Anime: Weiβ Kreuz
Casais: Yohji x Aya + Aya x Omi
Classificação: Yaoi, Romance, Angst, Lemon
Iniciada: Out/2004
Status: Em andamento
Autora: Litha-chan

Nota: Espero que gostem deste capítulo e que principalmente comentem para que eu possa assim ter ânimo para continuar esta história.


Even so I still love you...
(Mesmo assim eu ainda o amo...)

Capítulo
– 3 –


Três dias haviam se passado desde a ameaça que recebera de Omi. Para a infelicidade de Yoji, durante esses três dias o jovem loiro não se desgrudara de Aya, dificultando assim qualquer aproximação que poderia pensar em ter. O jovem arqueiro mais parecia um cão de guarda preste a dar o bote em quem ousasse estender a mão para tocar no que lhe era de direito.

"Direito uma ova! Pirralho cretino, quem pensa que é para me proibir de algo?".

Yoji estava tão agitado que a quantidade de cigarros que costumava a fumar, nos últimos dias dobrara. Nunca conseguia chegar perto o suficiente de Aya quando estavam na floricultura e para piorar a situação acabara de ficar encarregado das entregas, pois Ken ainda não voltara da missão solo.

O ruivo só trocava palavras com ele para mandá-lo entregar as encomendas. Não lhe olhava, não lhe sorria como antigamente. Sentia falta dos sorrisos discretos que lhe lançava durante o trabalho, sentia falta dos beijos roubados, da falsa indiferença perante as outras pessoas. Apesar de tudo que dissera ao ruivo quando romperam, não conseguia negar que, agora mais do que nunca, sentia falta de seu jeito.

Resolveu parar de pensar no assunto ou acabaria se atrasando para mais um dia, o quarto, sem trocar nenhuma palavra com os outros dois. Teria que antes de entrar na Koneko, preparar o próprio café da manhã, já que Omi não mais lhe preparava ou deixava nada para comer.

Ao descer e entrar na cozinha notara a mesa posta e um farto café da manhã preparado. Será que o pequeno loiro resolvera deixar de ser o 'cão' e voltara a ser o sempre e prestativo chibi? Infelizmente o motivo daquilo mesmo logo pode ser notado quando Omi entrara todo sorridente.

"Anda Ken-kun, anda, anda... Preparei o café só para você, depois você pode começar a 'trabalhar', mas agora tem que se alimentar!".

A voz mostrava felicidade, diferente dos dias anteriores, Omi agora entrava na cozinha empurrando Ken a sua frente.

Quer dizer que para Ken, tudo continuava na mais perfeita harmonia. Mimos, café da manhã, alegria, sorrisos, e para ele... Para ele nada versos nada, somente a indiferença tanto de Aya, quanto de Omi.

Pelo menos não se sentiria tão sozinho agora que Ken estava de volta. Poderia passar uma boa parte do tempo conversando com o moreno ao em vez de se sentir ignorado pelos cantos da casa e floricultura.

O moreno ao entrar na cozinha e se deparar com o loiro sorriu e logo o abraçou.

"Yohji... já estava sentindo falta desse seu cheiro de cigarro, cara, e claro, da sua incansável ladainha de 'eu sou gostoso mesmo', vem cá e da um abraço".

O moreno, sem notar a cara de desagrado do menor, puxou sem cerimônia o mais velho para um forte abraço com direto a fortes 'tapinhas' nas costas.

"Senti sua falta Ken. Voltou quando?". Falou entre o abraço que foi aos poucos se afrouxando para que pudessem se fitar.

"Essa manhã mesmo. O Omi estava começando a fazer o café. Bem, ele me empurrou para um banho e sabe como é esse chibi né, tratou de me infernizar para descer o mais rápido possível para comer".

"Ah, ta, e mal chegou e já ta querendo trabalhar? O que aconteceu nessa missão que te deixou assim?". Implicou com o amigo levando um leve soco no braço.

"Aconteceu nada, fuso horário, meu caro. Dormi antes e agora estou bem disposto para começar o dia aqui".

Omi pigarreou ao colocar o café na caneca azul escuro de Ken, fazendo assim com que os dois, tanto Yohji quanto Ken, voltassem sua atenção para a mesa e para o farto café que ali se encontrava disposto.

Os três se sentaram a mesa, mas uma pergunta normal e inocente feita pelo ex-jogador acabou piorando o clima.

"Yohji, e o Aya, onde ele está?".

O clima pesou tanto para o mais velho quanto para o chibi.

Como explicar a dissolução do relacionamento?

Como iria dizer que aquela pergunta quem deveria responder agora seria Omi e não ele!

Por fim, acabou falando o que era o mais sensato no momento:

"Não faço a mínima idéia de onde ele possa estar, Ken".

Realmente não tinha idéia dos atuais passos do ruivo, e no fundo isto estava lhe incomodando, mas, o que lhe incomodava mais ainda era saber que Omi saberia informar. E nem precisou esperar muito para ta confirmação.

"Ele foi visitar a irmã, Ken. Saiu um pouco antes de você chegar, mas como o de costume, estará de volta antes do almoço".

"Ah, sim... eu tinha me esquecido das visitas, mas... ele não ia todas as terças-feiras?". Perguntou coçando a cabeça tentando se lembrar de tal hábito do ruivo. Seu olhar ainda estava voltado para Yohji indicando que aguardava uma resposta.

O ex-detetive se remexeu na cadeira sentindo-se desconfortável com a situação, mas ao pensar em abrir a boca para dar uma desculpa qualquer, teve sua fala e a linha de pensamento interrompidos por Omi. Novamente o mais novo estava passando por cima de si.

"Tivemos que fazer algumas alterações já que você não estava aqui Ken-Ken". Voz fria, olhar gélido.

'Inferno! Até quando esse pirralho vai continuar com isto?'. Praguejou e se perguntou mentalmente, fitando o rosto frio que estava voltado para si.

Incrível como o adolescente podia mudar rapidamente de feição. Em um segundo olhava Yohji com ganas, um olhar para lá de assustador para uma criança como ele, Omi; e no outro segundo, o jovem voltava seu rosto ao moreno e lhe sorria de forma encantadora, explicando por alto o remanejamento dos dias de visita de Aya.

Yohji já não estava agüentando aquilo tudo.

Sempre que tentava conversar com Ken, Omi interrompia a conversa e trazia a atenção do moreno para si. Era uma situação irritante. Omi estava se tornando irritando com aquelas atitudes. O que ele queria? Todos à sua volta? Queria deixar-lo maluco por se sentir ignorado?

Abruptamente o loiro mais velho se levantou deixando claro que não terminaria seu café. Quem sabe uma outra hora poderia desfrutar da companhia do moreno, rir um pouco com os acontecimentos que ele deve ter passado na missão e até mesmo conversar com Hidaka sobre o que ocorrera entre ele e Aya.

Sim, conversar com alguém que não está envolvido seria uma boa oportunidade. Bem ou mal, o cabecinha-de-vento do ex-jogador sempre tinha uma palavra certa para as burradas que fazia. Quem sabe ele não teria uma para situação que se encontrava? Quem sabe, ele não conseguiria interceder com Aya para uma conversa? Só uma, era o que ele precisava.

E foi pensando nisto que Yohji adentrou a floricultura e começou a preparar alguns arranjos para que tão logo a porta da frente fosse aberta, já tivesse algo disponível para suas clientes.

Do lado de dentro, no apartamento anexo a floricultura, Ken ainda não havia entendido o motivo da saída brusca do loiro. Será que tinha dito algo de errado? Mas... pouco perguntara, estava a maior parte do tempo entre uma dentada e outra nas guloseimas que Omi tinha posto a mesa.

"O que aconteceu com ele?". Perguntou assim que terminou de tomar mais um gole de café.

Omi deu de ombros. Não queria entrar naquele assunto agora. Não era hora e nem lugar para tratar de algo tão perturbador e delicado.

E pensar que se não fosse pelo que Yohji tinha feito ao ruivo, não estaria tão perto de Aya quanto estava nesses últimos dias. Não podia se taxar de feliz, pois felicidade obtida sobre o sofrimento de outrem não era uma felicidade verdadeira.

Todo o tempo que passava ao lado do ruivo, sentia o seu pequeno coração bater descompassado. Quando ficavam juntos conversando poucas coisas à noite no quarto de Aya, era maravilhoso. Notava que o lado frio e até mesmo sério do ruivo, não 'operava' durante o dia todo, ou toda hora.

Ainda estava sendo difícil lidar com o silêncio repentino, ou então, as lágrimas que vertiam dos olhos exóticos, e não se revoltar, não se angustiar. Aya, ou Ran, como o chamava nos momentos em que estavam a sós, era a primeira pessoa que amava. Que desejava estar ao lado, que desejava cuidar. Era difícil ver o tão conhecido, e sempre firme, líder da Weiβ desmoronando como uma pessoa comum.

oOo

Como é difícil ignora-lo... Sinto falta de tantas coisas, tantas... O cheiro dele misturado ao odor do cigarro, o olhar que me incendiava e a todo custo eu me controlava, as piadas que me irritavam por alguns minutos, seus beijos, seus toques... Toques... Porque é tão difícil de se livrar destas lembranças? Elas me machucam, me abalam.

Durante esses dias eu notava todas as tentativas dele em se aproximar de mim, em tentar puxar conversa. Notava que durante a madrugada ele ficava vagando pelos corredores a espera de uma oportunidade de me encontrar. Eu sabia... sabia que não seria tão fácil.

Junto com o desejo de que tudo aquilo, fosse apenas um pesadelo, eu me xingava, sentia raiva, ódio até. De mim, dele, de toda essa estúpida situação que estamos.

Sabe... eu realmente ia acabar com minha vida. Para quê ficar tentando viver? A pessoa que gosto, só pensa em me usar para se aliviar, para passatempo... Eu sabia. Sempre soube que ele nunca estaria comigo por completo. Eu desejava que no fundo, bem no fundo... essa vida maldita de mortes, disfarces e solidão, pudesse ser preenchido com algo. Companheirismo, cumplicidade, afeto... amor.

Me enganei, me desiludi, me desesperei...

Nem para ser amado eu servia. Como Ran, tive minha felicidade e esperança de uma vida feliz e normal, arrancados de mim. Como Aya, líder da Weiβ, sou privado de ter qualquer sentimento, o que dirá relações amorosas, laços sentimentais.

E agora tem Omi...

Que tem sido mais do que um anjo, um protetor ou até mesmo como já escutei ele chamando o pequeno várias vezes nesses dias... Cão de guarda. Eu não sou bobo. Já tinha observado o interesse de Tsukiyono, mas ele é apenas um adolescente. Cheio de sonhos e esperança.

Sabe... Eu não sei o que devo fazer. Vejo a forma como ele me trata, o carinho que ele tem comigo, a atenção, a declaração... Tudo o que eu queria que 'ele' fizesse, sendo feito por Omi.

Ontem mais uma vez acabei chorando na frente dele, não consigo mais levantar minhas barreiras. Não foi uma crise de choro, apenas quando notei, lágrimas estavam escorrendo pelo meu rosto e Omi veio mais para perto limpa-las e me confortar. Não sei bem como aconteceu, se fui eu em busca de carinho, se foi ele que veio até a mim, mas quando notei já estávamos nos beijando.

Não posso negar que não foi bom. Ele me passa o que preciso, mas depois, quando cai em mim, me senti sujo, me senti mal. Não era para acontecer, não quero fazê-lo sofrer, porque sei que isto irá ocorrer. Por segundos, minutos, me senti tão bem, mas depois... O que posso fazer? Estou tão confuso, meus pensamentos estão confusos...

Queria tanto que você estivesse aqui Aya... Tanto...

oOo

"Hey Yotan, to com uma fome do cão!".

"Você só vive com fome, Ken! Não sei pra onde vai tanta comida assim...".

"Eu pratico exercícios, ao contrario de você que só pratica levantamento de copo e tragada a distancia". Falou brincalhão enquanto carregava mais um arranjo para a prateleira, perto das meninas que viviam aparecendo na floricultura todos os dias.

"Urusai!". Disse e aproveitou o momento de distração para tacar a pequena toalha que tinha em mãos na direção do ex-jogador.

Ken sorriu e deu língua para Yohji. Seria uma eterna criança para certos momentos.

Para o playboy o clima tenso parecia amainar e sentia-se bem com isto. Quase não notava Omi andando pela loja e nem muito menos estava se importando com isto.

"Anou... Yotan...". Começou a falar baixo ao se aproximar do loiro.

"Sim?". Elevou uma sobrancelha pelo tom usado por seu amigo, enquanto arrumava um vaso de orquídeas.

"Humm... está tudo bem aqui? Digo, com você e Omi?". Debruçou-se no balcão fitando a forma parada de Yohji perante a pergunta.

O loiro simplesmente paralisou. Se fosse explicar tudo ao moreno iria demorar e a loja estava razoavelmente cheia. Optou por amenizar a situação com sorrisos.

"Ah Ken Ken, sabe como são esses jovens de hoje em dia. Conversaremos melhor mais tarde, o que você me diz? Cerveja, pizza...". Sorriu ao amigo.

Ken achou estranho a postura do companheiro, mas iria respeitar, mas tarde poderiam conversar melhor, e assim descobrira o que estava acontecendo.

-

O dia foi se passando normalmente na visão de qualquer pessoa, mas par os integrantes da Koneko, a situação era diferente.

Ken notara que em nenhum momento Aya dirigiu a palavra ao loiro, nem para uma pequena ralha ou nem mesmo um dos sorrisos furtivos que pegava entre os dois.

'Algo não me está cheirando bem...'. Pensou observando melhor os outros três rapazes.

O moreno em meio aos seus afazeres viu Omi se retirando para o interior da loja e resolveu segui-lo deixando Yohji e Aya cuidando dos atendimentos. Iria descobrir e seria agora. Se fazia de distraído, lerdo e lento, mas a verdade era outra.

"Omi...". Chamou se aproximando mais do pequeno loiro.

"O que foi Ken, quer algo lá de dentro?". Sorriu ao amigo.

"Iie. Eu quero na verdade conservar sério com você, podemos?".

O jovem olhou o amigo por alguns segundos vendo que Ken não estava com o ar brincalhão de sempre. Deixando um suspiro lhe sair entre os lábios, apenas acenou concordando e começaram a tomar a direção da porta da cozinha que ligava a floricultura.

Enquanto a conversa desenrolava no interior da casa, Yohji e Aya apenas trabalhavam evitando-se.

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"COMO É QUE É?". O moreno se levantou abruptamente espalmando as mãos contra o tampão da mesa da cozinha.

"Isso mesmo que você acabou de escutar Ken. Yohji terminou com Aya, o tratou da pior maneira que poderia ter tratado uma pessoa e... Acredite, se eu tivesse demorado mais alguns segundos... Aya...".

Omi nem pode terminar de repetir a frase. Um Ken enfurecido saiu espumando pela porta da cozinha com uma única direção... A floricultura. Iria tirar isto a limpo com Yohji agora mesmo.

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Yohji viu o amigo retornando a loja e respirou aliviado. Parecia que de um momento para o outro a quantidade de clientes havia aumentado, e tanto ele quanto Aya, estavam repletos de pedidos.

Ken andou firme na direção de do loiro com um semblante nada amigável.

"Hey Ken, me ajuda aqui que não to dando...". A frase não foi concluída, não tinha como ser finalizada.

Ken apenas voou em cima do loiro e lhe desferiu um soco de direta certeiro. No meio da loja, na frente de todos os clientes. Para o moreno isto pouco lhe importava, o que lhe era importante era o fato do descaso de Yohji com Aya.

O loiro estava tão atordoado em podia-se dizer que não anotara a placa do caminhão, apenas as três primeiras letras... KEN.

O moreno mesmo com raiva estava se controlando para não socar ou chutar o companheiro ali mesmo mais do que já o fez com o soco. Sem dar atenção às meninas, que soltavam gritinhos preocupados com o sangue que escorria dos lábios do loiro mais velho, Ken agarrou a camisa do outro pelo colarinho e aproximou o rosto do de Yohji.

"Se você acha que acabou por aqui... estou apenas começando Yohji. Vamos conversar lá nos fundos da loja. AGORA!". Rosnou alto.

Não cedeu a nada, não largou nem por segundos a gola da camisa do outro, apenas o puxou deixando bem claro a intenção que era: ou ele ia de bom grado, ou seria arrastado.

Aya apenas estava parado de olhos arregalados e Omi estava encostado no batente da porta com um pequeno sorriso nos lábios.

Continua...


Humm... Quero deixar claro, aos fãs de Yohji Kudou, que a culpa dele apanhar e ser bem espancado pelo Ken (logo o Ken né... rsrs), é única e exclusiva da escritora Kaline Bogard.

Em resposta ao não cumprimento de um acordo, onde ela ignorou as entrelinhas de 'não mocréias' em uma fic que ela fez, chamada... 'Problemas e Soluções'. E ainda disse que Euzinha havia encomendado.

Humm... e ai Kaligninha... gostou do meu presentinho? Eu e Omi adoramos XD

Agradecimentos a:
Thaissi, a Mey Lyen, a BelaYoukai que deixaram coments aqui.

Agradeço também a:
Momy Evil (espero que tenha gostado momy... no próximo o saldo do soco, ou socos XD), a Uara, a Freya-san que é uma ótima companheira de terror psicológico contra Kalines, e ao pessoal da Mlist Weiβ Kreuz que estava torcendo para um massacre ou inicio de massacre XD

E por ultimo, mas tão mais importante a minha beta rosnadora, que espero que tenha se divertido com este capítulo. Arigato a Pipe (Comentário da beta: Beta rosnadora em estado de choque ainda... Meu irmão, meu nee-san, um fdp, apanhando igual cachorro... ó.ò)

Como digo no meu atual provérbio...

'Escritora com o saco de coments vazio, não para no pc sentada pra digitar. Alimente-me!'

Bjinss

Litha-chan