Capítulo 2: As flores de cerejeira

Nota da Autora: esse capítulo teve como inspiração uma cena de um jogo de 'rpg' que eu jogo via msn com algumas pessoas. E a música que define esse capítulo é ' Crash and burn' do Savage Garden, porque eu acho que é tudo que o Shigure diria para Akito;

' Let me be the one you call ( deixe eu ser a pessoa a quem você chama)

If you jump I´ll break your fall ( se você pular eu impesso sua queda)

Lift you up and fly away with you into the night ( ergo você e vôo com você durante a noite)

If you need to fall apart ( se você precisar se despedaçar)

I can mend a broken heart ( eu posso concertar um coração despedaçado)

If you need to crash , then crash and burn you´re not alone ( se você precisarquebrar, então quebre e queime você não está sozinho) '

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No dia seguinte Tohru acorda e deixa Akito dormindo em sua cama, ela parece não ter mais febre.

Na sala ela encontre Shgure- Ohayo ( Bom dia) Tohru, como Akito passou a noite? – pergunta ele preocupado.

- Ohayo Shigure-san, ela teve febre, se queixou de dores a noite toda mas agora já está bem, ela ainda dorme.

- Vou vê-la- e sobe correndo.

Adentra o quarto de Tohru e observa Akito ainda dormindo em sua cama, senta na beira da cama e acaricia o rosto dela, ela já não tem mais febre, parece dormir tranqulamente. Acomoda ela melhor na cama e a cobre, espera ela acordar enquanto ainda a observa, espera por muito tempo pensativo, até que finalmente ela acorda, observa Shigure ao lado dela e sorri.

- Ohayo Akky-san, dormiu bem? – pergunta ele

- Ohayo Gure –san- responde ela ainda esfregando os olhos

Ele olha profundamente nos olhos escuros de Akito e nota o quanto eles estão tristes – Akky-san, gomen ( desculpe). Eu tive a chance de te salvar tantas vezes mas não o fiz, tudo o que aconteceu serviu para eu refletir sobre muitas coisas, para ver o quanto eu errei com você, o quanto todos nós erramos com você, mas eu prometo que vou te salvar, e vou ficar ao seu lado para sempre porque eu te amo, eu sempre te amei, eu vou te mostrar a vida aí fora que você nunca viveu, eu vou te fazer feliz e vou achar a cura para a sua maldição.

Akito senta na cama assustada com as palavras dele.

- Mas eu já feri tanta gente. Porque você e a Tohru querem tanto me ajudar?

- Porque acreditamos que ainda podemos te salvar dessa prisão, dessa maldição. Eu não deixarei que você machuque mais ninguém e nema si mesma.

- Mas e se eu fraquejar? Você vai me abandonar...

- Não, eu estou aqui prometendo que sempre estarei com você, não importa o que acontecer, ao meu lado você pode ser frágil, você pode fraquejar porque eu irei te apoiar. Fiz coisas que te prejudicaram e te deixaram mais triste. Eu estou aqui para te pedir desculpas e para te salvar, não vou mais deixar que você maltrate nem os outros e nem a si mesma. Viva sua vida antes que seja tarde

Ela o abraça com lágrimas nos olhos – Hai ( sim)

- Então, venha , vou te levar para um lugar hoje- e a puxa suavemente pelo braço para fora da cama- venha

- Mas eu não posso ir assim – diz ela sendo puxada, de pijama

- Claro que não, vamos até meu quarto pegar uma roupa sua, suas coisas estão lá.

Caminham até o quarto de Shigure, ele abre o armário- pronto, eu te ajudo a se vestir.

- Pervertido- empurrando ele para fora do quarto fechando a porta na cada dele. Começa a se despir , coloca uma calça escura e uma blusa preta, apesar de ser verão. Abre a porta do quarto - pronto

Shigure a olha com olhar de reprovação- Akky-san, vestindo roupas escuras e quentes nesse verão, vai acabar passando mal;

- Só tenho essas roupas, são minhas roupas de sair, mas... para onde vamos?

- S-U-R-P-R-E-S-A- passando a mão pelo ombro dela abraçando-a, caminham juntos. Pegam um táxi e cerca de 15 minutos depois param diante de um parque.

Adentram o parque. Está bastante calor e as cerejeiras estão forradas de sakura, as flores caem pelo parque formando um tapete de pétalas. Sopra uma brisa agradável e o sol brilha dando vida e cor a tudo ao redor. Vários casais passeiam pelo parque sorridentes.

Shigure continua abraçando Akito e eles caminham pelo parque. Ela olha tudo ao redor como uma criança descobrindo um mundo novo, observa as flores que caem, as crianças que brincam alegres, os casais que passeiam apaixonados. Shigure sorri satisfeito ao perceber que fez bem em lhe trazer para o parque. Param em frente a uma barraquinha de crepe.

- Então, do que vai querer? – pergunta ele

Ela olha sem entender- Não sei, nunca comi isso.

Shigure sorri- Deixe comigo- Então ele pede dois creps com recheio de chocolate e dá um na mão dela- tome, tenho certeza que vai gostar, só tome cuidado que ainda está quente, venha - puxando ela pela mão- vamos sentar ali na balança.

Assim os dois se sentam cada um em uma balança e comem o doce em silêncio. Akito continua a observar tudo ao seu redor enquanto Shigure a observa pensativo. Ela entãovê, não muito longe dali algumas crianças brincando alegres, algumas lágrimas, meia que involuntárias , caem de seus olhos. Shigure percebe, levanta-se , aproxima-se dela e a abraça.

- Akky-san, hoje não é dia de chorar, eu te trouxe aqui porque eu achei que ia te fazer bem ver um pouco da vida fora das grades daquela sede. Ver pessoas, ver as flores, sentir o sol aquecendo seu corpo, achei que tudo isso ia te fazer bem.

- Mas tudo isso aqui faz parte da vida que eu nunca tive, eu nunca vim em um parque, nunca brinquei com crianças...

- Eu sei, mas não pense mais no passado que te faz sofrer, pense agora no que você poderá ter ao meu lado, deixe eu te mostrar a vida que você nuca viveu, ainda dá tempo, eu vou te tirar daquela prisão, eu vou achar uma cura para a sua maldição, eu prometo.

- Mas e se não houver cura para a minha maldição? – olhando nos olhos dele- e se eu morrer?

- Então eu morro com você, não importa quanto tempo você ficou trancada na sede, nem quanto tempo você tem daqui para frente, a única coisa que importa é o tempo que estamos juntos e vai valer a pena- ele a puxa pelos braços e a envolve em um abraço reconfortante. Akito fecha os olhos e pode sentir o sol aquecendo seu corpo e o vento fresco esvoaçando seus cabeços, mais uma vez se sente viva, salva.

- Vamos- diz ele de repente- sente-se na balança, aposto como você nunca brincou em uma balança quando criança, mas agora você vai brincar- e começa a balançar ela , primeiro devagar e depois com mais intensidade. Ela fecha os olhos e sorri, sente o vento em seu rosto esvoaçando seus cabelos. Ela fica ali na balança até se cansar, então os dois se sentam debaixo de uma árvore, cansada, Akito adormece nos braços dele enquanto ele a observa.

Começa a escurecer, Shigure acorda Akito e eles pegam um táxi de volta para casa, mal adentram a casa de Shigure abraçados e sorrindo, se deparam com Hatori na sala com uma cara nada alegre.

- Shigure, como você pode ser tão irresponsável? Akito não está nada bem, ela tem tido febre, a saúde dela está frágil. Venha Akito, eu estava te esperando para te examinar.

Akito acompanha Hatori em silencio até o quarto do Shigure. Lá ele a examina e nota que ela não tem febre e parece melhor apesar de se queixar de dores. Assim que Hatori se retira . Akito toma um banho e desce para jantar.

Na sala Shigure e Hatori discutem.

- Shigure, você tem que parar de ser irresponsável- diz Hatori

- Mas eu só queria mostrar pra Akito a vida que ela nunca teve, só levei ela a um parque , não fiz nada demais.

- Sua atitudes sempre inconseqüentes, você vai acabar matando ela e ferindo muita gente. Shigure, ela está doente, está fraca e eu o proíbo de levá-la para qualquer lugar- diz Hatori se alterando.

Shigure nota Akito na porta ouvindo tudo e faz sinal para Hatori parar de falar, Hatori olha paraela que os observa assustada por verem eles brigando tão sério. O silencio domina o ambiente, ninguém diz nada, ninguém se meche. Tohru adentra a sala toda feliz vindo servir o jantar quando então percebe o clima no ar, não sabe o que fazer, então para quebrar o gelo chama todos para o jantar. Todos comem em silencio, o clima ainda é tenso.

Akito termina de jantar, pede licença para se retirar.

- Espere, Akito-san- diz Tohru- você vai dormir no meu quarto novamente?- pergunta sorridente.

- Não, Tohru, descanse- diz Shigure antes que Akito possa ao menos responder- hoje Akky-san irá dormir comigo- se levanta e abraça ela- hoje Akky-san é toda minha.

Akito cora, Yuki, Tohru e Hatori se entreolham assustados.

- Pervertido- murmura Yuki

Shigure não liga, sobe as escadas puxando Akito pelo braço. Hatori vai embora e Yuki e Tohru conversam na sala.