Chamas da Traição – Capítulo 4

Disclaimer 1: Os personagens não são meus. São da JKR.

Disclaimer 2: Nem a história é minha. É da gentil marietsy. Só estou traduzindo. Ela é um amor e me deixou muito feliz.


Ron se afastou de Harry e olhou para ele cheio de assombro e suspeita. "Eu pensei que você estivesse catatônico. Como é que pode você estar completamente são?"

Harry olhou para seu amigo com diversão. "Você parece desapontado que eu não esteja. Eu posso tentar ficar louco se você quiser," Ele disse com um sorriso.

Ron olhou para ele por um segundo, e então zombou. "Harry companheiro, você já é louco."

Harry gargalhou e apertou o braço de seu amigo, na alegria de tê-lo de volta. "Eu não sabia o que estava acontecendo. Eu esta em minha cela quando ouvi o barulho de passos. Eu pensei que eram os guardas vindo apedrejar o Traidor do Mundo Mágico," Harry disse sarcasticamente. "Eu me apaguei e esperei por eles. Imagine minha surpresa quando eu vi Percy entrando em minha cela, falando comigo como se ele se importasse." Harry parecia um pouco assombrado por isso.

Ron olhou para Harry. "Percy? Hum... quem acreditaria? Mas de novo, eu não tenho visto o cara desde o seu julgamento. Tenho que mudar isto," Ron disse vagamente.

Harry olhou para Ron surpreso. "Eu pensei que você não gostasse de seu irmão."

Ron acenou sua mão em recusa. "Muitas coisas mudaram desde que você foi condenado. Eu falarei sobre elas mais tarde, mas agora, eu quero saber mais sobre sua 'condição'."

Harry assentiu com a cabeça em entendimento. "Depois que eu percebi que era Percy, eu fiquei muito confuso. Quando ele falou para os guardar me ajudarem, eu fiquei ainda mais perplexo. Eu decidi continuar a fingir que estava catatônico até descobrir o que estava acontecendo. Fui levado de Chave de Portal até a enfermaria onde eu desmaiei. Quando acordei e percebi que estava em Hogwarts, fiquei preocupado. Achei que eles estivessem me movendo para um lugar mais 'seguro', mas não tinha certeza. Eu continuei em meu disfarce quando ouvi o velho paspalho e o lobisomem entraram na sala. Madame Pomfrey discutiu a minha 'condição' com eles e eu decidi que iria manter o disfarce até sentir que já sabia o que estava acontecendo. Eles me trouxeram até este quarto e deixaram Dobby responsável por meus cuidados."

"Eu continuei com meu disfarce, mas de alguma maneira Dobby pôde ver através dele. Ele estava muito feliz em saber que eu estava bem, tão bem quanto poderia estar depois de 18 meses em Azkaban. Ele me alimentou e eu caí no sono. Acordei com você e o velhote conversando. Eu não podia deixar você pensar que eu te odiava pelo que você assumiu como sua traição. Eu decidi que precisava de meu amigo mais do que eu precisava do disfarce."

Ron apertou o braço de Harry em gratidão. "Obrigado, companheiro."

Harry sorriu para ele. "Agora que você sabe que eu não estou catatônico, talvez possa me dizer que diabos está acontecendo. Eu ouvi Percy dizer alguma coisa sobre uma absolvição."

"Os Malfoys foram pegos. Quando foram interrogados, foi-se descoberto que havia um plano para acusá-lo das mortes de alguns estudantes. Draco Malfoy foi quem matou Ginny, Cho e Colin. Lucius Malfoy ajudou Voldemort durante o seu julgamento. Ele estava sob disfarce utilizando uma Poção Polisuco e foi ele quem lançou o feitiço para ajudá-lo a se tornar mais receptivo ao controle do Lorde das Trevas. Quando tudo veio à tona, suas absolvição foi dada e você foi libertado de Azkaban. Por Merlin, Harry, eu sinto tanto por ter duvidado de você no final. Eu não sei o que pensar," Ron disse com culpa estampada no rosto.

"Ron, você não tem nada de que se sentir culpado. Eu entendo porque você nunca veio me visitar. Eu confessei sob o efeito do Veritaserum e não tinha jeito de você saber que eu havia sido manipulado para fazer isto. Eu te perdoei no instante que Voldemort dominou minha mente. Você permaneceu do meu lado antes do julgamento. Você foi o único dos muito poucos que chegaram a pensar que eu não havia feito nada. Eu não acho que eu lhe disse o quanto eu fiquei grato pelo seu suporte," disse Harry com emoção.

Ron tentou engolir o nó que se formou em sua garganta. "Você é meu melhor amigo, meu irmão. Eu te conheço, Harry. Eu sei das torturas pelas quais você passou com suas visões. Eu sei como você se sentiu quando Sirius morreu. De jeito algum você poderia ter matado alguém. Nem no inferno você teria matado alguém que você considerava como família. Ginny era como uma irmã para você e você a amava como uma. Cho era alguém com quem você se importava também. Colin era aquele irmãozinho irritante que constantemente te perturbava, mas você se importava com ele também. De jeito algum você teria matado eles. Qualquer um que te conhecesse, deveria saber," Ron disse com raiva.

Harry sorriu com tristeza para Ron. "Talvez, mas você sabe tão bem quanto eu que eles não me conhecem. Eles apenas pensam em mim como o Garoto-Que-Sobreviveu, a única pessoa que já derrotou Voldemort. Ao primeiro pensamento de eu ir para o lado das trevas, eles me abandonaram. Não houve explicações, investigações, nada. Eles não se importavam. Enquanto eu não me importava com o que o Mundo Mágico pensava, a traição de meus ex-amigos é algo que eu nunca vou perdoar. Eles deviam saber melhor, eles deviam me conhecer melhor que isso, Ron. Dumbledore não fez nada e eu implorei por sua ajuda. Eu era uma arma, Ron, e desde que ele havia perdido o controle da arma, ele não poderia se importar menos com o que acontecesse comigo."

"E não devemos dos esquecer de Hermione. Ela foi a primeira pessoa a se virar contra mim. Não há nada neste mundo ou no próximo que me fará perdoá-la. Voldemort pode torturá-la na minha frente e eu vou ficar apenas sentado e assistindo. Supostamente ela era minha amiga. Por que Ron? Por que ela deu as costas para mim?" Harry chorou, com dor e raiva.

Ron se aproximou de Harry e o abraçou. Ele sentiu Harry tremer em fúria e dor. Ele desejou que tivesse alguma coisa para dizer para ajudar Harry, mas ele sabia que não havia nada que pudesse diminuir a dor que Harry sentia. A mesma dor que o próprio Ron sentiu, mas em um grau menor. Eles sentaram juntos, com Ron abraçando Harry, esperando Harry se recompor. Após alguns minutos, Harry se afastou e deu um olhar de gratidão para Ron.

"Você sabe, quando eu estava vindo de encontrar, Dennis Creevey me parou," Ron disse gentilmente.

Harry o olhou, alerta. "Oh? E o que ele te disse?"

"Ele queria que eu te dissesse que ele sentia muito pelo que ele havia dito para você, por ter acreditado que você era capaz de matar seu irmão."

"Dennis era muito próximo ao Colin. Eu não o culpo por ficar com raiva. Ele estava triste e as coisas que ele disse, embora machuquem, não foram uma surpresa. Engraçado, ele nunca me bateu. Ele não me conhecia para poder pensar diferente. Depois da vez que ele gritou comigo, ele nunca mais disse nada. Nem mesmo no julgamento," disse Harry.

"Eu disse a ele que você não iria guardar rancor sobre isso mas ele queria que eu lhe dissesse, em todo o caso," Ron explicou.

"Como eu disse antes, não é a opinião do Mundo Mágico que me machuca. É a daqueles que eu considerava meus amigos e família. Foram eles que me traíram sem pensar duas vezes," Harry disse com um suspiro.

"E quanto ao Lupin?" Ron perguntou com curiosidade.

O olhar de Harry se endureceu e ficou frio. "Ele deveria saber melhor. Ele já teve um amigo condenado e mandado para Azkaban. O que o faz pensar que desta vez era diferente? Ele devia ter pensado nisto primeiro. Mas não, Merlin que lhe perdoe se ele iria contra qualquer coisa que Dumbledore dissesse. Eu não sei se algum dia vou conseguir perdoá-lo por isso, Ron."

Ron assentiu com a cabeça, entendendo. "E os Weasleys?" Ele perguntou com sarcasmo.

Harry olhou para ele com curiosidade. "Ah sim, os Weasleys. Isto me lembra, o que exatamente é o Ritual de Emancipação? Você disse mais cedo que ia passar por ele."

"É um ritual que acontece quando alguém quer desertar uma família. Por nome e mágica, eu não serei mais um Weasley. Eu desistirei de tudo relacionado a ser um Weasley. Não que haja algo pelo qual valha a pena ser parte da família agora," Ron disse com veneno na voz.

"Ron, o que aconteceu? Eu achei que comigo em Azkaban sua família iria te tratar melhor."

Ron bufou zangado e olhou firme. "Nem perto disso. Você pode ter estado em Azkaban, mas eu também estive em uma prisão. Eu estava no inferno, Harry. Depois que você foi condenado, minha amável família decidiu que eu não havia pagado o suficiente por ir contra eles. Eles começaram a destruir minhas coisas, me humilhavam e insultavam onde quer que eu fosse, ou me ignoravam, dependendo do humor. Os gêmeos decidiram que eu precisava aprender uma lição, por isso, um belo dia me levaram para fora e me espancaram."

"Eles zombaram e escarneceram que eu não deveria viver. Eu estava seriamente ferido e eles teriam feito muito mais se meu pai não tivesse saído para ver o que era todo aquele barulho. Ele olhou para os gêmeos e lhes disse para sair. Ele olhou para mim com desapontamento e me ajudou a entrar na casa, onde me deram muito pouco trato, apenas o mínimo para garantir que eu fosse viver. Só Merlin sabe que eles não podiam me deixar morrer. Ah não! Eu tinha que viver, assim eles poderiam me ensinar os erros de minhas ações," Ron disse com muita amargura.

Harry olhou para ele horrorizado. "Merlin, não! Ron, eu... eles... mas," Harry gaguejou.

"Ah sim. Isto foi só o início. Mesmo não sendo mais espancado daquela maneira, eu fui empurrado, derrubado e apanhava toda vez que eles tinham vontade. Mamãe decidiu que eu não deveria comer tão bem quanto o resto da família, por isso me dava pão, mingau e qualquer comida horrível que ela pudesse imaginar. Eu emagreci, não que eu coma muito. Eu era menor de idade, por isso não podia deixar a casa de minha família e assim que eu pude, não tinha dinheiro."

"Por Merlin, Ron. Sinto muito," Harry disse com uma expressão culpada no rosto.

"Por que?" Ron perguntou, confuso.

"Se você não tivesse me apoiado, você não teria passado por tudo isto. Não posso acreditar que eles pudessem fazer isto com você." Harry disse sacudindo a cabeça.

"Por que está surpreso? Eles se viraram contra você com facilidade, e eles supostamente eram sua família adotiva. Eles o consideravam um membro da família, mas não tiveram problemas para trair sua confiança e amor. O que importa que eu também tenha sido traído. De certa forma isto faz muito sentido," Ron disse.

"Eu podia ser como se fosse da família, mas eu não era, Ron. Molly não me deu a luz e eu não fui criado por eles. Eu nunca fui um Weasley de verdade. Eu achei que eles se importassem mais com um membro verdadeiro da família," Harry disse com tristeza.

Ron bufou em desgosto. "Não, eles não se importavam com o fato de eu ser da família. O que importava era que eu havia envergonhado a família. Eu fui contra o Mundo Mágico e te apoiei. Eu fiquei do seu lado e publicamente declarava sua inocência. É por essa razão que minha família," Ron disse com zombaria, "me tratou desta forma. Agora que você está fora de Azkaban, não vou deixar o seu lado. Você precisa de mim e eu estarei aqui para você. Isto finalmente me deu coragem de fazer alguma coisa que eu vinha pensando há meses. Eu não posso mais ser parte daquela família. Eu não quero mais o nome Weasley. Esta palavra me traz na mente traição, dor e fúria. Eu não quero estar associado com isto nunca mais," Ron disse inflexivelmente.

"Como você será chamado então?" Harry perguntou com curiosidade.

Ron sacudiu os ombros. "Não tenho certeza. Vou pensar em algo."

Harry pensou por um momento. "Você sabe que eu te daria o nome Potter se eu pudesse, não sabe?" Harry perguntou ansiosamente.

"Eu sei, mas você não pode. Ninguém que não tenha sangue dos Potter pode receber o nome, a não ser por casamento. Eu sei disso. Eu não preciso do seu sobrenome para ser seu irmão, Harry," Ron disse com gentileza.

"Talvez, mas isto seria legal," Harry disse desejoso.

"Ron sorriu para seu melhor amigo e disse, "É."

Harry e Ron ficaram sentados em um silêncio agradável, cada qual com seus próprios pensamentos. Após alguns minutos, Harry se empertigou. "Tive uma idéia," ele disse de forma ardilosa.

"Oh?" Ron perguntou, intrigado pela expressão ardilosa no rosto de Harry.

"Eu sou o Chefe da família Potter e da família Black. Embora eu não possa fazer nada sobre o nome Potter, eu posso te dar o nome da família Black. Como chefe da família Black, eu posso fazer o que eu quiser. Esta família não tem as mesmas condições que a família Potter, e é por isso que eu sou o chefe da família. Eu posso adotá-lo na família quando eu quiser."

"Como meu primeiro ato oficial como chefe da família Black, eu te ofereço o nome de Ronald Bilius Black. Como tal você terá direito à fortuna da família e propriedades," Harry disse pomposamente e então sorriu marotamente para um Ron petrificado.

O sorriso maroto de Harry se suavizou em um sorriso. "Sério, Ron, eu gostaria de te dar o sobrenome dos Black. Sirius teria aprovado. Eu também acho que desta maneira, vamos irritar a sua mãe," Harry disse com um sorriso maldoso. "Sem mencionar algumas outras pessoas e uma parte dos sangues puros."

Ron se empertigou ao ouvir isto. "Acho que isso iria acontecer. Obrigado Harry. Aceito sua graciosa oferta. Mas eu não preciso da fortuna. Só o fato de você ter oferecido o nome já é o bastante."

Harry sacudiu a cabeça. "Não, Ron. O que é meu é seu. Eu confio em você. Se eu não confiasse nunca teria feito de você meu guardião, caso alguma coisa acontecesse comigo. Como um membro da família Black, você tem todo o direito ao dinheiro e às propriedades que o nome oferece. Eu não vou te tirar isto," Harry disse com firmeza.

Ron engoliu seco e seus olhos lacrimejaram. "Maldição companheiro, você me fez fungar como se fosse uma menina," ele disse choramingando. "Certo, se é assim que você quer, então eu vou permitir." Ele observou o rosto de Harry se iluminar de felicidade. "Eu tenho uma condição também. Não é bem uma condição, é mais uma idéia. Estive pensando nisso por anos, mas agora que isto tudo aconteceu, acho que vai ser uma boa coisa."

Harry olhou para ele com curiosidade. "O que é?"

"Eu sei que não podemos compartilhar o mesmo sobrenome e não somos irmãos de sangue, mas eu gostaria de realizar o ritual Cognatio Frater," Ron disse timidamente.

"O que isto significa?" Harry perguntou.

"Significa Irmãos de Sangue. Com este ritual, nós estaríamos ligados pelo sangue e mágica como irmãos. Isto seria compartilhar nosso sangue e mágica. Eu pegaria um pouco de seu sangue e magia e você pegaria um pouco do meu. Se nós formos checados por qualquer feitiço médico ou revelador, nós seríamos reconhecidos como irmãos de verdade. A ligação seria reconhecida pelo Mundo Mágico e não poderia ser ignorada. Se realizarmos este ritual, seríamos irmãos por todos os direitos," Ron disse com gentileza, observando Harry minuciosamente.

Harry olhou para Ron em assombro. "Você quer fazer este ritual? Eu finalmente poderia ter uma família?" Ele perguntou com um estremecimento na voz. Ron assentiu com a cabeça e o sorriso de Harry se iluminou. "Sim! Vamos fazer."

"Tem certeza, companheiro?" Ron perguntou com seriedade. "Uma vez feito, não tem como voltar atrás. Nós seremos irmãos até a morte. O ritual é muito especial e não é muito realizado porque um bruxo não gosta de compartilhar sua magia. Eles geralmente não têm a confiança necessária para o ritual. Isto pode ser perigoso. Se os bruxos que o realizarem não confiam um no outro explicitamente, então eles podem morrer."

"Ron, você sabe que eu confio em você com a minha vida. Eu quero fazer isto. Eu não vejo problemas em compartilhar minha magia com você. Eu confio em você. Eu sempre pensei em você como meu irmão e agora eu finalmente tenho um jeito de fazer isto se transformar em realidade. Eu digo que devemos fazer," Harry disse animado.

Ron sorriu para Harry animado. "Certo. Temos que fazer isto longe de Hogwarts. Eu não quero o velhote interferindo no ritual. Ele tentaria impedir e eu não quero que isto aconteça. Ele já não está muito feliz por ter perdido o controle sobre você," Ron disse com sarcasmo.

"Como o bastardo manipulador reagiu quando ele descobriu que não tinha controle sobre mim?" Harry perguntou cheio de alegria.

Ron deu um sorriso zombeteiro para Harry. "Ele ficou bastante furioso. Ele não disse nada, mas os olhares foram suficientes para perceber. Ele pensou que você tinha dado o controle para Lupin, então ele tentou persuadir Lupin para sua forma de pensamento. Assim que eu lhe dei a informação de que na realidade eu era seu guardião, ele não ficou feliz. Acredito que ele iria contestar, até que eu trouxe o assunto do contrato que ele tão estupidamente assinou," Ron disse com prazer. "Ai Harry, a cara dele estava linda. Eu tenho que te mostrar qualquer dia desses."

Harry começou a rir. Ele sempre soube que o diretor tentaria ganhar controle sobre ele de alguma maneira. Ele deve ter ficado furioso quando percebeu que um adolescente o enganara e o fez assinar o contrato. Harry deu um suspiro de alegria, por ter passado a perna no onisciente Dumbledore.

"Harry, acho que você deve saber que eu estive em Gringotts hoje. Eu verifiquei suas finanças. Seus bens nunca foram congelados pelo Ministério. O goblin em comando de seus bens me disse que houve um decreto do Ministério assinado por Fudge para deixar suas contas abertas. Encontrei várias contas que foram abertas nas fortunas dos Potter e Black com o nome de Dumbledore nelas. Havia várias também que tinham alguma coisa a ver com Hogwarts e a Ordem de Fênix. Havia outras contas diversas que eu não sabia nada sobre elas. Eu as congelei até poder dar uma analisada nelas. As contas que incluíam Dumbledore, Hogwarts e a Ordem de Fênix foram fechadas. Eu não fiz muita coisa com elas. Eu achei que poderia analisá-las depois para ver que diabos estava acontecendo. Aparentemente, o próprio Dumbledore abriu aquelas contas. Eu acho que esta era uma das razões pelas quais ele não estava feliz sobre eu ter me tornado seu guardião. Ele deverá descobrir amanhã que as contas estão fechadas."

Harry parecia furioso. "Aquele bastardo tem roubado meu dinheiro. Eu assumo que estou ajudando a manter Hogwarts e a Ordem. Ah diabos, não! Vou tomar providências quanto a isto, Ron, não se preocupe."

"Minha preocupação é o que Dumbledore vai tentar fazer assim que ele descobrir que as contas foram fechadas. Eu não acho que ele pensou que eu iria verificar suas finanças tão cedo. Eu tenho um pressentimento que ele tentará fazer alguma coisa para nos manter aqui, mesmo com a ameaça do contrato sobre a cabeça dele. Ele tem a habilidade de manipular outras pessoas para fazer o serviço por ele, desta maneira ele não suja as mãos. Nós precisamos ir embora de Hogwarts e precisamos fazer isto hoje à noite enquanto todos estiverem dormindo," disse Ron.

"Tudo bem, mas para qual lugar podemos ir que Dumbledore não conhece?" Harry perguntou com ansiedade.

"Sabia que você tem um castelo na Irlanda, algumas propriedades nos EUA, Alemanha e creio que na França? Onde quer que nós vamos, podemos usar o feitiço Fidelius para esconder a casa. Contanto que nós estejamos longe dos olhos observadores de Dumbledore, não me importo para onde vamos. Ele não pode fazer muita coisa, se não souber onde nós estamos. É de meu direito, como seu guardião, levá-lo para um lugar que eu julgue que você estará seguro e neste momento Hogwarts não é segura," Ron explicou.

Harry concordou com a cabeça. "Certo, acho que eu gostaria de ver o castelo na Irlanda. Nós vamos precisar de um fiel para o segredo. Você, é claro, seria a escolha mais óbvia, mas é um pouco obvio demais. Precisa ser alguém que ninguém pensaria. Infelizmente não há ninguém em quem eu possa confiar esta informação além de você." Ele olhou para fora do quarto e pareceu pensativo.

"Dobby, pode vir até aqui," Harry chamou.

Dobby apareceu silenciosamente no quarto. "Sim, Harry Potter, senhor?"

"Dobby, Ron e eu estamos saindo de Hogwarts hoje à noite. Vamos sair furtivamente do castelo, assim ninguém saberá que fomos embora. Gostaria de vir conosco? Eu preciso de alguém que eu confio para cuidar de mim e de minha casa," Harry perguntou para seu amigo com gentileza.

Os grandes olhos de Dobby se encheram de lágrimas. "Harry Potter é um bom amigo de Dobby. Dobby gostaria de ser o elfo de Harry Potter e Wheezy. Harry Potter vai vincular Dobby em sua família?" O elfo-doméstico perguntou com trepidação.

"Te vincular? Por que eu faria isto?" Harry perguntou.

"É assim que os elfos-domésticos são usados. A mágica deles é vinculada à família do bruxo e sua casa. Assim diminui a chance de deslealdade e traição. A mágica deles é mais fraca se ele está vinculado e eles não podem desobedecer a uma ordem, se ela for dada," Ron explicou.

"Não, Dobby. Não vou vincular sua mágica. Você é um elfo livre e vai permanecer um elfo livre. Se você decidir vir conosco, você terá livre arbítrio sobre sua magia. Pessoalmente, eu acho que quanto mais forte, melhor. Não tenho nenhum medo de que você venha a trair Ron ou eu. Você é meu amigo, Dobby. Eu jamais faria algo para machucá-lo." Harry disse inflexivelmente.

Dobby olhou para Harry com olhos de adoração. "Dobby escolhe ir com Harry Potter e Wheezy. Eles são amigos de Dobby e precisam que Dobby tome conta deles. Dobby nunca irá trair eles. Dobby sempre vai proteger eles até a morte de Dobby. Este é o juramento de Dobby," o elfo-doméstico disse com firmeza. Houve um flash de luz e Ron e Harry sentiram a magia fluir dentro deles. Eles olharam para Dobby e para seu assombro viram um elfo doméstico mais alto, mais orgulhoso. Para Harry, havia um brilho fraco ao redor dele, que não havia antes.

"Dobby, o que aconteceu?" Harry perguntou com curiosidade.

"Dobby deu seu juramento de proteção para Harry Potter de livre vontade. É raro um elfo-doméstico fazer isto. Dobby deve proteger Harry Potter e Wheezy, então Dobby fez o juramento. Isto deixou a mágica de Dobby mais forte. Dobby agora é um elfo livre e forte. Muito melhor para proteger Harry Potter e Wheezy," o elfo-doméstico disse orgulhosamente.

Harry e Ron sorriram para o elfo-doméstico. "Estou grato, Dobby. Vou te chamar quando estivermos pronto para sair. Vá e junte tudo o que você precisar levar com você." Dobby concordou com a cabeça e desapareceu.

"Bem, você aprende uma coisa nova todo dia," Harry disse após alguns minutos de silêncio.

"Você está certo companheiro," disse Ron.

Harry se encostou aos travesseiros e bocejou. Ele ainda estava muito exausto e seu corpo ainda estava fraco por causa se Azkaban. Ron observou Harry piscar sonolento para ele. "Vá dormir, Harry. Eu te acordo quando chegar a hora." Harry concordou e fechou os olhos, caindo no sono instantaneamente.

Ron levantou da cama e se espreguiçou. Ele se dirigiu ao banheiro para tratar de algumas coisas. Alguns minutos mais tarde, ele saiu do banheiro e se dirigiu à sala. Ele olhou ao redor e debateu sobre o que fazer. Ele foi assustado por uma batida na porta. Ele foi até a porta e a abriu. Snape estava parado do lado de fora. Ele se afastou e deixou o homem entrar.

"Como posso te ajudar, professor?" Ron perguntou, com prudência.

"Tenho algumas poções que Potter precisa tomar. É para sua desnutrição. Aqui também tem duas poções energéticas para ajudá-lo a se locomover," Snape explicou friamente.

"Obrigado professor. Harry acabou de voltar a dormir."

"Houve alguma melhora em sua condição?" Snape perguntou educadamente.

Ron lançou ao homem um olhar estranho. O professor de Poções estava sendo gentil. Bem, tão gentil quanto ele pode ser. Isto é muito estranho. "Não, ele ainda não está ciente de seus arredores, mas não faz nem um dia que ele saiu de Azkaban. Tenho certeza de que isso leva um certo tempo," Ron mentiu suavemente.

"Sim, com certeza. Deixarei as poções com você para dar ao Potter assim que ele acordar," Snape disse. Ele se dirigiu até a mesinha e colocou os frascos em cima dela. Ele se virou em direção ao Ron e acenou com a cabeça para ele. Ele começou a se dirigir para a porta, e então parou e se virou. Ele voltou até a mesinha e tirou mais frascos das poções de dentro do seu bolso. Ele olhou por cima do ombro e deu para Ron um olhar indecifrável. "O diretor não é um homem feliz neste exato momento. Ele não gosta de ser passado para trás por dois adolescentes. O contrato que ele assinou sem saber não o deterá por muito tempo. Uma pessoa seria esperta se o realocasse em outro lugar enquanto há tempo. Aqui tem poções suficientes para uma semana." Com isto, Snape se virou e se dirigiu até a porta.

Ron olhou para a porta estupefato. Snape havia dito nas entrelinhas para eles irem embora antes que o diretor tentasse alguma coisa. Sacudindo a cabeça em assombro, ele se dirigiu até a estante e pegou uma revista sobre Quadribol. Ele se sentou no sofá e começou a ler.


A.N.:
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