Short de Rute Riddle
Romance
Nós éramos apenas amigos
Sinopse: Amigos? Sim, os melhores! E agora casam-se? Sim, para salvar as empresas. Mas eles amam-se? Nem eles o sabem.
Capitulo 1
A solução
"-Bom dia mãe." – Cumprimentou entrando na cozinha da Toca.
Sorriu, vendo a matriarca largar o que fazia para a vir abraçar. Era assim todos os Sábados, desde que ela saíra de casa, ou seja, há 3 anos.
"-Gininha querida, estava com tantas saudades." – Disse a ruiva mais velha apertando a filha.
"-Mãe, estás a sufocar-me, e eu estive aqui na terça – feira." – Rebateu Ginevra afastando dela.
"-Mesmo assim, eu queria que tu viesses cá todos os dias."
"-Sabes que não dá, as coisas na empresa não vão muito bem."
"-Eu sei filha, Narcisa diz o mesmo."
"-Narcisa? A mãe do Draco?" – perguntou a ruiva surpresa.
"-Sim. A tua empresa e a dele não vão bem, e é tudo culpa daquela nova empresa Americana não é?"
"-É pois. Ela é maior que a minha, maior que a Empresa Malfoy, eles dão melhores ofertas, logo fazem os melhores contractos, e eu e Draco, ficamos sem lucro. Muito pelo contrário."
"-Bem, bem…tu hás-de arranjar uma solução. Lembras-te quando pegaste na empresa, ela não tinha futuro quando o Senhor Brown ta vendeu, mas meses depois começaste a lucrar."
"-Sim mãe, eu sei, e Draco ajudou, ele negou alguns contratos para eu os puder aceitar, e assim minha empresa cresceu. Mas agora não sei, eu não consigo pensar numa saída."
"-Certo, vamos esquecer os problemas por enquanto, que tal irmos almoçar fora?"
"-É uma óptima ideia. Onde?"
"-Onde achas querida? Ao restaurante Italiano."
"-Claro, tu simplesmente adoras a comida de lá, em especial as sobremesas." – Disse Ginny saindo de casa com a mãe a sorrir ao seu lado.
…
"-E então como está o pai? Não o tenho visto muito ultimamente."
"-Pois não, ele anda cheio de emprego lá no Ministério." – Respondeu Molly enquanto olhava o Menu do restaurante. – "Assim como o teu irmão Ron, desde que casou é raro aparecer lá por casa. Só tu lá vais."
"-Ora mãe, o Ron agora tem sua família mais a Hermione, e os manos, tu sabes. Estão todos no estrangeiro, até os gémeos, foram para Itália em negócios."
"-Pois é, fui abandonada. Filha, quando é que tu pensas em casar?"
Ginevra engasgou-se com a própria saliva e em seguida olhou em choque para a mãe.
"-Casar? Mãe, eu não tenho tempo. E depois não gosto de ninguém."
"-Draco disse o mesmo à mãe dele no outro dia."
"-Tu e Narcisa andam muito amigas." – Comentou a ruiva mais nova.
"-Ora, tu e o Draco também são bons amigos e eu não me importo."
"-Eu não estou importada com o facto de tu e a Narcisa serem amigas, mas às vezes fico assustada, nem quero imaginar o que vocês dizem nas nossas costas."
Molly apenas sorriu, voltando sua atenção para o Menu, não respondendo nada à filha.
"-Olá!" – disse uma voz forte atrás de Ginny.
"-Draco! Olá." – Cumprimentou ela assim que se virou e viu o loiro de pé a olhar para ela. – "Senta-te connosco."
"-Obrigado." – Agradeceu ele sentando-se entre as duas ruivas. – "Olá Molly."
"-Olá querido. Tudo bem?"
"-Sim, dentro dos possíveis."
"-Conseguiste fechar o tal negócio hoje de manhã?" – perguntou Ginny bastante curiosa.
"-Não." – Respondeu ele bufando. – "Raios, a minha proposta não era má, mas aqueles americanos deram cabo de tudo mais uma vez."
"-Eles são poderosos demais, por mais que nós os nos juntemos não os conseguimos vencer."
"-É verdade. O Blaise até disse para eu oferecer mais do que estava a pensar ontem."
"-Ofereceste?"
"-Sim, mas mesmo assim não deu." – Respondeu ele sentindo-se derrotado.
"-Tem calma Draco, haverão mais negócios." – Reconfortou a ruiva pegando na mão dele e sorrindo-lhe. – "Nós haveremos de dar a volta por cima, verás."
"-É isso!" – disse Molly fazendo com que Draco e Ginny desviassem o olhar um do outro e encarassem a ruiva mais velha.
"-Isso o quê mãe?"
"-Draco, a tua mãe está em casa?" – perguntou Molly sem se dar ao trabalho de responder à filha.
"-Sim, ela está."
"-Então, eu vou ter com ela."
"-Mas? Mãe, e o almoço?" – Perguntou Ginny vendo a mãe caminhar até à saída do restaurante.
"-Comam, vocês, eu tenho que ir."
Ginevra olhou para o loiro que apenas encolheu os ombros.
"-Bem, almoças comigo?"
"-Claro fofa."
Ela sorriu, era hábito, ele tratá-la assim. E ela gostava, sentia-se sempre bem quando ele a tratava por fofa, era como se fosse importante para ele. Certo, eles eram bons amigos, os melhores, e o facto de serem parceiros de trabalho ajudava. Não trabalhavam na mesma empresa, cada um tinha a sua, mas muitas vezes juntavam-se e decidiam quem ficava com que negócio, visto ambas as empresas tratarem do mesmo, mas agora já não conseguiam, graças à empresa Americana.
Suspirou, começando a comer.
"-O que será que deu à minha mãe para ela sair daqui assim? Logo ela que adora este restaurante, e as sobremesas."
"-Pois não sei fofa, pelos vistos ela lembrou-se de algo."
"-E porque foi ter com a tua mãe?"
"-Não faço ideia, mas tu sabes que elas andam muito amigas. Na verdade, amigas de mais, até me assusta. Tu sabes que elas falam de nós?"
"-Sei sim. É realmente estranho, mas enfim, fazer o quê? As mães têm a mania de falar dos filhos."
Draco riu, continuando o comer.
….
"-Bem, vou para casa."
"-Queres que te acompanhe?" – perguntou Draco enquanto esperava que ela vestisse o casaco.
"-Não é necessário, eu vou aparatar."
Ele sorriu, dando um beijo na bochecha dela e vendo-a aparatar em seguida.
…
Deixou o casaco em cima da cama e em seguida olhou para os papéis que estavam em cima da sua mesa. Não lhe apetecia tocar neles naquela altura. Suspirou caminhado até ao banheiro privativo, e começando a despir-se. Segundos depois encontrava-se a tomar um banho relaxante.
Fechou os olhos e sorriu, pensando em Draco. Era algo que acontecia quase sempre, mas agora ela já não se importava por pensar nele, é claro que nos primeiros dia era algo difícil, ou melhor, angustiante pensar nele, sonhar com ele. Mas agora já não. Não sabia dizer o que sentia por ele, apenas sabia que gostava daquele sentimento, gostava da relação que mantinha com ele.
Abanou a cabeça parando de pensar no loiro e saindo em seguida da banheira, enrolada numa toalha fofa, e caminhando até ao quarto, pingando o chão.
Assim que olhou para cima da cama viu uma coruja negra, a coruja da Família Malfoy.
«Narcisa» – pensou no mesmo instante, e em seguida ligou esse pensamento à sua mãe.
Retirou a carta da pata da coruja e ela em seguida voou. Não queriam resposta, o que era estranho. Abriu a carta e ergueu a sobrancelha ao ler o conteúdo.
Ginny querida, eu e tua mãe estivemos a conversar e chegamos a uma maneira para a tua empresa voltar a lucrar, assim como a do Draco. Então, vem jantar cá a casa que nós as duas contamos tudo a ti e ao meu filho. O jantar é às 7 como sempre.
Beijos Narcisa.
Pousou a carta na cama e em seguida olhou-a atentamente. Como assim elas tinham arranjado uma maneira? Ela e Draco tinham pensado, e pensado e não haviam arranjado nenhuma solução, como é que elas tinham?
Abanou a cabeça. Não valia a pena tentar adivinhar, ao jantar saberia.Suspirou e em seguida caminhou até ao roupeiro. O que vestiria?
Jantar na Mansão Malfoy era algo importante, mesmo que fosse só jantar com sua mãe, com Narcisa e com Draco.
«Draco. Já sei, ele adora esta camisa rosa, e a saia preta. Pronto, é isso.» - Pensou retirando a roupa do armário, e pondo-a em cima da cama em seguida.
Minutos depois ela encontrava-se em frente do enorme espelho, a pentear o enorme cabelo ruivo. Sorriu, deixando-o perfeitamente cacheado. Em seguida olhou para o relógio. 4 Da tarde, ainda podia ver alguns relatórios, depois iria jantar à Mansão.
Tocou à campainha e não estranhou nem um pouco quanto a porta foi aberta por um elfo, dois segundos depois.
"-Minha senhora esperar na sala, jantar ir servir em seguida." – Disse o elfo fazendo uma vénia à ruiva que o olhava. Nunca se iria habituar aos elfos daquela mansão.
"-Olá outra vez fofa." – Murmurou uma voz ao ouvido dela, fazendo-a virar-se com um sorriso. – "Estás linda. Isso tudo para um jantar comigo e com as nossas mães?"
"-Sabes como sou, gosto de deixar boa impressão. Mas tu também estás muito bem!" – constatou ela observando o terno cinzento-escuro dele, a camisa cinza, e os cabelos loiros que caiam disciplinadamente para a frente dos olhos dele.
"-É o hábito." – Respondeu ele fazendo a ruiva sorrir.
"-Já chegaram os dois. Que bom." – Disse a voz estranhamente alegre de Narcisa no cimo das escadas.
A ruiva observou a mãe de Draco descer as escadas seguida pela sua mãe.
"-Olá Ginny."
"-Olá Narcisa." – Cumprimentou ela.
"-Vamos para a sala? Temos, um belo jantar hoje." – Disse a loira começando a caminhar até á sala.
"-O que é que a senhora andou a tramar mãe?" – perguntou a ruiva à mãe quando ela passou por ela.
"-Nada de especial, eu acho que vai resultar lindamente, talvez mais do que eu pensava." – Respondeu Molly com um sorriso estranhamente malicioso, o que fez Draco e Ginny trocarem olhares tensos entre eles.
"-Imaginas o que seja?" – perguntou ela sentando-se ao lado do loiro.
"-Não faço ideia fofa."
"-Certo. Bem, na carta falavam sobre uma solução para as nossas empresas. Qual é?" – perguntou a ruiva.
"-Que tal jantarmos primeiro? Depois do jantar nós contamos a nossa ideia brilhante não é Molly?"
"-Claro. Vamos comer!"
Ginevra e Draco não disseram nada, apenas começaram a jantar em silêncio, ambos ansiosos para saber qual era a tal ideia brilhante que elas haviam tido.
….
"-Então agora vão-nos dizer qual é a vossa ideia?" – perguntou Draco sentando-se no sofá ao pé da Ginny, segurando um copo com vinho do Porto.
"-Acho que agora vos podemos dizer." – Respondeu Molly sentando-se na poltrona em frente dos dois jovens.
"-Óptimo mãe, nós estamos à espera." – Murmurou Ginny.
"-Bem o vosso problema é a empresa americana não é?"
"-Sim."
"-Ela é muito poderosa, e então a Molly teve uma ideia, como as vossas são ambas boas empresa, vocês podiam juntar."
"-Mas, nós já trabalhamos praticamente juntos." – Disse Draco percebendo que a ideia não era tão brilhante assim.
"-Draco está certo. Nós vamos a muitas reuniões juntos."
"-Ginny, filha, eu lembro-me de tu me teres dito há algumas semanas que a empresa americana era constituída por duas certo?"
"-Sim. Duas simples empresas, mas eles juntaram-se, quer dizer, casaram."
"-Ora ai está a resolução do vosso problema." – Disse Narcisa feliz.
Draco engasgou-se com o vinho e Ginny apenas olhou da mãe para Narcisa e em seguida novamente para a mãe sem conseguir dizer nada.
"-O que é que vocês querem dizer com isso?" – perguntou Draco tentando refazer-se do choque.
"-O que é que vocês acham? Só têm de se casar."
"-É loucura." – Disse Ginny levantando-se.
"-Não filha, pensa bem. A tua empresa e a do Draco estão a trabalhar juntas, mas a melhor maneira de juntar duas empresas é através do casamento, se vocês se casassem juntavam as duas empresas para sempre."
"-Não, eu recuso-me. Eu e Draco somos apenas amigos." – Disse a ruiva saindo da sala em seguida.
….
Olhava para o enorme jardim da Mansão, quando o sentiu ao seu lado. Viu ele pousar os braços na varanda e em seguida olhá-la.
"-Sabes a ideia delas não é tão louca assim!"
"-Ok, tu estás louco também? Draco, casar?"
"-Fofa, era só por uns dias. Um mês no máximo."
"-Como?"
"-Por mais que nós os dois unamos forças não vai dar, mas se casarmos, ai vai dar, pois em vez de duas boas empresas passamos a ter uma grande empresa."
"-E depois?"
"-Depois os lucros vão subir em flecha, e vamos assentar."
"-E ficaremos casados?"
"-Não necessariamente. Se nós nos divorciamos a empresa vai continuar junta, eu e tu continuamos a trabalhar lá, e ficará tudo na mesma. Mas temos que casar, sabes como é? Regras! Num casamento pode haver divórcio, mas quando duas empresas se juntam não há maneira de as separar. Nós sairíamos a ganhar. É só umas semanas, um mês no máximo."
"-Estás a esquecer de algo Draco."
"-Do quê fofa?"
"-O divórcio. No mundo Muggle ele é permitido, mas no mundo Bruxo não."
"-Estás enganada fofa, ele é sim. Em dois casos. Casos de maus-tratos."
"-Claro, vais-me bater, é?"
"-Não, mas temos sempre o outro caso. Se não for consumado." – Respondeu ele fazendo com que a ruiva o olhasse surpresa. – "Tu sabes que eles descobrem. Se nós dissermos que não o consumámos e escrevermos eles sabem que é verdade, aquele pequeno truque. Se o conseguirmos escrever com aquelas penas especiais deles é porque é verdade, com aquelas penas não dá para mentir. E eles anulam o casamento, e nós continuamos com a nossa grande empresa."
"-Tu achas mesmo que vai dar certo?"
"-Absoluta." – Respondeu ele fazendo a ruiva suspirar.
"-Certo. Vamos casar então."
Draco sorriu, e a ruiva apenas sentiu o coração apertado. Ia fazer uma grande asneira ela sabia, mas realmente nunca imaginou que iria ser tão grande.
--/--
"-Mãe, Narcisa o que estão a fazer?" – perguntou a ruiva entrando na sala da Toca, e vendo as duas mulheres a observar imensas revistas.
"-Estamos a decidir como vai ser a festa."
"-Festa? Que festa Narcisa?"
"-Do vosso casamento é claro."
"-Não, não e não. Não vai haver festa. Não vai haver vestido. Vai ser uma cerimónia não religiosa, só no civil, assinamos os papéis e pronto. É um casamento de negócios, último recurso. Eu não quero festa!"
"-Mas filha…"
"-Não há mas nem meio mas mãe. Eu não quero festa, nem o Draco. Nós os dois já conversámos, amanhã de tarde vamos os dois ao registo, assinamos os papéis e eu passo a ser Ginevra Molly Weasley Malfoy por uns dias. Vai ser só assim."
"-Nem um bolo?"
"-Nem um bolo mãe."
"-Nem fotos no jornal?"
"-Muito menos fotos no jornal Narcisa. Vocês não entendem, eu e Draco somos apenas amigos. O casamento vai durar pouco, e só será casamento no papel. Quer dizer, viveremos juntos, mas nem vamos dormir na mesma cama. Nós somos apenas amigos, e é isso que vamos continuar a ser, entenderam as duas?"
"-Isso quer dizer que não vai haver netinhos?" – perguntou Narcisa desiludida.
"-AH! O que andam vocês a pensar? Vocês as duas são louca. Netinhos? Nem vai haver um beijo entre mim e ele quanto mais sexo. Ah!" – disse Ginny antes de sair da Toca batendo a porta.
…
"-Loucas! Loucas! E loucas! É isso que elas as duas são."
"-Quem?"
Ela saltou de susto no mesmo momento e em seguida olhou para o loiro que estava atrás de si, com um sorriso irónico nos lábios.
"-Nossas mães."
"-Ah elas. Sim, são loucas. Mas o que fizeram desta vez?"
"-Estavam em pensar em festa, e fotos para as revistas. Sobre o nosso casamento, tu já imaginaste?"
Ele riu, sentando-se na ponta da cama dela.
"-Não tem piada Draco!"
"-Ora fofa, deixa-as. E também é normal, elas queriam tornar o casamento, o mais real possível."
"-É, tão real que queriam netos." – Comentou ela.
Draco olhou-a mais que surpreso, estava quase em choque na verdade.
"-Netos?"
"-Sim Draco, queriam que nós tivesse-mos filhos."
"-Ok, elas são mesmo loucas."
"-Eu disse. E afinal o que estás aqui a fazer?"
"-Oh, vim combinar tudo para amanhã. Venho buscar-te às 16 horas? Visto o nosso casamento ser às 16 e 15."
"-Ok, pode ser."
Ele levantou-se e caminhou até ela, afastou um canudo ruivo dos olhos dela e em seguida fixou-a profundamente.
"-Eu quero uma noiva perfeita amanhã."
"-E, eu quero um noivo perfeito."
"-Eu irei perfeito. E tenho a certeza que irás perfeita. Até amanhã fofa."
"-Adeus Draco." – Murmurou ela antes de sentir os lábios dele na sua face, antes de ele aparatar.
E naquela noite, tanto um como outro demorou a adormecer. Nenhum queria admitir, mas estavam realmente nervosos, mais do que alguma vez puderam imaginar.
Mas era um casamento de negócios, nada mais. Ou assim eles continuavam a pensar.
--/--
Olhou-se ao espelho novamente dando uma volta. Estava bem não estava? Sim estava.
Usava um vestido creme, que lhe ficava um pouco por baixo do joelho. O corpete era justo, mas alargava ligeiramente na zona das coxas, sendo um pouco rodado no fim. Tinha uma flor bordada no fundo do vestido, que brilhava ligeiramente sempre que ela se movia.
Suspirou, afastando o cacho ruivo da face. O cabelo ia assim pois ele gostava dele cacheado.
Fechou os olhos sorrindo. Ia casar! Não podia de deixar de estar nervosa, mas o pior é que ia casar com Draco.
Abanou a cabeça tentando afastar aquele pensamento na cabeça. Era apenas um casamento de negócios, apenas para salvar sua empresa e a empresa dele, mais nada. Infelizmente!
Não, não era infelizmente, afinal ela não o amava, não estava apaixonada nem nada, pois não?
Não, apenas não podia estar apaixonada por ele. Eles eram apenas amigos, bons amigos. Fechou os olhos novamente, lembrando-se da primeira vez que falara civilizadamente com ele.
Caminhava pelos corredores na empresa que acabara de comprar. Os relatórios iam seguros nos seus braços, e ela caminhava rapidamente. Tinha muito para fazer, muitas pessoas a quem ligar, muitas decisões a tomar.
"-Menina Weasley tem uma pessoa…"
"-Agora não Clare, desculpa mas tenho pressa."
"-Mas Menina…"
"-Depois Clare." – Disse ela abrindo a porta do seu escritório.
Quase deixou cair todos os papéis ao vê-lo parado no centro do seu escritório. As mãos dentro dos bolsos das calças negras, a camisa branca apertada, a gravata cinza ligeiramente folgada.
"-Olá Weasley." – Cumprimentou ele cordialmente.
"-Malfoy. O que fazes aqui?"
"-Vim ajudar. Sabes que nossas mães são amigas agora, não é?"
"-Sim, sei. E então?"
"-Minha mãe disse que a tua lhe disse que tu compraste a empresa há duas semanas, e andas com alguns problemas, o que é normal. E bem, minha mãe intimidou-me a te ajudar. E acredita minha mãe pode ser bem assustadora quando quer."
Ela riu, pousando os papéis em cima da mesa.
"-E vais ajudar-me com o quê?"
"-Com o que quiseres. Quer dizer, mais ou menos. E bem, é normal, tu estares ligeiramente atrapalhada, é a primeira vez que tens uma empresa. E depois és muito nova."
"-Não sou uma menina Malfoy se é isso que estás a dizer. Tenho 20 anos, e sou só um ano mais nova que tu."
"-Certo. Vamos trabalhar antes?"
"-Ok."
E fora assim que eles se tornaram amigos. Aquilo tinha acontecido há quase 5 anos, mas mesmo assim Ginevra lembrava-se como se tivesse sido ontem, era uma das suas melhores memórias, e dava graças por aquele dia, por ter conhecido Draco, por ser amiga dela, por ir casar com ele.
Mas não dava graças por estar apaixonada por ele. Afinal ele não estava apaixonado por ela.
"-Simplesmente perfeita." – Murmurou ele atrás de si.
Ginny abriu os olhos. Estava tão emersa nas suas memórias que nem o havia ouvido aparatar, nem tinha dado por ele.
"-Estás ai há muito tempo?"
"-Não."
"-Tu também estás perfeito." – Disse ela olhando-o de cima a baixo.
Draco vestia um fato azul-marinho, a camisa era imaculadamente branca, e a gravata branca arrozada. O cabelo dele caia para a frente dos olhos, e tinha um aspecto húmido.
"-Eu sou perfeito. Pensava que sabias isso."
"-Oh, e sei. Mas hoje estás ainda mais perfeito."
Ele apenas sorriu, esticando a mão em seguida e perguntando-o:
"-Vamos para o nosso casamento?"
"-Vamos." – Respondeu suspirando fundo antes de pousar a mão na dele, e aparatar em seguida com ele.
Não havia sido difícil. Fora simples, como um negócio, foi chegar, sentar, dizer que sim, assinar o papel e pronto. Excepto o pequeno pormenor do beijo. O beijo que ele lhe tinha que dar, depois da tão famosa frase "Pode beijar a noiva!"
Nunca se sentira nervosa, nunca imaginara sentir um aperto tão grande no estômago, mas quando ele pousou as mãos na sua face ela sentiu-se corar, e sentiu o estômago embrulhar. Engoliu em seco e fechou os olhos. No segundo seguinte sentia os lábios frios mas macios dele sobre os seus.
Primeiramente um toque subtil, mas depois o beijo foi-se aprofundando, e ela sentiu as mãos dele na sua nuca, puxando-a, não querendo terminar o beijo. Também ela não o queria terminar, a sensação de ter a língua dele a brincar com a sua era mais que perfeita, mas tudo o que é bom termina, assim como aquele beijo.
Quando se afastaram olharam nos olhos um do outro e em seguida a ruiva virou-se para os poucos convidados que estavam presentes. Sua mãe, sua sogra, e Blaise mais a esposa. Mais ninguém, apenas algumas testemunhas. No segundo seguinte ela aparatou no quarto, e agora estava ali, sentada na cama.
"-O beijo foi assim tão mau?" – perguntou ele encostado ao batente da porta.
"-Não, muito pelo contrário."
"-Como fugiste?"
"-Apenas não conseguia mais fingir que era tudo normal. Tu sabes, isto não é normal, e eu não conseguia mais fingir. Desculpa."
"-Tudo bem fofa." – Murmurou ele sentando-se ao lado. – "Ficas com este quarto?"
"-Pode ser." – Respondeu ela, deitando-se na cama.
Draco sorriu olhando para ela. A ruiva elevou a mão e observou a aliança de ouro branco cravada com 4 diamantes.
"-Não era necessário uma aliança tão cara!" – comentou ela.
"-Foi…minha mãe, ela é que a escolheu...e sem mim." – disse ele não a olhando.
Se ela não se mantivesse a olhar para a aliança tinha percebido que ele mentira, mas ela não entendera, e Draco agradeceu por isso.
"-Bem, o que vamos fazer?"
"-Hum…que tal o jantar Draco? Ouvi dizer que fazes um frango com caril óptimo."
"-Quem te disse isso?"
"-Tua mãe." – Respondeu ela sorrindo e sentando-se na cama. – "Vamos?" – perguntou levantando-se em seguida.
"-Certo." – Respondeu ele levantando-se atrás dela, e caminhando até à cozinha.
…
"-Fofa olha para mim." – Disse ele.
A ruiva olhou e em seguida sentiu o dedo dele na cana do seu nariz.
"-Draco!" – gritou ela enquanto ele ria. – "É molho de tomate, tu sujaste-te a cara de molho de tomate." – Disse sem querer acreditar no que ele tinha acabado de fazer.
"-Oh, ficas mesmo gira, assim."
"-Eu pensava que era gira." – Comentou ela limpando o molho com água da torneira.
"-Mas assim ficaste mais."
Ela apenas riu, atirando em seguida água para a face dele, fazendo-o fechar os olhos.
"-Pronto, vingada." – Disse ela quando ele abriu os olhos.
"-Muito engraçadinha."
Ela apenas lhe deitou a língua de fora e em seguida pegou nos pratos e nos copos e saiu da cozinha. Draco sorriu, vendo-a ir até à sala, e em seguida virou-se para o frango que acabava de preparar.
…
"-Estava mesmo bom. Tua mãe disse-me que tu sabias cozinhar, mas nunca pensei que fosse tão bem. Onde aprendeste a cozinhar?"
"-Minha mãe é a culpada. Quando era pequeno ela obrigou-a a ter imensas aulas, entre elas, aula de culinária com um chefe de cozinha francês."
"-A sério? Porquê?" – perguntou rindo.
"-Ela dizia que não há nada melhor do que um homem lindo que saiba cozinhar."
"-Ela tem razão, em especial se ele for incrivelmente sexy."
"-Tu achas-me incrivelmente sexy?" – perguntou ele encostando-se na cadeira e sorrindo.
"-Todas as mulheres acham." – Respondeu ela desviando os olhos dos dele, e corando ligeiramente.
"-Bem, vou-me deitar." – Disse ela levantando-se da mesa.
"-Ainda é cedo." – Comentou ele.
"-Mas, eu estou cansada. Até amanhã Draco." – Despediu-se ela dando um beijo na face dele.
"-Até amanhã fofa." – Murmurou, vendo-a sair da sala.
--/--
Olhava-se atentamente ao espelho para terminar de fazer o nó da gravata. Suspirou observando a aliança no dedo. Casamento de negócios! Era o que aquilo era, nada realmente importante, em poucas semanas estariam divorciados. Isso era razão para ele se sentir bem não era? Mas então porque não se sentia? Porque não queria pensar no divórcio?
Abanou a cabeça e em seguida caminhou até ao quarto dela, abrindo a porta vagarosamente. Aproximou-se da cama vendo a ruiva dormir.
Os cabelos vermelhos espalhados pela almofada, as costas ligeiramente destapadas, deixando-o ver a pele branca. Os lábios semi – abertos, e a respiração suave.
Abaixou-se ao lado dela, e observou-a durante segundos. Adorava aquela ruiva, mais do que queria. E aquele casamento só fazia com que o sentimento fosse maior. Cada vez que se lembrava do beijo que lhe dera no dia anterior, do beijo que lhe dera depois do casamento, ele tremia.
Suspirou mais uma vez, afastando uma madeixa vermelha da face dela, e erguendo-se em seguida. Olhou-a mais uma vez antes de aparatar.
Fim do capitulo 1
N/A: Uma short, mais uma como é habito...bem ela vai ter 3 capitulos...é leve, romantica, essas coisas...foi escrita já há algumas semanas, mas nao sei kd a vou actualizar...tudo depende do numero de reviews...pois eu ultimamente tenho recebido poucos...por isso COMENTEM pessoal...eu preciso de REVIEWS!
Vou actualizar a "Mais que uma vingança" ainda esta semana, possivelmente amanhã, ou na sexta feira. Comentem esta short...quanto mais comentarios houver, mas rapido vem o proximo capitulo...
JINHOS! REVIEWS!
FUI!
