Disclaimer 1: Os personagens não são meus. São da JKR.
Disclaimer 2: Nem a história é minha. É da FairlightMuse. Só estou traduzindo.
Todo Mundo Sabe
Por: FairlightMuse
Tradução: Angela Danton
Capítulo 02 – O Ponto de Vista de Hermione
Vamos analisar a situação a partir do ponto de vista de Hermione primeiro. (Afinal, deve ser sempre 'Primeiro as Damas', em todas as situações.)
Ela tinha vinte e seis anos... chegando aos vinte e sete. Ela já não podia ser considerada nenhuma mocinha, pelos padrões da sociedade. Isto a colocava em uma posição complicada; Ela sempre foi muito mais madura que o resto das pessoas de sua idade, intelectualmente só se sentia confortável em um ambiente com pessoas mais velhas, mais maduras.
Infelizmente, as pessoas mais velhas e maduras, tinham uma tendência a ver e a tratar pessoas mais jovens como, bem... pessoas mais jovens. Normalmente isso não era intencional, mas ocasionalmente alguém podia alfinetá-la mencionando sua juventude e inexperiência. Portanto, ela tinha bastante consciência de sua idade, e tinha uma tendência a se esforçar para parecer ainda mais madura e sofisticada.
Isso tendia a deixá-la muito solitária. Ela passava a maior parte dos finais de semana sozinha em seu apartamento ou em Grimmauld Place, pesquisando novos feitiços, escrevendo cartas para seus pais, lendo algum texto antigo sobre as maneiras de aplicar o uso de mandrágoras em rituais... mas não importa o quanto você cresça, ou o quanto você aprenda, você nunca consegue realmente alcançar aquelas pessoas que já estão à sua frente.
Talvez seus amigos e colegas de escola estivessem saltando ao seu redor, dançando todas as noites, e se apaixonando e deixando de se apaixonar. Ela nunca desejou ser como um deles. Ela nunca desejou que eles sacrificassem seu tempo para ficarem com ela também. Um cavalo de má vontade não é uma boa companhia. Ela desejava a companhia de alguém tão acomodado e estudado quanto ela.
Ou talvez alguém que fosse apenas gentil. Com certeza não haveria muitos homens gentis no mundo afora?
Claro que sim! E não que ela já não houvesse procurado. Ela já procurou! Até mesmo Bill e Charlie Weasley já haviam passado por seu exame minucioso. Mas Bill tinha o péssimo hábito de ficar esfregando as mãos, o que ela temia que com o tempo fosse se tornar uma coisa tediosa e irritante. Já Charlie, ele realmente levava uma vida de solteirão, com seus dragões e viagens. Não haveria noites quietas, discutindo demonologia do século doze neste tipo de relacionamento.
É claro, ele dizia a si mesma... com freqüência, que ela não precisava de amor. Não no sentido que ela não precisava da alegria e emoção de ser tocada e amada e de ter alguém. Todo ser humano precisa de alguma coisa desse tipo em suas vidas. Era apenas que ela não precisava de amor naquele momento. Eram tempos difíceis. Vida e fantasia nem sempre correm paralelamente. Agora, se eles fossem personagens em um livro, ou talvez em um filme... então talvez Hermione confessasse para si mesma que já estava apaixonada.
Ela poderia admitir que sentia uma sensação estranha, toda vez que estava perto de um certo alguém...
Mas ela vivia uma vida extremamente estressante, mesmo que ela não demonstrasse isso. Ela trabalhava para o Ministério da Magia, que por si só já era muito exigente. Era um serviço em tempo integral, com centenas de pesquisas e transcrições envolvidas. Havia também seu trabalho para a Ordem, que tinha que ser mantido em segredo de sua vida cotidiana. Havia também sua vida privada, que estava dividida entre sua vida privada no Mundo Mágico e sua vida privada no Mundo Trouxa.
Ela olhava para fora de sua janela às vezes, e imaginava como as pessoas podiam fingir que não havia nada de errado com o mundo, quando para ela parecia que os tempos estavam ficando cada vez mais sombrios. Eles não eram personagens em livros, conseqüentemente Voldemort ainda não havia sido derrotado; seus capangas ainda estavam correndo às soltas, e todo ano eles apareciam e causavam muitos problemas.
E ela ainda tinha que se preocupar com todo mundo que ela conhecia e amava. Sua família, que não tinha idéia de como se defender, e seus amigos, que inevitavelmente iriam tentar se fazer de heróis. Ela tinha certeza que algum deles iria ser morto qualquer dia, e ela odiava ter que se preocupar com eles. Preocupação com seus pais. Preocupação com pessoas inocentes em todos os cantos que poderiam sofrer se o Lorde das Trevas fosse vitorioso... ou até mesmo ganhasse um pouco de terreno.
Mas absolutamente o pior medo em seu coração era:
"E se eu amasse alguém? E se eu amasse alguém, romanticamente, e essa pessoa fosse morta?"
Poderia ela seguir em frente, sabendo que havia perdido a pessoa para sempre? E se essa pessoa a amasse de verdade... e ela morresse? Nesse caso, ela seria responsável pela miséria de outra pessoa.
Esse pensamento a fazia se sentir extremamente culpada, mesmo que ela precisasse encontrar essa pessoa primeiro.
E foi por essa razão que, mesmo sabendo bem no fundo de seu coração e de sua alma, Hermione não podia se permitir amar alguém.
Principalmente ele.
Ela havia trabalhado extraduro para não amá-lo, por que toda vez que ele estava perto, ela sentia as mais estranhas sensações. Às vezes, quando ela ouvia seu nome ser mencionado, ou o via caminhando em sua direção, com sua cabeça grisalha curvada sobre o Profeta Diário, ela sentia uma vontade enorme de gritar e dançar. Entretanto, isto era ridículo; ele apenas iria pensar que ela era louca... ou vítima de uma das divertidas brincadeiras de um dos gêmeos Weasley. Ele poderia sugerir para ela ir descansar. Pegar umas férias e ir para os Alpes. Visitar St. Mungos e ter a cabeça examinada.
Se fosse para ela admitir algo, seria que a causa de suas aflições não é a cabeça. Se ela não fosse uma mulher tão prática, lógica e não-romântica, ele poderia ter apontado a localização de sua loucura. Era bem no lado esquerdo do peito... um brilho quente e pulsante que não a deixava, não importa o quanto ela o ignorasse.
Bastante estranho, Hermione; vinte e seis, chegando aos vinte e sete... normalmente tão observadora do mundo ao seu redor... nunca observou que as pessoas com as quais ela era tão familiar pareciam cintilar um pouco mais. Eles davam risadinhas com uma boa freqüência. Algumas vezes parecia que Harry e Ron tinham uma Grande Piada que só eles sabiam.
As pessoas no Ministério a examinavam da cabeça aos pés todos dias, tentando determinar se ela carregava os sinais de alguém que havia 'Caído a Ficha'.
Talvez fosse porque às vezes ela deixava seus pensamentos viajarem, não exatamente sonhando acordada..., mas perto disso. Às vezes, se ela se descuidasse, seus olhos iriam procurá-lo, e apenas... ficavam lá observando-o. Tão fácil. Ela podia ficar lá observando ele por horas a fio, e ela tentou se convencer que era porque ele era uma pessoa calma. Era como observar um metrônomo: simples, hipnótico e calmante.
Claro... ela sempre parou em tempo. Felizmente ninguém jamais a percebeu mandando olhares para ele, isso teria sido embaraçoso. Sim, toda hora que ela se pegava entrando em um transe enquanto observava ele comer, ou ler o jornal, ela podia sempre se assegurar que ela se pegou em tempo e ninguém reparou.
Ou reparou?
A.N.: É isso pessoal. Espero que vocês tenham gostado desta análise. Me digam o que vocês acham, ok? Como de costume, vou responder os reviews por e-mail e muitos de vocês não estão deixando o seu endereço... então, peço milhões de desculpas por não poder responder para alguns de vocês... :)
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