Disclaimer 1: Os personagens que você reconhece não são meus. São da JKR. Os personagens que você não reconhece são da Star of the North.
Disclaimer 2: Nem a história é minha. É da Star of the North. Só estou traduzindo. Uma pessoa muito maravilhosa, que eu fiquei feliz de conhecer.
A.N.: Gente, muito obrigada pelos seus reviews! Estou pulando de felicidade até agora! Não tenho vergonha de admitir, sou doente por reviews ;)
Divirtam-se:)
Capítulo 1 – As Ordens do Destino
"Durante o século 10, as bruxas e bruxos da Grã-Bretanha viviam sob a sombra do medo. A comunidade não-mágica, mais conhecidos como Trouxas, era muito ciente do sobrenatural e abominava sua existência.
"Muitas pessoas da comunidade mágica foram perseguidas e com freqüência assassinadas – por fogo, enforcamento ou afogamento.
"O leitor deve se lembrar que na época, o Feitiço Cabeça-de-Bolha e o Feitiço de Congelamento das Chamas ainda não haviam sido descobertos, tornando a maior parte das execuções bem sucedidas.
"Para lutar contra estas perseguições, a comunidade mágica criou o Conselho dos Feiticeiros – um estabelecimento que criaria um mundo separado para a comunidade mágica – escondida dos olhos dos Trouxas.
"O Conselho obteve sucesso na criação do ambiente protegido, mas assim que o objetivo foi alcançado, da mesma forma que muitas outras instituições políticas, os principais objetivos do Conselho se viraram para o bem-estar dos feiticeiros representantes e seus amigos e famílias. Eles pararam de se proteger o Mundo Mágico como um todo e os procedimentos naturais da vida permaneceram como estavam.
"Crianças com poderes mágicos foram abandonadas para se defenderem sozinhas, e aquelas descendentes de Trouxas não eram notificadas de suas habilidades. Freqüentemente isto resultou em morte..."
- Hogwarts, Uma História; Autor Desconhecido.
Cinco anos mais tarde...
"Encontrem Rosalind Ravenclaw e tragam-na aqui para o Conselho, para enfrentar as conseqüências – quem ele pensa que é!" Um Godric Gryffindor, lívido de raiva, imitava Lorde Ambrosius, Chefe Feiticeiro, do Conselho dos Feiticeiros.
Ele e Salazar estavam voltando a Caerwyn Valley pela primeira vez em cinco anos. Eles foram ordenados a trazer uma bruxa chamada Rosalind Ravenclaw à assembléia do Conselho em Stonehenge. Por qual motivo, eles não tinham certeza.
"E quem é Rosalind?" Salazar perguntou, tentando apaziguar seu amigo enraivecido.
"Supostamente é uma grande Feiticeira e a primeira e única pessoa a dominar a arte de viajar através de magia. Ouvi isto de Calanthe – lembra a bruxa do Loch? Aquela que tentou te seduzir? De qualquer maneira, eu ouvi dela que Rosalind Ravenclaw esteve trabalhando nos últimos anos em um método de tornar as viagens através de magia muito mais simples para bruxos menos capazes. Eu suponho –"
"Espere, espere, espere–" Salazar interrompeu o fluxo do discurso de Godric. "Volte um momento – O que você estava fazendo com Calanthe?"
"Nada." Ele respondeu inocentemente. "Eu mantenho contato com ela todas as vezes que passo pelo Loch."
Salazar estreitou os olhos. Ele não tinha tanta certeza se acreditava em Godric. "Então, o que você acha que Ambrosius tem a ver com esta Feiticeira?"
"Não faço idéia. Vou lhe dizer uma coisa, entretanto. Seja lá o que for que ele queira – isso é muito ruim para essa tal de Rosalind. Ele tem reunido bruxos e bruxas talentosos ultimamente e ninguém sabe para que ou o que acontece com eles após serem colocados em frente ao Conselho. Ambrosius disse onde ela vive?"
"Ele apenas me disse que ela se encontra em algum lugar em Caerwyn Valley – nada mais. Existem muito poucas aldeias lá, então eu suponho que tenhamos de ir de aldeia em aldeia e procurá-la. Se quer saber minha opinião – ela pode nem ao menos estar viva com todo esse preconceito acontecendo em Caerwyn estes dias e o Conselho não se importando com as vidas de membros 'inferiores' da comunidade mágica."
"Uma grande possibilidade, temo eu. Oh, Salazar? Por favor, não entremos em Culhwch."
"Por que?"
"Você não se lembra, Salazar? A garota? Aquela que eles nos pressionaram para casar? Aquela de treze anos? Nós nunca a rejeitamos."
"Ah! Tinha esquecido! Isto foi há cinco anos atrás, você sabe – ela está provavelmente bem casada, muito feliz e tem uma dúzia de filhotes neste momento."
"Esta não é uma palavra muito bonita. Acho que você gostou dela naquela época, hein?"
"Godric!" Salazar repreendeu. "Eu mal olhei para a pobrezinha! Não quero escutar isso vindo de você! Ainda sou seu superior – quer você queira ou não!"
Godric zombou. "Sim, Salazar. Eu sei que você é mais velho que eu – você nunca me deixa esquecer – nunca deixou, nunca deixará. Você tem vinte e oito anos de experiência neste mundo e eu tenho apenas vinte e cinco – eu me curvo perante a você, ó grandioso de Fen, Aquele Que Mergulha Na Lama."
"Fique quieto." Salazar deu um soco brincalhão no ombro dele. "Pode me passar o seu mapa?"
Godric puxou um mapa enrolado de um de seus alforjes e o entregou a ele. "Para que você precisa do mapa?"
"Eu não me lembro exatamente o caminho até Caerwyn. Nós devemos virar para a esquerda na segunda bifurcação após aquela ultima cidade? Ou é para a direita?"
"Esquerda. Agora vamos indo. Estou congelando minha –"
"Godric!" Salazar tentou parecer irritado. Godric, diferente da maior parte dos bruxos de seu status, tendia a utilizar o lado mais rude e vulgar da linguagem. Ele tinha um vocabulário bastante colorido e Salazar – para seu horror – recentemente começou a adquirir bastante palavras.
"Desculpe, desculpe, não vou fazer isso de novo. Quanto falta para chegarmos ao vale?"
"Provavelmente gastaremos uma boa parte de três dias, Eu realmente vou azarar Ambrosius da próxima vez que eu encontrá-lo – enviando-nos bem no meio do inverno."
"Ei! Eu disse a você que deveríamos ter azarado ele antes de parte! Mas o todo bonzinho Salazar tinha que ser todo nobre sobre isso e me dizer que isso é errado."
"Bem, eu sou mais velho, e é minha responsabilidade –"
"Oh, você sabe onde enfiar suas responsabilidades, certo? Aquele homem pede para ser enfeitiçado – você sabe disso tão bem quanto eu. E nem tente discutir! Eu conheço você muito bem e posso ler você como um livro aberto – direto nos cantos mais imundos e encardidos da sua alma impecável."
Salazar fez um som no fundo da garganta e voltou a consultar o mapa.
"Esta é a sua resposta para tudo." Godric bufou indignado.
.:oOo.oOo:.
Godric e Salazar finalmente alcançaram a primeira das muitas aldeias de Caerwyn Valley, um pequeno lugar chamado Bronwen Field. Estava (nas palavras de Godric) uma maldição de frio e nem mesmo as várias camadas de Feitiços de Aquecimento que eles lançaram repetidamente conseguiam impedir o frio de penetrar seus ossos.
"Sabe," Godric iniciou uma conversa, "Nestas ultimas três horas estive refletindo sobre a melhor forma de transformar um homem em um rabanete com orelhas de macaco."
"Verdade?" Salazar retorquiu, de forma seca. "E eu poderia me arriscar a tentar adivinhar a identidade do homem?"
"Você só tem uma chance."
"Foi o que pensei. Olhe, Godric, ficar insistindo nisso não vai fazer nenhum bem. Vamos... vamos apenas nos concentrar em nossa missão, certo?"
"Como eu posso esquecer isso? Salazar – nós dois sabemos que nossas credenciais são muito melhores que isso. Nós dois podemos traçar nossos ancestrais desde o século dois. Tudo o que ele faz é dizer que é descendente de Merlin. Onde está a prova? Onde está a árvore genealógica? Ele não tem – e mesmo assim ele nos trata como lixo. Que direito ele tem de nos enviar aqui, como se fossemos ridículos aprendizes?"
"Ele tem o Conselho para apoiá-lo, Godric." Salazar disso com aquele ar que quem explica a mesma coisa de novo e de novo. "Foi apenas nossa má sorte que fez com que ambos nossos pais morressem quando éramos muito jovens para assumir os lugares deles no Conselho. Agora vamos, por favor."
Godric resmungou um pouco, mas concordou. Eles já haviam discutido isso antes. Ambos eram descendentes de duas das mais poderosas Famílias Bruxas na comunidade mágica. Era por tradição para essas famílias ter um representante no Conselho dos Feiticeiros. Porém, o número de cadeiras no conselho era bastante limitado e quando Gawain Gryffindor e Searlas Slytherin foram mortos com apenas um pequeno intervalo de tempo de diferença há vinte anos atrás, Godric e Salazar eram muito jovens para substituir seus pais no Conselho. Dois membros de famílias mais fracas e menos nobres assumiram os seus lugares, impedindo assim Godric e Salazar de assumirem futuramente e continuarem o trabalho de seus pais.
Os dois homens se dirigiram ao centro da aldeia e interrogaram um aldeão qualquer. Ao ouvir o nome Ravenclaw, o homem fugiu deles e fez sinais para espantar o demônio, sem dar nenhuma resposta a eles. A mesma coisa fizeram as próximas três pessoas que eles tentaram questionar.
"Que reação interessante." Salazar disse suavemente quando eles estavam saindo da aldeia, de mãos vazias.
"Obviamente esta missão não vai ser tão simples quanto pensávamos." Godric franziu as sobrancelhas. "Tem alguma coisa muito estranha nisso tudo. Você supõe que os aldeões saibam que os Ravenclaws não são Trouxas?"
"É uma possibilidade, mas não podemos tomar isso como fato até que tenhamos alguma prova."
.:oOo.oOo:.
Dois dias mais tarde, ele já estavam a ponto de desistir. Eles vasculharam exaustivamente todo o Caerwyn Valley e Rosalind Ravenclaw não foi encontrada em canto algum. Em toda aldeia que eles entraram haviam dois tipos de reação: O olhar amedrontado e o sinal contra o demônio, ou completo espanto. Ninguém parecia querer dizer coisa alguma a eles.
"Só falta mais um lugar para visitar, Godric. Depois disso – com ou sem Madame Ravenclaw – estarei voltando para Stonehenge. Já estou farto deste tempo infeliz." Salazar disse uma certa manhã em que começou a nevar, assoando o nariz em um lenço. "O que eu não daria por uma Poção Anti-Gripal..."
"É aquele lugar chamado Culhwch?"
"Receio que sim."
Godric suspirou. "Então vamos. Quanto antes acabarmos com isso, melhor."
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Os dois chegaram a Culhwch tarde da noite. A neve caia pesadamente no chão, e eles estavam gratos com a perspectiva de uma cama e refeição quentes.
Não receberam nenhum dos dois.
No início, foi tudo como planejado. O dono do The Bear Spear tinha um quarto sobrando, e uma carne cozida quentinha na cozinha. Ele também parecia se lembrar deles de cinco anos atrás e estava bastante amigável.
Eles haviam acabado de pechinchar o preço e se sentar para esperar o jantar, quando Godric avistou um homem que ele reconheceu, sentado à mesa ao lado deles, bebendo uma caneca de cerveja.
"Olá, você aí! Você é o mestre Hufflepuff, não?"
Sigmund Hufflepuff levantou a cabeça. Godric e Salazar ficaram impressionados ao ver a vermelhidão de seus olhos e seu rosto inchado – sinais de extensivo abuso do álcool. Estes cinco anos que se passaram não foram gentis com este homem.
"Eu conheço vocês?" Ele interpelou.
"Nos conhecemos brevemente há cinco anos atrás – quando meu companheiro e eu passamos por aqui. Como vai sua filha... Helga, creio que era seu nome? Bem casada, suponho?"
Até este momento, Salazar não havia reparado no barulho que havia na estalagem – o som de conversas animada, risadas e tilintar dos talheres. Apenas quando o som acabou abruptamente, ele sentiu sua falta. Alguma coisa estava muito errada.
"Eu não tenho uma filha." Mestre Hufflepuff rosnou.
"Ah, mas é claro que tem!" Godric continuou no mesmo tom alegre. Salazar desejou naquele momento poder usar um Feitiço Silenciador nele. Aquele homem podia ser tão estúpido às vezes. "Você até mesmo queria que um de nós dois –"
"Escute, seu grande imbecil!" Hufflepuff explodiu, puxando Godric para encará-lo pela frente de sua túnica, pegando-o de surpresa. "Estou dizendo a você que eu não tenho filha!"
Ele então o soltou e saiu de lá a passos largos.
Godric e Salazar ficaram olhando para ele, pasmos. O silêncio, então, foi quebrado por uma voz feminina, amarga e fria.
"Bom trabalho o de vocês dois. Lembrando-o daquela – daquela bruxa."
"Bruxa?" Os dois perguntaram em uníssono, trocando olhares e voltando a olhar para a jovem que falava com eles. Ela era vagamente familiar a eles, mas eles não sabiam dizer de onde.
"Ah, sim. Uma bruxa. Eu era uma amiga dela – por mais envergonhada que eu fique de admitir. Eu devia ter observado os sinais! É tudo completamente culpa daquela garota Corvo! Aquela Rowena. Ela estava sempre sussurrando coisas em seu ouvido – foi ela quem a desviou do caminho correto! Foi ela quem a estimulou a adorar o Demônio! Ah, nós sabíamos que ela era estranha – mas nunca em nossas vidas poderíamos imaginar que tínhamos tamanha perversidade entre nós!"
"Garota Corvo? Quem é ela?" Salazar perguntou lentamente, entendimento despertando em sua face.
"Eu me lembro de vocês dois. Vocês estiveram aqui há alguns anos – vocês devem tê-la visto – sempre estava grudada nela. Sempre sussurrando e nunca dando a ela um momento de paz. Ela a convenceu a se afastar de todos nós. Ela disse a ela que era sua única amiga – que todos nós apenas queríamos machucá-la."
"Eu não me lembro –" Ele começou, apenas para ser interrompido.
"Você está falando daquela garota com aparência selvagem, não?" Godric exclamou. "Aquela que parecia uma pilha de feno?"
"Ela mesma." A mulher disse com desdém. "Aquela garota Ravencorvo. Uma vez ela me socou –"
"Ravencorvo? Com certeza você não quer dizer Ravenclaw, certo?" Salazar perguntou, alarmado.
"Você os conhece?" A mulher perguntou, cheia de suspeita.
Antes que Salazar tivesse uma chance de pisar no pé de Godric, ou alguma coisa do gênero para impedi-lo de falar, Godric disse. "Conhecê-los? Estamos procurando por eles há dias! Onde podemos encontrá-los?"
Se o silêncio após a partida do Mestre Hufflepuff havia sido profundo, não foi nada comparado com o que se espalhara após a pergunta.
"Fora daqui." O dono da estalagem sibilou assim que o momento de choque passou. "Saiam daqui e nunca mais voltem! Vocês são servos do demônio, se estão procurando por aquelas pessoas. Graças aos céus conseguimos colocar nossas mãos no homem-bruxa – ele não compactuará com o Demônio nunca mais. Fora! FORA!"
Eles não precisaram de outra ordem. Estava bastante óbvio para eles em que ninho de víboras eles haviam entrado. Sem nenhuma outra palavra, eles saíram, montaram em seus cavalos e cavalgaram para fora da aldeia com gritos enfurecidos atrás deles.
.:oOo.oOo:.
"Você não consegue manter sua boca fechada mesmo, não?" Salazar disse, de mau-humor, aquela noite quando eles se encolheram o mais próximo que puderam do miserável fogo que fizeram embaixo do abrigo de algumas árvores.
"Sinto muito." Godric disse com tristeza. "Acho que estava muito alarmado para raciocinar direito. Eles mataram alguém, você sabe. O homem-bruxa. Suponho que eles estavam falando do pai da garota. Aposto que queimaram-no ou afogaram-no."
"Queimaram-no, provavelmente. Está se tornando mais popular nos últimos tempos – Os Trouxas chegaram à conclusão que era melhor – não dá ao bruxo ou bruxa que ele consigam pegar chances de escapar. Isto está ficando ridículo." Salazar disse em um tom deprimido. "Nós temos que nos proteger dos Trouxas. Eles não podem nos deixar viver em p– o que foi isso?" Ele parou, vendo Godric levantar a mão.
Seu amigo colocou um dedo nos lábios, então apontou para sua orelha e depois na direção de onde eles vieram. Ele também estava com sua varinha empunhada e cuidadosamente a apontou na mesma direção.
Alarmado, Salazar também empunhou sua varinha e tentou escutar algum som suspeito e ver movimentos de alguém escondido. A audição de Godric era muito melhor que a dele, mas sua visão era melhor.
Ela havia feito o possível para chegar lá em silêncio e despercebida, mas não contara que eles seriam seres com talentos que os colocavam em perigo mortal e estavam sempre em alerta. Ela certamente não esperava Godric voando em cima dela, do nada, e atirando-a no chão, apontando a varinha para a garganta dela.
"Muito bem, Godric," disse Salazar de forma seca. "Você já teve sua diversão. Vamos ver quem é essa pessoa. Lumos." Sua varinha se acendeu repentinamente, fazendo com que a garota no chão fechasse os olhos de maneira protetora. Ela parecia ter em torno de dezoito anos, e julgando pelo penteado do seu cabelo – ainda era solteira. Ela também parecia muito familiar.
"Por favor, não me machuquem!" Ela chorou, cobrindo o rosto com os dois braços.
"Oh, Eu não vou machucá-la," Salazar quase ronronou, "Mas não posso falar por Godric. Vê, ele realmente não gosta que se aproximem dele furtivamente, e ele estava realmente muito aborrecido hoje. Tenho certeza que você nos compreende – nós não gostamos de ouvir sobre uma de nossas pessoas sendo queimada viva por causa de um capricho dos Trouxas."
"Por favor!" Ela implorou. "E – eu vim até aqui para lhes dizer uma coisa importante – Minha mãe vem me verificar toda noite – eu não tenho tempo a perder! Por favor!"
"O que você acha, Godric?"
Godric deu um olhar ameaçador para a garota, mas a soltou. "Bem?" Ele perguntou.
"Meu... meu nome é Alis. Eu era – eu sou – uma amiga de Helga."
"Helga Hufflepuff?"
"Si- sim."
"Ela é uma bruxa." Não era uma pergunta.
"Isso é o que todo mundo pensa. Há dois anos, quando ela fez dezesseis, Gwyneth – é o nome da mulher que falou com vocês na estalagem hoje – apenas por brincadeira, a empurrou de cima de uma das pedras não muito longe da aldeia, onde costumávamos brincar quando crianças – e ela – ela flutuou até o chão – e não estava nem um pouco machucada! E algumas das garotas – bem, nós fomos ensinadas desde o berço que qualquer coisa fora do comum era o trabalho do demônio – e aquilo não era natural! Ninguém poderia ter feito aquilo sem a ajuda do Demo!" Ela fungou e olhou para eles com medo. "Vocês são homens-bruxa, não são?"
"Se somos ou não, isso não tem nada a ver com a sua história." Salazar disse bruscamente antes que Godric pudesse falar alguma coisa. "Continue. Por tudo o que sabemos, você poderia ser um chamariz para nos distrair enquanto o resto da aldeia cerca nosso acampamento para tentar nos matar também."
Chorando, ela continuou. "Não! Eu não sou! Eu ainda sou muito amiga de Helga! Eu jamais faria alguma coisa para machucá-la! Os adultos imediatamente a confinaram e planejaram sua execução para o próximo dia. Eles tinham tudo pronto – a estaca e tudo. E a execução teria acontecido se Rowena não estivesse lá. Ela pareceu chocada – igual a todas nós e fugiu. Mas ela voltou – com seus pais – e eles conseguiram libertar Helga – a um custo muito alto. O pai de Rowena foi pego – eles o queimaram no lugar de Helga."
"O que aconteceu depois? Onde estão as mulheres agora?" Godric perguntou com uma voz suave. Mas a voz dele não conseguia enganar Salazar. Por dentro, Godric estava furioso. Enquanto seu pai havia morrido devido a uma idiotice de sua parte – tentando inventar uma nova poção – o pai de Godric foi morto por Trouxas – uma coisa que seu amigo jamais esquecerá.
Alis parecia ter pressentido isso também, então ela se apressou para continuar a história. "Ninguém sabe com certeza... mas – toda vez que Helga saía para visitar Rowena – ela ia à direção do Glen. Fica mais ao norte – por ali." Ela apontou. "As pessoas da aldeia entraram lá à procura delas, mas nunca encontraram nada – de fato, todos voltaram confusos sobre o que eles estiveram fazendo lá em primeiro lugar."
"Feitiços Anti-Trouxa." Salazar murmurou. "Tem alguém lá imensamente poderoso – para conseguir repelir tantos."
"Tem mais alguma coisa para nos dizer, garota?" Perguntou Godric.
Alis sacudiu a cabeça, intimidada.
"Então corra."
E foi o que ela fez, nem tentando esconder o alívio.
"Por que você não usou um Feitiço de Memória nela?" Salazar perguntou, observando-a fugir.
"Não havia necessidade. Ela é leal o suficiente à amiga. Além do mais, eu não ficaria surpreso se todas as pessoas em Culhwch já estivessem cientes de nossas... peculiaridades. Apague essa luz, por favor – você está servindo de farol aí."
"Nox." Salazar sussurrou e seguiu Godric para perto do fogo.
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Se eles acharam que foi difícil enfrentar a neve no vale – era praticamente impossível no Glen. Eles tiveram que desmontar e caminhar. Um riacho meio congelado também se provou um teste para eles.
"Você está sentindo algum traço de mágica?" Godric perguntou em voz baixa enquanto lançava mais um feitiço de aquecimento nas pernas molhadas de seu cavalo.
"Nada a não ser os encantamentos que estamos usando. Acredito que os Ravenclaws sejam muito cuidadosos." Salazar respondeu, se enrolando melhor dentro do seu manto.
"Considerando tudo – não estou surpreso. Teria sido mais fácil se tivéssemos um Trouxa conosco – aí poderíamos ver o Feitiço Anti-Trouxas entrar em ação."
Conforme foram se adentrando no Glen, o tempo foi ficando cada vez pior. Quando caiu a noite, uma tempestade começou a rugir ao redor deles.
"Temos que encontrar abrigo!" Godric rugiu acima do barulho da tempestade.
"Eu não consigo ver nada! Como vamos encontrar abrigo? Não podemos nem ao menos ver nossos narizes!"
"Estou vendo uma luz! À sua esquerda – pode ver?"
À esquerda, bem ao longe, Salazar conseguiu perceber a luz. Uma luz ofuscada e distante – mas real.
"Sim! Vamos lá!"
Eles viraram os cavalos em direção à luz. Levou bem uma meia hora para conseguirem chegar lá, lutando contra o vento uivante e tentando abrir caminho na neve funda, puxando os cavalos pelas rédeas. Eles não estavam nem ao menos cientes de que haviam alcançado a luz, até Salazar bater de encontro com uma parede de uma vigorosa casa de pedra.
Cega e desesperadamente, eles começaram a tatear a procura de uma porta.
"Encontrei!" Salazar gritou para Godric. Ele colocou sua mão em volta da maçaneta congelada e a empurrou com toda a força, fazendo com que ambos se desequilibrassem. Ainda segurando nas rédeas dos cavalos, o vendo jogou os dois homens dentro de uma sala bem clara, fazendo-os cair de cara em um chão bem-gasto e limpo.
"Ai!" Godric choramingou. "Acho que quebrei alguma coisa."
"Eu também." Salazar gemeu perto dele, sentindo uma sensação incandescente vindo da direção de suas costelas.
"Quem são vocês!"
A.N.: Tem algumas coisas que eu não vou traduzir o nome, pois odeio um pouco nomes traduzidos. Nunca ficam bons. Nesse caso, vou colocar aqui no rodapé o significado para vocês, ou algumas outras curiosidades.
Loch: na Escócia é a maneira como um lago ou braço de mar é chamado.
Fen, Moor: lembra no capítulo anterior, Godric falando de ter que voltar para o brejo? E nesse capítulo a brincadeira com Salazar? Bom, estes dois termos, têm esse significado: pântano, brejo, charco... É o nome dos lugares de onde eles vêm.
The Bear Spear: nome da hospedaria em Culhwch. A tradução literal seria A Lança do Urso, mas se formos seguir a moda da época, a tradução seria O Urso Espetado.
Agora algumas curiosidades da época (sei lá se vocês estão interessados em saber, mas lá vai rs):
Vocês devem ter reparado que Salazar conseguiu definir que Alis ainda era solteira por causa do cabelo dela, né? É porque na época as mulheres casadas deviam andar com os cabelos totalmente cobertos, mas as garotas solteiras podiam andar com os cabelos soltos ou presos em uma ou duas tranças. Durante a cerimônia de casamento, um pano era colocado em cima da cabeça da mulher e a partir deste momento, ela deveria manter a cabeça sempre coberta.
Agora chega de explicações. E então? O que acharam? Gostaram? Querem me mandar para a fogueira? oo' Deixem um review pra mim e façam meu dia mais feliz!
Segunda-feira eu tiro o gesso! êêêêêê
