OS KINOMOTO
Autora do Capítulo: Marjarie
Capítulo 15
Touya, meio aéreo ainda pela notícia das filhas gêmeas, estacionou o carro na entrada da garagem. Saiu do veículo como se estivesse em transe. Kath e as filhas, mal sabiam como ele tinha conseguido acertar o caminho de casa.
"Duas meninas..." – Touya falava encarando o teto ao entrar. – "Duas meninas." – falou outra vez, sua expressão sofrendo estranhas mudanças.
"Papai?" – Rô chamou cautelosamente.
"Duas meninas!" – agora sim, parecia um lunático. Ergueu os braços para o alto e começou a rir loucamente. – "Finalmente terei minha vingança! Aquele-que-não-deve-ser-nomeado sofrerá na pele a sina de ter filhas... duas ainda por cima. E hão de ser como a Marjarie." – concluiu dando um soco na palma da mão esquerda.
"Com certeza papai não está em seu juízo perfeito." – a garota citada falou com uma expressão disfarçada, estava muito ciente de como adorava aprontar com o coitado.
"Hu hu hu hu." – ainda com um brilho alucinado nos olhos, Kinomoto pai foi adentrando a sala, se jogando em seguida no sofá. – "Hu hu hu hu."
Kath apenas soltou um suspiro, balançando a cabeça de um lado a outro, Touya parecia cada vez mais insano.
"E o que vocês acham de..." – Rô começou, atraindo a atenção do pai, que já estava com papel e caneta em mãos para iniciar seus planos infalíveis, Kath, que apenas encarava o marido e Marjarie, que ensaiava expressões inocentes para tentar melhorar a imagem que tinha com seu pai. – "... começarmos a escolher os nomes? Estou aceitando sugestões..."
"Yeah!" – Mar pulou com os braços para o alto. – "Eu tenho uma maravilhosa fonte de inspiração, esperem só pra ver!" – falou com um sorrisinho antes de voar até o quarto.
"Coitado daquele que não-deve-ser-nomeado, hu hu hu hu." – Touya falou ainda com um brilho estranho no olhar, imaginando um Seiya enlouquecido, tentando controlar duas Marjaries saltitantes.
KKKKKKKKKKK
"Mas o que é isso?" – Rô perguntou assustada.
"A Tabela Periódica!" – Marjarie respondeu inocente.
"Isso eu sei, mas o que ela tem a ver com os nomes?"
"Aí é que está o brilhantismo da coisa... escolheremos algum elemento da série dos Lantanídeos. Tem nomes super originais." – completou com a maior cara séria do mundo, como se não estivesse dizendo nada maluco.
"Horríveis, você quer dizer." – Rô encarava a Tabela com as sobrancelhas erguidas. – "Que quê é isso? Praseodímio?"
"Bah, esse é the best! Imagine só, quando conhece alguém..." – engrossou a voz e simulou um diálogo. – "Olá, muito prazer, sou fulano de tal e você, é? Praseodímio. Sim, sim, o prazer é todo meu, mas... qual é seu nome? Praseodímio! Isso eu já entendi! Perguntei qual é seu nome? Praseodímio. Uaaahhhhhhhh!" – continuou com sua encenação dramática, seus pais apenas rodaram os olhos. Que filha mais doida.
"Mar..." – a irmã falou meio sem jeito, mas a caçula não parecia que daria mostras de parar.
"Que tal então, Promécio... Aí o diálogo fica assim... Você promete se comportar minha pricesinha?" – falou numa imitação caricaturada do pai. – "Promécio. Ela responde de modo convincente. Ou então Disprósio... Fala aê Disprósio, tá a fim de dar uma disprosiada? E não podemos esquecer dos viajantes... Európio, Amerício, Califórnio. Oh yeah!"
"Minha filha..." – Kath finalmente interviu. – "Esses nomes são todos masculinos."
"Ah é? Ahhhh éééé... Mas é que eu achei divertido. E claro que eles não valem como sugestão de verdade, são muito feios, mas pedem para serem alvos de brincadeirinhas." – concluiu com um sorriso inocente.
Rô soltou um suspiro aliviado, já voltando a sorrir animada.
"Então, alguma sugestão? Alguma válida?" – acrescentou depressa ao ver a irmã já abrindo a boca para falar mais alguma doideira.
"Que tal..." – Touya começou, pensativo. – "Touya Neta... Lindo não acha?"
"Você não pode estar falando sério." – Kath o encarava com a sobrancelha erguida, olhando-o horrorizada.
"Ah, é... esquece."
"Que acham de Rolando Escada Abaixo?"
"Marjarie..." – a mãe falou em tom de aviso.
"Tá, desculpa, já parei... mas é que eu lembrei de uma reportagem com nomes absurdos que os pais põem nos filhos. Tinha até a Graciosa Rodela... Hilário né?"
"Só você mesma." – Rô falou balançando a cabeça de um lado a outro, não sabia se ria ou chorava, preferiu rir.
"Eu acho que seria melhor você e Seiya escolherem." – Kath lançou um olhar cheio de significado ao marido – "Já está mais do que na hora de você" – apontou um dedo acusador a Touya. – "parar com essas implicâncias!"
A filha mais velha o encarou em expectativa.
"Hum... bem, não posso negar que estou doido para tirar onda com a cara dele, hu hu hu hu."
"Touya!"
"Ah, tá bem, chamem logo o Selvagem!" – falou rápido, antes que se arrependesse.
Rô, mais que depressa, envolveu o pai em um abraço apertado, seus olhos brilhando de felicidade.
"Papi, obrigada."
"Certo." – falou bagunçando levemente os cabelos da filha que, após dar um beijo na bochecha dele, correu para o telefone. – "Aiai, acho que estou amolecendo."
KKKKKKKK
"Sogrinho!"
"Ih, cai fora meu, só porque permiti que visitasse minha filha não quer dizer que pode chegar com essas liberdades." – Touya falou em tom definitivo.
"Sogrinha!" – Seiya falou animado, abraçando a Kath.
"Hey, não ouviu o que acabei de dizer? E Marjarie, fique longe desse aí."
"Cunhado!" – Marjarie não perdeu tempo, cumprimentando o Pégaso com um abraço.
Touya apenas enterrou o rosto nas mãos, ninguém o escutava, ninguém.
"Acho que o casal deve resolver isso entre eles." – Kath sugeriu – "Vamos todos lá para cima." – começou a puxar a filha e o marido pelo braço, sorrindo para Rô.
"Obrigada, mãe." – ela falou baixinho, com um sorriso.
"Sapequinha." – Seiya não perdeu tempo, assim que os três alcançaram os últimos degraus, abraçou a Rô forte, beijando-a em seguida. – "Nem acredito que seu pai permitiu que eu viesse."
"Nem eu, acho que ver as netinhas acalmou os ataques dele." – falou risonha. – "E também tem a ajuda da mami."
"Grande dona Kath."
"Mas então... já teve alguma idéia para os nomes?"
"Eu estava pensando." – pousou suavemente a mão direita sobre a barriga da garota, iniciando um leve carinho. – "Conheço uns nomes bonitos."
KKKKKKKK
"Papai, o que você pretende fazer?" – Marjarie perguntou séria ao pai que estava pendurado na janela do quarto da irmã.
"Pular a janela, oras! Mas tá complicado... como me arrependo de ter serrado o galho da árvore."
"Bem, quando se tem uma serra elétrica é até normal sair cortando as coisas, em filmes de terror isso ocorre todo o tempo." – a garota comentou.
"Certo, certo... mas deixando isso de lado, me arruma dois lençóis." – o pai falou apressado, pois havia escutado passos.
"Querido!" – era a voz de Kath, Touya se encolheu. – "Foi eu virar para o lado que você sumiu das minhas vistas... o que está fazendo no quarto da Rô?"
"Nada!" – falou rápido demais.
"Ah, eu te conheço, confessa, o que está aprontando?" – perguntou, sua mão na maçaneta tentando abrir a porta, mas esta estava fechada.
"Nada demais, querida, estou apenas aqui com minha princesinha..." – fez sinais para chamar a atenção da filha.
"Oi mãe!" – ela gritou de dentro do armário, estava catando os tais lençóis.
"Ah, então a Marjarie está aí... hum... comportem-se os dois."
"Sim senhora." – responderam ao mesmo tempo.
A garota finalmente encontrou o que buscava e alcançou ao pai.
"O que vai fazer agora?"
"Eu não... você." – falou sério, ainda na janela. – "Amarre um no outro e prenda na janela."
"O.k." – falou dando de ombros, pensando que não era bom contrariar um louco. Fez o que foi pedido e ficou parada, encarando o pai.
"Que está esperando?" – ele perguntou impaciente. – "Você vai primeiro."
"Quê?" – Mar olhou o pai, assustada.
"Você será minha cúmplice." – pegou a filha pelo braço e a puxou para a janela. A garota se agarrou ao lençol e começou a descer, encarando o pai, abobalhada.
"Pai, ce tá legal?"
"Nunca estive melhor hu hu hu hu." – voltou a sua expressão amalucada, seguindo a filha na descida.
"E que história é essa de cúmplice?"
"Não pretendo ser pego sozinho." – ele falou em voz baixa.
"Eu hein..."
KKKKKKKK
"Hum... não sei, não parece legal." – Rô ia falando, pensativa.
"É, pensando bem, não é lá essas coisas."
Ficaram em silêncio, de testas franzidas, pensando, até que tiveram um estalo.
"Que você acha de..." – falaram ao mesmo tempo, pararam rindo. – "Pode falar." – disseram juntos outra vez. Encararam-se, esperando que o outro falasse, então, soltaram um suspiro. - "Tive uma idéia para o nome!" – exclamaram em uníssono. Sorriram.
"Afe, que sem graça..." – Touya comentou com a filha, espiando a sala por uma frestinha na cortina. – "Eu esperando encontrar os dois em posições comprometedoras, só expulsar o Selvagem a vassouradas e os encontro conversando? Comportados ainda por cima?"
"Papi, tô achando que você é que tem a mente poluída..." – Marjarie falava acenando positivamente com a cabeça.
"Eu sou é vivido, minha filha, sei do que estou falando." – concluiu cheio de importância, atento à conversa do casal. Eles ainda não tinham chegado em um acordo de quem falava primeiro.
"Vamos falar os dois juntos, então." – Rô encerrou o assunto.
"Beleza." – Seiya concordou, satisfeito. – "1, 2, 3 e..."
"Sammy."
"Lú."
Pararam, sorrindo, contentes com a escolha. Rô pôs as mãos sobre a barriga e falou com voz cheia de carinho.
"Que acham? Gostaram dos nomes, minhas filhotas?" – recebeu um leve chute como resposta. – "Elas chutaram!"
"O quê?" – Touya ergueu-se depressa, dando uma cabeçada na janela no processo.
"Pai? O que tá fazendo aí?" – Rô perguntou de olhos arregalados.
"Fazendo? Eu?" – olhou para a caçula que tentava sair de fininho e a puxou pelo braço. – "Só tava batendo um papinho com a Marjarie, comentando a direção dos ventos."
A garota o encarava como se tivessem surgido antenas na cabeça no pai.
"Mas eu não sou importante..." – falou abanando a mão. – "É verdade? Minhas netinhas se mexeram?"
"Sim." – Rô sorriu docemente, pegando a mão de Seiya. – "Agorinha mesmo."
"Eu tenho que ver isso." – inesperadamente sumiu das vistas de Seiya e Rô, arrastando Marjarie pelo braço. – "Temos que voltar pro quarto."
"Não é mais fácil entrarmos pela porta?"
"Não podemos... devemos sumir com as provas do crime." – ele falou com a voz abafada.
"Eu hein, que piração." – foi tudo que a garota falou antes de escalar os lençóis.
KKKKKKKK
"Quero detalhes!" – Touya entrou de modo tempestuoso na sala, se jogando no sofá.
"Logo que eu perguntei se elas gostaram dos nomes..."
"Sim, sim, essa parte eu acompanhei... quero saber se o chute foi forte! Estou doido para ver minhas netas esfolando o Selvagem hu hu hu hu."
"Papai!" – Rô exclamou.
"Não ligue para ele, querida." – Kath falou beliscando o marido, sem nunca deixar o sorriso sumir da face. – "Mas então, que nomes escolheram?"
"Lú e Sammy." – Seiya respondeu, ainda de mãos dadas com sua Sapequinha.
"São perfeitos." – a mãe falou feliz, Marjarie apenas concordava com a cabeça, maravilhada só de imaginar suas sobrinhas.
Enquanto isso, Touya permaneceu alienado, seu sorriso sinistro de volta.
"Tão pequenas e já chutando... hu hu hu hu."
Continua...
Notas da Marjarie:
Olá! Mil perdões pela demora, mas aí está mais um capítulo dessa insana aventura, com direito a muita maluquice do papai que anda vendo muitos filmes de espiões. Espero que tenham gostado e se divertido assim como me diverti ao escrever.
Obrigada pelos reviews.
Beijos e até a próxima!
Ah sim, não deve demorar muito para o cap seguinte... eu já comecei a escrevê-lo...
Tchauzinho
Notas da Rô:
Oi Pessoal!
Espero que tenham tido um ótimo Natal e Ano Novo.
Se não fosse a mana Marjarie essa fic estaria com teias de aranha, pq simplesmente, não tenho idéias, estou às moscas com essa história, as idéias fugiram, nem sei como fazer com que as minhas filhas nasçam..ahahaha...mas esse capítulo ficou tri-legal, eu ri a beça. Espero que vcs curtam assim como eu.
Valeu pelos reviews.
Beijos
