Disclamer: Duas letras: J.K. Isso diz tudo, não? o.õ

Desde o Fim

--Prólogo--

Era horário de pico. Centenas de pessoas deveriam estar correndo apressadas de um lado para o outro na Avenida das Bolsas, se misturando aos trouxas, para verificar preços ou tentar encontrar os itens faltantes da lista de compras. Geralmente, o trânsito ficaria interditado pela enorme quantidade de pessoas andando na rua, carregando sacolas com os doces e os presentes comprados às pressas para o Dia das Bruxas. Geralmente, a fumaça dos escapamentos dos carros e das chaminés dos restaurantes tradicionais que eram encontrados a cada esquina, estaria impregnada no ar de chuva, sempre presente naquele bairro nos dias de verão. Geralmente, aquelas pessoas cantariam despreocupadas, displicentes e indiferentes à guerra que se alarmava e destruía tudo a algumas milhas dali.

No entanto, esse não era um dia normal.

Incrivelmente, as ruas do único bairro comercial de Winning Blosh estavam quase desertas. No lugar do barulho típico dos carros, um silêncio aterrador era trazido pelos ecos do sorrateiro vento, que viera anunciar a chegada de um novo estranho à cidade. O céu estava claro, como nunca estivera. A tarde terminava tranqüila e misteriosa.

Algo obviamente estava errado...

- Dumbledore ligou, querida. Ele disse que os Potter fizeram o Fidelius na sexta. Ele acha que deveríamos fazer o mesmo.

Alice ergueu os olhos redondos para o marido.

- Dumbledore já nos sugeriu isso uma vez. Não é preciso ser gênio para adivinhar quem Tiago escolheu para fiel.

- Sirius terá de ficar escondido. O que quer dizer que perdemos mais um auror no Ministério. Mas é melhor que seja assim, Voldemort provavelmente está atrás dele. Ele não é burro.

- E nós? Nós poderíamos arriscar alguém assim, Frank? Como Sirius? Ou melhor, alguém se arriscaria por nós desse modo? - Alice olhou melancólica para o a escada, onde o barulho de risadas indicava que alguém acabara de acordar.

Frank seguiu o seu olhar e deu um sorriso triste.

- Também não podemos arriscar Neville, Alice. É por ele que estamos nos escondendo.

- Quando isso vai acabar, querido? – a morena deixou uma lágrima escorrer pelo seu rosto redondo. Ainda sentia pela morte de Marlene, e desde de que Dumbledore lhes contara sobre a profecia, que sua vida se limitava a ficar em casa, cuidando do pequeno Neville e rezando para que Frank voltasse inteiro de suas missões.

- Logo, meu amor. Eu prometo.

Os dois se envolveram em um beijo triste, que foi interrompido pelo barulho de muitos latidos vindos da vizinhança.

- O que é isso, Frank?

- Algo está assustando os animais. – ele falou, e correu para a janela, ao mesmo tempo em que os latidos paravam. Frank fechou a cortina rapidamente e gritou assustado para a esposa: - Alice, SOBE!

- Mas o quê...? - a morena correu até o marido e levou as mãos à boca, espiando através da cortina – Oh, meu Deus!

Através do véu branco, ela espiou o jardim de seu vizinho trouxa. O enorme Dobermann Escocês estava estirado no chão, com os olhos vidrados. Morto.

Três batidas leves soaram na porta. Lentas e cruéis.

Frank puxou Alice pelo braço e a envolveu, dando um beijo breve e desesperado, para depois empurrar a mulher em direção a escada e sibilar um "Eu te amo!", que chegou a esposa como uma despedida.

Alice queria ficar, não podia abandonar o marido. Ela sabia quem estava à porta... A desesperança. Mais três toques leves na porta a retiraram do seu estado de torpor. Ela precisava chegar ao quarto. Rápido.

A moreninha subiu as escadas como pode, mas suas pernas tremiam e as lágrimas a cegavam. Ela abriu a porta do quarto e viu Neville sorrir para ela, de pé em seu berço, as mãozinhas acenando pedindo colo. Ela quase sorriu.

Frank respirou fundo, parado em frente à porta. Ele apenas torcia para que Alice conseguisse se salvar, e salvar seu filho. Apenas isso.

O primeiro toque da nova seqüência de toques foi ouvido. Aquela provavelmente seria a última tentativa, Voldemort sabia que eles nunca abririam. Frank endireitou a varinha.

O segundo toque soou. E a eternidade que se passou daí, não permitiu que Frank ao menos respirasse. O fim estava próximo.

Bateram novamente na porta. O terceiro toque. As luzes da casa inteira se acenderam quando a maçaneta começou a girar.

- Reducto! – berrou Frank, e a porta se explodiu com estrondo. Em um outro canto da casa, Alice tremeu.

Mas não havia ninguém atrás da porta. "Droga..." resmungou Frank, ao sentir uma varinha às suas costas.

- Ora, ora, Sr, Longbotton... Então resolveu-se a abrir a porta? – uma voz sarcástica e gélida ecoou. Frank se irritou por não poder nem ao menos ver a cara do infeliz que destruíra sua vida. Mas ele já a vira. Três vezes.

- Voldemort. - rosnou.

- Então se lembra de mim? Quanta honra! É por isso que vim fazer uma gentileza à tão atenciosos amigos... O que acha de um presente para o seu filho?

Frank sentiu-se invadido por uma onda de ódio puro. Se pelo menos fosse tão esperto como Tiago e Sirius, talvez tivesse durado mais... Alice precisava de tempo.

- Morra, Voldemort.

O Lorde das Trevas abriu um sorriso de escárnio.

- Como? Assim?

Uma luz verde jorrou da ponta de sua varinha e Frank não sentiu nada. Nem o baque de seu próprio corpo caindo ao chão. Nem a dor de falhar. Frank Longbotton nunca mais sentiria coisa alguma.

Alice tremeu ao ouvir Frank gritar um feitiço, no andar debaixo. Ela sabia que o marido era um exímio duelista, mas nunca chegaria perto de derrotar Voldemort. Um aperto forte no coração lhe garantiu que nunca mais veria seu amor novamente.

Mas restava Neville.

Ele era a razão pelo qual ela tinha que lutar. Que diria a Sra. Longbotton se ela desistisse de protegê-lo até o último momento? Ela riu ao constatar que o filho usava o pijama florido que ganhara da avó.

- Neville, - ela cochichou baixinho, pegando o filho no colo – Nós vamos viver, tá?

O pequeno ergueu a mãozinha rechonchuda e brincou com a lágrima que escorria no rosto na mãe.

Alice então ouviu passos na escada. Passos que não eram do seu marido.

Ela correu até um canto do quarto onde havia uma estante com um abajur azul, que imitava um jogo de quadribol. Ela pegou um pote de dentro da gaveta e correu para a lareira do quarto. Ela tinha que ser rápida.

- Filho, você perdoa a mamãe por te obrigar a usar o flú tão cedo? – o pequeno não respondeu, mas Alice acendeu a lareira com a varinha e jogou um bocado de pó verde lá dentro. Eles se salvariam, havia tempo!

Alguém abriu a porta do quarto.

- Não está pensando em fugir, está Sra, Longbotton?

Alice estacou, a meio caminho da lareira. Talvez não houvesse tempo.

- Se quiser pode ir. – falou Voldemort, parecendo agradável – Mas o pequeno Longbotton fica.

Alice sentiu o sangue ferver, e apertou Neville com mais força. O pequeno olhava para a cena curioso.

- Você não vai tirá-lo de mim! – bradou a moreninha, aparentando mais coragem do que tinha.

- Ande, sua tola. Desista.

- VOCÊ NÃO VAI TOCAR NO MEU FILHO!

- Sra. Longbotton, com todo o respeito...

Mas Alice tomou coragem para agir. Desatou a correr para a lareira. Ela sairia dali a quaisquer custas. Mas Neville iria com ela. Em segundos ela se sentiu envolvida pela chama verde. Estava salva.

- MINIST...

Mas algo a impediu de terminar a ordem. O mesmo algo que a impediu de respirar. Alice não viu o raio que atravessou as chamas da lareira para lhe roubar a salvação, a esperança. Caiu molemente no chão, trazendo Neville consigo. O garoto começou a chorar, sob o peso do corpo da mãe.

- Ingênua. - murmurou Voldemort se aproximando das chamas verdes. Ele fez um aceno da varinha e o corpo de Alice voou para longe da lareira, deixando sozinho o pobre Neville, que tentava desajeitadamente se sentar no chão. Voldemort foi até ele, e gargalhou sinistramente levantando o bebe pela gola do pijama.

- Então é você o herói que vai me matar? – perguntou sarcasticamente por entre as chamas de flú, que apenas esperavam uma ordem para funcionar. Neville protestou contra o modo como era balançado para lá e para cá batendo uma das perninhas no rosto de Voldemort.

- Petulante. – Voldemort rosnou e soltou Neville no ar, lançando o feitiço antes que o garoto caísse ao chão.

- Avada Kedavra.

O raio verde não apareceu em meio às chamas. Mas o corpo de Neville parou no ar por alguns segundos, antes de Voldemort cair no chão. Antes da explosão. Antes do fim.

E a primeira guerra finalmente acabou.

A segunda estava prestes a começar.

N/A: Hum... Esta fic terá capítulos pequenos, como este. É a minha primeira experiência no FanFiction por isso eu posso demorar a pegar o jeito. Se eu tiver uma boa aceitação, posto projetos maiores e melhores :)

Então... REVIEW!