando um forte abraço em Patty.

- Vou sentir muitas saudades, mamãe! Telefono quando chegar lá.

- E você rapaz, cuide bem da nossa Patty! - Kath pediu ao genro abraçando-o também.

- Não se preocupe sra. Kinomoto, a Patty é a pessoa mais importante para mim. – Shiryu garantiu.

- Dá um abraço aqui, baixinha! - Seiya levantou-se e abraçando a cunhada.

Pára de me chamar de baixinha! – ela bronqueou mas abraçou o cunhado. - E... – sussurrou no ouvido de Seiya. - Boa sorte com o papai...

Patty pegou a pequena Marjarie nos braços, despedindo-se da irmãzinha e depois deu um super abraço na irmã.

Patty, vou escrever pra você todos os dias! – falou Rô tão exagerada quanto o pai.

Eu também! – realmente ambas tinham a quem puxar, e voltaram a se abraçar, chorando.

Touya estava ao lado de Kath, paralisado.

- Bem, senhor sogrinho... temos que ir agora ou perderemos o avião. – Shiryu falou.

Patty abraçou o pai pela última vez, Shiryu pegou a mão dela, levando-a para a porta. Ela olhou para trás e viu a sua família toda junta, com o Choco ao lado de Rô e Kath com Marjarie no colo ao lado de Touya. Um pedaço de seu coração ficaria ali para sempre. Sussurrou um "amo vocês" quase inaudível, antes de fechar a porta e partir. Não para sempre, mas por um bom tempo.

- Ela... ela foi embora... – Touya falou ainda um tanto quanto pasmo, abraçando a esposa.

Vamos torcer por ela, meu amor. – Kath falou devolvendo o abraço do marido.

- Já estou morrendo de saudades. – Rô disse chorosa, sendo abraçada forte por Seiya.

By Patty

Notas da Rosana:

Oi gente...esse capítulo a Patty escreveu dias antes de ir para o Japão... Ficou o máximo, acho que ela exprimiu bem a vontade de ir, e a saudade que iria deixar p trás...

Bjs