Disclaimer 1: Os personagens não são meus. São da JKR.

Disclaimer 2: Nem a história é minha. É da gentil marietsy. Só estou traduzindo. Ela é um amor e me deixou muito feliz.

A.N.: Gente, esta semana, eu desliguei um pouco o modo SSHG e liguei o modo Azkaban!Harry. E quando a gente fala desse assunto, eu só podia estar traduzindo pra vocês uma das histórias mais aclamadas. E acreditem, vocês vão gostar:)

Divirtam-se!


Capítulo 1

Albus Dumbledore caminhava pelos corredores de Hogwarts, perdido em seus pensamentos. Seu rosto estava austero e seus olhos não estavam cintilando. Ele acabara de voltar de uma reunião com o Ministro da Magia e as coisas não estavam indo bem. Ele parou em frente as gárgulas de pedra que levavam ao seu escritório e murmurou a senha.

Após entrar em seu escritório, ele foi até a lareira e jogou um pouco de pó. "A Toca," ele chamou. Ele colocou a cabeça no fogo e chamou por Molly Weasley. Ela veio correndo na sala e olhou para o diretor com supresa.

"Diretor, algum problema?" ela perguntou, preocupada.

"Não, não. Preciso que sua família venha para Hogwarts para uma reunião. Estarei chamando os outros integrantes da Ordem. Eles precisam estar aqui para ouvir o que eu tenho a dizer. É muito importante," O diretor disse de forma séria.

"O que houve, Albus?" ela perguntou, alarmada.

"Eu direi quando vocês chegarem. Hermione está visitando sua família?" perguntou Dumbledore.

"Sim, ela chegou há dois dias. Você quer que eu a traga?" ela perguntou.

"Sim, por favor. Vejo você quando chegar aqui." Ele observou Molly concordar com a cabeça e tirou a cabeça do fogo. Ele passou as mãos no rosto, esgotado, o fardo que ele estava carregando agora estava pesado.

Ele ouviu a porta do escritório se abrir uma voz o chamou, preocupada, "Albus, você está bem? O que houve?" perguntou Minerva McGonagall.

"Estou convocando uma reunião para a Ordem. Tenho notícias importantes e preciso compartilhá-las com todos. Severus ainda está aqui?" ele perguntou.

"Sim, ele acabou de chegar da convocação. Ele está a caminho daqui," ela disse, observando a expressão cansada no rosto do diretor.

Severus Snape aproximou-se em passos largos do escritório do diretor, suas vestes esvoaçando atrás dele. Ele tinha uma presença formidável, com seus cabelos negros e lisos, olhos negros e um olhar furioso que já eram uma marca registrada em sua face. A grande alegria da vida dele era assustar as crianças de Hogwarts. Ele não era um homem feliz, então ele tirava o máximo de proveito da pouca alegria que tinha fazendo as pessoas se encolherem de medo na sua presença.

"Diretor, vim fazer meu relatório. Aparentemente, os Malfoys foram capturados esta manhã e levados ao Ministério. Aparentemente, havia alguma espécie de plano no qual os Malfoys estiveram envolvidos e Voldemort não quer que vaze. Julgando a maneira pela qual ele torturou e matou alguns Comensais esta noite, ele está bastante passado," Snape disse com um sorriso frio.

O diretor sentou atrás de sua mesa, com um longo suspiro. "Obrigado, Severus. Eu já sabia sobre os Malfoys. Fui chamado ao Ministério para ouvir algumas notícias perturbadoras. Vou compartilhá-las com você quando os outros membros da Ordem chegarem. Ele deverão estar aqui em breve." Ele disse de forma grave.

Snape encarou o diretor pensativamente. Pelo olhar no rosto de Dumbledor, ele podia dizer que o que quer que fosse, não eram boas notícias. Ele olhou para McGonagall e notou que seu rosto mostrava preocupação pelo diretor. Seus olhos se encontraram em preocupação silenciosa com a situação. Snape suspirou; pelo jeito vai ser uma longa noite.

.:oOo.oOo:.

Uma hora mais tarde, os membros da Ordem estavam sentados no escritório do Diretor. Os Weasleys estavam alinhados em um lado do escritório. Hermione estava sentada ao lado de Ron, que a estava ignorando. Ela tinha um mau pressentimento em relação a esta reunião. Entretanto, seja lá o que fosse, ela tinha confiança que o diretor iria guiar a Ordem pelo caminho certo.

Ron olhou ao redor da sala, parecendo mal-humorado. Ele não queria vir, mas sua família o obrigou. Ele resmungou para si mesmo em sinal de descontentamento. A guerra com Voldemort não estava indo bem e ele tinha um pressentimento que seja lá qual fosse o motivo da reunião, ela ia mudar tudo. Mesmo assim, isto não era motivo suficiente para ele ao menos querer comparecer.

Os gêmeos estavam conversando em voz baixa sobre alguma coisa relacionada a algum logro. Bill e Charlie estavam em casa para uma visita quando o diretor chamou. Eles decidiram que deveriam comparecer à reunião. Percy não estava lá, já que havia cortado relações com a família, não que isso parecesse incomodar os outros Weasleys. Molly Weasley estava encarando os gêmeos, que estavam ignorando a mãe deles e Arthur olhava para sua família de maneira carinhosa.

Tonks, Kingsley e Lupin estavam sentados próximos um dos outros, conversando em vozes baixas. Cada um deles havia mencionado a forma como o diretor parecia tenso quando havia chamado pela lareira há pouco tempo atrás. Isto não era um bom presságio para a reunião.

Mad-Eye Moody estava sentado perto de Minerva, falando em voz baixa enquanto encarava Snape, que estava olhando com desprezo para qualquer um que olhasse para ele. Moody ainda não confiava naquele homem e jamais confiaria. Minerva virou os olhos em exasperação, devido às ações de Moody. Os outros membros da Ordem estavam sentados espalhados, conversando, enquanto esperavam o diretor aparecer.

O diretor entrou no escritório e sorriu de maneira austera para todos. Não havia sinal de cintilamento em seus olhos. As pessoas na sala se mexeram, incertas. A ultima vez que eles viram o diretor tão sério havia sido há dezoito meses atrás.

"Fui chamado ao Ministério hoje por Fudge. Aparentemente eles capturaram dois Comensais que confessaram sob Veritasserum," disse o diretor.

"Quem eram os Comensais?" Moody rosnou.

"Lucius e Draco Malfoy."

As pessoas na sala começaram a murmurar, surpresas e pasmas. Lucius era um Comensal muito bem conhecido, mas escapou de Azkaban quando os Dementadores uniram suas forças com Voldemort. O Ministério rapidamente colocou feitiços e fortaleceu as defesas ao redor de Azkaban que imitavam os efeitos dos Dementadores. Eles não queriam arriscar deixar os prisioneiros coerentes o suficiente para tentar escapar. Ouvir que Draco era um Comensal não foi uma grande surpresa para todos aqueles que estavam na sala.

"O que eles confessaram, Albus?" Minerva perguntou com curiosidade.

"Aparentemente Draco esteve envolvido em um plano para culpar um estudante por assassinato.. Ele deveria roubar a varinha, matar um estudante e colocar a culpa no outro," ele disse, com a voz grave. "Harry Potter é inocente do assassinato," ele disse em voz baixa. A aparência de tristeza em seu rosto o fez parecer mais velho.

Houve uma erupção de gritos de negação e choque na sala. "Como pode ser? Ele confessou os assassinatos sob efeito de Veritasserum," Remus disse chocado.

"Lucius confessou que Voldemort este trabalhando na ligação através da cicatriz antes dos assassinatos. Voldemort começou a abrir a ligação lentamente, desta maneira ele poderia possuir Harry no momento exato. Isso poderia explicar o comportamento estranho de Harry antes dos assassinatos. O momento exato veio quando Harry foi depor. Lucius estava no meio da multidão , disfarçado com a Poção Polisuco e quando Harry foi posto sob o Veritasserum, ele enfeitiçou Harry, deixando-o mais suscetível à possessão de Voldemort. O menino não teve chance, nenhuma chance." O diretor disse em voz baixa.

O restante da sala estava paralizado. Harry havia sido acusado de matar Cho Chang, Colin Creevey e Ginny Weasley durante o sexto ano em Hogwarts. Harry se dizia inocente, afirmando que isto havia sido um plano de Voldemort, mas ninguém tentou ajudá-lo. Eles não acreditaram nele e o Mundo Mágico ajudou a jogar um garoto de 16 anos em Azkaban. Todas as evidências apontavam que ele era culpado e o Mundo Mágico virou suas costas para o Menino-Que-Sobreviveu.

Ron tinha lágrimas nos olhos e Hermione estava soluçando histericamente. Hermione havia sido a primeira a virar as costas para Harry. Ela permitiu que as provas se sobrepusessem a qualquer dúvida que ela tivesse. Quando Harry implorou para ela ajudá-lo, ela deu um tapa nele, cuspiu em seu rosto e disse para ele ir queimar no inferno. Seguindo o exemplo da melhor amiga de Harry, o resto de seus amigos se voltaram contra ele como cães raivosos. Eles amaldiçoaram seu nome, destruíram suas coisas e se afastaram de qualquer que achasse que talvez ele pudesse ser inocente.

Apesar de tudo, Ron havia acreditado na inocência de seu amigo. Ele lutou por Harry, gritando para qualquer um se atrever a dizer o contrario na sua cara. Ele conhecia Harry e sabia que Harry jamais mataria alguém, principalmente alguém que ele considerava como uma irmã.

Ele se sentiu traído no julgamento quando Harry confessou os assassinatos. Ele perdeu a compostura e chorou, olhando fixamente para Harry com fúria e dor. Ele acreditou no poder do Veritasserum, nunca imaginando que de alguma maneira ele pudesse ser contornado. Todo mundo falou para ele que eles estiveram certos mas Ron socava qualquer pessoa que se atrevesse a dizer algo a respeito de Harry. As pessoas aprenderam a não falar sobre Harry para Ron.

Ron baixou a cabeça em alívio, vergonha e dor. Sele sentiu alívio pelo fato de que ele esteve certo, e vergonha por ter duvidado dele no final. Ele sabia que provavelmente Harry o perdoaria por seu lapso, mas ainda doía saber que ele não manteve sua fé em Harry. Ele ouviu Hermione chorando ao seu lado e se afastou dela. A amizade dos dois nunca mais foi a mesma desde que ela virou as costas para Harry. Ela havia se tornado presunçosa; a atitude superior que ela assumiu irritava Ron. Ela jogou a culpa de Harry na cara de Ron tantas vezes que Ron quase bateu nela. Naquele momento, ela viu a fúria nos olhos dele e sentiu medo. Eles concordaram em nunca mais trazer o assunto sobre Harry à tona novamente mas as coisas haviam mudado para sempre entre eles. Eles perderam a proximidade que uma vez tiveram.

"E agora?" Arthur Weasley perguntou com uma voz mínima. O garoto, a quem ele considerava como um filho, aquele para quem ele virou as costas, aquele que ele acreditava ter matado sua única filha, ela inocente. Ele se sentiu oprimido com vergonha e culpa. Ele baixou a cabeça e fechou os olhos, tentando impedir as lágrimas de caírem. Ele aspirou o ar, trêmulo, abriu os olhos e olhou para a sua esposa soluçando histericamente. Ele colocou os braços ao redor dela e a puxou para perto. Ela enterrou o rosto em seu peito e começou a se lamentar. Ele sabia que ela sentia a mesma sensação de culpa e vergonha que ele.

Arthur olhou para o resto de sua família. Os gêmeos estavam quietos, seus rostos alegres estavam sombrios e seus olhos cheios de vergonha. Eles estavam olhando para o chão com as sobrancelhas franzidas. Arthur sacudiu a cabeça, sabendo que eles não saberiam como lidar com isso. Ele olhou para Bill e Charlie, que também pareciam estar melancólicos. Seus rostos também mostravam a culpa que estavam sentindo.

Ele olhou para seu filho mais novo, e seu coração se apertou com dor. A família não havia sido gentil com Ron desde a prisão de Harry. Ele havia sido o único que acreditara em Harry e a família o havia ridicularizado e rebaixado. Quando Harry confessou sob o efeito do Veritaserum, a família orgulhosamente havia jogado isso em sua cara com uma alegria amarga e parecia que alguma coisa em Ron havia morrido. Ele nunca mais sorriu e dificilmente falava com os familiares. Mesmo agora, a família tinha se preocupava muito pouco com ele e quando se preocupava, mostrava reprova por suas ações.

Arthur observou quando seu filho olhou para ele, sentindo seu olhar de culpa sobre ele. Os olhos castanhos olharam para seu pai com frieza e Ron deu um sorriso de escárnio para ele. Ron desviou o olhar e fixou em sua mãe soluçando, com outro sorriso zombeteiro e frio. Arthur podia sentir a demanda por justificativas no olhar de Ron, baixou os olhos em vergonha, e chorou. Ele teria que conseguir o perdão de mais de um garoto.

Ron olhou para sua família com desdém. Agora eles acrediram em Harry e eu não sou mais o paria da minha família. Que gentil, ele pensou, com escárnio. Ele se sentiu surpreso pelo modo como a família o estava tratando no inicio, mas logo percebeu que o estavam tratando da mesma maneira que ele tratou Percy. Pela primeira vez em sua vida, ele se compadeceu de seu irmão mais velho. Se ele pudesse, teria seguido os passos de Percy e deixado A Toca e sua família para trás. Infelizmente, ele não era maior de idade na época e agora e ele não tinha dinheiro. Ele achou irônico que agora que Harry foi provado inocente, aparentemente Ron também era. Ele zombou deste pensamento, se sua família pensou que se começar a tratá-lo bem de agora em diante eles iriam conseguir seu perdão, eles iriam ter uma grande surpresa.

"Estamos em processo de tirar Harry de Azkaban. Ele será trazido para cá, onde poderá se recuperar. Madame Pomfrey o examinará e ele terá seus próprios aposentos. Ele perdeu os últimos 18 meses de sua educação. Se ele estiver apto, ele deverá terminá-la. Com muito esforço, ele poderá se formar ano que vem," o diretor disse de maneira suave.

Ron bufou com desprezo e olhou com desdém para o diretor. "O que o faz pensar que Harry vai querer terminar sua educação? O que o faz pensar que Harry vai querer ter alguma coisa a ver com todos aqueles que o traíram? Aqueles que viraram suas costas, bateram nele, e queimaram suas coisas? As coisas que eram as únicas lembranças de seus pais e de seu padrinho? Ele nunca vai poder ter isso de volta!" Ron disse com veneno para a multidão envergonhada. "Eu tenho minha própria culpa para lidar mas nunca virei minhas costas para ele. Mesmo quando ele confessou, eu ainda tive minhas duvidas mas me permiti ser influenciado pela opinião publica e jamais me perdoarei por isso mas para a minha sorte, eu sei que Harry me perdoará porque quanto isso realmente contava, EU FIQUEI DO LADO DELE!" ele rugiu.

"E onde vocês estavam? Seu mentor, a diretora da casa, sua família adotiva, e uma das supostas melhores amigas? Vocês estavam tão ansiosos para crucificá-lo e agora esperam que ele volte de braços abertos e cheio de perdão no coração?" Ron disse com escárnio. "Não há nenhuma chance no inferno disso acontecer. Vocês todos sabem o que confiança significa para ele e vocês mostraram a ele o quão pouco ele pode confiar em vocês. Ah não, Harry não irá perdoar nenhum de vocês. Ele vai querer permanecer o mais distante possível o mais rápido possível que puder. Vou lhes dizer isso: quando ele decidir partir, eu irei com ele e nunca mais retornar. Não tenho nada me prendendo aqui," ele disse com um olhar frio para a multidão abatida.

"Ron, você tem sua família!" Molly Weasley gritou, chorando lágrimas de culpa.

Ron olhou com desprezo para sua mãe, e então olhou para o resto de sua família. "Você quer dizer o abraço amoroso de minha família, que me rebaixou e caçoou de mim por ficar do lado de um amigo, aquele que eu considerava um irmão? Aquela mesma família que matou a coruja que Harry havia me dado algumas semanas antes porque Harry havia comprado para mim? A mesma família que destruiu minhas coisas e me ignorou quando eu entrava na mesma sala, exceto para fazer observações incisivas e prejudiciais? Você se refere à mesma família que me disse inúmeras vezes que eu devia estar em Azkaban com Harry? A mesma que me disse que eu deveria deixar a casa e me juntar ao resto dos Comensais da Morte para servir Você-Sabe-Quem? Ou é a mesma família que me disse que eu deveria ter morrido antes de trai-los? Ah sim, eu consigo ver por que eu deveria ficar pela minha família," ele disse com veneno na voz, a amargura fluindo de sua boca ao encarar com ódio sua família, que estava se encolhendo e chorando.

"Quando Harry finalmente chegar aqui eu ficarei ao lado dele, não importa onde seja o lugar. Ele vai precisar que alguém que se preocupe com ele. Vocês estão todos mortos para mim. Não quero ter mais nada a ver com nenhum de vocês. Eu não desejo mais ser um Weasley e eu quero ser libertado desta família," ele disse com frieza. "Eu quero invocar o Ritus Emancipo," Ron disse, gelado, encarando o diretor chocado.

"Ron, não! É de sua família que você está falando. Eu não posso permitir que você faça isso," Hermione gritou.

Ron se virou e olhou para Hermione com desdém. "O que a faz pensar que você tem o direito de me dizer o que fazer? Você não é minha família, nem por sangue e nem por escolha. Você nem ao menos é minha amiga. Nós não somos amigos desde a sua traição. Você é apenas alguém que ia na minha casa e me censurava pela minha suposta estupidez. Você é aquela que alegremente atirava o conhecimento de que estava certa sobre a culpa de Harry naquela atitude presunçosa e superior, e zombava de qualquer um que dissesse o contrário. Bem, adivinhe só Hermione. Você estava errada. Como isso faz você se sentir? Estupida? Honestamente, você acha que Harry vai te perdoar? Você foi a primeira a virar as costas para ele. Antes mesmo dos colegas, dos professores, de sua família adotiva ou o Mundo Mágico. Você! Então não alimente muitas esperanças de reconciliação, sua pomposa, presunçosa, de mente medíocre ; E pensar, você acha que o estúpido sou eu," Ron disse com sarcasmo, sacudindo a cabeça em descrença.

Ron deixou de olhar para a agora chocada mulher e olhou para o diretor. "Agora, ou você executa o ritual ou eu vou levar o caso ao Ministério e quando eles me perguntarem a razão, eu não vou hesitar em afundar o nome Weasley na lama. Esta é uma oportunidade única de fazer isso longe dos olhos da imprensa, mas confie em mim, eu não vejo problemas em deixar o mundo saber que tipo de pessoas são a minha adorada família."

"Sr. Weasley, talvez..." o diretor disse gentilmente.

"Vamos, diretor. Afinal de contas, eu sou bem conhecido por defender o Menino-Que-Sobreviveu e eu tenho certeza que a sociedade hipócrita em que vivemos subitamente irá virar as costas para aquela mesma família que ele tinham pena há não muito tempo atrás. Agora que Harry é novamente nosso Salvador, o Mundo Mágico estará se sentindo culpado, você realmente acha que o bom nome dos Weasleys vai durar muito tempo depois que eu acabar? Acredite em mim quando eu digo que tenho o apoio de Herry e não me esquecerei de colocar o seu nome na minha pequena e suja campanha. Isso não iria pegar bem neste momento, não?" Ron perguntou, com raiva.

O diretor respirou fundo. "Muito bem. Iniciarei os procedimentos. Gostaria de esperar por Harry antes de efetuar o ritual?"

Ron pensou um momento antes de aceitar. "Sim, na verdade eu gostaria. Não pense que você pode usar esse tempo para tentar me fazer mudar de idéia, porque isso não vai acontecer. Nada do que você diga ou faça vai me ajudar a superar os últimos 18 meses de cuidados da minha estimada família."

O diretor assentiu com a cabeça, vagarosamente, chocado por tudo o que aconteceu. Ele não fazia idéia que os Weasleys haviam se virado contra Ron da forma que eles fizeram, mas isso explicava o comportamento de Ron nos últimos meses.

"Quanto à educação de Harry, se ele desejar ser um bruxo no Mundo Mágico então ele terá que terminá-la," disse o diretor.

Ron bufou novamente. "De novo, o que te faz pensar que ele se preocupa tanto com este mundo para ficar? Ele já é maior de idade e você não pode forçá-lo. Pressione-o bastante, diretor, e você não precisará se preocupar com ele derrotando Você-Sabe-Quem; você terá que se preocupar com Harry se juntando a ele. Você sabi disso tão bem quanto eu."

"Harry jamais se juntaria a Voldemort," Hermione gritou.

"Verdade? Você realmente mudou sua forma de pensar, não? Quais foram as primeiras palavras que você disse quando se virou contra ele mesmo? 'Eu sempre soube que você se juntaria ao Voldemort. Eu sempre soube que você nos trairia. Você é tão mau quanto ele e espero que você queime no inferno.' Não foi isso que você disse pra ele?" Ron perguntou com escárnio, olhando para o rosto envergonhado de sua ex-amiga. "Harry foi traído, manipulado, mentido e rebaixado por aqueles que supostamente se importavam com ele. Você realmente acha que está fora do reino das possibilidades que se ele não tem nada pelo que viver ou salvar, que ele não uniria forças com a única pessoa que nunca mentiu para ele?"

"O que quer dizer com nunca mentiu para ele? Você-Sabe-Quem sempre mentiu para Harry," Molly disse em protesto.

"Não, na verdade ele nunca mentiu. Ele nunca mentiu sobre seu ódio por Harry, nem seu nojo e ódio por esta sociedade. Ele pode ter usado, manipulado e matado por causa de Harry, mas ele nunca mentiu e esta é a única coisa com a qual Harry pode contar," disse Ron com firmeza.

Dumbledore parecia pensativo e um pouco alarmado. O que Ron disse tinha mérito, se Harry fosse pressionado, ele iria se retrair e do jeito que as coisas estavam agora, isso não seria uma boa coisa. "Muito bem, devemos ver o que Harry deseja fazer. Se ele resolver ficar, ele precisará terminar sua educação..." vozes de protesto foram ouvidas "... mas arranjos podem ser feitos. Dessa forma ele não precisaria estudar em Hogwarts. Harry pode não estar em estado para tomar estas decisões por um tempo, e até lá eu tomarei as decisões por ele."

"Na verdade, diretor, você não tomará," Ron disse com um sorriso de zombaria.

"O que quer dizer?" o diretor perguntou com curiosidade. Ele sabia que o Ministério o escutaria quando se tratasse de Harry. Ron poderia tentar lutar, mas no final, ele iria vencer quando o assunto fosse tomar decisões por Harry.

"Você esquece, diretor, que o chapéu seletor queria colocar Harry na Sonserina. Ele deixou de confiar em você após a morte de Sirius. Ele percebeu que você apenas o estava manipulando e você apenas o considerava uma arma para a sua guerra contra Você-Sabe-Quem. Ele preencheu alguns documentos com o Ministério que deram a alguém Poder de Representação, acho que era assim que Harry chamava isso," Ron disse com um sorriso de sarcasmo para o confuso diretor.

"Poder de Representação?" Remus perguntou, confuso.

"É um termo Trouxa para um documento que dá a uma pessoa poder sobre outra. Por exemplo, se Harry estiver impedido de tomar decisões por si mesmo por alguma razão, o documento então mostra que uma determinada pessoa poderá tomar as decisões por ele. Em tudo, seja financeiramente, saúde, contratos legais, onde viver etc. Você pegou a idéia. Agora, já que é um documento Trouxa, não tem valor no Mundo Mágico, por isso Harry entrou em contato com um advogado, que examinou o documento e chegou à conclusão que poderia transformá-lo em alguma coisa que o Ministério reconhecesse. Ele preencheu os documentos com o Ministério e fez tudo por baixo dos panos, pois assim ninguém iria ficar sabendo."

"Harry também percebeu que o diretor iria tentar lutar contra o documento, mesmo tendo bases legais. Ele percebeu que Dumbledore ou ignoraria isso ou tentaria reverter isso, por isso Harry bolou outro plano brilhante. Ele pegou um contrato e preencheu. Ele jogou uns dois feitiços nele para alterar a aparência do documento e o levou para o diretor assinar. Dumbledore nunca soube o que assinou e Harry arquivou o documento no Ministério, bloqueando quaisquer ações para tê-lo anulado," Ron disse com um sorriso de escárnio para o diretor.

"O que eu assinei?" Dumbledore perguntou apreensivo.

"Simples, se você tentar bloquear, anular ou ignorar o documento, você perderá a sua mágica e seu status no Mundo Mágico. É um Contrato Mágico e todo mundo sabe que eles são ligados e reforçados por mágica. Portanto, você não tem autoridade no que Herry fará quando chegar aqui. Tente forçar isso, velho, e voe perderá tudo o que tem," Ron disse com um sorriso zombeteiro.

Os olhos do diretor se arregalaram em choque e então se estreitaram em fúria. "Harry se atreveria a fazer isso? Ele tomaria providências para que eu perdesse minha magia?"

"Eu te disse diretor, ele não confiava em você. Ele sabia que você ra manipulador e que você não cuidaria de seus melhores interesses, apenas os seus. Agora você não tem poder sobre sua arma e todos podem ver que você não está gostando disso. Qual o problema, velho? Sua arma foi mais esperta que você?" Ron perguntou com um sorriso de desdém.

O diretor olhou para o jovem rapaz em sua frente, escondendo sua fúria. Ele pode ter perdido o poder de tomar as decisões por Harry, mas ele tinha certeza que quem quer que Harry tenha designado ficaria grato por ser guiado por Albus Dumbledore. Ele tinha certeza de quem havia sido designado como seu protetor e Remus Lupin nunca discordava de suas decisões.

Muito bem então, Remus, você poderia conversar depois com Harry sobre suas decisões? Assegure-se de deixá-lo saber que ele precisa ficar e completar sua educação. Nós o manteremos aqui durante o período, se não causar inconvenientes para você?" o diretor perguntou para o homem de aparência cansada.

Ron soltou uma gargalhada. "Por que está pedindo para ele?"

"Não foi Remus quem foi designado para tomar conta de Harry?" Dumbledore perguntou, surpreso.

"Oh diabos, não! Quando eu disse que ele não confiava em você, diretor, me referia a você e qualquer pessoa da Ordem. Veja bem, Harry não é idiota o bastante de pensar que você não tentaria influenciar as decisões da pessoa, que é o que você fez. Não posso me esquecer de pagar para Harry o dinheiro que devo a ele porque ele com certeza ganhou aquela aposta." Ron disse com escárnio.

"Então quem é?" o diretor perguntou zangado.

Ron deu um sorriso para o diretor. "Eu."


A.N.: E então o que acham? Alguém gostou? Alguém quer me bater? Manifestem-se me mandando um review! ;)
Segunda-feira eu vou tirar meu gesso!