Bolhas Ardentes – Capítulo 7

Disclaimer 1: Os personagens não são meus. São da JKR.

Disclaimer 2: Nem a história é minha. É da simpática SilverAngel99. Só estou traduzindo. Uma autora fantástica que eu tive a oportunidade de conhecer :).

A.N.: Oi gente! Mil perdões por demorar tanto... eu realmente mal estava com tempo para respirar, e ainda tinha um monte de coisas para fazer... mas eu tenho uma semana bem sossegada agora, sem nada para fazer porque peguei pneumonia, então vou atualizar bastante para vocês. Façam com que eu me sinta melhor e me deixem um review.


Ajuda...

"Você acha que ele realmente vai ajudá-la?" Ron perguntou.

Harry e Ginny olharam para ele, Ginny tentando segurar um bocejo. Mesmo estando muito preocupados com o bem-estar de Hermione, eles estavam ficando cansados de responderem sempre as mesmas questões. Ginny considerou isto como o fato de Ron simplesmente não querer acreditar que Snape poderia possivelmente ser de alguma ajuda.

Mas para responder isto... "Pela décima terceira vez, Ronald," Ginny começou, "sim, nós achamos que Snape vai ajudar Hermione." Ela examinou uma unha quebrada. "E por que ele não ajudaria? McGonnagal mandou." Ela rolou de costas. Era quase meia-noite, e ela queria desesperadamente ir para o seu quarto, mas Ron manteve as perguntas e teorias fluindo.

"Talvez ele tenha dito que vai, e talvez ele vá. Mas talvez ele não vá, e vai dar para ela a poção errada." Ele disse, franzindo o cenho.

"Ron, como Hermione apontou para nós em inúmeras ocasiões, ele é o Mestre de Poções." Harry disse, curvado sobre seu dever de Feitiços. Não era comum para ele fazer seu dever de casa, mas ele precisava tirar seus pensamentos de Hermione. "Ele não faria nada com poções, isto seria muito óbvio."

Ginny se esticou no chão, estudando o teto da sala comunal. Apesar de não ter visto Hermione desde antes dela ficar doente, ele não duvidou de Snape nem por um momento. Ela, junto com a maioria da Ordem, começou a confiar em Snape quando Mitchel Riley fez seu relatório. Ginny tinha a maior fé em Mitchel, e se ele não pôde encontrar nada, não havia nada para ser encontrado.

Ainda assim os garotos, especialmente Ron, não podiam deixar a imagem do professor Snape sendo mal sair de suas cabeças. Não importavam os argumentos feitos por ninguém, eles continuavam firmes em suas crenças. Garotos teimosos, ela pensou com um suspiro.

"Então por que não podemos ir vê-la?" Ron perguntou zangado, fazendo careta para o fogo como se ele fosse a origem de todos os problemas. "Se ele não vai fazer nada de mau com ela, então por que não podemos vê-la!"

"Se você fosse Snape, você gostaria de dois garotos que o odeiam imensamente e se recusam a acreditar no que está bem na frente de seus olhos, você os deixaria entrar em seus aposentos privados?" Ginny falou rispidamente, se levantando e limpando o jeans. "Talvez você devesse pensar nisto!" Seguindo em direção da escadaria das garotas, ela se sentiu mal. Ela não pretendia brigar com Ron, mas ele merecia. Depois de todas as vezes que Snape os havia ajudado, salvados eles, e ainda assim ele não ia acreditar nele.

Conforme ela subia as escadas, ela ouviu a voz baixa de Harry dizer, "ela tem razão, sabe."

.:oOo.oOo:.

Severus Snape acordou às 5 horas da manhã no dia seguinte com o pescoço endurecido. Com um gemido, ele se endireitou na cadeira onde estava descansando. De maneira alguma ele poderia chamar o semi-cochilo que ele estava experimentando de uma boa noite de sono. Ele decidiu que era hora de permitir ao seu corpo um pouco de descanso após limpar as bolhas da Srta. Granger novamente à 1 hora da manhã e fazer com que ela engolisse mais um pouco de poção. Ele havia movido uma das poltronas de couro verde que residiam em sua sala de estar para o quarto. Ele odiava admitir, mas ele estava um pouco receoso de deixar sua "paciente" sozinha, depois de ela ter tido outra crise de terror há algumas horas atrás. Então ele se sentou na poltrona em um canto escuro do quarto, observando a Srta. Granger através da luz da vela que ele deixou acesa na mesinha de cabeceira.

Varias vezes durante a noite ela soltou pequenos gritos, e se debateu. Snape ficou preocupado com sua roupa de cama, lembrando que aquele havia sido seu jogo favorito. Mas agora ele mal podia esperar para queimá-lo.

Levantando e se espreguiçando, ele percebeu que havia acordado na hora exata para administrar mais poção. Acendendo mais algumas velas com sua varinha para iluminar melhor o ambiente, ele se aproximou da bruxa. Para sua surpresa, ela estava deitada, com os olhos abertos, mas aparentemente não registrava nada. Preocupação percorreu sua espinha, mas ele considerou isto um simples estremecimento de frio. Se debruçando sobre ela e tirando o cabelo do rosto, ele sacudiu uma mão na frente do rosto dela. Ela piscou.

"Vamos, Srta. Granger." Ele disse em voz baixa, tomando cuidado para não assustá-la. "É hora de mais poção." Ele se encolheu ao som de sua própria voz, se considerando tão patético quanto a Medi-bruxa do andar de cima. A mesma que resolveu ficar doente na hora mais perfeita, deixando-o... Snape gemeu, afastando estes pensamentos. Ele se sentou na cama próximo de Grangar e novamente tirou os lençóis com gentileza. Algumas novas bolhas apareceram na pernas, as quais Snape rapidamente encheu de poção.

Quando chegou a hora de beber a poção, ele conseguiu levantar a bruxa por alguns momentos para fazê-la engolir a poção. Quando ele a deitou novamente, ele se pegou não querendo se mexer por um momento, apesar da... fêmea que jazia a centímetros dele. Uma noite fora de sua cama, e ele já sentia falta dela, ele pensou irritado, lançando um olhar sombrio para a poltrona. Por que ele não pensou em transfigurá-la? Ele poderia tê-la transformado em uma cama de armar bem confortável. Que parte de seu cérebro havia parado de funcionar quando ele moveu aquela coisa maldita –

Seus pensamentos foram subitamente cortados pelo grito da Srta. Granger. "NÃO!" Ela gritou, se debatendo. "Você disse que ia me AJUDAR, seu bastardo!" Enquanto se debatia, ela conseguiu agarrar o braço dele, e na surpresa, ela o pegou desprevenido e o atirou por cima da cama, fazendo-o cair sobre ela.

"Você MENTIU!" Ela gritou, seus olhos cerrados, as unhas voando na direção dele, arranhando-o. "Não, não me leve para lá, não me leve para lá, não me leve para lá!" Ela começou a gritar.

Com dificuldade, ele tentou se sentar. Quando a cabeça dele se ergueu, ele viu seus olhos olhando para os olhos castanhos, olhos cheios de horror, aterrorizados. "Por favor, não me leve para lá." Ela implorou para ele, segurando em seu braço. "Você disse que ia me ajudar." As unhas dela começaram a cortar a pele dele dolorosamente. O tórax dela estava ofegante do esforço. Lágrimas escorriam por seu rosto, sua expressão implorando.

Snape respirou fundo. "Srta. Granger, eu não vou te levar para lá." Ele não fazia idéia de onde era, mas ele não iria. "Eu não menti; estou aqui para te ajudar." Ele manteve sua voz baixa e gentil, assegurando-a. Ele disse para si mesmo que podia ser bastante persuasivo quando queria, mas ele sabia que estava mentindo. "Por favor, Srta. Granger, eu não vou te levar para lá, eu não vou machucá-la."

O olhar dela perdeu o foco, e ele se perguntou o que ela estaria vendo, porque ela não parecia ver a ele. "V-você não vai?" Ela perguntou, estremecendo. Ela afrouxou suas mãos.

Ele retirou o braço. "Não, não vou." Ele se aproximou dela na cama, colocando as mãos nos ombros dela. "Não vou te levar para lá, não vou machucá-la." Ele sussurrou novamente. Ela estremeceu ao toque dele, mas ele moveu para acariciar o cabelo dela, dizendo para si mesmo que era só para ajudar a acalmá-la. Seus dedos ficaram entrelaçados no cabelo embaraçado. "Você não tem que ir até lá, volte comigo." Ele ainda não fazia a mínima idéia sobre o que ele estava falando, mas as palavras pareciam fazer efeito.

Ela relaxou visivelmente. "Longe daqui." Ela fechou os olhos novamente. Quando ela os abriu novamente, eles estavam focados. Ela olhou direto dentro dos olhos dele, e ele sentiu como se ela estivesse olhando direto em seu cérebro. "Você vai me ajudar, você vai me ajudar." Ela sussurrou, fechando os olhos novamente.

Com gentileza ele a recostou na cama. Sua respiração estava regular novamente e ela parecia estar dormindo. Ele esperava que ela continuasse assim enquanto se afastava da cama o mais depressa que ele se atrevia. Ele olhou para suas mãos com nojo, e decidiu que provavelmente seria seguro tomar um banho, agora que a Grifinória havia se acalmado novamente. Ela parecia ter estes ataques de medo a cada três horas.

Entrando no banheiro, fechando e trancando a porta, ele tirou a roupa, e com um aceno de sua varinha, enviou suas roupas para os elfos-domésticos lavarem. Abrindo o chuveiro na temperatura mais quente que ele podia agüentar, ele entrou debaixo d'água, e então desejou estar com sua varinha, assim ele poderia trancar até o box. Debaixo da água escaldante, ele se esfregou com o máximo de força que se atreveu, como se fosse limpar o que havia ocorrido.

O que a Srta. Granger estaria vendo em seus delírios? O que a estaria aterrorizando tanto? E onde diabos é ?

Perdido em seus pensamentos, ele ficou embaixo do chuveiro até ficar frio.

.:oOo.oOo:.

Hermione deixou o professor Snape guiá-la para longe da tempestade. Ela ainda não conseguia descer sem se machucar e ela apenas podia se virar quando o professor estava ali para ajudá-la.

Ela estava começando a ficar cansada e irritada com a falta de poder decidir para onde ir. Ala ela se sentia sendo empurrada em direção às grossas camadas de nuvens à frente. Algumas vezes ela sentia como se fosse Snape quem a estivesse empurrando para lá, e ela presumiu que ele a estivesse empurrando para a morte. Não havia maneira alguma de voar no meio daquela tempestade, e doía muito, muito mesmo, tentar aterrissar. Ela com certeza iria morrer.

Ela ficou chocada em um instante, quando ela se virou e viu Snape flutuando ao seu lado, suas asas emplumadas gentilmente encostando-se nela. Instantaneamente ela assumiu que ele estivesse tentando incentivá-la a ir em direção à sua morte. Ela se surpreendeu quando realmente sentiu seu toque, suas mãos nos ombros dela, acalmando-a. Uma hora, ela podia jurar que estava de volta no quarto escuro novamente, olhando em seus olhos negros sob a luz das velas que estavam próximas; Mas quando eles voltaram, voando pelo céu, ela sabia que isto era impossível.

Mas, oh, a gentileza que ela viu em seus olhos, o calor que ela sentiu em seu toque quando ele a acalmava, a levaram para longe da tempestade. Ela nunca pensou que fosse possível que o morcego super-crescido do professor pudesse ser tão amável, tão gentil. Ele diminuiu a dor dela quando ele chegou, de alguma forma. Mas agora ele se foi e ela se sentia solitária.

Desejando que Harry, Ron ou Ginny aparecesse, Hermione flutuava gentilmente sobre as árvores, as quais estavam ganhando formas horríveis. Oh, como ela desejava que Snape aparecesse e a resgatasse para sempre antes que a tempestade chegasse.

Não, ela rapidamente mudou seus pensamentos. Snape não viria resgatá-la, e sim seus amigos. Mas o pânico começou a tomar conta dela quando ela percebeu que Snape havia sido a única pessoa que ela havia visto há horas... desde Poções. Como ela veio parar aqui?

Oh, ela estava tão cantada, ela não queria pensar, não queria voar, não queria ver a tempestade que estava vindo de encontro a ela. Ele era sua única esperança, de verdade.

"Snape... me ajude por favor..." ela sussurrou, antes de perder a consciência novamente.


A.N.
O remédio que preciso,
Só você pode me dar.
Preciso do seu review,
Só ele pode me curar.