Chamas da Traição – Capítulo 3
Disclaimer 1: Os personagens não são meus. São da JKR.
Disclaimer 2: Nem a história é minha. É da gentil marietsy. Só estou traduzindo. Ela é um amor e me deixou muito feliz.
A.N.: Pessoal, novamente, muito obrigada pelos reviews. Tem gente que eu não consigo agradecer pessoalmente porque eu não tenho o e-mail e tem aquela regra que a gente não pode responder reviews aqui. Então estou deixando aqui meu muito obrigada a todos!
Ah! Talvez vocês achem este capítulo meio confuso, então me deixa explicar. Este capítulo é tipo uma continuação de onde parou o capítulo 1 (não, não tem cenas repetidas).
"Então quem é?" O diretor perguntou zangado.
Ron deu um sorriso para o diretor. "Eu."
A sala entrou em caos e Ron voltou a se sentar e sorriu em satisfação. Tenho que me lembrar de mostrar isso para o Harry quando ele chegar. Ele vai amar. Será que ele ainda tem aquela penseira que ele comprou antes de ir para a prisão, ele pensou, indolente.
"Como assim você é o guardião? Você não passa de uma criança," Molly guinchou.
Ron olhou para ela e deu um sorriso de escárnio. "Você é quem diz isso mulher."
Ron olhou para o diretor e reparou na expressão de descontentamento em seu rosto. Ele zombou mentalmente, sabendo que o diretor não era uma pessoa feliz neste exato instante.
"Sr. Weasley..." o diretor começou a dizer.
Ron deu a ele um olhar gelado e cuspiu as palavras, cheias de veneno, "Se você quer que eu continue com esta conversa, não vai mais se dirigir a mim por este nome. Se você continuar, vou ignorar você e qualquer coisa que tenha a dizer."
Dumbledore assentiu com a cabeça, não parecendo particularmente feliz com a demanda. "Ron, se eu estou entendendo você corretamente, Harry fez de você seu guardião quando ele tinha 16?"
"Na verdade acho que ele tinha 15 na época," Ron respondeu com um pequeno sorriso.
"15?" Molly gritou em descrença.
Dumbledore lançou um olhar para Molly e continuou com o questionamento. "15 então. Você não acha que as coisas mudaram desde então? Agora ele está mais velho e..."
Ron interrompeu Dumbledore antes que ele pudesse continuar. "Na verdade sim, as coisas mudaram, não? Aos 15, Harry não havia sido traído, humilhado ou jogado em Azkaban pelas pessoas nesta sala. Quando ele tinha 15, ele na verdade se importava com o que você teria a dizer sobre isto. Agora eu tenho certeza de que ele não liga a mínima."
Dumbledore suspirou profundamente e olhou para Ron com bondade. "Com certeza você entende que eu quero o melhor para ele; Só quero protegê-lo de Voldemort."
Ron sacudiu a cabeça. "Não, você não quer. Você só quer ter controle em sua arma. Você acha que esta vai ser a oportunidade perfeita para moldá-lo em alguém que você possa controlar. Tenho certeza que seu estado mental não está muito bom depois de 18 meses em Azkaban. Você quer aproveitar este tempo para fazer com que Harry acredite que você se arrepende de não tê-lo ajudado quando ele implorou e suplicou por sua ajuda. Você quer tentar fazer uma lavagem cerebral nele enquanto você tem a chance e eu não vou deixá-lo fazer isto diretor. Nada do que você faz visa os melhores interesses de Harry, apenas os seus," Ron disse, de maneira inflexível.
"É engraçado, eu costumava pensar que Harry estava brincando quando ele dizia que você era uma versão mais dócil e gentil de Você-Sabe-Quem. Eu apenas pensei que era porque Harry estava zangado com você pela morte de Sirius, mas estou começando a acreditar nisto agora. Você se esconde atrás de sua tão conhecida bondade e sabedoria enquanto sacrifica seus peões na guerra contra Você-Sabe-Quem. Bem, Dumbledore, eu não vou permitir que você use Harry como um peão e nem vou permitir que você me use como um também."
Ron se levantou e olhou para o zangado diretor. "Estou voltando para A Toca para pegar as minhas coisas que minha família não destruiu e realizar duas tarefas. Eu gostaria que a papelada do Rito de Emancipação começasse a correr. Quanto antes eu me livrar no nome Weasley, melhor." Ron ignorou os gritos de sua antiga família. "Eu gostaria de colocar Harry em um quarto confortável, mas se você achar que não pode ter Harry aqui porque você não pode controlá-lo, então eu o levarei para outro lugar."
Ron começou a se dirigir para a lareira, pausou e então se virou para olhar o diretor. "Lembre-se Dumbledore, você precisa de Harry, mas Harry não precisa de você. Eu sei tudo sobre a profecia, e cá para nós, eu acho que é um monte de besteira. Eu fico imaginando como foi conveniente que a profecia veio à luz exatamente quando você começou a perder o controle sobre sua arma. Muito curioso," Ron lançou um olhar para o diretor e notou que o homem parecia se contorcer em seu assento. Ron bufou, seguiu em direção à lareira e foi para A Toca.
A sala ficou quieta após a partida de Ron. Logo um som de uma risada foi ouvido e as pessoas olharam ao redor, notando que era Severus Snape quem estava rindo. Ele continuou por mais alguns segundos, quando reparou que todos estavam olhando para ele. Ele deu um sorriso de escárnio para as pessoas na sala e alguns desviaram o olhar, enquanto outros apenas o encararam.
"O que você acha tão engraçado, Severus?" O diretor inquiriu friamente. As coisas não saíram como planejadas para Dumbledore e agora ele não tinha certeza do que fazer. Se ele fizesse alguma coisa maior, ele perderia sua magia. Ele teria que pensar nisto. Ele ainda não havia acabado com Harry.
"Nunca pensei que iria dizer isto, mas acho que estou começando a gostar deste novo Sr. Weasley, oh me desculpem, Ron," Snape disse com satisfação, deleitando-se com as expressões de dor e vergonha dos rostos dos outros Weasleys. "E com Potter te enganando como ele fez, gente, isto é positivamente Sonserino. Creio que terei um grande prazer em conhecer o Sr. Potter novamente," Snape disse enquanto zombava dos ultrajados Grifinórios na sala.
"Você odeia Harry. O que o faz pensar que ele vai te tratar melhor que ele tratará qualquer um de nós? Nós fomos seus amigos e Harry respeita muito a amizade," Hermione disse pomposamente.
"Se você chama o que você fez para ele de amizade, então eu não preciso disto. Posso não gostar do Sr. Potter, mas não o odeio. Eu fiz o máximo possível para ajudá-lo de todas as formas que eu pude, embora ele possa não ter gostado das medidas que eu usei para fazer isto. Se você se lembra, eu lhe disse antes que o Sr. Potter não era o tipo de pessoa que mataria alguém. Você escolheu ignorar isto e eu nunca mais trouxe o assunto à tona. Eu mesmo disse ao Sr. Potter que eu não acreditava nele ser capaz de assassinato. É verdade que ele quebrou as regras e se safou em muitas coisas pelas quais deveria ser punido, mas ele nunca foi um assassino. Estou interessado em saber o que o Sr. Potter tem a dizer sobre seus supostos amigos e familiares. Isto deve ser no mínimo interessante." Snape se levantou e escarneceu das pessoas na sala. Seus olhos pararam em um Lupin cheio de lágrimas e Snape deu a ele um sorriso cheio de zombaria e ódio.
"Estarei em meus aposentos. Tenho algumas poções para preparar para ajudar a condição do Sr. Potter. Tenho certeza de que ele está subnutrido e fraco. Ele provavelmente está até mesmo insano então ele precisará de toda ajuda que puder. Bom dia, diretor," Snape disse e acenou com a cabeça. Ele se virou e caminhou para fora da sala, deixando para trás uma sala cheia de prantos.
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Ron chegou em sua futura ex-casa e subiu as escadas para seu quarto. Ele pegou seu malão que ele ainda não havia desfeito desde seu retorno de Hogwarts. Ele pegou várias peças de roupa e as atirou no malão. Ele abriu o armário, pegou sua varinha e murmurou um feitiço. Uma pequena caixa apareceu; Ron a pegou e saiu do armário.
Ele se aproximou de sua cama, sentou-se e abriu a caixa. Ele tirou de dentro dela algumas fotos. Elas mostravam Harry e Ron em várias poses durante seu tempo juntos em Hogwarts. Ron havia se certificado de esconder a caixa quando se tornou aparente que sua família não tinha problemas em destruir suas coisas. Ele não queria perder as fotos. Naquela época, elas haviam sido tudo o que restara de Harry e não importa o que ele sentiu após o julgamento; Harry havia participado de uma grande parte de sua vida. Ele estava grato por ter escondido as fotos.
Deixando as fotos de lado, ele pegou uma pequena chave e um pergaminho enrolado e amarrado com uma fita. Ele olhou para eles, pensativo, e com um sorriso os colocou na cama ao lado da mala. Ele devolveu as fotos para dentro da caixa e a fechou. Ele colocou a caixa com gentileza dentro do malão, e colocou a chave e o pergaminho no bolso de suas vestes.
Andando pelo quarto, ele reuniu o que sobrou de seus pertences, um livro, um pôster de um jogador de Quadribol, e várias quinquilharias que ele juntou durante os anos. Ele colocou tudo dentro do malão e o fechou com um baque que ecoou pelo quarto. Ele pegou sua varinha e lançou um feitiço de encolhimento no malão. Ele colocou o malão em seu bolso e lançando um ultimo olhar, ele caminhou para fora do quarto que havia sido seu nos últimos 18 anos. Ele desceu as escadas e saiu pela porta.
Ele se afastou um pouco, parou e olhou para trás, para a casa que havia sido seu lar durante toda a sua vida. Ele se lembrou dos bons tempos com sua família, as partidas de Quadribol que os garotos jogavam no jardim. Ele se lembrou de quando Ginny havia crescido o suficiente para jogar com eles, suas risadas alegres e radiantes. Infelizmente, nenhumas destas boas memórias poderiam substituir as memórias ruins que ele tinha. A amargura que ele sentiu começou a transbordar e lágrimas se juntaram em seus olhos. A dor que ele segurou dentro de si por dezenove meses estava tentando se libertar.
Ele deus as costas para a casa e respirou fundo. "Ron! Espere!" Uma voz o chamou. Ron congelou, seus olhos se estreitaram em fúria. Ele tinha um pressentimento que devia ter partido antes que sua família voltasse, mas esteve muito ocupado com suas lembranças.
Ele se virou e encontrou Charlie correndo em sua direção. "O que?" Ron perguntou, impaciente. "Tenho coisas a fazer e não quero ouvir nada que você tenha a dizer."
Charlie finalmente o alcançou e parou em sua frente. Ele colocou uma mão no ombro de Ron apenas para tê-la arrancada. Ele bufou em irritação. "Olhe, eu sei que você está zangado com a família, mas é realmente uma razão para proceder com o Ritual? Que inferno, eu fico bravo com a mamãe o tempo todo, mas não estou preparado para largar a família por causa disso. Por que você não senta e conversa com a família e resolve tudo?" Charlie perguntou.
Ron olhou fixamente para Charlie. "Eu tenho todas as razões para seguir com o Ritual. Eu não quero mais fazer parte desta família. Estive pensando nisso há meses e com a libertação de Harry, eu finalmente percebi que é a hora certa. Para mim já chega. Eu tive que aturar meses de palavras duras, ameaças, espancamentos e minhas coisas sendo destruídas. Ou eu era depreciado ou ignorado. Cansei disso. Não é assim que supostamente uma família deve agir. Apenas porque eu mantive minha crença em meu amigo não dá aos Weasleys o direito de me tratar como se eu fosse um criminoso. Um Comensal da Morte teria sido tratado melhor. Que inferno, Snape é tratado melhor pelos Weasleys do que eu. Eu não vou mais tolerar isto. Eu estou doente e cansado de me sentir inútil, traído, e não amado. Supostamente era para sua família te amar incondicionalmente mas aparentemente não é assim com os Weasleys," Ron cuspiu as palavras, zangado.
"Ron, eu ainda acho que podemos resolver. Há muitas coisas pelo que devemos nos desculpar e nós vamos, para você e Harry," Charlie disse amavelmente.
"É exatamente isso, Charlie. Harry não vai querer suas desculpas também. Por que minha família repentinamente me ama, agora que sabem que Harry é inocente e eu estava certo ao defendê-lo? Eles estão com medo de perder o status de família adotiva do Garoto-Que-Sobreviveu? Eles que tenham certeza de que vão. Harry e eu não queremos nada com os Weasleys."
Charlie sacudiu a cabeça, zangado. "Você fala de Harry como se soubesse o que ele quer. Como sabe que ele vai nos ignorar? Como sabe que ele não quer nada conosco?" Charlie questionou.
"Simples. Eu não o traí; eu não virei minhas costas para ele. A coisa com a qual Harry mais conta no mundo é a confiança. Ele havia confiado nos Weasleys para ficarem ao seu lado, para seguí-lo, para acreditarem nele e para amá-lo como um filho e irmão que eles sempre alegaram que ele era. Quando eles tiveram a chance de mostrar para Harry que sua confiança nos Weasleys tinha fundamento, eles falharam. Harry foi meu melhor amigo por 7 anos, Charlie. Eu sei como ele pensa e como ele reage às coisas, por isso confie em mim quando eu digo que os Weasleys não farão mais parte da vida de Harry. E eles não têm ninguém para culpar, a não ser eles mesmos." Ron deu as costas para Charlie e se afastou.
Charlie agarrou seu braço para pará-lo. "Ron, eu sou seu irmão e eu..."
Ron se virou e arrancou a mão de seu braço. Ele olhou para Charlie e deu um sorriso sarcástico para ele. "Não por muito tempo." Ele deu um passo para trás e desaparatou, deixando para trás um homem chocado e entristecido.
.:oOo.oOo:.
Ron reapareceu no Beco Diagonal, próximo à loja dos gêmeos. Ele bufou em irritação e se dirigiu para Gringotts. Ele alcançou o banco e subiu as escadas passando pelo primeiro conjunto de portas. Assim que ele entrou no edifício, ele acenou com a cabeça para os goblins que estavam de guarda e passou pelo segundo conjunto de portas.
Ele se dirigiu ao goblin no balcão. "Eu gostaria de falar com Ghistpok, por favor?" Ron pediu educadamente.
O goblin olhou para ele por alguns segundos e então bufou. "Só um momento," ele disse de maneira rude antes de se afastar. Alguns minutos mais tarde, ele reapareceu com outro goblin seguindo-o. O segundo goblin se aproximou de Ron e olhou para ele atentamente.
"Eu sou Ghistpok. Em que posso ajudá-lo?" O goblin perguntou.
"Tenho um pergaminho que precisa ser mostrado para você. Eu também gostaria de visitar o meu cofre depois disso."
O goblin assentiu com a cabeça. "Muito bem me siga, por favor." Ghistpok virou-se e voltou pelo caminho de onde veio com Ron o seguindo. Eles entraram em um pequeno escritório à direita da grande sala. Ron se sentou enquanto Ghistpok fechava a porta e lançava um feitiço silenciador para manter os intrometidos afastados.
Ghistpok sentou-se atrás de sua mesa. "E então, o que é que você precisa me mostrar?"
Ron tirou o pergaminho de seu bolso e o entregou para Ghistpok. O goblin pegou o pergaminho, desamarrou a fita e o desenrolou. Ele começou a ler, fazendo alguns sons enquanto lia. Ele finalmente terminou e colocou o pergaminho em cima da mesa, olhando para Ron com atenção. "Interessante," ele disse brandamente.
"Não tenho certeza se você já ouviu ou não, mas Harry Potter foi considerado inocente e está saindo de Azkaban enquanto falamos. Não há dúvidas de que o estado de sua mente o impedirá de tomar conta de suas coisas. Este pergaminho me dá o direito, como guardião de Harry Potter, de fazer modificações em suas contas. Eu desejo conferí-las para ver se não há nada errado. Eu sei que as contas foram congeladas após ele ter sido atirado em Azkaban, mas eu preciso me certificar de que tudo está como deveria. Não quero que certas pessoas tomem o controle de nada que pertença ao Harry," Disse Ron, resoluto.
Ghistpok lançou um olhar para Ron. "As contas de Harry Potter nunca foram congeladas."
Os olhos de Ron se arregalaram em surpresa. "Por que não? Eu pensei que as contas de todos os criminosos fossem congeladas."
"Geralmente isto é verdade, mas as contas de Harry Potter não foram por causa de um decreto do Ministério."
"Quem assinou o decreto?" Ron perguntou em confusão.
"O Ministro Fudge," O goblin disse fazendo uma careta.
Ron tentou imaginar que diabos estava acontecendo. Ele não estava gostando dos pensamentos passando em sua cabeça. Por que o Ministério deixaria as contas de Harry abertas?" Ele olhou para o goblin em sua frente e com um olhar firme, disse, "Eu ainda assim quero ver as contas de Harry."
"Muito bem. Vou precisar de uma gota de sangue para confirmar que você é quem diz que é," Ghistpok disse.
"Vou passar pelo Ritus Emancipo. Não sei como vai ser meu novo sobrenome. Isso vai causar algum problema?" Ele perguntou ansiosamente.
"Não, não é para causar. Não é o nome em si que importa, mas sim o sangue. Ele vê através de qualquer glamour ou ritual e mostra a pessoa atrás disso. Você poderá não ser um Weasley por nome ou magia, mas você é por sangue e isto é tudo o que importa," Ghistpok explicou.
Ron assentiu com a cabeça em entendimento e estendeu sua mão para o goblin. Ghistpok pegou uma pequena faca e cortou a ponta do dedo de Ron. Ele segurou o dedo em cima do pergaminho, fazendo com que uma pequena gota de sangue caísse. Quando o sangue atingiu o pergaminho, Ghistpok murmurou um feitiço e o nome Ronald Billius Weasley apareceu em vermelho. Ghistpok grunhiu satisfeito e com um pequeno aceno de seu dedo, ele curou o corte no dedo de Ron.
Ghistpok abriu a gaveta de sua escrivaninha e remexeu o conteúdo. Ele retirou diversos pedaços de pergaminho que haviam sido presos juntos. Ele então os entregou para ron. "Este é o resumo das contas de Harry Potter. Ele o informará quanto ele tem, quais propriedades ele possui, para onde o dinheiro está indo e para quais instituições de caridade ele doa também. Alguns destes foram feitos pelo Sr. Potter e outros por seus pais."
Ron assentiu com a cabeça em entendimento. "Quem tinha controle das contas de Harry antes de mim?"
"Albus Dumbledore," o goblin grunhiu.
A expressão de Ron obscureceu em fúria. "Interessante," ele murmurou. Ele abriu os pergaminhos e começou a ler. Seus olhos se arregalaram em choque quando ele viu a quantidade nos cofres. Merlin, Harry disse que ele estava bem de vida, mas eu nunca pensei que ele fosse podre de rico. Ele passou os olhos pelas propriedade e sacudiu a cabeça em descrença. Para que alguém iria precisar de todas estas propriedades? Ele tinha uma cobertura em New York, um haras em Wyoming. Ele tinha uma casa de campo na França, uma casa na Alemanha e pelas barbas de Merlin! Ron pensou ele tem um extravagante castelo na Irlanda.
Ron sacudiu sua cabeça em descrença. Ele leu o resto do pergaminho e parou em um parágrafo. Ele leu o parágrafo duas vezes, seus olhos se estreitaram em raiva, "Por que Dumbledore está pegando dinheiro das contas de Harry?"
Ghistpok sacudiu os ombros e respondeu, "Dumbledore colocou desta forma. Para que ele usa o dinheiro, eu não tenho certeza, mas ele tem tirado dinheiro das contas dos Potters desde um ano após a primeira queda de Voldemort."
Ron sibilou em fúria. Ele agora sabia porque as contas de Harry permaneceram abertas. Dumbledore provavelmente influenciou Fudge a mantê-las abertas. Ron imaginou se uma das contas ia para Fudge. Ele teria que descobrir isto depois. "Eu quero aquela conta fechada. Na verdade eu quero que sejam fechadas todas as contas que tenham alguma coisa a ver com Dumbledore, a Ordem de Fênix, ou Hogwarts. Se existir alguma conta que não tenha nada a ver com o próprio Harry Potter então eu quero que elas sejam suspensas. Eu as examinarei mais tarde para separar quais deverão permanecer abertas, mas até lá as suspenda."
Ghistpok sacudiu a cabeça em entendimento. Ele pegou dois pedaços de pergaminho e começou a escrever enquanto Ron começou a ler novamente. Após alguns minutos, ele desviou os olhos dos pergaminhos e se dirigiu ao goblin. "Deixe a conta para Remus Lupin aberta. Harry pode não gostar dele no momento, mas o homem não tem outra fonte de renda e nem mesmo eu seria tão rancoroso a ponto de tirar o que ele tem agora. Na verdade, eu quero que você aumente a conta para 300 galeões por semana. Desta maneira ele vai poder comprar a poção Wolfsbane," Ron disse pensativamente. Se Harry decidisse que não gostava disso, ele sempre poderia mudar, mas ele duvidava disso. Ele não podia deixar de sentir pena do homem. Ele perdeu todos os seus amigos, não tem trabalho e tem a maldição de ser um lobisomem.
Ele colocou o pergaminho em cima da escrivaninha, pegou o outro pergaminho e começou a ler. Era um resumo do que Harry herdou de Sirius Black. Ele leu e novamente encontrou algumas contas inexplicadas. "Quero que qualquer coisa que tenha a ver com Dumbledore, a Ordem de Fênix e Hogwarts seja fechada. Qualquer coisa que não tenha a ver com Harry Potter, eu quero que seja suspensa."
"Quando as contas para Dumbledore foram abertas?" Ron perguntou com curiosidade.
Ghistpok olhou para um pedaço de papel que estava em sua escrivaninha. "Um mês após Sirius Black ser descoberto inocente e as contas liberadas."
Ron rosnou em fúria. Isto aconteceu seis meses após a morte de Sirius Black. Peter Pettigrew havia sido capturado e interrogado antes de sua escapatória. Quando se tornou conhecido que Sirius Black não havia sido o fiel do segredo dos Potter e que ele não havia matado Pettigrew nem os Trouxas, ele foi considerado inocente postumamente. Aquilo havia acontecido dois meses antes dos assassinatos. Harry havia se sentido aliviado, mas entristecido pelo fato de que Sirius não estava vivo para gozar de sua liberdade.
Ron estava enfurecido pela audácia do diretor. Como aquele homem se atreve a pegar um dinheiro que não lhe pertence! Se ele acha que vai tirar mais um galeão de Harry, ele não perde por esperar. Não é à toa que o homem queria controlar Harry. Ele não queria que tirassem seu dinheiro. Bem, que pena.
Após terminar a leitura do pergaminho, ele o colocou na escrivaninha e olhou para Ghistpok. "Quando as contas serão fechadas?" Ele inquiriu.
"Elas estão sendo fechadas enquanto conversamos. Quem quer que sejam os beneficiários das contas deverão ser informados do fechamento das contas. Eles deverão receber uma carta por coruja. Se eles tiverem perguntas devo redirecioná-los para você?" Ghistpok perguntou.
"Sim, eu gostaria de saber quem são as pessoas que estão pegando o dinheiro que não deviam," Ron respondeu.
"Muito bem. Mais alguma coisa que eu possa fazer por você?" Ghistpok perguntou.
"Sim, eu preciso visitar o meu cofre."
"Mas é claro. Biletooth!" O goblin chamou após tirar o feitiço silenciador.
Um goblin entrou pela porta, "Sim senhor?"
"Mostre a este homem seu cofre, por favor."
Biletooth assentiu com a cabeça e sinalizou para Ron em direção à porta. Ron se levantou da cadeira, agradeceu Ghistpok e saiu junto com Biletooth. Eles caminharam juntos em silêncio, conforme desciam as escadas para a caverna e entraram em um vagão.
"Número do cofre, por favor," Biletooth requisitou.
"Cofre 890."
O vagão disparou e Ron fechou os olhos, tentando acalmar seu estômago. Ele odiava andar no vagão. Ele desejava que os goblins encontrassem outra maneira para alcançar os cofres. Depois de alguns minutos, o vagão parou e Ron saiu, cambaleando um pouco. "Que diabos," ele murmurou.
Biletooth se aproximou do cofre e estendeu sua mão. "A chave por favor." Ron tirou a chave de seu bolso e a entregou para o goblin. Ele observou o goblin inserir a chave na fechadura e a porta se abrir. Ele acenou com a cabeça para o goblin e entrou no cofre. Ele se aproximou do pedestal que ficava no meio do cofre. Ele pegou o livro e uma caixa longa e fina que estavam em cima dele. Ele colocou a caixa no bolso e encolheu o livro, que ele então depositou em seu bolso. Com um suspiro de satisfação, ele se virou e saiu do cofre. Ele esperou impaciente, enquanto Biletooth fechava a porta e a trancava. Ele pegou a chave que Biletooth lhe entregou e se aproximou do vagão, esperando pelo goblin.
A viagem de volta foi exatamente tão angustiante quanto a primeira. Ron saiu do vagão e cambaleou novamente. "Oh! Acho que vou vomitar. Por que vocês não encontram um outro meio de transporte?" Ele gemeu alto.
Biletooth bufou, murmurando 'Humanos fracos' por entre os dentes e subindo as escadas. Ron o seguiu lentamente tentando se reorientar. Ele se recuperou da tontura e subiu as escadas. Com um 'Obrigado' murmurado para Biletooth, Ron saiu de Gringotts. Ele desceu as escadas e desaparatou.
Ele reapareceu em Hogsmeade e começou a se dirigir para a Dedos de Mel. Com Harry tendo uma estadia de 18 meses em Azkaban, ele deveria estar com uma séria necessidade de Sapos de Chocolate. Bem agora Harry poderia usar todo o pouco de felicidade que ele pudesse obter. Ele entrou na loja e pegou alguns Sapos de Chocolate, uma caixa de Feijoezinhos de Todos os Sabores de Bertie Bott e algumas Varinhas de Alcaçuz. Ele se aproximou do balcão e pagou pelos doces. Ele saiu da loja mastigando os feijoezinhos.
Ele decidiu tirar um pouco de tempo para aproveitar o dia. Ele começou a caminhar em direção a Hogwarts. Ele calculou que pelo tempo que ele iria demorar, Harry já deveria ter sido trazido para a escola e examinado. "Espero que ele esteja bem," murmurou. Ele olhou ao redor e admirou as flores que cresciam em todos os lugares na região do campo. Ele cantarolou para si mesmo conforme caminhava, a um passo lento. Ele tentou imaginar o que Harry iria dizer quando ele lhe contasse sobre Dumbledore e o dinheiro. Ele parou no meio da estrada, sua mente trabalhando rapidamente. Dumbledore disse que Grimmauld Place havia sido fechado junto com as contas de Harry. É por isso que as reuniões da Ordem estavam sendo realizadas em Hogwarts. Aquele bastardo mentiu, Ron pensou com raiva. Dumbledore precisava que todos acreditassem que as contas de Harry haviam sido congeladas. Ron rosnou de raiva e começou a caminhar novamente. Aquele bastardo vai pagar, ele pensou com raiva, mas não até que eu saiba que Harry está bem.
Uma hora mais tarde, ele finalmente chegou em Hogwarts e passou pelos portões. Ele se dirigiu pelo caminho que levava à escola e abriu as enormes portas. Ele entrou na escola e reparou que havia estudantes circulando por lá. Ele cumprimentou com um aceno da cabeça dois alunos do sétimo ano da Grifinória e começou a se dirigir para a enfermaria.
"Ron espere!" Uma voz chamou. Ron suspirou profundamente e murmurou para si mesmo, "O que agora?" Ele se virou para gritar com quem quer que estivesse chamando por ele.
Dennis Creevey se aproximou dele. "É verdade?" Ele perguntou depressa. "Harry Potter é realmente inocente da morte de meu irmão?" Ele perguntou desesperadamente. Ron confirmou com a cabeça e observou os olhos do garoto se fecharem em negação. "Oh Merlin," ele sussurrou. "Oh Harry," ele choramingou. Uma lágrima rolou por debaixo de seus olhos fechados e o garoto deixou escapar dois soluços estremecidos. Ele abriu os olhos e olhou ameaçadoramente para Ron. "Quem? Quem matou meu irmão então?" ele rugiu.
Ron olhou para Dennis com um sorriso sarcástico no rosto. "Draco Malfoy."
"Aquele bastardo," ele falou rispidamente antes de Dennis começas a chorar baixinho. "Harry nunca vai me perdoar," ele disse em voz baixa.
Ron olhou para ele e suspirou. Ele pegou o jovem no ombro e sacudiu. "Tenho certeza de que Harry entende que você estava sofrendo. Você disse algumas coisas terríveis, mas foi só isso que você fez. Harry entenderá isso e irá perdoá-lo Dennis. Colin era seu irmão e vocês dois eram muito próximos."
Dennis sacudiu a cabeça. "Ginny era sua irmã e você nunca se voltou contra Harry," Ele gritou.
"Sim, mas eu também era o melhor amigo de Harry e eu o conhecia como pessoa. Você não, você apenas o via com um herói e você não o conhecia bem o suficiente para saber. Isto poderia ser diferente se você tivesse se voltado contra ele como todo mundo fez, mas você não se voltou. Você simplesmente o ignorou e nem ao menos falava seu nome. Isto é chamado tristeza Dennis e é permitido," Ron disse sacudindo o jovem de leve.
Dennis fungou e assentiu com a cabeça. "Diga para Harry que eu sinto muito, quando você encontrá-lo."
Ron arqueou a sobrancelha. "O que te faz pensar que eu estou indo vê-lo?" Ele questionou.
"Por que mais você estaria aqui? Você se formou no ano passado, lembra? Você era seu melhor amigo, seu único amigo agora. É claro que você está indo vê-lo." Dennis deu um tapinha no braço de Ron gentilmente, se virou e foi embora.
Ron sacudiu a cabeça em surpresa e continuou a se dirigir para a enfermaria. Quando ele chegou na sala, ele entrou e olhou ao redor. Não vendo ninguém por perto, ele começou a procurar a cama de Harry. Com exceção de um aluno do primeiro ano, todas as camas estavam vazias. Espero que isso signifique que Harry foi liberado.
"Sr. Weasley, o que posso fazer por você?" Uma voz atrás dele perguntou.
Ele deu um pulo de susto e se virou rapidamente, sua varinha em punho. Madame Pomfrey olhou para ele, para a varinha e arqueou a sobrancelha para ele. Ron enrubesceu, envergonhado e guardou a varinha. "Estava procurando por Harry. Ele ainda não chegou?" ele perguntou ansiosamente.
Madame Pomfrey franziu um pouco as sobrancelhas. "Não creio que devo dizer nada a ninguém sobre Harry, ordens de Dumbledore."
Ron se endireitou em toda a sua altura de 1.90m e lançou um olhar frio para Madame Pomfrey. "Se é sobre Harry, eu tenho todo o direito de saber. Eu sou o guardião designado para Harry e todas as coisas que têm a ver com Harry devem ser de meu conhecimento. Se Dumbledore tentar interferir, aquele bastardo manipulador vai quebrar o contrato e perderá cada miligrama de magia que possui, ou ele se esqueceu de te contar este pequeno detalhe? Agora, eu quero saber onde está Harry e quero saber o que há de errado com ele. Se você se recusar, vou levar isto ao Ministério e terei dois Aurores aqui tão rápido que sua cabeça irá girar. Além disso, quanto à saúde e tratamento de Harry, não quero que você dê nenhuma informação, a não ser que eu aprove antes. Para ninguém, nem mesmo Dumbledore. Se você achar que não pode concordar, então levarei Harry para algum outro lugar para receber o tratamento de que precisa," Ron disse de forma impassível.
A mulher olhou para Ron chocada e então começou a vociferar. "Bem, eu nunca..." ela falou de maneira arrastada em descrença.
"E você nunca mais irá novamente se não me der seu voto de bruxo. Agora!" Ele resmungou.
"Claro, eu juro por um voto de bruxo que eu nunca darei informação alguma relacionada a Harry Potter para ninguém, incluindo o diretor, a menos que me seja dada sua permissão," ela declarou e ambos sentiram a magia quando o voto foi realizado.
"Como Harry está?" Ron perguntou gentilmente, sua antiga raiva passada.
"Ele está fraco e desnutrido. Eu dei a ele diversas poções para melhorar sua condição. Depois de um bom descanso e um pouco de comida, ele vai melhorar fisicamente. Entretanto, mentalmente, Harry Potter aparenta estar catatônico. Ele não está ciente de nada que acontece ao seu redor. Ele pode obedecer aos comandos básicos, como sentar, ficar de pé e comer, mas sua mente se retraiu muito para seu interior," ela explicou.
Ron estava perturbado e entristecido pelas notícias, mas não surpreso. Azkaban não é um lugar de alegrias, e quando suas memórias mais profundas e sombrias são repassadas repetidamente, qualquer um torna-se insano.
"Ele vai melhorar?" Ele perguntou à enfermeira.
Madame Pomfrey franziu as sobrancelhas em preocupação. "Não tenho certeza. Ele pode melhorar assim que sua mente compreender que ele está seguro agora, ou ele pode nunca mais melhorar. Não tenho certeza do que irá acontecer. Se você notar uma diferença então deixe-me saber. Ele precisa ser observado cuidadosamente," ela avisou.
Ron assentiu com a cabeça. "É claro. Você sabe onde ele está?"
"Lupin e o diretor o levaram para seu quarto, mas não tenho certeza de onde é. Você deve perguntar para ele."
Ron deu um aceno com a cabeça em agradecimento e saiu da enfermaria. Ele subiu dois andares de escadarias e se dirigiu para o escritório do diretor. Ele deu apenas alguns passos quando avistou Lupin.
"Lupin!" Ele chamou e o homem parou e olhou para ele. Ron se aproximou do homem. "Onde está Harry? Madame Pomfrey disse que você e o diretor o levaram para seu quarto. Pode me levar até lá?" ele perguntou.
Lupin olhou para ele com olhos tristes e assentiu com a cabeça. Ele se virou e começou a se afastar. Ron o seguiu e ambos caminharam juntos em silêncio. "Eu estive em Gringotts hoje para cuidar das finanças de Harry. Eu fechei todas as contas que não tinham nada a ver com Harry," Ron disse vagamente e observou a reação de Lupin pelo canto dos olhos.
Ele viu Lupin empalidecer em choque e então em resignação. Ele baixou sua cabeça e continuou a caminhar. Ele tinha um ar de derrota que Ron nunca havia visto no homem antes e se sentiu um pouco culpado pela forma insensível com que fez o comentário. Ele suspirou e falou gentilmente, "Todas elas, exceto as suas. Eu adicionei 300 galeões por semana para sua conta."
Lupin virou sua cabeça para ele, em descrença. "Por que?" Ele falou, rouco.
"Harry gostaria que eu tivesse feito isto. Você pode ter virado suas costas para ele, mas ele ainda assim gostaria que você se cuidasse. Seus pais lhe davam aquele dinheiro e não sou eu quem vai tirá-lo. O dinheiro extra é para que você possa comprar a Poção Wolfsbane. Você precisa dela e não vou tirar isto de você não importa o que eu sinta em relação a você neste momento."
Lupin olhou para Ron com uma expressão de gratidão. "Obrigado," ele disse com gentileza.
Eles pararam na frente da pintura de uma mulher de branco. "Que seja," Ron disse encolhendo os ombros.
"Perdão," Lupin disse para a pintura e ela se abriu. Ron bufou; a senha deverá ser mudada assim que Lupin for embora.
"Obrigado," disse Ron.
Lupin assentiu com a cabeça, se virou e foi embora. Ron ficou olhando para o homem derrotado com pena. Ele olhou para a pintura. "Eu sou o guardião do homem neste quarto e eu gostaria de mudar a senha."
A dama de branco deu uma risadinha e respondeu, "É claro, Mestre Bruxo. Para o que deseja mudá-la?"
Ron deu um sorriso de zombaria para o retrato. "Traição," ele disse e a dama de branco franziu as sobrancelhas, mas concordou com a cabeça. Ron soltou um grunhido de satisfação e entrou no quarto. Ele olhou ao redor do quarto luxuoso e sacudiu a cabeça.
"Wheezy!" Uma voz gritou.
Ele se virou e viu Dobby correndo no quarto excitado. Ron sorriu para o elfo-doméstico. "Olá Dobby. O que você está fazendo aqui?"
"Cuidando do Harry Potter senhor. A mãe de Wheezy queria cuidar dele, mas Dobby disse não. Dobby vai tomar conta de Harry Potter e ninguém mais. A mãe de Wheezy não ficou feliz e gritou com Dobby. Dobby é um elfo livre agora graças a Harry Potter e Dobby não gostou da mãe do Wheezy gritando com Dobby. Então Dobby silenciou a mãe de Wheezy com magia dos elfos. Agora a mãe do Wheezy não pode mais gritar com Dobby," disse o elfo-doméstico astutamente.
Ron começou a rir e deu um tapinha no ombro de Dobby. "Bom trabalho, Dobby." Dobby olhou animadamente para Ron. "E então, como está Harry?"
"Dormindo. Dobby deu comida para Harry Potter, então Harry Potter foi dormir. Dobby esta quase indo para a cozinha. Wheezy precisa de alguma coisa?" Dobby perguntou alegremente.
"Na verdade eu gostaria de um pouco de comida se você não se importa. Estou faminto."
"Claro Wheezy senhor." O elfo-doméstico desapareceu e Ron se dirigiu para o quarto. Ele olhou para a cama e perdeu o fôlego por um segundo. Harry estava deitado esparramado na cama. Ele parecia magro e pálido. Seu cabelo estava áspero e quebradiço por falta de uma boa alimentação e estava longo e maltratado. Ele estava franzindo as sobrancelhas em seu sono e choramingou uma vez, antes de se aquietar. Seu rosto estava pálido e esquelético e havia círculos escuros ao redor dos olhos.
Ron se aproximou da cama e se sentou. Ele olhou para seu melhor amigo com lágrimas nos olhos. A culpa o estava devorando vivo e ele não conseguia engolir o nó que se formou em sua garganta. Ele deu um suspiro estremecido e deu um tapinha gentil no braço de Harry.
Dobby apareceu na outra sala e com outro olhar para Harry, Ron saiu do quarto. Ele se sentou na mesinha onde Dobby havia colocado a comida. Agradecendo o elfo-doméstico, ele começou a comer. Pela primeira vez em muitos meses, ele estava faminto e devorou sua comida. Após tomar um gole de suco, ele suspirou em satisfação. Ele se encostou à cadeira e olhou ao redor da sala. Ele sorriu; era óbvio que iam dar um ótimo quarto para ele. Dumbledore provavelmente está tentando subornar Harry. Claro que isso só iria fazer diferença se Harry estivesse ciente do que o cerca.
Ao som de uma batida na porta, Ron se levantou para atender. Ele abriu a porta e encontrou um nervoso diretor parado do lado de fora. Ele não parecia feliz ao ver Ron, mas rapidamente se recuperou de sua expressão de desagrado.
"O retrato me disse que a senha foi trocada. Foi você quem fez isso?" O diretor perguntou gentilmente.
"Sim. A outra era um plano estúpido de sua parte. Eu a modifiquei assim que pude."
"E qual é a nova?" O diretor inquiriu.
Ron deu um sorriso sarcástico para o homem. "Eu não vou te dizer. Tenho certeza que você vai descobrir mais tarde, mas até lá você vai ter que bater, como todo mundo." Ele se afastou da porta e deixou o diretor entrar.
Ele se virou para olhar o diretor, mas foi distraído por um gemido vindo do quarto. Ele correu para o quarto e se sentou na cama, dando tapinhas gentis nas costas do homem que estava gemendo. Ele acariciou as costas de Harry de maneira a acalmá-lo, e murmurou palavras sem sentido. Harry se acalmou e os gemidos pararam. Harry permaneceu deitado lá, dormindo calmamente.
Ron se virou em direção à porta e reparou que o diretor o havia seguido até lá. "O que você quer?"
"Eu estava pensando se talvez eu poderia levar Harry para algum lugar seguro."
"Você está tentando dizer que Hogwarts não é segura?" Ele perguntou franzindo o cenho.
"Não. Eu estava apenas imaginando se talvez eu pudesse levá-lo para minha casa. Ela não pode ser localizada e há muitos feitiços de segurança lá. Harry ficaria seguro," o diretor explicou. "Como em breve você terá de cuidar do Ritual, você não precisaria se preocupar com seus cuidados."
Ron deu um sorriso sarcástico para o diretor. "Não. Onde Harry for eu vou também. Não vou deixá-lo aos seus gentis cuidados," Ron cuspiu as palavras.
"Mas eu lhe asseguro que ele estará a salvo.".
"Eu disse não," Ron disse com frieza.
"Eu realmente penso..."
"Eu não me importo com o que você pensa. Eu sou o seu guardião e se você tem alguma coisa a dizer, então diga. Eu não te dei permissão para movê-lo, Dumbledore. Você sabe tão bem quanto eu o que vai acontecer se você tentar passar por cima de mim. Vá em frente. Eu quero que você faça isso também. Eu adoraria ver sua mágica se dissolver e todo o Mundo Mágico entrar em pânico porque você foi estúpido o suficiente para tentar alguma coisa que você não deveria fazer," Ron disse zombando.
O diretor soltou um grande suspiro e olhou para Ron com uma expressão benevolente. "Sr. Weasley..." ele começou.
"Não me chame assim," Ron sibilou, cheio de veneno na voz.
"Ron, ele estará mais seguro no lugar aonde eu vou levá-lo," o diretor disse com gentileza.
"Eu disse não diretor. Você queria que ele ficasse aqui quando você pensou que tinha poder sobre ele, mas agora que sabe que não tem está tentando removê-lo de Hogwarts e para longe de mim. Vou deixar você saber disso agora, você não pode movê-lo sem minha autorização expressa, nem pedir pra ninguém fazer isso. Se isso acontecer, vai quebrar o contrato que você assinou e irá perder sua mágica. Não estou nem aí se você gosta disso ou não. Você apenas vai ter que se conformar. Agora saia deste quarto antes que você o acorde," disse Ron com frieza.
Houve um momento de silêncio e então o diretor chiou em irritação. "Muito bem, Ron. Você sabe tão bem quanto eu que ele está catatônico. Ele não está ciente nem de você e nem de nada," disse Dumbledore.
"Eu não me importo. Eu preciso pedir desculpas para ele em particular. Por favor, saia. Agora," Ron disse com firmeza na voz.
Ron observou o diretor sair do quarto e então da suíte. Ele passou as mãos no rosto, cansado, quando ele ouviu a porta se fechar. Ele estava tão cansado de tudo. Ele se sentou na cama, suspirou e então se recostou. Ele olhou para Harry e começou a falar.
"Ei companheiro. Eu ouvi dizer que você está catatônico. Madame Pomfrey não sabe se você vai se recuperar ou não. Eu sei que provavelmente você não pode me ouvir, mas tudo bem. Eu preciso dizer isto pra você de qualquer maneira. Me desculpe, eu te decepcionei no final. Eu fiquei do seu lado, como eu deveria ter feito, até o julgamento. Quando você confessou que matou Ginny e os outros sob o efeito do Veritaserum, meu coração se partiu. Eu não podia acreditar. Eu ainda tinha duvidas sobre isso por muito tempo, mas eu me deixei ser levado pela opinião da minha ex-família. É isso mesmo, minha ex-família. Eu decidi passar pelo Ritus Emancipo. Eu sei que já que você não cresceu no Mundo Mágico você não deve saber o que isso significa, mas é o Ritual de Emancipação. Eu decidi deixar a minha família e o nome da família para trás. Assim que ele for realizado, eu não serei mais um Weasley. Na verdade eu não vou ter um sobrenome, a não ser que alguém dê um para mim. Eu esperei por você porque queria que você estivesse presente. Mesmo catatônico," Ron disse com um soluço.
"Harry, eu sinto tanto. Por favor, acorde para que eu possa te contar isso. Você é meu irmão e meu melhor amigo. Eu senti tanto a sua falta. A culpa que eu estou sentindo está me matando."
Ron cobriu seu rosto com as mãos e começou a soluçar baixinho, a culpa e a dor o devorando. Harry estava aqui, mas ele não podia ouvi-lo porque estava catatônico. Ele soluçou por vários minutos, quando ele sentiu suas mãos sendo retiradas de seu rosto. Assustado, ele olhou direto nos olhos verdes ardentes.
Ele prendeu a respiração em esperança, não se atrevendo a acreditar no que estava vendo. "Harry?" Ele sussurrou com gentileza.
"E aí, Ron," ele disse com um sorriso gentil para seu amigo.
Ron olhou para Harry por alguns segundos em descrença e então exclamou, "Caramba!" com um sorriso largo. Ele se adiantou e apertou Harry em um abraço. Seu amigo estava acordado e consciente. Ele ouviu Harry suspirar com contentamento e sorriu gentilmente. Eles estavam juntos novamente e Ron estaria ali para Harry, não importa o que acontecesse. Ele não iria perder a fé nele de novo. Ele descansou a cabeça no topo da cabeça de Harry e sorriu.
A.N.:
Fui no livro do destino,
Minha sorte procurar
Encontrei um voz que dizia,
Que um review vais me enviar.
