Capítulo 18- Kami-sama
Os meses que se seguem são meses de paz e tranqüilidade . Apesar de tudo estar tranqüilo e de Akito estar tendo uma gravidez tranqüila e sem complicações, Hatori está apreensivo conforme os meses se passam e examina ela com freqüência, ele teme por um parto prematuro. Apesar dela não ter ganhado muito peso com a gravidez, ela se queixa de cansaço com bastante freqüência e passa boa parte do tempo em repouso.
No final de março, ela está no final do sétimo mês. Apesar de não ter ganhado tanto peso a barriga a incomodava com freqüência, mas dessa vez a estava incomodando mais que o normal, ela não arrumava posição para dormir e em tempos bastante expassados ela sentia contrações leves na parte baixa do ventre, mas decide não acordar Shigure, pois não quer preocupa-lo e pensa não ser nada
No dia seguinte Shigure acorda e a encontra sentada na beira da cama, nota que ela está pálida e abatida, fica claro para ele que ela não dormira de noite, aproxima-se dela.
- Akky-san, você está bem?- pergunta preocupado, acaricia o rosto dela
- Estou bem, só estou um pouco cansada- leva a mão até o ventre, parece sentir uma contração um pouco mais forte.
- Akky-san, você está sentindo dores não está? - leva a mão até o ventre dela- porque não me chamou durante a noite? Venha, deite-se enquanto vou buscar o Hatori- pega na mão dela e leva para a cama, mas nesse instante a bolsa estoura encharcando o quimono dela.
Shigure olha preocupado, tenta não se desesperar diante dela, mas sai correndo desesperado atrás de Hatori, toca várias vezes a campainha da casa dele. O próprio Hatori abre a porta.
- Shigure!- olha assustado
- Hatori, é Akito, venha comigo..- desesperado
- Acalme-se, Shigure, o que aconteceu com Akito?- pergunta ele preocupado.
- Akito entrou em trabalho de parto, a bolsa estourou, vamos logo- impaciente
- Sim, ela não entrou no oitavo mês- diz para si mesmo, se preocupa- Kana, prepare tudo no meu consultório que eu já volto.
Sai apressado
- Mas Hatori, não seria melhor levá-la para um hospital? Lá teríamos mais recursos.
- Não, se a bolsa já estourou o parto já deve estar bem adiantado, pode não dar tempo.E também não quero expo-la. Sabe há quanto tempo ela está sentindo contrações?
- Não sei, acordei e ela já estava acordada. Parece não ter dormido de noite
Chegam na casa sede, vão para o quarto onde Akito está. Ela parece estar sentindo dores, a empregada que cuida dela desde criança e que a ouvira passando mal, está com ela. Hatori abre apressadamente o quimono e apalpa o ventre dela, checa as contrações e a dilatação. Akito transpira e está ofegante
- Não temos mais muito tempo, ela já está com uma dilatação quase no ponto para começar o parto, Shigure vista um quimono limpo nela e a leve para o meu consultório que eu vou na frente ver se tudo já está pronto- e sai apressando para ver se Kana já aprontou tudo.
No caminho encontra Tohru e Yuki que tinham vindo visitar Akito
- Ohayo Hatori-san- diz Tohru vendo ele apressado- aconteceu alguma coisa?
- Sim, venha comigo Tohru , preciso da sua ajuda, Akito entrou em trabalho de parto e você vai me ajudar no parto junto com a Kana, Yuki, avise os outros.
E vai indo e direção ao consultório, Tohru vai com ele e Yuki sae para avisar os outros.
Shigure e a emprega ajudam Akito a se trocar e então a levam para o consultório do Hatori, a empregada vai junto dizendo querer ajudar.
Hatori entra em seu consultório e tudo já está preparado, Shigure chega logo em seguida trazendo Akito, ela é acomodada na cama. Hatori, apreensivo a prepara para o parto. Tohru é orientada por Hatori em como ajudar Tohru. Shigure também ficará ao lado de Akito, enquanto Hatori e Kana realizarão o parto e a empregada ajudará Hatori buscando panos e água quente bem como outros instrumentos que ele precisar.
Hatori checa mais uma vez a contração e a dilatação. Akito está ofegante e se queixa de dores cada vez mais intensas, falta muito pouco de dilatação para que Hatori possa começar o parto, então ele mantém Akito deitada ainda. Aplica na região superior da coxa e inferior do ventre uma pomada a base de ervas analgésicas.
- Akito, essa pomada vai aliviar um pouco a dor, mas se por acaso a dor for muito insuportável me avisa que eu te dou algum outro medicamento. Shigure, ajude Akito a se sentar.
Na hora que ela se senta ela sente uma dor forte e aperta a mão do Shigure, Hatori sabe que a criança já está na posição para nascer, checa a dilatação e vê que já chegou ao desejado.
- Tohru, segure Akito pela cintura para que ela se mantenha sentada e você, Shigure ajude-a na respiração e enxugue o suor do rosto dela. Akito toda vez que você sentir ma contração faça força para baixo o màximo que puder. Se sentir- se cansada, pare, respire e recomece.
Enquanto isso os Juunishi se reúnem em uma sala na Sede e aguardam por noticias apreensivos.
Na sala de parto Hatori vai orientando Akito mas ela parecia preocupado ao perceber que ela começava a apresentar sinais de extremo cansaço apenas logo após o parto ter se iniciado. Tohru a segurava pela cintura e a incentivava a ter forças, enquanto Shigure segurava sua mão e lhe enxugava o suor do rosto.
Kana, ao lado de Hatori, acompanhava a evolução do parto enquanto a empregada preparava o local onde a criança seria limpa e examinada. Hatori procurava não se desesperar e pedia a Deus que tudo ocorresse bem, mas não era o que estava acontecendo, ele troca o pano que já está enxarcado de sangue, aparentemente Akito estava perdendo mais sangue do que seria normal perder. Ele olha para ela preocupado e percebe que ela não tem mais forças para seguir adiante.
- Akito, o que você está sentindo?- pergunta
- Não agüento mais Hatori, estou cansada e com falta de ar, estou tonta também.
- Então pare um pouco e descanse, depois recomece- parece preocupado mas não deixa transparecer aos outros, troca novamente os panos sujos de sangue na tentativa de esconder a hemorragia que ela estava tendo. Chega a se arrepender por não tê-la levado para o hospital e tentado uma cesariana apesar dos riscos. A hemorragia aumenta e é vizivel que ela já não tem mais forças para continuar. Esconde uma lágrima que surge em seus olhos, parece que não vai conseguir cumprir sua promessa, parece que não vai conseguir salva-las- eu não posso deixa-las morrer- pensa
Então nota que a cabeça do bebê já está vizivel. Não sabe se fica mais desesperado ou se fica aliviado, Akito está fraca e pode morrer ao dar a luz ou piorar da hemorragia, mas ele tentará salva-la e se não conseguir ao menos tentará salvar a criança e coloca-la ao menos por alguns minutos nos braços de Akito para que ela possa morrer feliz.
- Akito, eu já vi a cabeça da sua filha , quando sentir a próxima contração eu quero quer faça o máximo de força que conseguir, falta pouco agora, logo terá sua filha nos seus braços - tenta se encorajar também
Hatori faz sinal para que Kana ajude Akito também, então Akito busca forças e faz força, o máximo que agüenta, sente uma dor muito forte e aperta a mão do Shigure, grita.
Hatori olha emocionado quase não acreditando, com as mãos tremulas guia a criança e o choro ecoa pela sala. Akito ofegante chora emocionada também.
- Agora pode relaxar Akito- diz Hatori sorrindo- é uma menina- verifica o cordão umbilical e o corta, enrola o bebê em um lençol limpo que a empregada lhe trouxera e entrega a criança para Kana, que por sua vez, coloca a garota nos braços da Akito.
Akito segura a filha nos braços emocionada, Shigure que estava ao lado, acaricia o rostinho da filha também emocionado, Tohru também chora.
Hatori pega mais panos e começa a estancar o sangue enquanto termina o parto. Administra uma medicação para que o útero dela volte ao normal e a hemorragia pare.
- Kana- diz Hatori chamando-a para perto- ligue para a ambulância, Akito está tendo uma hemorragia.
Kana sai correndo para ligar, a hemorragia aumenta de forma que ele não consegue mais controlar,a medicação parece não estar fazendo efeito. Akito, pálida, desmaia. Shigure pega rapidamente sua filha no colo.
-Hatori, Akito.. – ele tem lágrimas nos olhos. Então ele vê Hatori tentando conter a hemorragia, mas já estava complicada.
- Akito..não desista...sua filha vai precisar de você...e todos nós...então por favor...não desista- implora Hatori, que massageia o útero dela na tentativa de diminuir a hemorragia.
Tohru tenta reanimar Akito em vão. Shigure segura a filha no colo enquanto tenta não se desesperar. Os panos não conseguem mais conter a hemorragia, o avental do Hatori já está toda manchado de sangue ele sabe que está perdendo ela, ao menos ele conseguiu salvar a criança que está bem.
- Hatori- diz Kana – eles chegarão em 10 minutos
- Certo, massageie o útero dela para tentarmos conter a hemorragia antes que seja tarde.
Hatori continua tentando controlar a hemorragia enquanto Kana massageia o útero dela.
Nesse instante uma luz branca muito brilhante emana do corpo da Akito e quase ofusca a visão de todos. De seu coração emana uma luz vermelha. Todos são atraídos pela luz, o ambiente é de paz e emociona a todos que tem lagrimas nos olhos. Instantes depois a luz desaparece e todos voltam a si.
Enquanto isso na sala onde os Junishi estão reunidos uma luz branca ofuscante invade a sala e em questão de segundos desaparece também. A maldição tinha desaparecido, todos, até os que já haviam sido libertado também sentem uma energia divina no ar. Lágrimas tomam conta de todos os presentes. Apesar de se sentirem leves e felizes temem que ago tenha acontecido a Akito.
Na sala de parto, assim que a luz desaparece, Hatori volta sua atenção para Akito mas então percebe que a hemorragia havia parado e Akito recuperara os sentidos, ela tem lágrimas nos olhos, sabe exatamente o que aconteceu, todos na sala continuam emocionados também.
- A maldição- começa ela- A maldição se foi- diz emocionada
Shigure a abraça no instante em que a ambulância chega e Kana traz os para-médicos para dentro da sala
Hatori conversa com os médicos enquanto isso. Então Akito e a criança são levadas para o hospital. Shigure e Hatori vão na ambulância, enquanto que Tohru vai dar a noticia para os Juunishi.
Kami-sama havia se livrado da maldição, isso significava que todos os Juunishi por conseqüência também. A maldição da família Souma tinha chegado ao final, nenhuma mãe Souma precisaria mais se preocupar. Por centenas de anos a maldição havia dominado a família, mas finalmente o banquete final tinha chegado e a maldição tinha desaparecido.
Os Juunishi estavam felizes e aliviados em saber que tudo tinha dado certo e que eles estavam livres. Menos Kyo, parece que ele não tinha se libertado, parece que não era o destino do gato se livrar da maldição.
