Bolhas Ardentes – Capítulo 4

Disclaimer 1: Os personagens não são meus. São da JKR.

Disclaimer 2: Nem a história é minha. É da simpática SilverAngel99. Só estou traduzindo. Uma autora fantástica que eu tive a oportunidade de conhecer :).


Bolha Azul

Os olhos de Snape percorreram a classe e pausaram bem em tempo de ver Hermione Granger desmaiar, com alguma coisa amarela escorrendo pelo seu rosto. Ela caiu no chão com um baque pesado, a classe inteira observando, em silêncio e choque.

Indo para onde ela estava caída, inconsciente, Severus permitiu que seus lábios se curvassem. Que estudante estúpido havia sido descuidado o bastante para deixar a poção espirrar? Ele não se incomodou em se questionar o por quê de Granger estar sentada enquanto o resto da classe estava trabalhando duro.

Ao alcançar Granger, a expressão de Snape se transformou em horror, que ele rapidamente disfarçou. Em seu rosto havia cinco bolhas enormes, uma das quais estava vazando um pus amarelo.

"Afaste-se!" Snape vociferou para Potter, que estava se aproximando de Granger com um ar preocupado. Ele empunhou sua varinha e os olhos de Granger se abriram.

"Masmorras?" Ela murmurou. "Sem... céu..." os olhos dela se fecharam novamente. Um sorriso estava em seu rosto, a mente de Snape estava gritando. Isto não foi um acidente com poção, ah não.

"Classe dispensada!" Ele vociferou. "Guardem seus equipamentos e SAIAM!" Ele encarou Potter e Weasley. "Sim, vocês também." Eles pareciam querer discutir, mas não se atreveram, no momento em que Snape se inclinou sobre Granger, checando se ela ainda estava respirando e tudo mais.

Quando a classe se esvaziou, Snape se ajoelhou ao lado da bruxa Grifinória. "Granger," ele disse em uma voz áspera. "Granger!"

Mais uma vez seus olhos se abriram. "P-professor? Por que você está voando?"

"Fique de pé," ele comandou. Ela tentou, mas escorregou. Ele a segurou. "Temos que levá-la para a Ala Hospitalar." Segurando-a, seus lábios se curvando novamente em aversão por causa do contato forçado, ele abriu caminho pelas masmorras até a lareira. Pegando uma mão cheia de pó de flu em um pote sobre a lareira, ele o jogou nas chamas. Quando elas se tornaram verdes, ele arrastou a si mesmo e a estudante quase inconsciente para o fogo, e comandou "Ala Hospitalar!"

Girando entre as chamas verdes, ele segurou Granger o mais firme que pôde suportar. Quando eles emergiram na outra lareira, eles não estavam na Ala Hospitalar, mas sim na sala cheia de retratos de Minerva McGonagall, a diretora. Ao lado dele, Granger soltou uma risadinha.

"Minerva!" Snape chamou. A diretora apareceu na porta. "Como eu vim parar aqui? A Srta. Granger precisa ver Poppy agora mesmo!" Sua voz havia de tornado um rosnado maníaco.

Vendo os olhos da diretora se voltarem para a estudante, em quem estava nascendo outra bolha, o coração de Snape se afundou quando a expressão da diretora se tornou séria. "Poppy não está aqui, ela está muito doente. A Ala Hospitalar está fechada por uma semana." Ela disse em uma voz calma.

Subitamente, Granger deu outra risadinha, e disse a ambos que ela gostava de suas asas.

Os olhos de Snape praticamente saltaram das órbitas. "Mas a Srta. Granger precisa de cuidados, agora! Estão crescendo bolhas nela e ela está delirando!" Ele rosnou. "Ela pode estar correndo um grande perigo!"

Minerva quase sorriu, vendo a preocupação de Snape por uma aluna de uma casa que não fosse a sua. "Ela não vai morrer, Severus." Ela disse, com simplicidade. "Você tem algum tipo de poção para bolhas azuis?" Ela perguntou, pressionando um dedo em seus lábios.

"Sim, eu tenho, mas–"

"Vá para seus aposentos e dê essa poção para ela lá. Também dê alguma coisa que a faça dormir. Vá." Snape começou a protestar, ainda tentando segurar a bruxa, mas Minerva o cortou. "Agora!" Ela vociferou.

Jogando mais pó no fogo, Snape arrastou Hermione até as chamas e comandou para levá-los até seu escritório.

Uma vez lá, ele persuadiu a bruxa, que estava dando risadinhas novamente a ficar de pé e caminhar pela porta que ficava na parte de trás de seu escritório, que levava até seus aposentos privados, seus lábios se curvando o caminho todo. Ele odiava ter alguém do sexo feminino lá, principalmente uma Grifinória do sexo feminino!

Ele a deixou descansando no sofá, precipitando-se novamente para seu escritório para pegar as duas poções. Ele não acreditava que a poção para bolhas azuis pudesse funcionar, ela era utilizada para curar pequenas bolhas nas mãos e nos braços, não bolhas gigantes como em seu rosto, ou delírios, como aparentemente ela tinha.

Quando ele retornou, as bochechas de Granger estavam vermelhas, e seus olhos estavam abertos e pareciam não registrar nada. Ele não sabia como fazer para administrar as duas poções sem fazê-la engasgar, então ele a colocou em posição sentada, e sentou-se atrás dela, deixando-a apoiada nele. Sua boca estava um pouco aberta, e ele colocou o primeiro frasco, o das bolhas azuis, em seus lábios. "Beba," ele comandou, entornando o frasco.

Primeiro, ela começou a se engasgar, cuspindo um pouco para fora, mas depois começou a engolir. Quando ela tomou três goles daquela, ele pressionou o segundo frasco em seus lábios, uma poção para sono profundo, ele deu para ela o suficiente para se assegurar que ela dormiria por pelo menos duas horas. Ele iria esperar por mais instruções de Minerva, antes de fazer qualquer outra coisa. Ela parecia saber o que havia de errado com a jovem bruxa.

Subitamente Granger se largou em cima dele, o cabelo dela solto em seu colo. Repulsa começou a correr por suas veias, e ele levantou a cabeça dela, ficou de pé e deitou novamente a cabeça dela, surpreso com sua própria gentileza. Ele começou a andar de um lado para o outro em sua sala, esperando por Minerva. Vez ou outra ele parava para ver se Granger ainda estava respirando.

Felizmente ele não precisava se preocupar com as aulas neste instante, pois era horário de almoço e toda a escola estaria comendo. Comendo sem ele, a Srta.-Sabe-Tudo, e a diretora.

Quando estava pensando nisso, Minerva entrou em seu escritório a passos largos, segurando um outro frasco de poção.

"O que há de errado com ela?" Snape perguntou, confuso, apontando para ela. Uma bolha estava crescendo agora na mão dela, mas em um passo mais lento que as outras.

"Ela contraiu a Febre das Nuvens Azuis." Disse Minerva, sentando-se perto da bruxa, que estava ressonando gentilmente, sem estar a par do que estava acontecendo ao seu redor. "É muito rara, não existem muitos bruxos que a conhecem, ou o seu antídoto." Ela sorriu amargamente. "Eu conheço, porque a contraí quando tinha a idade da Srta. Granger. Eu sempre tive medo de contraí-la novamente, por isso mantive uma garrafa da poção que ajuda a curá-la."

Febre das Nuvens Azuis... Snape vasculhou em sua memória. Sim. Ele já havia ouvido falar dela, conhecia o antídoto. Ele apenas não podia reconhecer os sintomas.

"Não é fatal," Minerva continuou a falar, acariciando os cabelos de Granger. "É apenas... inconfortável. Sem dúvida, neste momento a Srta. Granger está se vendo voando no céu. Mas não vai ser agradável para ela por muito tempo. As bolhas aparecem quando alguma coisa dentro dos sonhos a tocam."

"E o que pode ser feito, Minerva?" Snape perguntou, tenso.

Minerva suspirou. "Ela precisa de supervisão constante. Suas bolhas precisam ser limpas. Não estouradas, apenas limpas. A cada quatro horas, ela deverá tomar uma colherada desta poção, que eu necessito que você faça mais," ela entregou para ele um frasco contendo uma poção púrpura. "Em seus sonhos, ele pode tentar fugir, ou se ferir, sem perceber. É por isso que ela precisa de atenção constante." Ela olhou para ele expectante.

A marca registrada de curvar seus lábios retornou ao seu rosto. Nunca, em mil anos, ele faria isso, Minerva estava louca de ao menos cogitar. "Tenho certeza que seus... amiguinhos... estarão mais do que felizes em cuidar dela." Ele deu um sorriso sarcástico para ela.

Minerva olhou por cima dos óculos para ela. "Não, eles não têm a maturidade, tempo, ou experiência para lidar com isso. Infelizmente, Eu só tenho dois destes três requisitos, não tenho o tempo, nem nenhum dos outros funcionários aqui."

"Então envie a pirralha para o St. Mungos!" Snape vociferou, seus punhos fechados. Nunca, nunca, nunca!

"Não seria sábio movê-la mais ainda, Severus." Minerva disse em voz baixa. Temo que terá que ser você para cuidar dela. "Sua sala de aula fica a poucos metros de onde ela ficaria, você poderia manter vigilância constante nela, e você poderia preparar a poção, a qual eu vou mandar as instruções para você."

Ele esbravejou, ele ficou em duvida, ele rosnou, ele andou de um lado para o outro, ele sentiu vontade de fugir. Ele não podia, ele não faria, ele nunca, no mundo todo, cuidaria de Hermione Granger!

Minerva entregou a ele a poção. "A cada quatro horas, sugiro que comece agora. Eu vou também enviar para você a poção para limpar as bolhas dela, o que também deverá ser feito a cada quatro horas."

Ela saiu da sala, sem ao menos olhar para Snape ou a garota em seu sofá, que estava dormindo pacificamente.

Snape, em compensação, havia acabado de entrar no inferno.


A.N.:
Entre rosas eu nasci
Entre espinhos morrerei
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E eu nunca esquecerei