Enganos


Disclamer - Não me pertencem... A não ser a familia Akai... Ok, posso viver com isso :D

Fanfic - Naru-L

Nota - Essa história não tem nada a ver com A cor do dinheiro ( Fanfic da Shampoo). Se as pessoas lessem o texto antes de espalhar reviews por aí eu não precisaria colocar essa nota estúpida aqui.

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Engano nº1 – Aparências

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Akai Ryo girou a cadeira, ignorando as pessoas falando na sala de reuniões. Quando o pai entenderia que não estava interessada nos detalhes de sua estúpida cadeia de restaurantes Fast Food?

- Segundo a pesquisa as vendas estão caindo...

A jovem suspirou, escorregando na cadeira e fitando o teto como se fosse a coisa mais interessante que existisse. Deveria existir um modo de se livrar daquelas reuniões chatas e voltar a sua vida normal.

- Nem mesmo a popularidade de Ryo parece estar ajudando.

Ryo ignorou as palavras, lançando um rápido olhar para o relógio. Duas horas de sua vida desperdiçada naquela sala ouvindo relatórios de coisas que não a interessavam... Podia ter gasto esse tempo na academia.

- Ryo!

A garota pulou na cadeira, girando-a para encarar o pai. Sorriu do modo mais adorável que conseguiu, tentando ignorar a expressão de desagrado no rosto dele.

- A reunião terminou? – Ela continuou sorrindo, ignorando os suspiros exasperados dos executivos.

- Ainda não, Ryo. – Akai Yuki disse impaciente com o pouco caso que a filha demonstrava.

A garota piscou, encarando a irmã parada ao lado de um rapaz bem vestido. Quando aqueles dois haviam entrado ali?

- Pena... - Forçou-se a continuar sorrindo enquanto ajeitava-se na cadeira. Agora entendia a expressão irritada do pai... A perfeita filha mais nova, Akai Haruka estava ali, era obvio que não iria desconsiderar sua falta de interesse. – O que veio fazer aqui, Akai?

- Papai—

- Ela chama você de Akai também! – O rapaz parado ao lado de Haruka a interrompeu animado, o que chamou a atenção de todos sobre os dois e fez a garota corar.

- Jakotsu... – Haruka advertiu entre dentes. – Não faça com que eu me arrependa por isso.

- Ele é seu namorado? – Ryo perguntou, observando os dois interessada. Novamente viu o rubor tingir as bochechas da irmã e o rapaz rir. – Acertei?

- Não! – Os dois responderam em uníssono.

- Eu deveria saber... – Ryo encostou-se a cadeira, suspirando – Nada interessante acontece com minha preciosa irmã.

- Isso é inútil. – Yuki ergue-se da cadeira, fazendo sinal para que os outros levantassem. – Posso cuidar do resto sozinho.

Ryo sorriu aliviada e estendeu a mão para a bolsa enquanto os homens deixavam a sala. Liberdade, finalmente. Talvez conseguisse ir para a academia afinal. Levantou-se, colocando a alça no ombro quando a voz do pai a chamou.

- Eu não disse que você estava dispensada, Ryo.

- Que? – A garota franziu o cenho, batendo o pé no chão. – Por que só eu tenho que ficar de castigo?

- Trinta minutos no máximo, Ryo. – Yuki falou apontando a cadeira para a filha.

- Se pretende me passar outro sermão sobre—

- Sente e fique calada, Ryo.

A garota cruzou os braços e sentou, mordendo os lábios para não responder de forma grosseira.

- Tenho uma sessão de fotos em duas horas.

- Seremos rápidos, Ryo. – Akai sorriu, sentando-se ao lado do rapaz. – Sabemos como sua agenda é ocupada.

- Não seja sarcástica, Akai.

- Ryo, por que não fica calada, fazendo sua 'cara de inteligente' e ouve o que temos a dizer. – Haruka fitou a irmã da maneira mais gentil que conseguiu – Quem sabe assim possamos deixá-la livre mais rápido para as coisas 'realmente importantes' que faz?

- Por que você não vai—

- RYO! – O pai gritou, interrompendo as duas – Fique calada e ouça. – Haruka sorriu, atraindo a atenção do pai. – E você pare de provocá-la.

- Mas eu só estava tentando...

- Acho que é melhor que eu faça isso. – Jakotsu sorriu, pegando a pasta das mãos da garota sentada a seu lado. – Como pode ver pelas pesquisas que fizemos as vendas estão caindo.

- Se ele vendesse comida saudável não... – Ryo parou de falar, notando o olhar de aviso que o pai lhe lançou. – Continue.

- Suas idéias sobre comida saudável parecem não ajudar, Senhorita Ryo. – Jakotsu continuou calmamente. – Apenas sua imagem já não está ajudando a promover a rede de lanchonetes quando passa o tempo todo falando que 'Carne é um veneno para o corpo'.

- Mas é verdade!

- Não importa. – Haruka finalmente falou. – De hoje em diante você tem que parar com essa atitude egoísta e...

- E?

- Ao menos almoçar na loja principal.

- Como é?

- Vai deixar de lado essas tolices de comida saudável e comer ao menos um lanche na hora do almoço. – Haruka deu um pequeno sorriso ao notar o olhar horrorizado da irmã – Em publico.

- Não vou fazer isso. – Ryo falou enfática, levantando-se.

- Vai quebrar seu contrato, Ryo? – Yuki perguntou calmamente.

- Que contrato? – Ryo parou atrás da cadeira do pai. – Eu não—

- Um daqueles papéis sem importância que assinou há dois meses atrás.

- Aquilo não era contrato, velho. – Ryo riu nervosa – Você disse que era apenas permissão para usar minha imagem.

- Disse?

- Papai! Você não fez isso!

- Da próxima vez, Ryo. – Yuki falou com um sorriso. – Leia antes de assinar um papel.

- Eu... Ele... – Ryo parou, respirando fundo enquanto o pai deixava a sala. – Ele não pode me obrigar a comer carne! Não pode me obrigar a comer algo que vai me matar!

- Deixe de ser infantil, Ryo. – Haruka ergueu-se da cadeira, sendo seguida por Jakotsu. – Não vai morrer por meia dúzia de lanches.

- Eu não sou infantil! – Ryo bateu o pé no chão, franzindo o cenho quando os dois riram. – E não quero trabalhar com você também.

- Tudo bem, Jakotsu cuidará de você. – Haruka deu de ombros passando pela irmã. – Acredite, em uma semana vai implorar para trabalhar com sua detestável irmã.

- Ahn?

- Bobagem... – Jakotsu sorriu para a garota. – Posso garantir que não costumo comer garotinhas.

- O que isso quer dizer? – Ryo apertou a bolsa contra o peito, assustada com o sorriso do rapaz.

- Já chega, Jakotsu.

- Até segunda, Ryo.

oOoOoOoOoOoOo

- Você não pode ficar calado, pode? – Haruka falou no momento em que saiu do prédio. – Não podia apenas se despedir como uma pessoa normal e sair.

- Pensei que a intenção fosse atormentá-la.

- Não falando que não come garotinhas! – Haruka abriu a porta do carro e jogou a bolsa no banco de trás. – Ela vai pensar que você é algum maníaco.

- Você pensa isso também. – Jakotsu deu de ombros abrindo a porta do passageiro.

- É diferente. – Haruka entrou no carro e bateu a porta com força.

- Por que?

- Porque eu te conheço e sei que é inofensivo.

- Não é isso que você diz quando eu chego em casa tarde e... – Jakotsu segurou no banco quando a garota saiu com o carro a toda velocidade, desviando dos carros próximos por poucos centímetros. – Certo. Você é a perigosa entre nós.

- Cale a boca! – Haruka pisou com força no freio, parando no farol vermelho. Respirou fundo antes de virar-se para o rapaz a seu lado. – Por que concordei em fazer isso?

- Porque a família vem em primeiro lugar e você não poderia deixar seu pai ir à falência.

- Obrigada, Jakotsu, mas estamos sozinhos e você não precisa mais repetir isso.

- Você precisa de dinheiro para quitar sua parte da casa.

- Ah sim, obrigada. – A garota suspirou, colocando o carro em movimento. – eu sabia que—

- E precisava de algo realmente desafiador para não se transformar no monstro da lagoa negra.

- Já chega, Jakotsu.

- E como não consegue viver sem minha adorável presença—

- Eu disse que já entendi! – Haruka balançou a cabeça, virando a direita – Você é realmente irritante.

- Obrigado.

- Isso não foi um elogio!

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Ryo sorriu, observando o rapaz que sempre acompanhava sua irmã passar direto por ela. Era quase divertido vê-lo correr atrás dela e sempre perdê-la de vista.

A garota esperou por mais alguns minutos antes de sair do armário da manutenção e correr para a sala em que deixara suas coisas pela manhã. Pessoas estúpidas, sempre tentando obrigá-la a fazer coisas que não desejava.

Analisou a pequena sala de maquiagem, trancando a porta quando não encontrou mais ninguém ali dentro. Pegou o pote de dentro da bolsa e sorriu para a grande quantidade de salada. Seria muito melhor ir a um restaurante e pedir por uma refeição quente, mas aquele idiota estava sempre a espreita, esperando pegá-la em um local publico e arrastá-la para uma das filiais da lanchonete do pai.

Suspirou, começando a comer. Aquilo estava acabando com sua vida social. Não podia nem ao menos marcar com alguém em um restaurante que o tal Jakotsu aparecia, obrigando-a a inventar uma desculpa e fugir. Se não fosse tão divertido ver o cara, sempre bem vestido e paquerando um ou outro rapaz que via, correr atrás dela sempre com uma expressão irritada...

- Dane-se... – Terminou de comer a salada e voltou a guardar o pote dentro da bolsa. – Sou mais insistente que ele. – Ergueu-se, arrumando as roupas. – E eu tenho que falar com Akai para arrumar um namorado menos estranho...