Experiências

PARTE 4

- Ahhhhhhhhhh! Aldebaram! Pára de pular na minha cama! - gritou Kanon enquanto Aldebaram "dançava" na mesma.

- A casa é minha, portanto, eu faço o que quiser!

- O que eu fiz a Zeus! - caiu de joelhos no chão, estendendo as mãos para o alto.

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Kamus adentrou a casa normalmente, rumo ao quarto, sendo timidamente seguido por Milo, o qual estava aflito por não saber como conviveria tão próximo de Kamus.

Não apenas pelo que havia ocorrido, mas também pelo temperamento distante do amigo. Afinal, como iriam se comunicar?

- Milo, qual cama você quer? - Milo arregalou os os olhos, voltando para si, constatando que Kamus estava a sua frente, olhando fixamente para ele. Parece que a comunicação não era mais problema.

- Anh? Ah, qualquer uma! - tentou não parecer tenso.

- Bem, então vou ficar com a minha de sempre.

- T... tá

Na casa de Áries...

Shaka caminhava na frente, apesar da casa ser de Mu. Por mais que tentasse disfarçar a tensão, era difícil, por isso, prefiriu andar na frente, o que não deixava a mostra ao amigo o nervosismo estampado em sua face.

- Shaka... - chamou Mu docemente parando de andar - Eu vou ficar aqui. Pode ir subindo e arrumando suas coisas no armário. Pode escolher a cama que quiser também. - abriu um sorriso, fingindo não notar a cara sem graça do garoto loiro, o qual já havia virado, levando seus olhos azuis em encontro aos do pequeno Tibetano.

- Tudo bem. - Shaka abaixou a cabeça e vagarosamente, começou a subir as escadarias rumo ao segundo andar da enorme casa.

Mu andou até um sofá preto que se encontrava na sala e deitou-se, olhando para o teto, pensativo.

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Saga e Aioros já estavam no quarto. Saga estava deitado na cama enquanto Aioros arrumava suas roupas no armário.

- Que idéia, né? - Saga quebrou o silêncio, fazendo Aioros olhar para ele.

- Qual? - Aioros largou o que fazia e sentou-se na cama ao lado, olhando para Saga.

- Juntarem a gente nessa casa, afinal, nós nunca brigamos. - Saga sentou-se na cama e olhou fixamente para o garoto a sua frente.

- Verdade, vai entender?

- A mesma coisa foi com o Afrodite e o MM, eles são tão unidos. - Aioros levantou-se e sentou-se na mesma cama que Saga.

- Por que você acha que... nos uniram? - Aioros pergunta, encarando os olhos azuis escuros a sua frente.

- Eu acho que... - seus rostos estavam próximos, como se os dois soubessem o que estava por vir.

- Que... o que? - Aioros fecha os olhos, Saga faz o mesmo. Os rostos quase colados, as bocas também...

- Ahhhhhhhhhh! - um "grito" se aproxima da casa de Gêmeos, tirando os dois de seu "transe".

Aioros levanta, passa a mão na nuca e corre até se aproximar do autor do grito, Afrodite (Ora, ora, mas que surpresa!). Saga continua sentado, tentando entender o que foram os minutos passados.

- O que houve, Afrodite? - Aioros agacha, a fim de ficar a uma altura acessível a criança.

- Eu tô machucado! - faz biquinho mostrando o joelho roxo - Eu caí!

- Calma, diz como foi...

- Eu tava pulando com o Masquinha (hauahu) e caí da cama. Ele tentou me ajudar e caiu em mim.

- Ah tá. Vem, vou passar um remédio.

Caminharam até o quarto, onde Saga encontrava-se deitado, com as mãos nos olhos.

- O que houve Aioros? - Saga senta-se, avistando Afrodite na cama de Airos e o mesmo passando pomada no joelho do garoto.

- O Afrodite caiu, estou cuidando do hematoma. - Saga deita-se novamente, fazendo pouco caso da criança que, afinal, machucava-se constantemente - Cadê o MM, Afrodite? - voltou sua atenção ao garoto ao perceber a total falta de interesse de Saga para com o mesmo.

- Não sei... - faz uma careta devido à dor proporcionada pelo medicamento - depois que caí, saí correndo pra cá. Ele ainda deve estar lá no chão.

- Bom, então é melhor você ir vê-lo, não? - finalmente Saga se manifesta, ainda na mesma posição, tentando se livrar do pequeno.

- Aham! - Afrodite sai da cama e esboça um doce sorriso - Obrigado Aioros! - dá um beijinho no rosto do rapaz mais velho e sai correndo em direção a casa do amigo.

Saga ouve o estalar do beijo e olha com os olhos arregalados para Aioros, o qual levantava-se e levava o remédio ao banheiro do quarto.

- Foi no rosto. - diz quando volta para o quarto e esboça um sorriso - Se não estivesse com essas mãos nos olhos teria visto. - joga-se na cama.

- Uhum. - Saga deita-se de novo, vermelho pelo comentário do amigo.

Na casa de Câncer...

Afrodite corre em direção ao quarto, sorridente. Procura MM, sem sucesso apela para a varanda onde o "perdido" encontrava-se, com a mão no rosto, olhando para o nada.

- Masquinha? Você está bem? - o garoto se aproxima, botando a mão no ombro do colega.

- Anh? Ah, tô... - vira-se para o futuro Cavaleiro de Peixes, deixando, sem querer, a mostra um roxo próximo a sua boca.

- Nossa! Você está com uma mancha grande no rosto! Você também se machucou quando caiu? - levou sua mão ao rosto do amigo, o qual esquivou-se do toque.

- Eu... nada demais... eu estou bem. - voltou a mirar o nada, procurando ignorar os olhos azuis piscina que insistiam em olha-lo.

- Não é só nada demais! Você se machucou! Vamos falar com o Aioros e... - puxou o braço de MM, o qual fez força, fazendo Afrodite parar de puxa-lo para olha-lo.

- Por quê? - MM virou-se, surpreso com a pergunta.

- Ahn? O que?

- Por que não gosta de falar com os outros? - pegou na mão do aprendiz de câncer, fazendo-o rubrar.

- Eles não... - soltou sua mão da de Afrodite - Eles não gostam de mim. - encara o chão, mostrando-se indiferente, porém a outra criança pode notar mágoa em sua voz.

- Não é verdade! - Afrodite se levanta e pára em frente ao amigo, levantando sua cabeça, fazendo-o encarar seus olhos azuis - Você é quem acha isso! Nunca ninguém disse isso!

MM encara o amigo, parecendo pensar no que foi dito pelo mesmo e em um impulso quase que inconsciente, o abraça.

Afrodite retribui o carinho fortemente, afundando seu rosto do ombro do garoto.

- Eu sou seu amigo. - Afrodite diz, separando o abraço, olhando para MM - Eu vou te ajudar.

Shura estava no banheiro escovando os dentes, enquanto Aioria organizava seus mil e um jogos.

- Shura... - Aioria pausa o que fazia e senta na cama, esperando por uma resposta por parte do outro.

- Anh? - dá a última bochechada, sai do banheiro e senta na cama ao lado.

- O que você tanto fala com o Milo?

Shura o olha com uma cara de poucos amigos, parecendo não gostar da pergunta.

- NÃO INTERESSA! - Aioria arregala os olhos, afinal, aquilo a tarde não havia sido nada?

- T... tá, Shura, não precisa ser grosso. - abaixa a cabeça, segurando-se para não chorar - Boa noite. - deita-se na cama, cobrindo-se até a cabeça.

- Espera Aioria! Desculpa! - pula para a cama do aprendiz de leão, desesperado e arrependido pelo que acabara de fazer.

Aioria senta-se na cama, fitando seriamente o garoto a sua frente.

- Por que, Shura? - abaixa a cabeça, deixando lágrimas caírem - Por que sempre que alguma coisa tem a ver com o Milo você... me trata assim?

- Eu... eu... - Shura não sabia o que dizer, estava tão confuso quanto Aioria.

O aprendiz de leão levanta-se e corre em direção ao banheiro, trancando a porta.

Shura continua parado, fixando seus olhos no chão, olhos dos quais já saíam lágrimas. Não tinha como responder a pergunta de Aioria pelo simples motivo de... nem ele mesmo saber a resposta. Não sabia por que o tratava daquele jeito.

Logo ele, o amigo a quem mais preza no santuário. Ou será que não?

Ultimamente andava pensando muito em Milo e... em Aioria? Isso estava muito confuso para a criança. Desistiu de procurar o amigo por hoje, afinal, teria que se desvendar antes para depois conversar com Aioria.

Caminhou em direção a sua cama, deitou-se e se deixou levar pelo sono, apagando qualquer vestígio de pensamento que houvera em sua cabeça.

Aioria chorava desesperadamente. Só havia uma explicação para... tudo. O fato de Shura o tratar mal quando o assunto "Milo" era mencionado, o fato de não ter ido atrás dele quando se trancou no banheiro, TUDO.

O que devia faze-lo melhorar, raciocinar, só o fez arranjar mais motivos para chorar, fazendo-o chegar a ficar sem ar.

Após algum tempo, ao perceber que Shura já havia dormido, devido ao silêncio que reinava no aposento, Aioria abre a porta do banheiro e olha para a pequena figura deitada ao lado de sua cama.

- Shura...

Admira-o, Shura parecia estar confuso ao adormecer, mantendo sua expressão de puro pânico na face. Aioria caminha até a cama ao lado e deita-se, rezando para tudo ser um sonho, pesadelo melhor dizendo.

CONTINUA...

Minakopie