Disclaimer 1: Os personagens que você reconhece não são meus. São da JKR. Os personagens que você não reconhece são da Star of the North.

Disclaimer 2: Nem a história é minha. É da Star of the North. Só estou traduzindo. Uma pessoa muito maravilhosa, que eu fiquei feliz de conhecer.

A.N.: Uau! Finalmente sem o gesso! Nem posso acreditar! Em primeiro lugar, queria agradecer todas as reviews que vocês estão me enviando, realmente eu fico muito feliz em saber que vocês estão gostando tanto. Em segundo lugar, gostaria de pedir para o pessoal que me deixa reviews, deixar também o e-mail para que eu possa respondê-los. Agora chega de falar, que não é pra ler isto que vocês estão aqui:-)


Capítulo 02 – E Então Nos Encontramos Novamente

"Por mais que gostaríamos, não podemos nos enganar em relação aos ilustres Fundadores de Hogwarts.

"As crenças populares, inspiradas pelas centenas de anos que se passaram desde que viveram, é que eles fundaram a escola sem nenhum obstáculo no caminho e livre de objeções.

"Esta presunção, entretanto, está longe de ser correta.

"O leitor fará bem em lembrar que naqueles tempos, o centro do poder do Mundo Mágico era o Conselho dos Feiticeiros – o que quer que fosse que o Conselho desejasse era uma lei na comunidade. Ninguém se atrevia a se opor, por medo da morte. O Conselho era implacável, sem dúvida, mesmo nós não tendo registros verdadeiros das punições efetuadas.

"Na época dos Fundadores, o Chefe Feiticeiro do Conselho era Lorde Ambrosius, um homem que se proclamava o herdeiro do próprio Merlin. Ele era o mais forte dentre os líderes do Conselho em todos os seus anos de existência. E foi também o ultimo dos líderes verdadeiramente influentes.

"Mas antes de começarem as oposições às vontades de Lorde Ambrosius pelos Fundadores, como será discutido em futuros capítulos, primeiro temos que levar em conta os conflitos entre os próprios Fundadores antes de sua decisão final de se opor à maior força no Mundo Mágico naqueles tempos..."

-Hogwarts, Uma História; Autor Desconhecido

Rowena e Helga estavam se divertindo em uma violenta partida de Xadrez Bruxo. Rosalind, a mãe de Rowena, estava remendando um dos vestidos de sua filha. Rowena não tinha o menor jeito com agulha e linha. Uma vez ela perguntou para sua mãe o que havia de tão bom em remendar as coisas à maneira Trouxa, quando ela poderia facilmente remendá-las com um aceno de sua varinha. Rosalind sorriu e disse a ela que em alguns anos ela iria entender.

Haviam se passado seis anos desde aquela pergunta. Rowena ainda não entendia.

Rosalind já havia sido uma mulher linda e uma bruxa muito poderosa, mas os anos que se passaram desde a trágica morte de seu marido a tornaram cansada de viver. Seus cabelos, antes negros, estavam cheios de riscos acinzentados. Sua pele pálida estava enrugada e seus olhos constantemente pesarosos. Rowena sabia muito bem que a única razão de sua mãe ainda estar viva era porque se via na obrigação de cuidar de sua filha e sua protegida.

O fogo alegre era um grande contraste ao tempo horrível no lado de fora. O Glen era um funil natural, tornando impossível a saída da casa durante as tempestades de inverno. A neve atingia a pequena casa com força. Elas ouviram os golpes da neve nas venezianas bem fechadas.

Nada havia preparado as três mulheres, entretidas em seu início de noite, para uma porta sendo aberta com um estrondo e dois homens encapotados caindo no chão dentro da casa.

Rosalind pulou de seu assento, derrubando sua costura, empunhou sua varinha e ficou em posição de ataque.

Helga pulou tão alto em seu assento que o tabuleiro de xadrez caiu no chão, as pequeninas figuras gritando em indignação.

Rowena permaneceu sentada, congelada em sua cadeira. Teria sua magia falhado? Estariam vindo os Trouxas para terminar o que haviam começado há dois anos atrás? Deverá ela lutar por sua vida hoje?

"Ai! Acho que quebrei alguma coisa." Um deles choramingou.

Não. Definitivamente não eram pessoas se preparando para uma matança.

"Eu também." O outro gemeu.

Repentinamente Rowena encontrou sua voz; sua fúria por ter ficado com medo cobrindo seu choque. "Quem diabos são vocês!" Ela perguntou, surpreendendo os homens, Helga, Rosalind e ela mesma.

O primeiro que falou levantou sua cabeça do chão. Ele não era estranho, embora ela não pudesse se lembrar onde o havia visto antes. A longa e bagunçada juba de cabelos pretos cobria uma grande parte de seu rosto, mas ela conseguiu perceber, por um instante, olhos azuis e brilhantes. Onde eu já vi este homem antes? Ela tentou se lembrar. O homem lançou a ela um olhar estranho e perguntou, como ecoando os seus pensamentos "Já te vi antes?" Ele então gemeu e tocou em sua cabeça com cuidado. "Acho que estou desenvolvendo uma concussão."

"Você não pode desenvolver uma concussão, Godric." Seu companheiro o repreendeu antes de gemer também e se levantar. Ele, também, parecia estranhamente familiar. "Importa-se em nos mostrar onde podemos alojar nossos cavalos antes que expliquemos quem somos e o que estamos fazendo aqui?"

Rosalind, ainda segurando a varinha na mão, os guiou para fora.

"Eu conheço estas pessoas, Helga." Rowena disse, quieta. "Eu sei que eu já os vi antes."

"Podem ser pessoas da aldeia." Helga sugeriu, encolhendo os ombros.

"Eles certamente não são pessoas da aldeia. Me dê um segundo – eu sei que me lembro deles de algum lugar."

Alguns minutos mais tarde, Rosalind e os homens voltaram – sua varinha ainda apontada para eles. "Sentem." Ela disse asperamente e se virou para murmurar um feitiço de trancamento na porta da frente.

Os homens a obedeceram imediatamente e se acomodaram perto do fogo.

"Bem?" Ela perguntou.

"Bem o que?" O homem chamado Godric murmurou, esfregando sua cabeça.

"Bem, quem são vocês? Vocês obviamente são da comunidade mágica – para ter conseguido alcançar esta casa. Quem são vocês e o que fazem aqui?" Rowena interrompeu sua mãe furiosamente.

Godric olhou para ela de sua cadeira, seus olhos se estreitaram. "Eu sabia que te reconhecia de algum lugar. Você é a garota que me encarou na estalagem há varios anos atrás. Eu nunca esqueço um rosto. Especialmente um com tanta audácia."

Apenas nesta hora Rowena caiu em si. Repentinamente ela se lembrou onde havia visto os dois antes. Ela olhou com firmeza para eles. "Vocês assustaram minha amiga."

Godric devolveu o olhar. "Você guarda rancor! Isto foi há cinco anos atrás, e além do mais, nós não tínhamos a intenção de assustá-la. Foi nossa culpa que os pais dela decidiram casá-la com treze anos? Eu não acho!"

"Vocês poderiam ter dito não! Não foram vocês que tiveram de escutar Helga chorar todas as noites por uma semana! Não foram vocês que tiveram de convencê-la que vocês não voltariam para levá-la para longe! Não foram vocês-"

"Como nós poderíamos saber que ela é uma coisinha tão assustada? Nós assumimos que os pais iriam perceber que nós não podíamos e não íamos tomá-la por esposa! Você só está trazendo uma velha mágoa à tona e remoendo de novo! Você-"

"Godric!" O segundo homem vociferou ao mesmo tempo que Helga disse "Rowena!"

Os dois briguentos se acalmaram, ainda atirando adagas pelos olhos um para o outro.

"Bom." Uma voz calma disse de perto do fogo. Rosalind Ravenclaw pegou novamente a costura e voltou ao trabalho enquanto observava os quatro jovens. "Já era mais do que hora de vocês fecharem as bocas. Rowena, Helga, quero que vocês duas vão para o seu quarto e durmam. Já é tarde."

"Mas mãe-" Rowena começou.

"Agora, Rowena." Rosalind disse com a mesma voz calma.

"Sim, mãe."

As duas garotas pegaram o tabuleiro de xadrez e as peças e se dirigiram para os fundos da casa, onde dormiam.

Enquanto Helga lavava o rosto e as mãos em uma pequena vasilha em sua penteadeira, Rowena colocava mais um pouco de lenha na lareira.

Por que eles estão aqui? Ela não podia deixar de pensar. Eles entraram em nossas vidas uma noite, mudaram completamente a maneira como Helga via o mundo e então na mesma noite partiram. Nós sempre pensamos que eles nunca iriam voltar. Por que eles estão aqui de novo? Por que eles não rejeitaram a proposta dos Hufflepuffs logo de início e poupar Helga e eu de toda aquela tristeza? Por que-

"Eu nunca pensei que eles seriam dos nossos." Helga disse finalmente, arrancando Rowena de seus silenciosos devaneios. A outra garota havia acabado de se lavar e vestiu sua camisola. Agora ela estava sentada na cama delas e escovava suas longas mechas douradas.

"O que?" ela perguntou, assustada.

"Eu disse que nunca pensei que eles seriam dos nossos. Você sabe, bruxos? Todos estes anos eu estive imaginando o que teria acontecido se eles tivessem aceitado a sugestão do meu pai e da minha mãe. Às vezes eu apenas ficava deitada, imaginando que tipo de futuro eu teria se tivesse me casado com uma pessoa daquelas. Eu pensei sobre isso tantas vezes que isso se tornou uma espécie de fantasia privada. Mas nunca, em todas as variações de pensamento que eu tive, imaginei que eles fossem bruxos."

Rowena encolheu os ombros. "Estes dias você não consegue distinguir quem é mágico e quem não é. Você não pode contar para ninguém por medo de ser denunciado e queimado vivo. Por tudo o que sabemos, eles poderiam ser Trouxas ou poderiam ser bruxos." Ela ficou em silêncio por um momento antes de falar novamente. "Eles devem ser muito influentes do Mundo Mágico – considerando seus trajes e cavalos e a forma como eles se movimentam. O que eu gostaria de saber é o que os traz aqui? O que possivelmente poderia trazer tais senhores para este buraco?"

Helga olhou para ela desamparada. "Eu não sei, Raven. Estou tão surpresa quanto você. O Glen não leva a lugar nenhum. Se eles estivessem se dirigindo para algum outro lugar, eles teriam ficado em Caerwyn Valley. O único lugar para o qual o Glen leva é aqui. Talvez eles estejam aqui pela sua mãe?"

"É possível. Mas ninguém jamais tentou entrar em contato conosco por mais de dez anos que eu me lembre. Não recebemos nem uma carta de condolências quando o pai morreu." Disse Rowena com um suspiro.

Ainda era difícil para ela pensar nisso. Seu pai sempre foi uma figura muito central em sua vida e agora que ele estava morto... Helga chorava com freqüência pelo que havia acontecido – dizendo que era tudo sua culpa, que se ela não tivesse sido estúpida o suficiente para ser pega, isto nunca teria acontecido. Entretanto, Rowena, sendo a pessoa completamente honesta que era, admitiu para si mesma e então disse para a garota em lágrimas que se ela tivesse uma segunda chance para fazer isso, sabendo as conseqüências, ela teria feito a mesma coisa.

Viver no passado não me traz nenhum benefício. Ela disse para si mesma e piscou as lágrimas que ameaçavam cair de seus olhos. Ela então continuou. "Ninguém jamais mostrou interesse nas pesquisas da mãe por anos, também – mas esta é a única razão que posso pensar para alguém estar disposto a entrar no Glen."

Ela teria continuado a discutir isso com a amiga, mas a respiração suave e regular vindo da direção dela indicavam que Helga havia caído no sono. Com um sorriso gentil no rosto, ela se lavou, colocou a camisola e entrou no meio dos lençóis da cama delas, adormecendo imediatamente.

.:oOo.oOo:.

Havia gritos ao redor dela e estava infinitamente quente. Ela está segurando sua varinha com força em suas mão apertada, lágrimas escorrendo em suas bochechas. Ela tem dezoito anos.

Ela sabe com certeza que se eles falharem, Helga – sua única amiga e companheira constante dos últimos nove anos e poucos – irá morrer no dia seguinte. Ela não poderia deixar isto acontecer.

Fogo. Eles cercaram a casa onde está Helga com fogueiras. Não era de conhecimento geral que bruxas não podiam passar por um anel de fogo? Se não fosse pela a situação em que se encontravam, ela iria rir.

Ela olhou para o pai. Ele está com aquela expressão séria no rosto novamente. A mesma expressão que seu rosto adquire todas as vezes que ela pergunta sobre seus avós, aqueles que ela nunca conheceu.

Seus olhos se movem para a mãe. Ela também está com uma expressão horrível no rosto – como se ela soubesse que salvar Helga terá um preço muito alto para a pequena família.

Ela tinha de ser corajosa. Se mãe e pai iriam enfrentar isto, então ela também. Ela não vai deixar sua amiga perecer nas chamas.

Suas entranhas queimavam com um fogo eterno, pronto para consumir qualquer um que ficasse em seu caminho. Mas ela sabe melhor. O fogo tem que ser controlado – para ser usado no tempo apropriado com máximo efeito.

"Tire-a daqui pelos fundos!" O pai gritou para ela e para a mãe. "Eu vou distraí-los! Nos encontramos em casa! Vá logo, Rosalind! Não temos muito tempo!"

E a mãe concorda, arrastando-a logo atrás. Elas circulam a casa e alcançam a janela com grades do quarto de Helga.

Mãe murmura um feitiço para apagar uma pequena porção do círculo de fogo e elas passam por ele. A mãe então diz alguma coisa que ela não consegue ouvir por causa do repentino som de briga do outro lado da casa.

O pai está lá – lutando por elas.

As barras na janela se foram.

"Vamos, Helga!" ela grita e puxa sua amiga para fora.

Elas correm pela aldeia e adentram o Glen. A mãe dá cobertura para elas por trás. Ela segura a mão de Helga e a puxa adiante. A mãe continua a apressá-las de trás.

Elas finalmente alcançam a casa e esperam. O pai estará de volta logo.

Neste meio tempo a mãe dá para Helga alguma coisa limpa e quente para vestir e começa a cozinhar o jantar para os quatro.

Elas esperam pelo pai. E esperam. E esperam.

Ela sente que não pode esperar mais. Ela pega sua varinha e sair escondida da casa enquanto a mãe está cozinhando e Helga está dormindo na cadeira próxima à lareira.

Ela corre de volta à aldeia. Já está escuro, mas ela conhece bem os arredores – ela cresceu aqui.

Ela alcança a aldeia e ainda não há sinal do Pai.

Então ela ouve gritos de dor.

Ela anda furtivamente pelas passagens desertas e de um canto da rua, longe da visão dos outros, ela tem uma boa vista da praça da aldeia.

Lá está o pai.

E ele está queimando.

.:oOo.oOo:.

"Aaaaaaaaaahhhhhh! Não! Não! Parem! Por favor! Pai! Pai!"

"Raven! Raven! Acalme-se! Por favor!"

Rowena estava se sentando na cama, a imagem de seu pai morrendo carbonizado ainda em sua mente. Havia mais de um ano que ela não tinha este sonho.

Talvez sonho não seria a palavra correta. Isto era um pesadelo, e ela estava revivendo os eventos da noite em que tentaram salvar Helga dos aldeões novamente.

Perto dela, Helga também se sentou na casa, seu rosto pálido na luz de sua varinha. "Rowena," Ela disse com gentileza. "O que aconteceu?"

Rowena apenas suspirou e colocou o rosto entre as mãos. "Nada, Helga. Apenas o velho pesadelo novamente. Eu não posso imaginar o que me fez sonhar com isso de novo, depois de tanto tempo. Que horas são?"

"Alguma coisa perto de duas horas antes de amanhecer – talvez um pouco menos. Por que?" Ela a olhou com preocupação.

"Nada. Volte a dormir, Helga. Por favor, não conte isto para a mãe."

Helga concordou com a cabeça e voltou a dormir. Helga esperou por mais de meia hora para ter certeza de que sua amiga havia adormecido novamente. Ela então se levantou, tirou sua camisola, rapidamente abotoou seu vestido, não se incomodando com todas as saias, colocou seu manto e furtivamente saiu do quarto, tomando cuidado para não fazer nenhum barulho.

A casa estava quieta. Quando ela entrou na sala principal, ela viu as duas formas dos estranhos deitados no chão, amontoados dentro de seus mantos. Ela abriu a porta da frente com muito mais precaução e saiu.

Durante a noite, a tempestade acalmou e agora uma grossa camada de neve cobria o chão, imperturbada. O céu estava escuro, mas ela podia ver um acinzentado exatamente onde o topo da parede oriental do Glen tocava o céu. Este seria um dia melancólico, combinando com seu humor.

Ela não era uma pessoa introvertida ou deprimida por natureza. Com certeza ela não era nenhuma Helga, que conseguia encontrar um raio de luz em todas as situações, mas ela nunca encontrou muita necessidade em dar ênfase a coisas desnecessárias e perder tempo com mau humor e meras ninharias. Não, Rowena Ravenclaw era uma jovem muito prática.

Desta vez, entretanto, não havia uma resposta lógica e prática para sua desordem interior. Por que o pesadelo voltou exatamente no dia em que os dois estranhos do passado chegaram? Foi alguma coisa sobre eles que provocou os sonhos?

Isto tem alguma coisa a ver com aquele sujeito, Godric! Ela determinou. Eu não devia deixá-lo me atingir! Se eu não estivesse tão transtornada com o que ele disse, não estaria tão vulnerável ao pesadelo! Mas mesmo dizendo isto para si mesma soava errado.

Ela não se dava bem com aquele Godric, isto era verdade, mas ela já havia brigado com outras pessoas antes. Isto nunca aconteceu depois de discussão com Helga ou a mãe.

Teria alguma coisa a ver com a busca dos dois bruxos? Talvez eles estivessem pensando tanto na missão deles que isso de alguma maneira interferiu com seu sono?

Ela balançou a cabeça em desgosto. Isto soava tão confuso!

Uma premonição, talvez? Foi sua próxima idéia. Mas ela nunca acreditou nas Artes da Divinação, e premonições entravam nesta categoria. Além do mais, que tipo de premonição seria reviver alguma coisa terrível de seu próprio passado?

Quase distraidamente ela vagou até o pequeno estábulo ao lado da casa, onde o velho cavalo de seu pai costumava viver até o inverno passado, quando ele finalmente sucumbiu à morte.

Oh, bom e velho Roland Rowena pensou, um sorriso gentil se abrindo em seu rosto. Ela costumava amar aquela velha criatura. O pai a deixava montar nele com freqüência quando ela era pequena (Naturalmente, ele segurava as rédeas – mas isto não importava para ela). Ele viveu muito mais tempo que um cavalo comum. Ela supôs que isso teria um pouco a ver com mistura de sangue.

Em suas primeiras lembranças dele, ele já era um cavalo velho. Quando seu pai estava com humor, ele costumava lhe contar histórias de seu passado, quando Roland era um cavalo de batalha, carregando-o em suas costas para batalhar pelo Mundo Mágico, e ele era um jovem bruxo, antes de conhecer sua mãe e antes de se mudar para o Glen e iniciar uma família.

Ambos seus pais sonhavam com uma grande família. Duas filhas e quatro filhos, eles queriam, mas tudo desmoronou sobre eles.

O parto de Rowena foi difícil e o corpo de Rosalind foi muito prejudicado. Ela nunca mais iria poder conceber.

Ser a filha única nunca incomodou Rowena. Ela foi mimada até não mais poder, mas ainda assim cresceu sem se tornar uma criança estragada. Ela supôs que Helga tinha muito a ver com isso.

Seus pais a deixaram ser livre e nunca se incomodaram em repreendê-la quando ela permanecia acordada até depois da meia-noite, colada em algum grosso livro em uma luz bruxuleante proveniente da varinha.

Então Helga apareceu e virou seu mundo de cabeça para baixo.

A garotinha alegre a fez ver que havia outras coisas além de subir em árvores e ler livros. Ela a ensinou as brincadeiras que brincava com suas amigas Trouxas e a apresentou à palavra amizade.

Até onze anos atrás, ela nunca teve amigos. Quando ela queria conversar com alguém, seus pais tinham que preencher esta lacuna. Quando ela queria brincar, ela subia nas árvores e explorava o vale. Ela era uma criança muito curiosa e queria saber o máximo possível.

Desde o primeiro minuto de sua chegada, Helga anunciou que não se importava de subir em árvores, mas se elas fossem fazer isto, Rowena teria que fazer o que ela dissesse no dia seguinte.

Isto resultava em um dia com as duas brincando de pegar e jogando bexigas.

Rowena amava sua amiga de coração por lhe dar uma nova visão da vida.

Mas ela ainda gostava de livros.

Ela se sentou na pilha de feno do ano anterior – o feno que Roland nunca chegou a usar e olhou para os dois nobres cavalos ali parados.

Roland era assim quando jovem? Orgulhoso e imponente? Tão arrogante, ainda assim tão bonito?

E seu pai era como os dois fidalgos dormindo em sua casa? Ela tentou imaginar aquele homem gentil vestindo as roupas deles, mas falhou miseravelmente e acabou rindo como uma louca, rolando no feno.

Um barulho repentino vindo da entrada dos estábulos a fez parar. Ela olhou para lá e seus olhos cor de avelã se encontraram com os olhos azuis de Godric.

Ele estava vestindo uma túnica marrom simples que pertencera a seu pai. Sua mãe provavelmente emprestou para ele, já que suas roupas estavam encharcadas na noite anterior.

Enquanto seu pai parecia um simples camponês naquela túnica, este homem parecia vindo da realeza e se sobressaía.

Um ligeiro rubor cobriu suas bochechas. Era tão embaraçoso ser pega desta maneira por um fidalgo.

Para seu horror, um sorriso se formou lentamente em seus lábios. Seus olhos cintilavam alegremente e então, sem nenhum aviso – ele começou a rir.


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