10. Na cozinha ou O segredo de Anne
Em poucos minutos, estava em frente à sala do diretor. Hesitando um pouco, bati com os nós dos dedos na velha porta de carvalho, ouvindo a voz abafada do Professor Dumbledore autorizando minha entrada segundos depois. Abri a porta devagar.
- Professor...o senhor gostaria de me ver?
- Sente-se, senhor Potter. - ele exclamou, grave, após me fitar por alguns instantes e sentar-se de novo em sua cadeira. - Eu recebi uma correspondência de Joseph Potter pela manhã. Algo sobre a impertinência de seu filho.
Engoli seco.
- Ele me parecia muito chateado. Perguntou-me se os assuntos do Ministério eram discutidos em sala de aula, e recomendou-me que parássemos com essa prática caso a resposta fosse positiva. Recomendou-me também que proibisse a distribuição do Profeta Diário para alunos não-autorizados, ou seja, você. Ele me parecia bastante chateado mesmo.
Dumbledore me observava, impassível, atrás daqueles óculos de meia-lua. Proibir a distribuição do jornal? E comentários em sala? Meu pai está louco, é?
- Senhor, eu apenas...
- Sim, eu argumentei ao seu favor, senhor Potter. Expliquei que, como qualquer outro filho, você estava preocupado com a situação de seu pai. Sabe, eu conheço bem Joseph Potter. Aliás, conheço bem todos os Potters que passaram por Hogwarts desde que passei a dar aula aqui. Todos com o mesmo temperamento explosivo, assim como a extrema vontade de participar, de fazer algo...qualidades por vezes inoportunas, mas muito louváveis. Por isso, compreendo-o exatamente, senhor Potter. E acho que consegui que seu pai fizesse o mesmo. - Dumbledore discursou, sorrindo. - E é claro também que não poderíamos prejudicar os outros alunos, é sempre bom receber notícias, não?
- Sim, senhor. Obrigado. - eu sorri de volta, balançando a cabeça.
- Contudo, eu recebi outra reclamação que me faz repensar sobre a sua tão citada impertinência, senhor Potter. - ele parou de sorrir, mas conservava ainda um olhar sereno. Tumble. Certeza que era dele que falava.
- Mais uma vez, senhor, eu posso explicar!
- Ah, era exatamente isso que eu pretendia, senhor Potter. Explicações. - ele juntou as duas mãos. - Gostaria de saber a sua versão da história.
Eu franzi minhas sobrancelhas.
- Senhor, por que o Professor Tumble não está aqui também?
- Imaginava que isso o deixaria desconfortável de alguma maneira. Pode começar, senhor Potter.
Sorri. O velho é sábio mesmo, óbvio que notou algo de errado na história do Tumble.
- Eu, Padfoot e Mo- quero dizer, Sirius e Remus estávamos indo para o campo de quadribol, sabe como é, manhã livre, sem aulas...er, bem, então encontramos, perto da porta de entrada, o professor Tumble conversando com Rabastan Lestrange e Raphael Nott. Bem, não exatamente conversando...eles pareciam estar pressionando o professor pra dizer, ou fazer algo.
Levantei meus olhos e Dumbledore continuava me observando curioso.
- Bem, - eu continuei - então eu perguntei o que estava havendo, e Lestrange me disse que estava entregando uma mensagem para o professor. Eu os disse que, se já tinham entregado à mensagem, deveriam voltar à aula e foi o que fizeram. E mandei, er, quer dizer, disse ao professor Tumble pra fazer o mesmo. E foi isso.
Dumbledore levantou-se e me fitou com seus óculos por instantes. Eu grudei minhas mãos na cadeira: se há algo mais ameaçador que o olhar de Dumbledore, eu ainda não conheço.
- Isso é tudo, senhor Potter? Há algo mais que gostaria de me dizer?
- Senhor...eu desconfio...bem, isso é uma coisa minha, mas eu desconfio que tenha algo a ver com os tais Comensais. - eu afirmei, respirando fundo pra ganhar confiança.
- Isso é uma acusação séria, senhor Potter. Espero que tenha noção disso.
- Sim, senhor. E eu afirmo para o senhor que tenho cerca de...hmmm...90 de certeza de que são os Comensais. - eu sorri. Dumbledore franziu um pouco a testa.
- O que o faz pensar isso?
- Eles falavam de algo sobre o "mestre" ficar decepcionado...parecia que eles queriam algo do professor...
- Isso é tudo, senhor Potter. - Dumbledore levantou-se, me interrompendo. - Posso observar que você está se esforçando para ser um bom monitor-chefe, como eu tinha certeza que poderia. Certamente, não fez nada de errado. Agora pode ir, antes que perca o delicioso almoço. Uma velha elfa simpática me disse que hoje teríamos um cardápio muito suculento. - ele voltou a sorrir, mostrando-me a direção da porta com a ponta dos dedos. É, isso é o jeito Dumbledore de dizer que queria você pra fora MESMO. Eu fiz uma reverência e me retirei. As coisas, com certeza, eram mais sérias do que eu pensava.
- Então, o que ele disse?
- Nada. Ele me disse que eu não fiz nada de errado e que eu podia vir almoçar. Mais nada. Ele parecia estranho, mesmo assim. - Eu terminei de contar a minha história a um Remus mais quieto que o costume, a um Peter curioso, a uma Arista apreensiva e a um Sirius de mau-humor.
- Você respondeu pro Prof. Tumble daquele jeito? - Wormtail parecia extasiado.
- Pete. - Remus chamou a atenção dele, paternalmente. - É bem curioso mesmo, Prongs. Tudo muito esquisito, até o que ele disse sobre os estudantes terem de ler o jornal, isso deve significar algo também.
- Nada escapa de você, hein Remus? - Arista exclamou.
- Por que a Evans não voltou ainda? - Sirius resmungou, olhando para a porta do Salão Principal pela septuagésima-quarta vez.
- Você podia experimentar ir visitá-la, sabe. - Moony disse, sorrindo.
- Eu vou com você se quiser. - eu disse, distraidamente. Porém, Sirius tomou isso bem ao pé da letra, porque instantes depois, eu o vi de pé, me encarando com os braços cruzados.
- Então vamos.
Eu olhei para Remus e Arista, e eles compartilharam o meu olhar de "como é que é?".
- Você vai comer isso? - Wormtail perguntou, garfando algo do meu prato. Minha única saída foi abanar a cabeça pra ele e sair atrás do Sirius, que já estava na porta do Salão.
- Ei, espera aí. - eu gritei, fechando a porta atrás de mim. Sirius parou e se virou para mim, as mãos nos bolsos e um olhar de profundo desgosto.
- O que é que ela pode contar pra Lily e não pra mim, me diz? Quero dizer...eu me importo com ela, caramba. Se algo de sério está acontecendo, eu devia saber, não?
- Relaxe, cara. De repente, não é nada. Sabe como as mulheres são. - eu sacudi os ombros, tentando acalmá-lo.
- É que...você não tem a sensação de que há algo no ar, esperando para que alguém acenda uma faísca para explodir na nossa cara? Você não sente que falta pouco pra algo de caótico acontecer? - ele correu a mão direita pelo cabelo. - Eu digo... tudo isso que está acontecendo, os sonserinos com o Tumble, e...
- O que isso tem a ver com a Anne?
- Nada. Mas e se eu estiver errado?
Nós chegamos até a Ala Hospitalar, e Padfoot abriu a porta com agressividade, mas logo Madame Pomfrey apareceu, correndo.
- Não, não, não, não e não! Não agora, quando eu finalmente fiz a garota dormir!
- É sério assim? - Sirius perguntou, arqueando as sobrancelhas. - Eu pensei que ela havia apenas quebrado o pulso ou algo do tipo!
- Sim, sim, o pulso está ótimo, mas coitadinha, ela estava nervosa...não está acostumada, lógico. E céus, quem sabe o que ela viu, ela mesma não consegue dizer! - Madame Pomfrey jogou as mãos para cima, sacudindo a cabeça. Eu e Sirius nos entreolhamos. Do que diabos ela estava falando? Padfoot tossiu e sua voz se tornou mais grave.
- Ah, não me diga que aconteceu de novo. - ele sacudiu a cabeça. Percebi que seu lábio inferior estava tremendo: Sirius estava mentindo, tentando arrancar algo da velha. - Isso costuma deixar ela bem nervosa mesmo. Essas coisas são horríveis mesmo, eu que o diga.
- Como assim? - ela franziu a testa.
- Eu estava com ela da última vez que aconteceu...isso. Não é bonito de se ver. Claro que alguém como...eu não pode compreender como deve ser.
- Certamente, certamente. Apenas um Vidente de verdade sabe como são essas coisas. Pobre menina. - Madame Pomfrey sacudiu a cabeça novamente, dessa vez de uma maneira piedosa. Padfoot virou-se pra mim, com os olhos arregalados, mas logo voltou à sua compostura. Eu tive que me segurar pra não exclamar algo, afinal Marianne Krakowsky, a loirinha da corvinal, Vidente? Eles são raríssimos! O mais perto que eu cheguei de um Vidente antes foi o professor de adivinhação, que era teoricamente um, mas nunca tinha feito uma predição sequer na vida. Ou talvez eu tenha chegado mais perto que isso e não sabia, não?
- Ok, você tem razão, senhora Pomfrey. Eu vou deixar Anne descansar e volto depois. Até. - Sirius disse, sorrindo, e me deu um safanão para que eu o seguisse. Ele percorreu o corredor com passos largos até virarmos uma esquina.
- Cara. Anne, vidente. - foi o que eu consegui formular para iniciar a conversa.
- Espera. Eu preciso de tempo pra assimilar. - ele exclamou, sinalizando algo com as mãos. - Por que é que ela nunca me contou isso? O que ela viu? Aposto que a Evans sabe!
- Não, eu não sei.
Nós nos viramos e demos de cara com Lily, de braços cruzados, encostada na parede. Se eu não a conhecesse bem e soubesse dos princípios dela, diria que ela estava conosco o tempo todo, usando uma capa de invisibilidade.
- Muito boa sua estratégia, Sirius. Eu fiquei impressionada! - ela disse, não mudando a expressão séria. Agora, minha suspeita estava ainda mais forte.
- Obrigado, Lily. A gente tem que se virar, sabe. - ele respondeu, num tom sarcástico. - Mas teria sido bem mais fácil se VOCÊ tivesse me contado logo.
- O segredo é dela, não meu, Sirius. - ela disse devagar, como se estivesse ensinando um garotinho de cinco anos.
- E por que é um segredo então? Por que ela escondeu de mim?
- Isso você vai ter que perguntar pra ela. - Lily respirou fundo. - Mas acho que você pode deduzir que não é algo que alguém queira sair por aí divulgando. Imagine as pessoas chegando e pedindo pra ela ler a mão delas ou qualquer bobagem dessas. Além disso, é algo que incomoda Anne. Não é muito legal você apagar, e não saber onde você está, e alguém acusar você de ter dito algo de que você não se recorda.
- É assim que funciona? - ele perguntou, num tom falsamente descontraído.
- Pelo menos, ela me disse que é. - Lily balançou os ombros. - Além disso, você não pode culpá-la, pode Sirius? Você não foi a pessoa mais confiável do mundo nos últimos tempos.
Ele me olhou de relance e coçou a cabeça.
- Você tem um quê de Moony, Evans. - ele riu e ela pareceu não entender. - Eu gosto muito da Anne. Eu sei que já fiz muita besteira, mas é verdade. Ela não está dormindo coisa nenhuma, está?
- Ela fingiu tomar a poção só para Madame Pomfrey não reclamar, ela disse que tem um péssimo gosto.
- Eu vou aproveitar que a velha está distraída. - ele piscou e voltou para a Ala Hospitalar. Lily sorriu de uma maneira graciosa, sacudindo a cabeça levemente.
- Onde você estava?
- Você sempre se prende a detalhes, Potter. Eu estava atrás da pilastra, estava saindo quando vocês chegaram.
- Não sabia que você era tão sorrateira, Evans.
- Bem, ossos do ofício. - ela abanou o ar com as mãos e começou a caminhar pelo corredor. Eu fazia o mesmo, ao lado dela.
- Eu nunca poderia imaginar...achei que tivéssemos estourado nossa cota de amigos com segredos grandiosos com o Remus.
- Verdade. Nós temos uma imã para isso, não? - ela riu de um jeito gostoso, e eu me senti mais leve.
- Está me odiando menos agora, Evans?
- Ah, Potter. - ela respirou fundo. - Nem comece, antes que você estrague esse momento de trégua.
- Ok, Evans. Trégua. - sorri.
- O Remus...ele vai hoje à noite, não?
- Sim.
- Hmmm. Ok. - ela olhou pro chão. - Eu queria poder ver.
- Você não ia querer, Evans. De verdade. Ele melhorou muito depois que a gente, você sabe. E nós nos acostumamos em ver ele desse jeito também, mas eu creio que você não iria gostar.
- Eu sei. Mas eu queria ajudá-lo também. Eu amo o Remus, ele é um grande amigo e uma pessoa incrível. E ele tem muita sorte de ter encontrado vocês. Eu temo pelo que acontecerá com ele depois daqui. Na verdade, eu tenho medo por mim própria também. Não é assustador? Acabar tudo?
- Não vai acabar tudo, Evans. E a gente vai se ver no treinamento pra Aurores, não?
Ela sorriu, enigmática.
- Tenho que dar um pulinho na biblioteca. Até mais, Potter.
- Até, Evans.
- Eu estou cansado.
Moony, Padfoot, Wormtail e eu descíamos as escadas, escondidos em minha capa de invisibilidade, até a cozinha. Ele, Moony, havia reclamado momentos atrás que estava com fome, por isso decidimos fazer uma pequena parada e pegar algo para beliscar durante a noite.
- Nós já estamos chegando lá. - Wormtail comentou, distraído.
- Não é isso que quero dizer, Peter. Eu estou cansado disso. Eu não queria vir hoje à noite, não queria mesmo.
- Nós estamos com você, Moony. - eu afirmei, dando um tapinha amigável em suas costas.
- Eu sei, Prongs, mas...eu preferiria que vocês não tivessem que fazer tudo isso por mim. Que eu nunca tivesse roubado a varinha do meu pai e entrado naquela floresta idiota.
- Você tinha nove anos, Remus! Até quando você vai se culpar por isso? - Sirius argumentou, esforçando-se para não levantar a voz. Moony suspirou fundo, resignado.
Nós chegamos à entrada da cozinha, Wormtail cutucou a pêra e então, entramos. Ela estava tomada de dezenas de elfos-domésticos, centenas de caldeirões fumegantes, panelas e utensílios que flutuavam por toda a parte e um cheiro de algum caldo de carne misturado com frutas e algo que não pude identificar, não muito agradável. Uma velha elfa-doméstica, de grandes olhos violeta e alguns fios de cabelo branco na cabeça, veio nos cumprimentar.
- Senhor Black! Senhor Potter, que prazer vê-los esta noite! Senhor Lupin, senhor Pettigrew!
- Olá, Gertie. - eu sorri, fazendo uma reverência.
- Oh, por favor, senhor Potter, Gertie não merece, Gertie não merece! - ela se encolheu, constrangida.
- Gertie! Olá, garotas, boa noite, boa noite... - Sirius atravessou a grande extensão da cozinha, andando de maneira dura e pomposa. Ele é realmente cômico nessas horas. Algumas elfas jovens que mexiam um caldeirão pararam para observá-lo e começaram a rir e guinchar, o que quase causou uma enchente de molho de laranja no lugar, se dois outros elfos não tivessem aparecido para segurar o gigantesco caldeirão. - É isso que eles vão ter pra jantar? Parece delicioso... ok, nós vamos ter um pequeno piquenique, e nós queríamos saber se vocês poderiam contribuir de alguma forma..Moony, do que vamos precisar?
- De carne crua, sangrenta e recém cortada. - ele resmungou, mau-humorado.
- Esse daí não está mesmo num bom dia. - Sirius mexeu os ombros. - Ok, nós vamos querer um pouco de...
- Er...Libby? Posso ter uma palavrinha com você? - eu puxei a criaturinha de lado.
- Oh, sim, senhor Potter, é claro! O que Libby pode fazer pelo senhor?
- Bem, daqui alguns dias, é aniversário de uma amiga minha, e eu estava pensando em fazer uma surpresa pra ela, e eu vou precisar de sua ajuda.
- Oh, Libby estaria encantada em ajudá-lo, senhor!
- Valeu. - eu sorri, entregando-a um pedaço de pergaminho. - Você sabe ler, Libby?
- Ah, sim, Libby sabe! - ela deu um suspiro, orgulhosa. - A família para a qual a mãe de Libby trabalhava era ótima, e ensinou a mãe de Libby a ler, e a mãe de Libby ensinou Libby. Ah, eles eram tão bonzinhos, se eram... Libby era tão pequena quando eles se foram...sempre foram tão bons para Libby...deixavam Libby brincar com as bolinhas de gude do jovem...
- Ok, bela história, Libby, realmente tocante, mas eu preciso saber se você entendeu tudo que está aí no papel. - eu a interrompi, impaciente.
Ela abriu o pergaminho e passou os olhos por ele. Eles parecem se concentrar por segundos em apenas uma palavra, e ela contorceu o rosto, como se estivesse se esforçando muito pra fazer algo.
- Libby, você tem certeza...
- Ah, sim, senhor Potter, Libby pode entender claramente.
- Pode mesmo? - eu tinha realmente dúvidas disso...
- Sim, Libby pode, senhor. Libby ficaria tão grata de ajudá-lo! - seus olhos brilhavam de felicidade.
- Bem, Libby, não vai ser de graça, claro, você pode pedir o que quiser em troca.
- Libby nunca poderia, senhor! O senhor Potter sempre foi tão bom pra Libby! Mas Libby sente muitas saudades da coleção de bolinhas de gude do jovem Patrick...
- Bolinhas de gude! Um monte delas, Libby. Se você fizer exatamente como está no pergaminho. - eu estava mais esperançoso!
- Libby vai fazer "exapatente"!
- É exata...Que seja. - eu peguei sua mão e a sacudi. - Estamos combinados. Obrigada, Libby!
- Prongs, você quer levar alguma coisa? - Padfoot apareceu, com uma cesta enorme cheia de comida.
- Eu acho que isso é mais do que suficiente. - eu olhei para aquilo, assustado, e baixei a voz. - Padfoot, você não acha que vão perceber que está faltando...bem, a despensa inteira do Castelo?
- Prongs, tira esse maldito distintivo das suas vestes, isso num tá fazendo bem. - ele resmungou, escondendo um sorriso sarcástico. - Ok, vamos nessa. Obrigado a todos e tenham uma ótima noite! - ele acenou a todos e, fazendo uma reverência um pouco carregada demais, desapareceu pela porta.
- Ele falando parece muito com um apresentador que minha mãe adora ouvir no rádio . - Peter comentou.
- Eu não duvidaria. - eu sussurrei pra ele, seguindo Sirius. Ele parou um segundo para que pudéssemos alcançá-lo e então, seguimos juntos pela escuridão da noite até o Salgueiro Lutador. Olhando de um lado pro outro e certificando-se de que não haveria testemunhas, transfiguramo-nos em nossas versões animagos. Wormtail abriu caminho e nós entramos pelo túnel e alcançamos a Casa dos Gritos. A luz tardia do Sol, nesse momento, já havia toda se esvaído. Remus, o único que ainda se mantinha "humano" olhou em volta, triste.
- Eu nunca vou poder agradecer vocês o bastante.
Padfoot, provavelmente querendo fazê-lo se calar, pulou em seu colo e o derrubou no chão.
- Esse daí fica mais pentelho quando se transforma. - eu comentei, e minha voz, como sempre, saiu como um som incompreensível. Remus caminhou até a janela mais próxima e encarou a Lua. Seus olhos se dilataram, seu corpo se contraiu...a mesma transformação de sempre. Que nunca cessava em me surpreender. Ele gania na grande parte das vezes, e eu não podia deixar de apertar os olhos e desejar que acabasse mais rápido. Aquilo devia doer, droga.
- Moony? - Sirius se aproximou, como também sempre fazia. O lobisomem, que na maior parte das vezes, pulava em cima do cachorro para o atacar, apenas olhou para a janela e começou a uivar. - Prongs, ele não anda bem mesmo.
Eu bati minha pata dianteira no chão, e deitei-me, desajeitado, de lado no chão frio e sujo. Padfoot pôs-se a futricar a cesta de comida, enquanto Wormtail roía um pedaço de bolo de nozes. Seria uma longa noite.
Cenas do próximo capítulo! (não recomendadas aos que têm coração fraco!)
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-Bem...nos vemos amanhã em Hogsmeade, presumo?
-Ah sim...amanhã. – eu balancei a cabeça. Evans parou e começou a bater o pé no chão, deliberadamente.
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Você não sabe que hoje é aniversário da Lily? – Remus exclamou, levemente surpreso.
-Como vou saber? Ela nunca me disse! – ele sacudiu os ombros. – É melhor eu ir lá e dizer algo. Prongs, você sabia disso?
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-Você não fez isso.
-Fiz o quê, Evans?
-Ah, Potter. – ela suspirou, e também sorria. – Você fez.
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-Isso aconteceu de verdade, não Fedorento?
O gato soltou um miado de aprovação.
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- Você não tem que cuidar do Regulus, Padfoot. Ele já escolheu o lado dele. - eu comentei, baixinho.
N/A: Nhaaaa, mais um capítulo de Prongs. Eu estou até meio envergonhada, tanta gente queria saber o que Dumbledore queria com o James, e no final, nem ele nem vocês tiveram muita informação. Hehe. Mas é claro que tudo isso faz parte da trama maior e tal, e esse assunto será retomado.
Além disso, eu tive a chance de escrever um pouquinho sobre o Lupinho e sua transformação. Eu tenho um capítulo de flashback escrito aqui no computador, com os meninos no segundo ano descobrindo sobre o Remus e ele contando sobre como aconteceu. Acho que eu nunca vou postá-lo, não sei onde enfiaria ele! oO Mas se vocês pedirem com carinho, eu publico como uma fanfic à parte. ;D
Aaaaaaah, e vocês viram a foto do James Potter? - modo pottermaníaca on - James Potter já foi escolhido! O garotinho se chama Robbie Jarvis e pra mim, é uma mistura do príncipe William com seu irmão príncipe Harry e eu acredito que, com um bom óculos e com o cabelo despenteado, ele pode se passar muito bem como James! Agora só falta o Sirius...- ansiedade -
Aaaaah, gostaram dos previews? O próximo capítulo é um dos que eu mais gostei de escrever em toda a história de Prongs (vocês vão saber o porquê quando ler hehe) e vocês têm sido tão legais comigo!
Agora eu continuo pedindo...reviews, reviews, reviews! Senão eu não posto!
Sim, eu sou uma criança mimada!
Pikena: Ahá, curiosidade satisfeita? ;D Eu sou péssima para escrever o Dumbledore, espero que tenha ficado legal...eu ouso dizer que a teimosia da Lily não vai durar muito, mas eu posso estar enganada, sabe... Beijos.
May: Dez reviews e as atualizações rápidas virão:) Obrigada por todas as suas, by the way. Mia se transformará bastante! - risadinha malvada - Sentir muito na pele? Hmmmmm, talvez. ;D Beijos!
Tally: Ah, estou feliz! Comenta sempre mesmo, viu? Você não sabe o quanto isso me faz alegre! Aaaaah, Prongs não seria uma fic decente sem os momentos love do casal...e eu digo que mais virá de onde esse veio! Beijão!
Zé Ub3r: Uau! Eu realmente me impressiono com essas pessoas que lêem tudo numa noite... é muito capítulo! Eu não consigo! Desculpe ter feito você perder seu sono...:) Obrigada pela contribuição, tá no cofrinho de reviews. E a atualização tá aí! Thanks!
Luiza: Hmmm, não, nada ruim o recado, né? Mas é um alerta. "Something Wicked This Way Comes". Obrigada pelo review! Beijo!
Naty: Thanks, thanks, thanks mais uma vez pelo seu comment, pelo apoio, pela betagem, por tudo! Desculpe ter roubado a idéia descarada de fazer um preview da Fate... amo você, mate!
Os replys do pessoal logado pode ser lido no e-mail da pessoa, eu descobri. Por isso, chequem seus e-mails:)
E continuem deixando reviews, pessoas. Prongs sobrevive à base delas, e vocês não querem ver o coitadinho sufocar, querem? - olhar de cachorrinho perdido -
Até a próxima! E não esqueçam de entrar na comunidade... ;D
