Disclaimer 1: Os personagens que você reconhece não são meus. São da JKR. Os personagens que você não reconhece são da Star of the North.

Disclaimer 2: Nem a história é minha. É da Star of the North. Só estou traduzindo. Uma pessoa muito maravilhosa, que eu fiquei feliz de conhecer.

A.N.: Gente... por que vocês lêem e não deixam um review? sniff Desculpem o atraso, mas é que trabalho de freelancer mata... essa semana eu estive sobrecarregada, pois voltei a trabalhar só na segunda e acumulou um monte de coisa... mas aqui está mais um capítulo e prometo nunca mais atrasar!


Capítulo 3 – A Filha do Guerreiro

"Sempre se assumiu que Godric Gryffindor era um homem impetuoso. Ele era bastante conhecido por sua impulsividade e temperamento forte. A maior parte dos registros da época o descrevem como sendo o primeiro a atacar e o ultimo a retroceder – um hábito louvado aos olhos de alguns, mas condenado aos olhos de outros.

"Um destes outros era Lorde Ambrosius, Chefe Feiticeiro do Conselho dos Feiticeiros, um homem acusado por muitos de ter condenado o destino do Conselho. Lorde Ambrosius reconheceu Godric como um inimigo poderoso e fez o que pode para enfraquecê-lo o máximo possível antes que Gryffindor percebesse a extensão de suas forças.

"Seu primeiro passo foi assegurar que a posição de Gawain Gryffindor – o pai de Godric – no Conselho fosse dada a um membro de uma família de tivesse ódio da Casa de Gryffindor na época da morte do grande bruxo, desta forma impedindo Godric de receber todas os poderes de sua Casa.

"O que ele fez em seguida foi tão infame que é um milagre que ninguém tenha protestado. Lorde Ambrosius fez de Godric e seu melhor amigo, Salazar Slytherin Servos do Conselho.

"Ser um Servo do Conselho significava duas coisas; a primeira, o Servo está para sempre amarrado às vontades do Conselho e deve obedecer a cada capricho de qualquer membro. A segunda, o Servo nunca poderá se tornar um membro do Conselho – mesmo quando uma vaga se abrisse.

"Lorde Ambrosius havia sentenciado os dois jovens a uma vida de servidão sem retribuição. Ele acreditava que desta maneira havia conseguido se livrar de dois estorvos de uma só vez.

"Ele estava errado, e por causa de seu erro, o Conselho em breve iria perder todos os seus poderes..."

- Hogwarts, Uma História; Autor Desconhecido

A garota não mais aparentava uma pilha de feno, com certeza. Godric mal a reconheceu no início, o que ele achou estranho, pois tinha uma boa memória para rostos e o rosto dela esteve em sua mente desde a visita deles a Culhwch. Apenas mais tarde, quando a mãe dela a enviou para a cama ele percebeu que não a havia reconhecido porque ela havia mudado.

Da ultima vez que ele a havia visto, cinco anos atrás, ela tinha uma espécie de aparência relaxada e mal cuidada. Ele se lembrava perfeitamente bem da mancha de lama em seu rosto.

Agora, entretanto, ela tinha seu cabelo acaju bem arrumado, seus cachos caindo em seus ombros em uma brilhante cascata. Seu vestido não estava rasgado como antes e ela tinha todas as saias e laços no lugar.

Ela também se portava de forma diferente. Naquela época ela era arrogante e até mesmo na companhia das outras garotas ela parecia isolada. Quando ele pousou seus olhos nela aquela noite, entretanto, a arrogância havia se transformado em simples orgulho e franqueza. Ela sabia o que era e não mais se colocava em uma posição defensiva por isso.

Azul certamente lhe caía bem, e o tom escuro de seu vestido parecia fantástico no contraste com suas mechas acobreadas.

E ela também tinha uma boca.

Nunca em sua vida uma mulher abriu a boca para ele. Elas sempre foram reservadas e submissas, deixando-o fazer as coisas de seu jeito. Ele nunca encontrou uma mulher que se atrevesse a retrucar o que quer que ele dissesse. Isto era animador – e um pouco aborrecedor.

Ele reparou que Salazar estava lançando olhares agudos para ele e percebeu que a estava encarando e a mãe da garota estava a vista.

"Peço desculpas por minha filha, nobres senhores." A mulher mais velha disse repentinamente. "Eu tentei tirar-lhe este péssimo habito de seu caráter, mas parece que nada funciona. Agora, gostaria de inquirir seus nomes e sua missão. Faz muito tempo que a comunidade mágica tentou me contatar."

"Somos nós, que devemos pedir desculpas, Madame!" Godric disse com rápida reverência. "Fomos nós que invadimos sua casa. Sou Godric Gryffindor de Wild Moor – e este é meu amigo e irmão, Salazar Slytherin de Fen. Viemos até aqui pelo desejo do Conselho dos Feiticeiros procurando por Rosalind Ravenclaw. Seria imprudente de minha parte assumir que a senhora é, realmente, Madame Ravenclaw?"

Ela o observou sem piscar, através de seus olhos quase dourados. Finalmente ela disse "Sim, sou Rosalind Ravenclaw, Lorde Gryffindor. Agora, poderia ter a gentileza de me dizer o que o Conselho quer de mim?"

Direto ao ponto. Godric gostava disso. Ele odiava quando as pessoas andavam em círculos em questões por horas, à margem das questões sem nunca realmente chegar nelas.

"Para ser sincero, Madame," disse Salazar "não temos certeza do que exatamente o Conselho quer. Mas seria seguro assumir que o Conselho não quer tanto a sua presença quanto o Chefe Feiticeiro."

"O Chefe Feiticeiro?" Ela perguntou com gentileza "Ainda é o velho Lorde Fenwick?"

"Temo que não, Madame." Godric disse com seriedade "Lorde Fenwick morreu em circunstâncias misteriosas há quatro anos. Seu segundo em comando, e permita-me adicionar – assassino – tomou seu lugar."

"Godric!" Salazar disse ultrajado "E se alguém tivesse te escutado! Ambrosius pode mandar te executar por isso!"

"Quem poderia tem me ouvido aqui? Não há bruxos ou bruxas há milhas e esta é a verdade! Nós todos sabemos muito bem que Ambrosius assassinou Fenwick porque o velho não morria."

"Isto é uma hipótese! Nada foi provado!"

"Isto não significa que ele não fez!"

"Ambrosius?" Madame Ravenclaw ficou em silêncio por tanto tempo que eles quase haviam esquecido que ela estava lá. "Você disse que Ambrosius é o Chefe Feiticeiro? Ambrosius de York?"

"Você o conhece?" Salazar perguntou.

"Conhecê-lo? Tanto quanto alguém pode conhecer aquele subproduto de corrupção!" Madame Ravenclaw, que, até aquele momento, estava sentada calmamente em sua cadeira, se inflamou repentinamente. "Eu costumava considerá-lo um de meus maiores amigos!"

"E então o que aconteceu?" Godric perguntou interessado. Salazar não gostava de Ambrosius, isto é verdade, mas ele nunca pareceu odiá-lo com o mesmo fervor de Godric. Ele estava encantado por encontrar alguém cujos pontos de vista sobre o Chefe Feiticeiro fossem tão negativos quanto os seus.

"O que aconteceu? Ryan aconteceu." Ela se levantou e se dirigiu à lareira. Com suas mãos gentis ela removeu uma espada elegante de cima da lareira. Ela então foi até um dos cantos da sala e abriu um velho gabinete com um rangido de ferrugem. Godric não podia ver o que ela tirou de lá até que ela havia retornado e colocado dois objetos e a espada em cima da mesa, na frente deles.

A espada mostrava sinais de uso extensivo. Havia sido afiada constantemente, mas trazia cavidades de longos anos em batalha. A luva de couro cobrindo o punho da espada estava bem gasta. Da mesma forma que a bainha e o cinto que ela tirou do gabinete.

O segundo objeto que ela tirou do gabinete foi um escudo que trazia o brasão de um cavaleiro – uma águia. Abaixo da águia, estavam as palavras Lorde das Rapinas.

Godric olhou para o escudo e a espada com admiração. Sem ao menos olhar, ele podia dizer que Salazar estava fazendo a mesma coisa. Não era todo dia que você se encontrava frente a frente com artefatos de uma lenda.

"Você... você era casada com..." Ele conseguiu falar.

"Ryan Ravenclaw. Sim, eu era."

"Ryan Lorde das Rapinas!"

"Sim."

"Por Merlin!"

Ela sorriu com tristeza. "Tenho certeza de que ele teria adorado conhecê-los – se ele vivesse."

"Este não foi um fim digno do cavaleiro mais célebre do Mundo Mágico!" Ele falou. "Por que o Conselho não fez nada para ajudar!"

Madame Ravenclaw suspirou. Apenas neste momento Godric percebeu que não era uma mulher jovem que estava em sua frente. Não era velha, certamente, mas era alguém que havia perdido muito e envelheceu consideravelmente ao longo dos anos. "O Conselho – especialmente sob as leis de Ambrosius – não se importa mais conosco. Não desde que Ryan o deixou todos esses anos atrás."

Ryan Lorde das Ravinas era uma lenda entre os bruxos mais jovens do Mundo Mágico. Suas aventuras eram contadas e recontadas tantas vezes que ele parecia um gigante mesmo quando vivo. Ele era o líder dos Cavaleiros da Fênix – uma ordem há muito dispersada – guerreiros que utilizavam magia e armas Trouxas em combate. Sua missão era proteger a comunidade mágica dos inimigos. Godric era um daqueles que seguiam seus passos e viviam de acordo com seu lema.

A história mais famosa contada a respeito do Lorde das Rapinas era sua partida. Era a mais contada devido às razões misteriosas que o fizeram ir embora.

A história que contavam dizia que um dia o Lorde das Rapinas foi convocado perante o Chefe Feiticeiro e seu segundo em comando. Quando eles haviam acabado a conferência, ele estava furioso. Ele saiu de Stonehenge e reuniu seus cavaleiros. Seu discurso se tornou uma lenda, e logo quase todos no país o conheciam de cor, com pequenos ajustes ocorridos com o passar de boca em boca. Gawain Gryffindor, entretanto, que era um dos cavaleiros mais confiados pelo Lorde das Rapinas e estava lá, guardou suas memória em uma penseira e Godric ouvia o discurso repetidamente desde a infância, e o conhecia palavra por palavra, da mesma maneira que os cavaleiros que o haviam ouvido.

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"Meus irmãos de armas! Meus amigos! Eu tenho graves notícias para vocês!" Ryan Lorde das Rapinas gritou, olhando para todos os seus cavaleiros, seus cabelos longos ondulando no vento violento, suas bochechas estampadas com lágrimas e sua voz áspera.

"Esta será a ultima vez que vocês me verão. Estive em uma conferência com o Chefe Feiticeiro e seus servos nestas ultimas horas. Eles querem transformar os Cavaleiros da Fênix em uma Guarda de Honra para nossos ilustres membros do Conselho. Eles desejam que nos tornemos nada, a não ser guarda-costas.

"Eles clamam que não há necessidade de desperdiçar o dinheiro das Pessoas e continuar a prover recursos para nossas operações. Eles clamam que o dinheiro será mais bem usado conosco parecendo Trouxas patetas em fantasias coloridas e paradas, para a diversão de todos aqueles senhores triviais.

"Eles dizem que a comunidade pode se proteger sozinha e que sua diversão é muito mais importante que a segurança de qualquer um.

"Eu discuti com eles e me recusei a receber a posição de General se isto significa a degradação de tudo pelo que acreditamos.

"Por isto eles me deram um ultimato: Ou faço o que eles dizem, ou encaro o exílio eterno ou as dores da morte."

O Lorde das Rapinas parou para respirar. Havia um silêncio de morte no ar. Todos os cavaleiros sabiam, sem dúvida alguma, qual era a decisão de seu líder.

Ele respirou fundo, preparando-se, e disse "Eu escolhi o exílio. Foram me dados um dia e uma noite para juntar tudo o que tenho e deixar o Mundo Mágico. Assim que eu me despedir de vocês, pegarei minha Lady Rosalind e me retirarei do alcance do Conselho.

"Em questão de minutos, Lorde Ambrosius virá e falará com vocês. Ele os comandará para pegar suas novas posições e deixar de lado todos os seus deveres. A única coisa que eu lhes peço é para recusar. Isto vai contra tudo em que acreditamos. Permaneçam unidos contra ele.

"Eu lhes aviso – este Ambrosius será o fim do Mundo Mágico se não for impedido. Não ouçam o que ele diz! Ele envenenou a mente de Lorde Fenwick – mas vocês são mais fortes. Permaneçam firmes e cuspam no rosto do falso combatente! Vocês são os Cavaleiros da Fênix! Vocês são invencíveis! Voltem para suas famílias e protejam-nas! Abandonem esta abominação de um governante!

"Vocês são todos meus irmãos, e foi uma honra sem limites poder liderá-los e servir ao seu lado! Adeus!"

E ao som de cem cavaleiros o aclamando, Ryan Lorde das Rapinas montou em seu orgulhoso cavalo de batalha e cavalgou em direção ao pôr-do-sol, para nunca mais ser visto novamente.

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Godric quase estremeceu enquanto olhava para as armas, com um desejo ardente de tocá-las, mas não se atrevendo.

Madame Ravenclaw suspirou. "Todos sabem que Ryan se recusou a mudar seu trabalho e isto causou um grande dilema entre ele e o Conselho, acabando em seu exílio – mas isto é apenas meia-verdade.

"Ambrosius me amava – à sua própria maneira distorcida. Ele era cruel e possessivo, mas em relação a mim, ele era o mais gentil dos homens.

"Mas então Ryan e eu nos apaixonamos. Merlin, isto foi como uma úlcera para sua alma! Ele se considerava o maior de todos os bruxos de sua era e o mais irresistível dos homens. Vocês o viram, tenho certeza. Vocês podem ver o quão impressionante e formidável ele é, não? Mesmo em sua idade? E lá você tem meu Ryan – todo joelhos e cotovelos e esqueleto. E ainda assim ele foi quem eu escolhi." Ela enxugou uma lágrima que escorreu em sua bochecha e o coração de Godric se apertou. Ele queria dizer alguma coisa, mas ela continuou. "Então Ambrosius tentou de tudo em seus poderes para humilhar e desacreditar Ryan. Mas tudo foi em vão," Aqui ela sorriu aquele pequeno sorriso vitorioso "Mesmo seu ultimo plano, onde ele sabia que Ryan iria preferir se exilar a observar a destruição de tudo o que ele amava, veio a desabar em cima dele no final, pois Ryan saiu como um herói."

"E o Lorde das Rapinas também ficou com a garota, não?" Godric disse com um sorriso.

"Ah, sim." Ela riu. "Isso também. Ryan ficou com a garota e Ambrosius se tornou este velho amargo. Eu desejo tanto que Rowena pudesse ter conhecido seu pai pelo que ele realmente era." Havia um tom de arrependimento em sua voz.

"Então por que não lhe conta, Madame?" Salazar perguntou com gentileza. "Ela pode saber agora."

Ela sacudiu a cabeça. "Ryan não queria que ela crescesse sob aquela sombra. Ela não sabe por que vivemos tão afastados da comunidade mágica. Ela não sabe que seu pai era um exilado. Ryan se certificou disto. Ele também me fez prometer jamais contar a ela quem ele era antes de ela nascer. Ele não queria nenhuma lembrança daquele tempo. Isto o feriu até o dia de sua morte. Nós escondemos sua armadura e escudo – deixando apenas a espada. Ela sabe que seu pai foi um guerreiro – isto ela sabe, mas nos certificamos de nunca dizer uma palavra sobre o legado de seu pai. Foi assim que ele quis."

Eles ficaram sentados em silêncio durante um tempo. Então ela disse "Então, o que Ambrosius quer de mim?"

"Tudo o que sabemos, Madame," disse Salazar "É que tem algo a ver com suas habilidades com Feitiços e sua pesquisa sobre viagens de longa distância por magia."

"Ah." Ela disse com desaprovação. Godric esperava que não fosse direcionada a ele. Ela parecia ler sua mente. Ela deu uma risada curta e amarga, e disse "Oh, não há nada de errado com o que você fez, Lorde Gryffindor – você é o filho de Gawain? Bem como eu esperava – você se parece muito com ele. Como eu estava dizendo, não é nada que você tenha feito. Ou você – por sinal, filho de Searlas Slytherin. Sim, eu reconheço o nome. Eu cresci conhecendo ambos os seus pais. Ryan ficou devastado quando recebeu notícias de suas mortes.

"Não, eu devia ter esperado por isto. Estive pesquisando sobre isto desde antes de me casar com Ryan, e Ambrosius sabia. Assumo que ele me conheça bem o suficiente para pensar que eu não iria abandonar meu campo de interesse – nem mesmo pelo meu querido Ryan."

Ela parou, e então disse "Eu não irei."

Godric e Salazar olharam para ela, como se não tivessem compreendido as palavras.

"Você... não... virá?" Godric finalmente gaguejou.

Ela negou com a cabeça. "Nem por todos os galeões no mundo."

"Mas..." Salazar começou "É a vontade do Conselho-"

"Não me importo com as vontades do Conselho!" Madame Ravenclaw explodiu. Repentinamente Godric estava com medo. Esta era uma mulher que havia sofrido muito. Esta era uma mulher que sabia muito bem quem estava enfrentando. E ela não se importava. "O que é o conselho para mim? Se o Conselho não tivesse exilado meu marido, muitos da comunidade mágica ainda estariam entre nós! Se não fosse por Ambrosius, os Cavaleiros da Fênix não haveriam dispersado sua Ordem! Se não fosse por sua obstinada decisão eles poderiam ter continuado e salvado vidas! Se não fosse por ele, Ryan não teria morrido! Se não fosse pelo Conselho, seu próprio pai teria vivido!"

Seus olhos ardentes se encontraram com os de Godric, que sabia a verdade de suas palavras. Seu pai havia sido assassinado por Trouxas. Se os Cavaleiros da Fênix ainda estivessem fazendo seu trabalho, Gawain Gryffindor ainda estaria vivo.

"Chega por hoje." Ela disse, finalizando o assunto. "Accio roupas!" Ela conjurou. Túnicas e calças secas e limpas voaram até ela. Ela entregou as roupas para os dois homens sem cerimônias. "Elas pertenceram a meu marido. Vistam-nas até que suas próprias roupas estejam prontas para serem vestidas novamente. Vocês podem dormir em frente ao fogo. Boa noite." E ela saiu rapidamente da sala, levando o escudo de seu marido com ela.

Godric olhou para Salazar, desamparado, e disse "Isto vai ser muito mais difícil do que pensamos."

Salazar deu os ombros e se trocou para as roupas secas, e então se encolheu dentro de seu manto em frente ao fogo e rapidamente caiu no sono.

Godric seguiu seu exemplo quase imediatamente, caindo em um sono povoado por sonhos de sua família e do quanto ele sentia falta de todos eles.

.:oOo.oOo:.

Primeiro, Godric não tinha certeza do que o acordara. Apenas quando ele ouviu a porta da frente se fechar que ele percebeu que alguém havia saído da casa. Levou um tempo para que seu senso de direção voltasse ao normal. De início ele não sabia onde estava ou como havia chegado lá.

Assim que tudo voltou à sua memória, ele gemeu. Aquela não era a maneira correta de lidar com as coisas. Ele iria se corrigir com Madame Ravenclaw assim que ela acordasse.

Ele se levantou do chão, seu pescoço endurecido após ficar em uma posição anormal durante toda a noite. Ele estava acostumado a isso – e além do mais, dormir no chão em frente a uma lareira era muito melhor que dormir sobre terra e pedra em frente a uma mísera fogueira.

O ar na sala estava abafado. Ele realmente precisava de ar fresco, mas também estava faminto, não havia comido nada desde a noite anterior, quando haviam saído de Culhwch. Ele ponderou o que fazer.

O que estou pensando! Ele se repreendeu. Aqui não é a minha casa. Não tenho direito algum de ir investigar a despensa de Madame Ravenclaw. O que devo fazer é sair para uma caminhada, e com sorte, quando eu voltar, a mulher já estará acordada e nos oferecerá café da manhã.

Com isso decidido, ele abriu a porta da frente cuidadosamente, fazendo o mínimo de barulho possível e saiu furtivamente.

Ele parou do lado de fora da casa e estava maravilhado com a grande diferença entre a noite anterior, quando ele e Salazar amaldiçoaram cada milímetro do caminho e esta manhã, quando tudo estava coberto por um branco imaculado.

Ao observar a neve, ele subitamente percebeu que ela não estava tão imaculada quanto ele pensou. Haviam pequenas pegadas, feitas por pés pequenos indo cá e lá.

Curioso, ele seguiu o rastro das pegadas, que contornavam a casa, finalmente indo à direção a uma pequena construção ao lado da casa, que ele reconheceu como o estábulo onde havia colocado Griffith, seu garanhão, na noite anterior.

A porta do estábulo estava ligeiramente aberta e ele não teve dificuldades para se esgueirar para o lado de dentro sem perturbar os ocupantes: dois cavalos e uma garota.

A garota, Rowena Ravenclaw, estava rolando no feno, rindo desesperadamente como se tivesse escutado a piada mais engraçada do mundo.

O cabelo dela havia escapado do coque apertado e estava cheio de pedaços de feno e terra. Ela estava vestindo apenas seu vestido e nada mais, tornando-a mais esbelta do que ele havia pensado e – ele se sobressaltou – muito mais atraente.

Como se ela precisasse de mim achando-a ainda mais atraente. Ele pensou amargamente. Esta garota poderia encantar reis. Ele fez um som de desgosto.

Foi então que Rowena notou sua presença. Ela parou de rir e olhou para ele. Seus olhos se encontraram e ele sentiu seu coração subir pela garganta. Ele olhou para ela por um longo tempo, até ela começar a enrubescer, e ele percebeu em que posição embaraçosa ele a havia encontrado. Ele sentiu os cantos de sua boca se contorcerem, e então, sem nenhum aviso, começou a rir.

Ele riu e riu até ficar sem ar, que foi quando ele caiu no chão e se encostou à parede do estábulo. "Por Merlin, garota! Você está tão engraçada!" Ele falou.

E no mesmo instante percebeu que cometeu um erro.

Rowena se levantou, o rubor rosado se embaraço se transformou em um tom vermelho de fúria. Ela estava furiosa.

"Eu não sou engraçada, seu fanfarrão pomposo! Só para você saber – eu estava rindo da imagem de você andando naquele coitado do seu cavalo e ele pulando e te derrubando na lama!"

Naquele momento, a imagem se formou na mente de Godric. Uma imagem onde ele não viu a si mesmo, mas testemunhou na penseira de seu pai.

.:oOo.oOo:.

"Tem alguma idéia do que você podia ter feito, Gryffindor?" O Lorde das Rapinas olhou firme dentro dos olhos de Gawain.

Gawain se sentiu compelido a dizer alguma coisa para aplacar a ira de seu comandante, mas não conseguia pensar em nada.

O Lorde das Rapinas continuou a encará-lo; suas bochechas estavam vermelhas de fúria, seus cabelos longos cheios de sujeira, proveniente da briga que ele teve que apartar. Gawain nunca o havia visto tão furioso antes. Oh, claro, ele podia esbofetear um jovem cavaleiro por ter sido tolo ou dizer alguma coisa severa quando alguém não se portava como devia, mas furioso? Nunca. Não Ryan Lorde das Rapinas.

Ele havia sido tolo e cruel, atacando Lorde Llyr quando o homem havia insultado a escolha de Gawain para noiva – Ceridwen – mas ele não podia ignorar! O Lorde das Rapinas deveria perceber isto.

Ele tentou explicar, mas o Lorde das Rapinas virou sua cabeça em desgosto. "Não quero saber, Gawain. Você é um homem melhor que ele – nunca se esqueça disto. Nunca desça ao nível dele. Ele é uma criatura de Ambrosius, e portanto um inimigo do que acreditamos. Um dia, eu poderei não estar aqui, e preciso que você me prometa que seguirá em meus passos. Apenas lembre-se disto – e certifique-se de que isto nunca mais aconteça."

E ele foi embora furioso, deixando Gawain a ponderar sobre o mistério que era seu comandante.

.:oOo.oOo:.

A intensidade do olhar de Rowena aumentava a cada momento, até que, bufando indignadamente, ela saiu, furiosa.

Godric sorriu para si mesmo. Ela era realmente a filha de seu pai. E quem melhor para mudar o destino do Mundo Mágico que a filha do Guerreiro?


A.N.:
Melhor abraçar os espinhos da verdade,
Que as rosas da ilusão.
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