OS KINOMOTO

CAPÍTULO 10

Segredo Revelado

Hoje é o dia. – disse Rô em voz alta ao se levantar.

Patty havia partido há mais de um mês, e ela sentia a cada dia mais falta da irmã, que nascera junto com ela, era sua metade que havia perdido.

- Ai, quem ler meus pensamentos vai pensar que a Patty morreu. Xô pessimismo. A Patty tá numa boa com o Dragãozinho dela, e isso é o que basta para me deixar feliz também.

O importante era que seu pai começava a se acostumar com a ausência da filha do meio, pelo menos ele parara de resmungar como nos primeiros dias, além disso, tinha sua irmãzinha que estava crescendo a olhos vistos, e que era a menininha dos olhos dele, talvez ele nem ficasse muito bravo com a revelação dela.

- Ora, a quem estou querendo enganar. Dessa vez eu acredito que vou matar meu pai... isso se ele não matar o Seiya antes.

Ela desceu as escadas um tanto quanto calada, o que não era seu normal, visto que enquanto não tomasse seu café seu humor não era dos melhores, sempre estava resmungando por algo, parecia o Taz-Mania, já que ninguém entendia nada, quem perguntava algo, só obtinha grunhidos como resposta. Infelizmente ela parara com o café, por motivos óbvios.

- Bom dia princesinha. – falou alegremente seu pai.

- Olá querida. Sente-se. Você parece meio abatida. Não dormiu bem? Precisa se alimentar melhor querida. É hoje que você vai tirar aquelas fotos do festival? Ah vai ser muito bonito, mais à noite seu pai, Marjarie e eu iremos até lá. – sua mãe disse tudo ao mesmo tempo, como era seu costume, mudando de um assunto para outro que nem uma metralhadora, ela não entendia aquela energia toda logo cedo.

Rô trocou um olhar com a pequena Marjarie, as duas sorriram pensando a mesma coisa: Mamãe nunca mudaria.

- Estou bem mãe. Bom dia papai. Oi maninha. – disse Rô beijando a bochecha fofa da irmã.

- Você vai tomar chá ou leite?

- Estranho você ter parado com o café. – seu pai começou. – Se bem que eu acho ótimo, café é terrível para a saúde, deixa os dentes amarelos, a pele amarela, os olhos amarelos, as unhas amarelas...

- Pai, fumantes ficam com as unhas amarelas.

- ...mas o café ajuda, ou pensa que não? Eu conheci um senhor que era todo amarelo, ele fumava e tomava café, vai saber qual das duas coisas o deixou assim?

Rô teve que rir.

- Olha só querida o que o papai comprou para você. – Touya disse para Rô mostrando um vidro de geléia. – Geléia de amora, a sua preferida. Eu vi como você ficou tristinha com a partida da sua irmã com aquele cabeludo, então resolvi fazer um agrado para a minha filhota mais velha. – falou enquanto abria a tampa do vidro.

O forte cheiro adocicado da geléia espalhou-se pela mesa, embrulhando instantaneamente o estômago de Rô.

- Sabe pai. – ela tentou dizer. – Acho que vou ficar na torrada sem nada, hoje.

- Imagina, você adora essa geléia. Sinta esse cheiro. – e enfiou o pote embaixo do nariz dela.

Não deu outra, ela empurrou a cadeira para trás e saiu correndo, dizendo que tinha esquecido a torneira da pia aberta.

- O que deu nessa menina? – perguntou Touya espantado.

Kath com um jarro de suco na mão estava petrificada no lugar.

- Ó meu Deus. – foi a única coisa que conseguiu dizer.

- O que foi querida?

- Esqueci de adoçar o chá. – ela pensou rápido.

Se o que tinha passado pela sua cabeça fosse mesmo verdade, a casa iria pegar fogo.

- Você está com o jarro de suco na mão.

- Isso mesmo. – Kath nem fez conta do que o marido dizia.

- Eu hem, só tem maluco nessa casa, menos eu e a minha princesinha Marjarie. – falou Touya fazendo festa com a filha.

KKKKKKKKKKKKKKK

- Eu não vou conseguir. – Rô quase chorava no telefone, falando com Seiya.

- Ei, ei, ei...cadê a minha sapequinha corajosa? Nós vamos contar juntos e... – foi interrompido com um grito.

- Tá maluco? Ele vai matar você, vai me matar, e no acesso de loucura dele vai matar minha mãe e minha irmã, antes de morrer do coração.

- Deixa de ser lunática, seu pai não vai me matar porque nós vamos nos casar.

Não, nós vamos fugir, e depois eu digo que estou grávida.

- E quando o bebê nascer, vai dizer o quê? Que ele é prematuro de 5 meses?

- Há casos assim.

- Vê se pensa, você está de 4 meses sua pateta.

- Não me chama de pateta seu tarado.

- Agora eu sou tarado?

- Desculpa, tô ficando nervosa com toda essa ansiedade... - silenciou de repente. Sua mãe estava parada na porta do quarto, com uma cara nem um pouco agradável. – Ah Seiya, preciso desligar.

-Rô? – ele gritou, mas não teve jeito, ela já tinha desligado.

- Oi mamãe.

- Você enlouqueceu? – ela perguntou.

- Aparentemente sim. – foi o que Rô conseguiu responder.

- Como você deixou isso acontecer? Não é mais nenhuma menininha, por mais que seu pai diga isso. Eu não lhe ensinei tudo a esse respeito? Conversei pouco com você? É minha culpa, eu sabia. – a mãe já começava a parecer com as matronas italianas, só faltava erguer os braços para cima e começar com os mamma mias.

- Mãe, é claro que não é culpa sua, eu fiz tudo certinho.

-E o que deu errado?

- O que sempre dá nesses casos.

As duas ficaram se olhando por alguns segundos.

- Ah, minha filhinha vai me dar mais netos, hoje é um dia tão feliz.

Quem entendia sua mãe. As duas se abraçaram longamente.

- Vai me ajudar a contar para o papai? – Rô perguntou baixinho esperançosa.

Kath olhou para a filha e passou a mão no rosto dela delicadamente, a mãe iria ajudá-la.

- De jeito nenhum.

- Mãe!

- A única ajuda que terá de mim, será chamar a ambulância antes de seu pai ter um infarto.

KKKKKKKKK

Rô ficou a tarde tirando fotos no festival, mas sua cabeça estava na conversa que teria com o pai. Droga, não era nenhuma covarde, ela e Seiya erraram, e agora teriam que arcar com as conseqüências, só tinha medo do que poderia acontecer com seu pai.

Estava tão concentrada em seus pensamentos que nem viu a aproximação de uma pessoa que chegou por trás enlaçando-a pela cintura.

- Oi mãe dos meus filhos.

Ela sorriu ao ouvir aquilo. Virou-se para Seiya e beijou-o apaixonadamente.

- Então? Não passa de hoje não é? – Seiya perguntou, não agüentava mais aquele suspense.

- Minha mãe já sabe.

- E o que ela disse?

- Que a única ajuda que teremos será com ela chamando a ambulância.

Seiya teve que rir.

- Queria que a Patty estivesse aqui. – Rô falou encostando a cabeça no peito do namorado.

- Vai dar tudo certo.

- Você parece a tia Sakura falando. Aí vem meu pai. – ela disse baixinho afastando-se.

Touya aproximou-se com Kath e Marjarie, mas quando viu Seiya ao lado da Rô fechou a expressão.

By Rô KKKKKKK

Eu não acredito que aquele selvagem já está tentando agarrar a minha princesa! – resmungou irritado e, a passos duros, se aproximou do casal.

Kath apenas soltou um suspiro e seguiu o marido. Podia sentir a tormenta se aproximando e torcia para que, entre mortos e feridos, todos ficassem bem.

- Oi sogrinho! – Seiya cumprimentou de modo despreocupado recebendo um grunhido e uma carranca ainda maior por parte de Touya como resposta.

- Choco, vê se não piora a situação – Rô falou baixinho enquanto dava um cutucão no seu amado.

- Ok... – ele respondeu no mesmo tom – E aí dona Kath! – voltou a falar animado – E a Marjarie – aproximou-se apertando as bochechas da criança – Como ela é fofinha! – Marjarie sorriu de volta para o futuro cunhado.

- Êpa! Pode parar seu cavaleiro de quinta! – falou Touya com seu tom ameaçador, puxando Marjarie dos braços de Kath e a apertando nos seus – Ela é minha princesinha e eu sou o único que pode se aproximar dela! Ora essa, seu delinqüente, está querendo abusar da minha filhinha, é?

- Claro que não! O senhor sabe que eu só quero a Rô! – respondeu Seiya, piorando ainda mais a situação.

- Como é? – veio um rugido – Você está abusando da minha Rô?

Rô e Kath apenas trocaram olhares e balançaram a cabeça. Realmente, com o Seiya só dando mancada, seria uma missão impossível contar a novidade.

Alheia à tensão formada, Marjarie apenas começou a rir, o que teve o efeito de controlar Touya que já se encontrava a ponto de pular no pescoço de Seiya.

- Oh! – falou Touya todo derretido – Essa é a minha princesinha! – e passou a ignorar totalmente os demais, brincando com a filhinha.

- Rô, quando é que você pretende contar? – Kath falou enquanto cuidava com o rabo do olho, o que Touya estava aprontando.

- Hoje... – veio a resposta de Rô que respirou fundo juntando coragem. – e vai ser agora! Papai! – chamou com a voz séria, fazendo seu pai encará-la rapidinho

- O que foi? É esse selvagem? O que ele aprontou dessa vez?

- Não é nada disso papai... Eu... quero contar uma coisa para o senhor... – o tom de voz de sua filha fez Touya preocupar-se imediatamente – ... é sobre algo que Seiya e eu fizemos...

- Vocês? Juntos? – O Kinomoto pai começou a suar, sua mente estava mostrando várias coisas que os dois poderiam ter feito juntos e não gostou de nenhuma delas.

- Sim... eu e ele... nós... bem... - Rô mexia as mãos, ainda indecisa sobre como contar.

- Ah! Deixa que eu falo! – exclamou Seiya, já impaciente com a enrolação – A minha sapequinha está grávida!

Todos silenciaram imediatamente, Kath tapou o rosto para não ver o que viria em seguida, Rô se encolheu esperando a explosão, Seiya engoliu em seco e Marjarie soltou um bocejo.

- A Rô? A minha princesinha... está grávida?... – Touya murmurou ainda tentando compreender e assim que a ficha caiu, contorceu seu rosto em fúria – GRÁVIDA? EU OUVI BEM? GRÁVIDA? GRRRAAARRR – atirou Marjarie longe, que foi pega num movimento espetacular de Kath, e se lançou no pescoço de Seiya. Com um movimento tão rápido que parecia se mover na velocidade da luz.

- Papai! Calma! – Rô gritava desesperada enquanto tentava salvar seu chocolate.

- Não defenda ele Dona Rô!

Ih! O negócio tava feio, para Touya colocar o dona na frente do nome, significava que estava prá lá de furioso

- Calma aí, sogrinho. – Seiya conseguiu dizer em meio à sua luta pela sobrevivência.

- E não me dirija a palavra!

- Touya, querido, por favor, acalme-se.

- Eu não vou me acalmar! Eu não quero me acalmar! A minha princesinha está grávida!

BUUUUUUMMMMMM

Finalmente o peso da revelação teve seu efeito completo levando Touya ao seu conhecido estado de inconsciência.

- É, até que ele agüentou ficar de pé por bastante tempo – falou Kath tranqüilamente.

- Mamãe! Como você pode ficar tão calma? – perguntou Rô, já entrando em prantos, olhando desolada para o pai desmaiado

- Querida, não adianta se desesperar... – Kath aproximou-se da filha e pôs a mão em seu ombro – ...o desespero não vai melhorar em nada a situação.

- Eu sei, mas é que...

Vendo o rosto triste da irmã, Marjarie esticou os bracinhos e fez um carinho nas bochechas marcadas pelas lágrimas. Isso pareceu tranqüilizar Rô que esboçou um sorriso e pegou a irmã no colo.

- Bem... – veio a voz de Kath falando de modo prático – Agora o que vocês podem fazer é providenciar o casamento e desse jeito consertar pelo menos um pouco da situação.

-Tem razão... – Rô voltou-se para Seiya que ainda estava sentado massageando a garganta. – Choco, precisamos resolver isso o quanto antes.

- O que você quiser. – disse Seiya levantando-se e olhando o Kinomoto desmaiado – Seu pai está forte, hein? Por acaso ele anda treinando às escondidas? Nossa, ele tá quase no nível de um cavaleiro de ouro.

A menção da palavra cavaleiro, foi capaz de despertar Touya que levantou-se de um pulo, pronto para continuar com a extinção de um certo pégaso.

By Marjarie

Notas da Rosana:

Oi gente, na parte q o Touya joga a Marjarie p cima eu tive um acesso de riso tão grande que mal consegui terminar a revisão...ehehehe...juro que pensei q eu tivesse escrito essa maluquice, ainda bem que mandei p Marjarie e ela me recordou q tinha sido ela..ahahahah...acho que n jogaria mesmo a Mar pelos ares, tadinha, só ela mesmo...continuem acompanhando a saga da gravidez da Rô, teM umas partes engraçadas.

Ah sim, não se liguem em idades, a Marjarie ainda era de colo aqui, e mais a frente já será uma adolescente, eu precisava da ajuda dela, então corri o tempo, com ela apenas...pois ainda estarei grávida..eheheheheh