Anime: Weiss Kreuz
Casais: Aya x Yoji + Aya x Omi
Classificação: Yaoi, Romance, Angst, Lemon
Iniciada: Out/2004
Status: Em andamento (ainda)
Autora: Litha-chan

Nota: Em comemoração de 1 ano de fic 'rindo'. Espero que gostem deste capítulo e que principalmente comentem para que eu possa assim ter ânimo para continuar esta história..


Even so I still love you...
(Mesmo assim eu ainda o amo...)

Capítulo
– 2 –


"AYA-KUN..." Foi o que conseguiu dizer perante aquela situação. Seu corpo se moveu rapidamente fazendo com que a bandeja fosse jogada em cima do criado mudo e em um ato de puro desespero se jogou de encontro ao corpo do espadachim.

Omi arrancou a espada da mão de Aya e jogou-a longe.

Seu coração gritava, seus olhos toldaram-se de lágrimas. Omi não entendia, ele não queria acreditar que aquilo estava acontecendo. Sem nada a dizer no momento envolveu em um abraço possessivo o corpo do ruivo enquanto deixava seu choro ser liberado, apenas sussurrando entre soluços e um choro cadenciado de tristeza, o do por que de aquilo tudo... "Porque? Porque Aya?" Falava tão baixo que sabia que não estava sendo ouvido.

Aya realmente não sabia que estava fazendo, quando deu por si estava sendo abraçado por Omi que chorava desesperadamente e murmurava algo sobre o Porque?

Omi se levantou olhando fixamente para Aya. "Aya, eu não pretendo deixar você acabar desta forma, está entendendo? Eu não vou deixar que você cometa uma loucura como esta, por causa de um sem coração como o Youji-kun, nem que eu tenha que te vigiar noite e dia, nem que eu tenha que desrespeitar a figura de líder que você tem, mas entenda, eu NUNCA vou deixar que você tente se matar".

Aya segurou suas lágrimas, já havia chorado demais, já havia baixado por demais as barreiras que o tornavam tão frio. Ele não poderia e não deveria ser tão sensível assim, mas naquele momento, o que ele mais precisava era o que Omi estava oferecendo a ele. Atenção e cuidados. Era isto que deveria colocar em sua mente. Ele havia baixado a guarda uma vez e estava sofrendo, agora ele teria que se reerguer.

Retribuiu o abraço de Omi, como se assim pudesse submergir daquele poço que se encontrava. Queria que Yoji estivesse ali, envolto em seus braços, sendo carinhoso, mas a verdade era outra... Yoji o dispensara. O loiro cansara de si e depois de deixar bem claro que tudo estava acabado, ainda não pensou duas vezes em jogar na cara que fôra um erro ter se relacionado com um homem. Uma mulher era bem melhor.

Engoliu um soluço ao se lembrar disto. Yoji fôra seu primeiro.

Já tinha se relacionado com mulheres quando era o jovem Ran Fujimiya, mas era uma outra vida. Uma vida em que era feliz, em que não conhecia o pesar e a dor de ter perdido seus entes queridos.

Yoji conhecera Aya, Fujimiya Aya, quando este já era o frio e insensível líder dos Weiss, isto antes de se tornar amante do playboy, pois antes ele era o que podemos chamar de inalcançável.

Não fôra Yoji que primeiro quebrara o gelo do ruivo, e sim o jovem chamado Tsukiyono Omi. Yoji apenas se encarregou de quebrar o restante.

Omi mesmo estando envolto por uma cortina de sangue, com um passado que a muito lhe tirava o sono, Takatori, este era o nome de suas noites insones, e com uma bagagem pesada por tantas mortes sobre as costas, era sem sombras de dúvidas, o mais inocente do quarteto. Hidaka Ken podia ser intitulado o segundo, mas Omi era simplesmente... Omi. Um garotinho que ainda conseguia ver a alegria no florescer de uma Fresia, a flor que mais gostava, ou em um pequeno gesto.

Aya não queria ter um vislumbre de uma vida feliz. Felicidade trazia tristeza, dor e sofrimento. Era muito mais fácil ser distante, fechado e frio. Era.

Sentir Omi ali abraçado a si, ao mesmo tempo em que o confortava, lhe doía.

Sabia que o pequeno guarda para si, muito mais do que um sentimento de amizade, ou admiração. Tinha total consciência que Omi nutria por si, o sentimento que infelizmente desejava vir de outro. Amor.

Será que Yoji o amava?

O loiro durante todo este tempo que haviam estado juntos, nunca, em nenhum momento lhe dissera tal palavra. Apenas entrava em seu quarto, todas as noites ou quando estavam de folga da Koneko, o tocava de maneira faminta, tinha o que desejava e geralmente, na manhã seguinte, já não mais se encontrava em sua cama. Acordava sempre sozinho, sentindo o lado frio dos lençóis.

Seria apenas um pedaço de carne para as noites em que o loiro não conseguisse nenhuma mulher para lhe esquentar a sua cama? Não desejava pensar nisto. Não desta forma. Estava cansado de ser usado. Usado por um homem que decretara posse sobre si, mas que nem ao menos se importava com seus sentimentos.

Sim, Yoji mesmo orgulho, avisou a Ken e a Omi que ele e Aya estavam tendo um... caso. Porque ele fizera isto? Que tal levar em conta, o fator de: Poder dizer que havia dobrado o tão frio líder dos Weiss. Ou então, se auto-afirmar como o maior pegador não-preconceituoso e destemido. Bom, vindo de Yoji, era de se esperar qualquer coisa.

Sentia as mãos de Omi lhe acariciando as costas, mas podia ouvir os soluços vindo do menor. Seus olhos não mais vertiam lágrimas. Estava até mesmo cansado de chorar. Se lágrimas resolvessem toda e qualquer situação, sua irmã estaria há muito tempo fora do odioso coma.

Ia tentar afastar o corpo de Omi, mas parou ao ouvi-lo sussurrar algumas palavras que o fizeram gelar. Não, ele não podia e nem devia.

"Aya... por favor, me dê uma chance... só uma de tentar lhe fazer feliz". Dizia mantendo o rosto contra o peito do ruivo.

Tentava puxar a voz para responder ao menor, mas não conseguia. Sua garganta encontrava-se incrivelmente seca e aparentemente dolorida. Como se tivesse engolido cacos de vidros. Suspirou pesadamente e mesmo assim quando a voz enfim saiu, era rouca quase falha.

"Omi... você... não posso, não... agora". Doía falar, doía dizer aquilo para o jovem.

O loiro elevou seus olhos azuis marejados, olhando para o rosto pálido do ruivo, mas determinado em prosseguir com o que começara a falar.

"Aya... Eu sei que você não me ama. Sei disto, mas não me negue a oportunidade de te amar. Aceito isto. Aceito ser apenas... algo que te conforte. Não quero tomar o lugar do Yoj... dele, apenas quero ter a oportunidade de estar ao seu lado. Ter a oportunidade de... te amar. O meu amor, Aya, vale por mim e por você. Não... não me negue!". Chorava, mas não deixava de encarar as orbes violetas inchadas.

Aya não sabia o que falar. Quase podia se ver em Omi. Ver como ele mesmo era com relação a Yoji. Amava-o a tal ponto de se anular para satisfazer os caprichos do loiro. Não podia brincar com Omi. Não desejava que ele passasse a mesma coisa que ele passara, mas... A sinceridade daquelas palavras eram tão acolhedoras que em seu intimo, um ínfimo desejo de dar-se uma chance, de deixar Omi entrar em sua alma, lhe gritava. Mesmo que abafado, estava lá.

Seria porque em seu interior ainda desejava a felicidade?

Não era Yoji que estava lhe propondo isto, era o pequeno, pequeno não, era Omi que tentava lhe ar amor. Amor sem cobrar nada em troca. Simplesmente amor.

Mais uma vez suspirou, mas desta vez cansado. Mesmo habituado a treinamentos árduos, lidar com sentimentos e toda carga emocional que estes lhe traziam, era por si só estafante.

Abraçou um pouco mais o corpo próximo a si, cortando desta forma o contato visual.

"Preciso... dormir. Depois Omi... te respondo depois!". Não conseguiria falar mais nada. Esgotamento era a única palavra que lhe vinha a mente, lógico, depois das imagens da briga com Yoji.

Omi entendeu que não deveria ficar forçando Aya a lhe responder. Foi sincero em dizer lhe aquilo tudo. Sabia que não seria correspondido, mas se pelo menos pudesse estar ao lado de Aya, faria qualquer coisa que o deixasse menos infeliz. Qualquer coisa mesmo.

Levantou-se odiando ter que se afastar da quentura que o corpo do ruivo possuía, mas era necessário. Podia sentir o corpo de Aya pesado, prestes a tombar, então, o que poderia fazer, era apenas deita-lo e cobri-lo. E assim o fez.

Certificou-se depois de alguns minutos com seu adorado ruivo sucumbira ao sono profundo. Seu peito doeu ao imaginar que se demorasse um minuto a mais em voltar ao quarto, a esta hora, Aya já poderia se encontrar morto.

Olhou ao redor e encontro a katana do espadachim. Tratou logo de recolhe-la. Pensou seriamente sobre as demais armas que se encontrava no armário em um fundo falso. Poderia ser chamado a atenção por isto, mas preferiria arriscar a levar um sermão do que deixar qualquer tipo de arma perigosa perto de seu amado. Acabou por recolher todas as armas. Desde a adorada katana de Aya, até as sais que se encontravam muito bem escondidas. Olhou mais uma vez para o corpo estendido na cama antes de fechar a porta do quarto saindo dali rapidamente.

ooOoo

Já eram aproximadamente quinze para as onze da noite quando Yoji retornou ao apartamento que era anexo a floricultura. Estava bêbado, mas tentava não fazer barulho. Não queria acordar ninguém, em especial o ruivo. Já bastava a briga que tiveram naquele dia, onde ele, Yoji, deixara bem claro que não desejava mais estar com o ruivo.

Tinha sido bom durante um tempo. Nunca imaginou que o tão recatado, silencioso e frio líder poderia ser um homem quente dentro de quarto paredes. Pelo menos não negava que Aya era delicioso, mas cansara-se.

As poucas vezes em que conversavam sobre a situação entre eles, era quando Aya, assim forçava. Detestava compromisso. Não queria se ligar a ninguém a não ser a ele mesmo. Desde o inicio tinha dito que não deixaria de sair com as mulheres que desejasse, pois ele não era homem de uma pessoa só. E com a vida com que levavam, se apegar a alguém e não provar de outras 'carnes', era um desperdício sem fim.

Já se encontrava a ponto de subir as escadas, quando a luz fora acessa revelando um jovem sentado nos degraus, impedindo a sua passagem.

"Mas... mas que porra é essa? Deu pra virar assombração pirralho?". Por ter sido pego de surpresa e por sentir a luz lhe agredir seus olhos, Yoii reclamou terrivelmente irritado. Tapava o rosto com a sombra das mãos.

Omi se levantou e foi descendo as escadas com passos cuidadosos. Fitava seriamente o rosto do loiro maior.

Yoji tentou voltar seus olhos diretamente para o jovem a fim de falar mais alguma coisa, mas apenas permaneceu-se calado observando o rosto do melhor. O olhar de Omi era sério demais. Era raro ver o jovem loiro desta forma. Pensou em falar algo, mas mais uma vez parou. Desta vez estava assustado. Seus olhos estavam fitando a besta que Omi empunhava em sua direção.

"Omi, se isto for uma brincadeira de mau gosto, ou, se você estiver sendo controlado por aquele escroto do Schuldich... Não estou pra isto". Recuou um passo sentindo-se ainda meio alto com a bebida.

O jovem encontrava-se parado em meio a escada e ainda continuava a apontar a besta em direção ao playboy. Sua voz podia ser ouvida nitidamente firme, assim como sua mão se encontrava. Firme.

"Não estou brincando Kudou. E quero que me escute com atenção, pois não pretendo repetir e não desejo fazer valer meus direitos, entendeu?". Neste momento Omi não era mais um garotinho, era um homem. Um homem querendo proteger o que lhe era mais caro.

"Onde você quer chegar com isto Omi? Porque você está apontando esse treco para minha cara?". A irritação estava aumentando. Só faltava um ataque do prodígio do grupo para encerrar a noite.

"Onde eu quero chegar Kudou? O nome Aya te diz alguma coisa? Vou ser bem direto. AFASTE-SE dele. Convivência apenas como membro do grupo Weiss e nada mais. Ou eu juro Kudou... Que terei o maior prazer de te cravar cada flecha ou dardo envenenado que eu possua. Não estou aberto a negociações. Não procure mais o Aya, não entre no quarto dele. Estarei de olho Kudou!".

O loiro estava na mais clara expressão, boquiaberto. Foi descaradamente ameaçado por Omi por causa de Aya.

Seus olhos acompanhavam a movimentação de Omi. Este agora subia calmamente os lances de escada tomando a direção de um quarto muito conhecido por si... O quarto do ruivo.

Antes de sumir quarto adentro, Omi lançou um último e frio olhar para Yoji. A distancia era pouca, já que o quarto de Aya, era logo o primeiro após as escadas. Omi fitou as orbes verdes do incrédulo loiro e acabou por adentrar o quarto.

CONTINUA...


Peço desculpas pela demora prolongada em atualizar esta fic. Na verdade quando comecei ela, minha cabeça estava a mil. Agora, depois de todo este tempo de uma grande meditação sobre o andamento da história, digo que não mais irei desativa-la. Peço desculpas e também peço incentivo, pois não é fácil mesmo mudando certos rumos, continuar. Então se você leu esta fic, gostou ou não, comente.

Agradecimento especial para
Suryia Tsukiyono,
Por ter me ajudado com algumas coisas.
Confio nela quando o assunto é sobre os nossos lindos meninos.
Afinal, se não fosse ela onde mais poderíamos ter uma vasta informação em português sobre Weiss Kreuz?
Muitíssimo Obrigada Suryia. Que São Koyasu Te Ilumine. 'risos'.

Agradeço também a:

Yuki Kyoh, Myleny-Mymy, Duo-chan Maxwell, Thaissi.

Domo arigato gozaimasu, mina-san

- Comentem a fic e me façam feliz. -