CAPÍTULO 17- Nakakiyo
Nota da Autora: 'Nakakiyo' significa 'noite longa'. É uma tradição em que recita-se um 'mantra' enquanto se escreve seu sonho em um papel, então dobra-se o papel em forma de barco e coloca-se debaixo do travesseiro na noite de Ano Novo e vai-se dormir e você terá o primeiro novo sonho do ano.
Isso não aparece em 'Fruits Basket', mas eu vi em um outro anime e achei que poderia aproveitar isso nas festividades da família Souma, espero que gostem.
Após Akito ter pedido par que Yuki e Kyo permanecessem na sala, os outros Juunishi saem. Os dois olham para Akito sem entender.
- Yuki, Kyo, ainda se lembram da aposta que fiz com vocês?- começa ela
Os dois se entreolham amedrontados, pois pensaram que estavam diante de uma Akito mudada mas pensam que se enganaram.
- Sim- respondem os dois e se olham com olhar de ódio.
- Mas porque disso agora?- pergunta Yuki- tudo bem que eu continuo odiando esse gato estúpido mas ao menos ele foi aceito entre os 12
- Eu também te odeio sua ratazana- responde Kyo
- Então, eu pedi que vocês permanecessem aqui para conversarmos sobre a aposta. Então Kyo, acha que vai conseguir vencer o Yuki? E você Yuki, acha que finamente perderá para o Kyo?
Eles nada respondem.
Yuki está visivelmente amedrontado, pensou que estava diante de uma nova Akito, ' Ela até me pediu desculpas'- pensa- 'Ela parecia decidida a viver sua vida e a nos deixar em paz. E se eu perder para o Kyo, terei que voltar a morar na sede?
Kyo que estava feliz com a idéia de ser aceito entre os Juunishi também fica amedrontado ' Porque ela me chamou para participar do banquete ontem então? – pergunta para si mesmo- ' E se eu perder? Serei trancafiado?'
- Pois então, se não se esqueceram da promessa, comecem a duelar agora- diz Akito quebrando o silêncio- e cumpram a posta que fizeram comigo, quem sair vitorioso terá a liberdade.
Os dois se olham com olhar de ódio, mas nenhum deles dá o primeiro golpe. Ambos temem por perder.
- O que foi, estão com medo? Será que eu estava certa? Parece que o gato está destinado a sempre perder para o rato, faz parte da maldição, mas estou disposta a esquecer a aposta.
- Então porque pediu que lutássemos?- pergunta Kyo estressado já
- Queria ver se vocês iam conseguir recusar uma luta, e conseguiram, mostra o quanto amadureceram. Muita coisa mudou nos últimos meses. Yuki você está livre para morar onde quiser, mas creio que prefira continuar na antiga casa do Shigure. E quanto a você, Kyo, não será trancafiado e será aceito entre os 12. chegamos no banquete final, e diz a lenda que no banquete final o gato será aceito. É a primeira vez que todos estamos vivos e juntos, os 12 mais o gato,mais o deus. Isso quer dizer que estamos próximos do banquete final, os laços estão enfraquecendo e a maldição está aos poucos afrouxando. Muitos já se livraram da maldição, Hiro, Yuki, Shigure, Kureno, Momiji. E talvez eu não esteja mais com vocês no próximo banquete, talvez o banquete de ontem tenha sido o último- lágrimas começam a cair de seus olhos
Os dois sentem pena dela apesar de tudo que ela os fez sofrer, apesar do quanto já a odiaram e a temeram, sentem uma tristeza ao vê-la chorar e ao perceberem que em breve, talvez, ela não esteja mais com eles. Yuki se aproxima e a abraça.
- Akito-san, não diga isso, você não vai morrer. Pode haver uma esperança e você pode se libertar da maldição também. Hatori pode dar um jeito e te salvar no parto, ele não prometeu isso – acaricia os cabelos dela.
Por vezes ele não acredita no rumo em que as coisas tomaram e nem que está abraçando e consolando Akito. Ela que para eles sempre representou a imponência e a grandiosidade de um deus, não passava de uma garota de 20 anos, frágil, insegura e com medo de morrer.
Kyo por muitas vezes sentira indiferença e até repulsa por ela, mas também se sensibiliza com as lagrimas desesperadas da garota, pega nas frágeis e tremulas mãos dela.
- Akito-san, não queria que fosse assim- começa ele meio sem saber como usar as palavras- eu quis durante toda minha vida ser aceito entre os 12 e agora estou feliz que finalmente fui aceito, mas não quero sua morte, todos nos sofremos e tememos você por muito tempo, mas jamais desejamos a sua morte.
Yuki leva a mão até o ventre dela- procure se acalmar Akito –san, sua filha está agitada e isso certamente não deve fazer bem a ela. Acho que você não deveria se desesperar, apenas viva da melhor forma possível e faça tudo o que puder pela saúde dessa criança, eu posso sentir que ela é especial. Venha, nós te levaremos ate o seu quarto, descanse um pouco.
Yuki lhe entrega um lenço e os dois a ajudam a se levantar. Saem da sala e encontram todos os demais Juunishi parados do lado de fora aguardando respostas.
- Akito- o que houve lá dentro?- pergunta Hatori se aproximando- Aposto como você se exaltou e fico nervosa, vocês brigaram?
- Não, nós só conversamos – diz Yuki- ela está muito fragilisada com tudo o que vêm acontecendo.
- Então, Akito, o que você decidiu sobre o futuro do Yuki e do Kyo?- pergunta Haru
- O mesmo que já vinha acontecendo. Eles, assim como vocês estão livres para viverem suas vidas, só não se esqueçam de suas obrigações para comigo e com a família. Muito em breve não estarei mais entre vocês, mas pelo uma única coisa- tenta se segurar mas volta a chorar novamente- que vocês continuem se mantendo unidos não importa o caminho que decidam seguir. Apesar de se livrarem da maldição, não se esqueçam dos laços que os unem. Também peço que amem e respeitem minha filha como o próximo patriarca, ela herdará todo meu patrimônio e o meu posto de patriarca.
Todos olham com lágrimas nos olhos e prometem.
Akito se retira. Shigure a segue, vão para o quarto. Ele não sabe o que fazer para animá-la, corta-lhe o coração e vê-la sofrendo . Apesar de confiar no Hatori ele teme o pior, ela está tão convicta de que vai morrer que ele no fundo teme que ela esteja pressentindo isso.
Shigure a abraça apertado, como se achasse que seu amor pudesse mantê-la via ao seu lado, disfarça uma lágrima.
- Akky-san, procure se animar. Eu juro que vou encontrar a cura para a sua maldição e não vou deixa-las morrer. Tanta tristeza e tanto sofrimento poderá causar mal á sua filha, Procure se acalmar por ela.
- Você está certo- sorri enxugando as lágrimas- não gostaria que nossa filha nascesse se sentindo culpada pela minha morte. Eu decidi dar a minha vida por ela e gostaria que ela soubesse disso.
Abraça ela- Akari já sabe- sorri- agora descanse um pouco.
Akito descansa por toda a tarde. Ao final da tarde ela se arruma e insiste em ir ao templo fazer suas oferendas como é tradição de toda família budista. Ao anoitecer ela faz questão de ir na cada de cada um da sede para o Nakakiyo. Finalmente ela volta tarde da noite para seu quarto, Shigure a espera, ela está com papeis coloridos na mão e uma caneta, pronta para realizar o Nakakiyo com ele.
Sorri e se ajoelha na cama onde ele a espera – vamos fazer o 'Nakakiyo'?
- Sim, eu estava te esperando, pensei que você me esqueceria,
- Não- sorri- eu começo. ' O sonho da longa noite finalmente despertou. Com o balanço do mar, me acalmando' – canta o mantra enquanto escreve seu sonho no pedaço de papel colorido- Pronto, agora é a sua vez- entrega um outro papel e a caneta para ele
Shigure canta o mantra enquanto escreve o sonho no papel. Então os dois dobram o papel em forma de barco e colocam debaixo do travesseiro. Dormem abraçados.
No dia seguinte, dá-se continuidade as festividades e ela faz questão de conduzi-la pessoalmente apesar de Hatori adverti-la que ela descanse e Shigure ter insistido para conduzir as festividades em seu lugar.
No dia 3, todas as festividades se encerram e os familiares que moram em outras cidades começam a ir embora, e mais uma vez, Akito faz questão de se despedir pessoalmente dos familiares como acontece todos os anos. Entretanto esse ano, tudo parece ter mais vida e mais cor e a sede parece menos sombria.
