Ele queria ter uma maneira, uma maneira de pedir desculpa, de agradecer, uma maneira de falar com ela. Mas sabia que, mesmo se fosse l�, ela nunca o ouviria, sua credibilidade com ela e com o mundo bruxo tinha caído, caído muito, estava no fundo do poço. O que ele faria?

Quem mais sabia que ele nunca tinha sido um comensal, não por vontade própria, além dela?

Uma esperança, uma esperança bem lá no fundo. Zabini. Ele sabia. Ele poderia ajud�-lo.

Um número discado, a vida em risco, a esperança querendo fugir de entre os dedos. A voz ouvida foi sua salvação. Nunca pensara estar tão grato a Blaise.

As lembranças. As lembranças sempre vinham. Tudo vinha à tona, meses depois. Confusão. Ela não conseguia esperar mais, ela não conseguia chorar mais. Tristeza. Nunca se sentira tão mal. Queria morrer. Esperança. Tinha certeza que ele ia voltar, mas era tudo tão difícil… Cansaço. Era horrível esperar indefinidamente, ela se sentia mirrando, como uma planta que precisava de ser regada. Ela sabia quem era sua água. Draco. Era de quem ela necessitava. E ele necessitava dela, sabia que sim, soube desde aquele dia…

FLASHBACK

Era uma sala fria, escura, nas masmorras do ministério. Toda sua família estava lá como testemunhas de acusação, inclusive ela. Sentia-se mal, queria sair dali, queria tir�-lo de l�, correr para onde ele estava, abraç�-lo, beij�-lo, dizer que o amava. Queria-o.

O julgamento. Coisas horríveis eram ditas contra ele. Tudo mentiras, ela sabia. Sabia onde ele tinha estado nas datas que iam sendo citadas. Ouviu sua própria família testemunhar contra aquele que amava. Doía. As feridas eram fundas e estavam sendo cada vez mais abertas. Pessoas mesquinhas que diziam que ele tinha matado familiares seus apenas para receberem uma indemnização testemunhavam. Ela olhava nos olhos dele. Chorava por dentro e as lágrimas insistiam em rolar por suas faces. Ele encarou-a como quem implora, os olhos cinzentos revelavam tanta coisa, ela conseguia ler tudo o que estava ali e se sentia mal por ir mentir, mesmo depois do que ele lhe tinha feito.

Seu braço puxado gentilmente, palavras sussurradas ao seu ouvido por sua melhor amiga.

- Não minta. Por seu amor. Por uma vez na vida deixa a coragem de lado. Ninguém teria coragem de acabar com uma história como a de vocês dois.

- Você também vai mentir, você não vai salvar seu amor.

- Se lembra quando eu lhe disse que não tinha dormido esta noite? Por isso. Blaise não vai ser condenado se depender de mim. – Gina encarou a amiga.

- Será que eu devo?

- Você não deve, você é obrigada a fazer isso. Vocês se amam. Se você não fizer nada sua alma vai ser arrancada junto com a dele. Pertencem um ao outro.

Seu nome é chamado. Luna lhe aperta a mão antes de ela se dirigir com passos firmes à cadeira. Um simples olhar em seus olhos a fez decidir. Diria a verdade.

- Virgínia Weasley, foi aqui chamada como testemunha de acusação de Draco Malfoy. Tem alguma correcção a fazer a isso?

- Sim. Eu não vou acusar Malfoy. Eu vou apenas dizer onde, quando e com quem esteve nos momentos que me perguntarem. E o que fez.

- E jura dizer a verdade, só a verdade e nada mais do que a verdade?

- Juro.

Um rol de datas e locais foram desenrolados. A cada um deles a audiência ficava mais chocada, ao ponto de a fazerem tomar veritasserum para comprovar o que dizia. Uma Weasley e um Malfoy. Ninguém aceitava isso. A última pergunta foi feita.

- E onde ele esteve no dia 2 de Dezembro, dia da queda de Voldemort, exactamente há dois meses?

Gina suspirou fundo antes de responder.

- Comigo. Eu me entreguei a ele nesse dia. Era tarde da noite quando soubemos o que aconteceu. Aí ele me deixou. – Viu sua mãe desmaiando ao ouvir o "me entreguei a ele", ouviu seu pai gritando que ela não era mais uma Weasley, sentiu os olhares de nojo de seus irmãos. Mas principalmente viu o olhar de Draco. Ainda o mesmo. Apenas uma pontada de agradecimento. E arrependimento. Aí ela soube. Soube que algum dia ele voltaria para ela. Que ele precisava dela.

FIM DO FLASHBACK

Mas passado tanto tempo estava difícil de acreditar nisso. Ela só queria estar com ele, mas era mais complicado. Ele a tinha deixado. Ele tinha abandonado ela. Mas ele voltaria, ela sabia que sim. Só não sabia quando. E tinha decidido que estava cansada de esperar. Aquilo ia acabar ainda naquele dia.

Pegou o casaco e foi. Seu destino? Mansão Malfoy.

N/A: Aqui está mais uma fic minha. Não esperem que ela seja feliz ou saltitante por eu estar assim aparentemente. É incrível como meu verdadeiro estado de espírito saiu para aqui. Realmente queria poder correr para uma Mansão Malfoy. Mas minhas hipóteses são nulas, pelo simples facto de não haver um dono para ela. Às vezes acho que se sentir mal é pior do que não sentir. MAS isso não vem para aqui, vocês estão lendo a fic, não um desabafo da autora, não pode ser assim.

Ao contrário do que possam pensar eles NÃO vão demorar milénios a ficar juntos. Eu quero ver as coisas por outro prisma. Quero a visão negra a dois. Não dos dois. A dois, Draco e Gina juntos sofrendo. Quero mostrar como é importante ter um ombro amigo para estar l�, mesmo que não lhe contemos tudo o que estejamos sentido, bastando saber que essa pessoa ia ouvir se nós quiséssemos contar.

E por isso tenho que agradecer aos meus ombros amigos em 13 anos de vida, os verdadeiros, eternos enquanto durarem. Rita (Grunha), Carina (Apalpadora), Mãe, Camila (Shreka), Filipa (Pipa) obrigada por estarem sempre lá. André (André Norberto Tarzan Cabeção Cabeludo P), Pedro, Pedro Gonçalo, Paulinho, Tiaguinho, Kiko, Henry e todos a quem eu chamo coisinhas sexy, obrigada por sempre me animarem e me porem de bom humor. Possivelmente se não fosse por vocês eu andava sempre de trombas em vez do meu sorriso habitual. Ivo, obrigada por me teres ensinado a não confiar tanto, a não perdoar certas coisas, a sofrer. Obrigada por me teres magoado. Galera do BD, obrigada por tudo! Eu sei que às vezes sou meio louca / tarada/ depressiva/ alegre/ barraqueira/ pacificadora da ONU/ briguenta/ dupla personalidade demais, mas vocês sempre me aturam, sempre estão lá e sempre me ajudam. Vos amo!

Ao leitor dessa fic e que teve paciência para a nota de autora: R&R (Read & Review) PLEASE! Basta um comentário para me ajudarem tanto a ser melhor escritora, como a fazer isso mais depressa, como a sair desse estado "semi-deprê".

Jks nas pestanas!