Confusões amorosas

Equipe: Mademoiselle Death Mask, Kurama e Berta Kurosagi
Anime: Cavaleiros do Zodíaco
Categoria: Humor

Classificação: Yaoi leve
Status: Completa

Dedicada à Choko e Kurama, que não tem o que fazer e ficam tendo essas idéias.

Resumo: A internet pode destruir muitos namoros... a internet e um certo escorpião fofoqueiro...

Confusões Amorosas

Parte 1

Athenas se torna monótoma depois que você a visita muitas vezes. Miro crescera por ali, então não havia nenhuma grande novidade naquelas ruas desencontradas que ele vivia seguindo. A cidade só ficava realmente interessante quando Kamus concordava em vir com ele, o que não era o caso aquele dia. Kamus se mandara para a Sibéria "para poder treinar sem interrupções" , como o próprio havia dito. Miro resmungou alguma coisa, irritado. Kamus chamava o que eles faziam de "interrupção"? Ahh, o Kamus pro inferno!

A cabeça de Miro coçou. Uma intuição... será que...

- COMO? - Gritou no meio da rua, fazendo todos os pedestres voltarem os olhos pra ele.

Será que aquele protótipo de pingüim do Hyoga estava treinando com o SEU PINGÜIM? E se eles não estivessem treinando o que deveriam? E... E SE KAMUS ESTIVESSE ENSINANDO NOVOS "TRUQUES" PRAQUELE BAIXINHO POUCO DOTADO?

Olhou para os lados. Fazia uma semana que não falava com o namorado. Em uma semana muitas coisas poderiam acontecer! Decidiu se enfiar em alguma lan house. Já que aquele desgraçado tinha que ter ido para um lugar que não tinha linha telefônica, teria que mandar um e-mail pra ele!

Havia uma lan no final daquela rua. Miro sabia, e correu como um louco rua abaixo até alcançar a porta do estabelecimento, ultrapassando grosseiramente o grupo de garotos que estavam a abrir a porta. Praticamente jogou-se em cima do balcão, assustando a atendente.

- P-posso ajudá-lo?

- Arf... arf... quero um... quero um computa...dor. - Falou arfante, o suor descendo pela testa.

- Ahn, claro. - A assistente checou alguma coisa no computador. - O senhor já tem cadastro aqui?

Miro arregalou os olhos.

- Cê tá brincando comigo que precisa de cadastro! - Disse descrente, a respiração se normalizando.

- É claro que precisa... - Achando o rapaz biruta.

- Aff, ok, ok... - disse a contragosto. - Mas vcs tem computadores sobrando, ne?

- No momento apenas um.

Miro olhou de lado para os garotos que havia ultrapassado ao entrar. Todos o olhavam feio.

- Guarde esse computador pra mim, moça. - Disse, olhando por um instante para a pobre no balcão e depois virou um olhar perigoso - Ou eu vou comer os orgãos de quem se atrever a passar a minha frente. - para os meninos, que se encolheram na mesma hora.

- C-Certo... - A moça tinha os olhos arregalados. - Bem... qual seu nome?

- Miro. - Respondeu sem emoção. - O sobrenome não interessa.

- Nossa, sabia que você tem o mesmo nome do personagem daquele desenho, Cavaleiros do Zodíaco? - A moça deu um sorrisinho simpático enquanto digitava no computador. - E olhando agora, vocês até que são bem parecidos!

- Oh, que emocionante. - Disse sem vontade de dizer.

Miro respondia as perguntas (im)pacientemente, sempre vigiando o computador. A moça digitava o mais rápido que podia, para não ter que ver aquele cara irritado.

- Dona, é sério, vai demorar muito? - Perguntou Miro, já quase se conformando com a idéia de dividir seu pingüinzão com o pirralho H²O².

- Não. - Sorriu ela. - Aqui, pronto! - Ela pegou algo da impressora do computador, destacou e entregou-lhe. - Esse é o seu cartão. É só digitar esse número quando o pc pedir a senha e--

Miro agarrou o cartão e correu até o computador vago. A janelinha abriu, pedindo a senha, e ele a digitou. Seu coração martelava no peito, mandaria um e-mail para o seu amado, pedindo que ele relatasse COM TODOS(TODOS) OS DETALHES O QUE ESTAVA ACONTECENDO.

Espera um pouco...

- O Kamus não tem e-mail... - Murmurou sem emoção, seus olhos se arregalando. - FILHO DA MÃE! - Gritou, dando um murro na mesa.

Mais olhares voltados para ele. Inclusive o da atendente, que parecia assombrada e pronta para chamar a polícia.

- Hehehehe, foi mal! - Sorriu sem graça,voltando sua atenção ao computador.

Ok, agora vejo que ter me desesperado desse jeito foi inútil. Athena sabe do meu namoro com ele e jamais me deixaria ir para vê-lo, ainda mais por que o Kamus foi pra Sibéria treinar. E já que o babaca não tem telefone, celular e nem mesmo um computador ou e-mail, terei que ter paciência e esperar que ele volte. Ahh, mas se eu descobrir que o Hyoga também estava treinando lá... ahhh, Hades vai ver aquelas carinhas famosas mais cedo do que espera!

Bem. É a primeira vez que venho a uma Lan. Geralmente uso o computador do Mu. E já que eu até já agüentei aquelas perguntas chatas mesmo, vou arranjar algo pra fazer aqui. Hm... Acho que vou fuçar no meu orkut. Ah, vamos ver o que tem de novo naquele treco tosco...

Miro conectou-se ao seu orkut. Já foi recepcionado com aquele monte de gente pedindo para ser adicionado à sua lista. Foi deletando um por um, pois sabia o que eles queriam. Dizer para os amigos que tinha o "melhor cosplayer do Miro de CDZ na sua lista". De onde viera a idéia da Saori de vender a lenda grega para um japonês lunático? E ainda aquela doida distorceu os fatos para parecer que o mundo só girava porque ela existia! Aff, ninguém merece!

Foi fuçar nas comunidades. Viu a de seu amigo Shaka. Resolveu ver o que o povo andava achando da performance do indiano no anime.

Quando a página principal da comunidade abriu, Miro deu de cara com um tópico que quase o fez cair da cadeira.

Leu três vezes para ter certeza do que estava lendo.

Num creio! A Saori vendeu as histórias íntimas dos casais também? Como é que ela teve coragem? Agora o Mu e o Shaka não vão poder andar na rua em paz!

Clicou para ver o que havia sido escrito.

A frase era curta, mas dizia tudo.

Foi aí que o queixo de Miro caiu de vez.

- AHHHH, QUE É QUE O MU VAI PENSAR DISSO? - Berrou, levantando-se da cadeira. - CARA, EU PRECISO CONTAR PRA ELE QUE O NAMORADO TÁ METENDO CHIFRE NELE!

Fechou todas as janelas abertas e correu até o balcão, jogando as moedas para a moça.

- Fiquei uns 10 minutos e não vou pagar o preço de uma hora! - Atropelou as palavras, saindo as pressas do lugar.

Todos olhavam com as expressões mais perplexas que seus rostos conseguiam fazer.

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- MU! MU! MU MU MU MU MUUUUUUUUUUUUU!

Miro chegou berrando, fazendo o maior estardalhaço.

Mu estava deitado em uma rede na varanda de sua casa, lendo um livro, enquanto Shaka cochilava como um anjinho ao seu lado, sua cabeça acomodada no peito do amante ariano.

Foi então que os gritos invadiram a casa.

- Ahh, o que é que o Miro quer...? - Resmungou Shaka, remexendo-se um pouco.

- Conhecendo o Miro, quer fazer fofoca. - Disse o outro, dando espaço para o virginiano se acomodar melhor. - Ele nunca chega gritando desse jeito à toa.

- Hm, dane-se... - Shaka abraçou a cintura de Mu. - O Miro pro inferno, daqui você não sai.

- Não precisa nem mandar... - Mu acariciou os cabelos dele.

Shaka ergueu um pouco a cabeça, olhando para Mu com malícia.

- Nós já transamos na varanda? - Perguntou, agarrando uma mechinha do cabelo de Mu e enrolando-a inocentemente no dedo.

- E nunca transaremos. - Mu ficando igualzinho um rabanete.

- Ahhhh, vaieeeeeeeeee... - Shaka fez carinha de cachorrinho sem dono.

- E se alguém ver?

- Mandamos ir tirtar o atraso com apenas um dedo. - Riu , mostrando o dedo do meio para Mu.

- Olha Shaka, eu--

- MUUUUUUUUUUUUU! SE VOCÊ NÃO VIER AQUI NESSE EXATO MOMENTO, EU PONHO FOGO NAQUELE SEU CARNEIRO DE PELÚCIA RIDÍCULO!

Os olhos do rapaz se arregalaram.

- NÃO! NO NAN NÃÃÃÃOOOOOO!

Shaka não teve tempo de dizer nada. Mu empurrou-o rudemente, pulando da rede e saindo como um raio da varanda.

- EU JÁ TÔ DESCENDOOOOOOOOOOO!

Shaka piscou.

- Ele me trocou por aquele carneiro sujo chamado Nan? - Inconformado.

Mu chegou à entrada principal da casa de Áries, onde Miro o esperava.

- Faça o que quiser, mas não encoste UM DEDO no Nan! - Disse irritado.

- Tá, tá, eu tenho nojo daquele bicho tosco e do que ela já presenciou. - Disse Miro com ar de pouco caso.

Mu entortou suas pintinhas.

- Não provoca, Miro. - Ameaçador.

- Tá tá! - Depois voltou ao seu tom empolgado. - Olha, o que eu tenho pra te contar é babado! Chega mais!

- COMO EU PENSEI, VOCÊ SÓ ME CHAMOU AQUI PRA FOFOCAR! CARA, SABIA QUE EU PODERIA ESTAR FAZENDO ALGO MUITO MAIS EMOCIONANTE AGORA? - Mu só faltava destroçar o pescoço de Miro interinho com os dentes.

- Moleque, se eu não te contar isso você vai fazer jus ao nome que tem!

- Como assim?

- Mu.

- Que tem.

- É o som que a vaca faz.

- Ahn?

- E o boi também.

- Miro, em que ponto você quer chegar?

- Me empresta teu pc?

- Quer fazer o favor de falar coisa com coisa? - Ok, Miro estava prestes a ficar sem pecoço.

- É que se eu só te contar você não acreditará. - Disse, entrando no salão da casa e começando a subir as escadas para o andar de cima.

- Lógico, afinal tudo o que vem de você não é confiável! - Mu subindo atrás.

- He, mas agora eu tenho como provar o que eu disse!

Alcançando o topo da escada, encontrou Shaka de cara feia, parado de braços cruzados. Seria mais um a arrancar os membros de Miro logo logo.

- O que vem de suas fontes então... - Comentou Shaka.

Miro encarou-o com pura raiva.

- Fica quieto e não se faça de desentendido! - Disse entre dentes, se enfiando no escritório de Mu (Sim, ele conhecia a casa de Mu muito bem devido às mil vezes que ele e Kamus foram convidados para tomar chá com o cavaleiro e ele aproveitara para aprender todas entradinhas da casa de Áries). - Hoje eu vou mostrar a verdade para o meu amigo, seu traidor!

Mu e Shaka boiaram.

Miro foi logo ligando o computador e conectando a internet. Mu e Shaka permaneceram na porta.

- Será que ele andou bebendo aquela vodka fortíssima que o Kamus vira e mexe trás da Rússia? - Sussurrou Shaka discretamente para o namorado.

- Pra mim ele tá fumando aquelas ervas estranhas que o Máscara cata no mato... - Raciocinou Mu.

Entrou no seu orkut.

- Mu, dá um pulinho aqui!

Mu se aproximou enquanto Miro colocava na comunidade do Shaka.

- Fala, criatura.

Miro encostou o dedo na tela indicando o tópico, um sorriso maroto nos lábios.

SHAKA ASSUME QUE É GAY NA SAGA DE ZEUS!

Mu arregalou os olhos.

- Como assim?

- Veja você mesmo o que é que seu namoradinho aprontou! - Riu.

Mu clicou no link e viu a página abrir quase que em câmera lenta. Como assim sua vida sexual exposta na internet? Quem a Saori pensava que era para vender sua vida dessa forma? Ahh, aquela deusasinha de araque iria ouvir umas poucas e boas!

Infelizmente, não era exatamente a SUA SEXUALIDADE exposta no orkut.

Na saga de Zeus o Shaka finalmente vai assumir sua homossexualidade! Na nova história fica muito claro que Shaka é gay e tem um caso como Cavaleiro de Peixes, Afrodite!

Seus olhos perplexos voltaram-se para Shaka lentamente.

Miro sorria vitorioso, olhando para Shaka.

- O que foi? - Piscou sem entender. - Mu, por que você tá me olhando assim?

Um instante de fúria silenciosa no corpo do ariano. Seu coração, sua visão, sua voz falharam por um instante. Foi tempo de seus olhos se encherem de água e de sua voz tornar com toda a força dirigida ao rapaz.

- COMO É QUE VOCÊ PÔDE?

Shaka quase caiu para trás com a violência daquele grito.

- Como eu pude o quê?

Mu foi até ele a passos decididos, as lágrimas fluindo sem controle de seus olhos verdes.

- COMO É QUE VOCÊ PÔDE ME TRAIR?

Shaka com cara de interrogação. De que droga o Mu estava falando?

- Mu, eu nunca traí você!

Um tapa estalado e a cabeça de Shaka torceu para a esquerda. Mu havia dado um tabefe bem dado na face do ex-namorado.

- VOCÊ MENTE! - Mu enterrou o rosto nas mãos, soluçando muito.

- Mu, eu não te trai, eu juro! - Shaka massageava a bochecha.

Mu levantou o rosto apenas o suficiente para que Shaka pudesse ver seus olhos vermelhos.

- Só me diz o por quê, Shaka... só quero o por quê... - Murmurou entre soluços.

- Mas que po--

- SOU EU, NÃO É?

- Ahn?

- EU SOU O PROBLEMA, NÃO É? NÃO ÉÉÉÉÉÉÉÉ? - Mu agarrou a gola da roupa de Shaka e começou a chacoalhá-lo sem parar.

- Éréréré vorororocê ororo quererere? - Disse com a voz abalada pela tremedeira, ficando zonzo com aquilo.

Miro perplexo. Não sabia que Mu era tão escandaloso.

- SOU EU, NÃO? EU É QUE SOU O PROBLEMAAAAAAAA! - Soltou o ex- namorado, enxugando os olhos com as costas das mãos. - O QUE É? SÃO AS MINHAS PINTAS?

- O que é que tem as suas pintas? - Shaka não entendia nada e ainda não havia recuperado o total equilíbrio, seu corpo oscilando sobre suas pernas.

- SOU EU, NÉ? SÃO ELAAAAAAAAS? - Apontou para as próprias pintas. - O QUE É QUE FOI? EU PAREÇO UM ET, NÃO É?

Miro caiu na risada atrás, enquanto Shaka arregalava os olhos. Nunca havia pensado uma coisa dessas... apesar de que, agora que ele falou...

- Mu, olha aqui, eu nunca--

- SAAAAAAAAAI DAQUIIIIIIII! - Mu apontou para fora do escritório. - DESAPARECE DA MINHA VIDA, SEU... SEU... INFIEEEEEEEEEEEEL!

- Mas o que foi que eu--

Mu agarrou uma lâmpada de escrivaninha sobre a mesa do computador e começou a dar com ela na cabeça de Shaka.

- SOME DA MINHA CASA! SOMEEEEEEEEEEEEEE! - Disse enquanto chorava.

Shaka corria como louco, tentando escapar como podia dos golpes desferidos por um Mu descontrolado. Desabalou a correr escada abaixo, ouvindo os berros do amor de sua vida.

- VOCÊ NUNCA ME AMOU! - Dando golpes a esmo para tentar acertá-lo.

Shaka até tentaria se explicar, mas salvar sua cabeça de repente lhe parecia uma idéia muito mais interessante. Até porque, do jeito que Mu estava fora de si, ele poderia gritar o diabo que fosse que o ariano não ouviria.

Saiu correndo da Casa de Áries.

- E A PRÓXIMA VEZ QUE QUISER PASSAR POR AQUI, VOCÊ VAI VER O QUE É DOR, SHAKA DE VIRGEEEEEEEEEEEEEEEEEEM!1

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- BUÁÁÁÁÁÁÁÁÁÁÁÁÁÁÁÁÁÁÁÁÁÁÁÁÁÁÁÁÁÁÁÁÁÁÁÁÁÁÁÁÁÁÁÁÁÁÁÁÁÁÁÁÁÁÁAÁÁÁÁÁÁÁÁÁÁÁÁÁA!

Miro já estava de saco cheio. Tentava usar o MSN, no entanto não estava conseguindo conversar com as pessoas, já que ele tentava escrever uma frase e logo Mu grudava em seu braço para chorar.

- Mu, quer fazer o favor de se acalmar?

- MAAAAAAAAAAAAAAAAAAAS... MAS ELE... SNIF SNIF... ELE NÃO ME AMAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAA! - Grudou de novo no braço de Miro, quase derrubando-o da cadeira.

- AFF, CHEGA, MU! - Miro saiu da internet. - EU QUERIA TE CONTAR PRA VOCÊ SABER QUE TAVA FAZENDO PAPEL DE CORNO MANSO E NÃO PRA VOCÊ FICAR PENDURADO EM MIM COMO SE FOSSE UM COLAR! - Desligou o computador. - EU VOU EMBORA DAQUI!

- NÃÃÃÃÃÃÃÃÃOOOOO, FICA, FICAAAAAAAAAAAAA!

- Mu, solta a minha perna! - Miro tentava andar, arrastando um Mu chorão grudado em seu sapato.

- POR FAVOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOR!

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Miro atravessou a Casa de Touro quase bufando de raiva. Mu o arranhara todo na tentativa de segura-lo ali. Queria chorar todas as mágoas, mas Miro não se sentia a pessoa certa para ouvi-las. Até por que Um era escandaloso até demais e Miro não tinha muito saco pra isso. Decidiu que o cara que melhor poderia ajudar seria o próprio Afrodite. O peixinho podia aproveitar e explicar o que aconteceu entre ele e Shaka. Se bem que, do jeito que Um estava surtado, Afrodite acabaria morto assim que colocasse o pé para dentro da casa de Áries. Bom, Miro até poderia deixar Mu tentar se recuperar sozinho, mas e o medo que aquele melodrama todo terminasse em suicídio? Aí sim Shaka arrancava sua cabeça!

O jeito seria chamar Afrodite mesmo. Segundo a forma "Miro" de se pensar, Se Mu assassinasse Afrodite, mesmo que alegasse crime passional, ele seria o único culpado. Afinal, mesmo se por algum acaso muito grande, por um azar muito azar, a notícia vista na internet fosse mentira(A capacidade que Miro tem de acreditar nos próprios boatos é absurda!), ninguém iria dar atenção a quem contou Diferente de o cara se matar. Aí sim a culpa recairia toda sobre o escorpiano linguarudo.

É, mais vale um Afrodite morto e um Miro livre do que um Mu morto e um Miro ferrado.

- Ah, você por aqui, Miro? – Deba apareceu feliz, carregando uma caixa de isopor que aparentava ser pesada nas mãos e uma mochila nas costas.

- Ah, oi, Deba! – Cumprimentou. – Desculpa não ter avisado que ia entrar, tava distraído.

- Tudo bem, eu não estava por aqui mesmo! – Sorriu.

Miro lançou um sorriso curioso para a caixa, aproximando-se do amigo.

- Vai, Deba, diz ae, o que tem dentro dessa caixa? – Perguntou, levantando um pouquinho da tampa.

- Nada de mais. – Deba terminou de abrir a tampa, mostrando o conteúdo para o escorpiano.

Miro espiou.

- O que são essas coisas? - Apontou, fazendo uma cara de meio-nojo.

- Pirarucu! E a coisa branca no potinho é tapioca!

Miro piscou.

- Em grego, por favor.

- Hahahaha! – Deba deu um tapinhas nas costas de Miro, que quase voou na parede com isso. – Pirarucu foi um peixe que eu pesquei quando fui visitar a minha família lá no Brasil! Tapioca é pra fazer um pudim delicioso que se come muito lá na minha terra! – Olhava para o conteúdo da caixa. Suspirou nostálgico, lembrando-se de seu pedacinho de chão. – É que eu pretendo dar um jantar à brasileira para vocês, meus amigos, então fui pegar as coisas que estavam no freezer da Saori para descongelar e preparar os pratos!

- Só vai ter isso?

- Não não, vão ter outras comidas, como tutu à mineira, feijão tropeiro, acarajé, vatapá, manjar, pamonha, doce de leite com queijo minas, curau, pudim de leite moça, a—

- Tá, não precisa me passar o cardápio. – Disse divertido. – Mas e a feijoada? A famosa feijoada brasileira?

- Ah, decidi não fazer...

Miro arregalou os olhos.

- Como assim? Você vive torrando a paciência com essa coisa de "a feijoada lá da minha terra", "a feijoada da minha mamãe" e o resto do blábláblá... AGORA VOCÊ VEM ME DIZER QUE NÃO VAI TER FEIJOADA?

Aldebaran riu mais uma vez.

- É que eu não vou poder fazer feijoada, afinal nosso amiguinho Shaka não come carne de vaca!

O baixinho não entendeu.

- Ué! Mas você não disse que na feijoada ia carne de porco?

- Miro... – Deba sussurrou, como se confidenciando um segredo. – Eu posso explicar o diabo que for para o Shaka, mas se for escuro, cheiroso e estiver boiando num caldo preto, o cozido do Shaka não vai nem chegar perto! Você conhece, fresco do jeito que é...

O grego bufou. Mais uma coisa que aquele indiano metido e nojento estragara!

Parado ali, diante de um sorridente Deba, a mente distorcida de Miro teve uma brilhante idéia. Para que ir até a última casa para chamar Afrodite e arriscar matar a bicha louca do santuário, se era muito mais fácil pedir para Deba tomar conta do arianinho desiludido? Assim também diminuía os riscos de Mu pular da janela enquanto procurava ajuda!

- Deba, tenho uma coisa pra te pedir! – Miro com um sorriso de vendedor. – O Mu ta com uns probleminhas amorosos lá... e sabe como é, né, o coitado ta precisando de ajuda e eu não sou exatamente a pessoa certa para cuidar disso!

Deba ergueu as sobrancelhas, desconfiado.

- Por que é que algo me diz que foi você que começou isso tudo?

- Eu? Euzinho? – Fez a melhor cara de santo que conseguiu. – Eu só dei uma ajudinha a ele, pra ele descobrir a verdade!

Mais desconfiado.

- Que verdade, Miro?

- De que o Shaka tava traindo ele...

Deba arregalou os olhos. O babado era bom demais para ser considerado mentira.

- Sério?

- Aham!

- Inacreditável!

- Tenho fontes confiabilíssimas!

- Isso sim é inacreditável!

- É sério!

- Num força a barra, Miro. – Disse simplesmente. – Mas ok, eu vou cuidar dele... ele está muito mal?

- Oh, muito! – Deu um tapinha no ombro de Deba. – Olha, leve alguma bebida bem forte pra diminuir a energia dele e coisas que possam ser destruídas, como almofadas, roupas velhas e lençóis rasgados. – E disparou a correr para sair logo dali.

- MAS SÓ ISSO?

- É! – gritou, descendo as escadas o mais rápido possível.

Miro sorriu cheio de triunfo. Livrara-se do problema e ainda conseguira fazê-lo sem sacrificar ninguém! Afinal, Aldebaran, sossegado que só ele, não esfaquearia Mu por armar escândalo, e Mu não investiria contra aquele cara de dois metros e dez de altura, com uns cento e cinqüenta quilos de puro músculo! E se Mu tentasse pular da janela, Deba o seguraria sem problemas.

Ahh, logo as coisas se resolveriam.

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Deba olhou para os lados. O que fazer em relação ao amigoMu? Bebida forte, bebida forte... bom, tinha o seu estoque de cachaça. Era a única bebida que tinha. Ahhh, mas erta o seu lindo estoquezinho de cachaça legitimamente brasileira! Gastar dando para um louco histérico que não saberia apreciar o delicioso gosto da aguardente de cana... isso era loucura!

Por outro lado, Mu era seu amigo. E se para ele se acalmar tivesse que beber boas doses de sua preciosa pinga, Deba faria o sacrifício.

Suspirou.

- Faça isso logo antes que você se arrependa, Deba.

Foi a cozinha e pegou dez garrafas de um litro da aguardente. Colocou a mochila sobre a mesa e tirou as coisas que haviam lá dentro: suas panelas de pedra, colheres de pau, temperos. Tratou de pôr logo a bebida lá dentro, junto com dois copinhos de vidro próprios para ingerir a bebida.

Mochila nas costas. Outro suspiro.

- Vamos nessa, Deba. – Encorajou-se.

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- MUUUUU!

Deba gritou, entrando hesitante no salão da casa de áries. Podia se ouvir um choro fino vindo de algum lugar acima. Aldebaran gritou mais uma vez.

Passos. Ouviu passos em sua direção.

Mu surgiu no lado oposto do salão. Seus olhos estavam vermelhos e inchados de tanto chorar, sua boca estava contraída como se ele estivesse lutando para não voltar a gritar.

- Oi, Mu! – Deba cumprimentou alegremente. – Vim te fazer companhia tentar te alegrar um pouquinho!

- De... D-D-De... – A voz falhava toda vez que ele soluçava. Fungou – DEBAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAA! – O tibetano abriu os braços e se jogou na direção do brasileiro, as lágrimas escorrendo pelo rosto.

- Não, não! – Deba agitou os braços na frente do corpo. – Mu, fique calmo! Não corra! Fique calmo, Mu! N—

Mu agarrou a cintura de Deba e enterrou a cabeça na barriga do grandão.

- Ahhhh, Deba... minha vida... aca... bou... – Dizia entre soluços.

Deba amigavelmente acariciou os cabelos do amigo.

- Por que sua vida acabou? – Perguntou docilmente.

- O Shaka... o Shaka estava me traindo...

- Sério? – Deba delicadamente afastou Mu. Sentou-se de pernas cruzadas no chão e pôs a mochila no chão a sua frente. Tirou uma das garrafas e os copos. Encheu-os até a borda. – Sente-se aqui e me conte enquanto bebe isso aqui.

Mu sentou-se a frente do amigo igualmente de pernas cruzadas.

- O que é isso?

- Uma coisinha para acalmar os seus nervos...

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Máscara parou de beijar apenas por um instante e sussurrou dentro da boca de Afrodite.

- Você não quer subir para o quarto?

Afrodite não parou.

- Eu não quero interromper isso por nada... – Murmurou, passando a beijar o pescoço, de MM.

- Ahhh, mas já está acontecendo... – a voz soou como um gemido.

- Oh! – Afrodite afastou o rosto. – Já?

Máscara apenas meneou a cabeça positivamente.

Afrodite deu uma risadinha e tocou levemente entre as pernas do italiano, fazendo-o resmungar baixinho.

- Eu posso dar um jeito nisso... – Sorriu e piscou, abrindo o zíper da calça de uma vez só.

- Mas aqui no meio, Dite? – Máscara arregalou os olhos. – E se passar alguém?

Dite pôs a ereção dele pra fora.

- Bobinho! – Aproximando a boca gradualmente. – Não vai passar ninguém sem avisar! Afinal é a sua casa!

Afrodite tocou os lábios na glande, arrancando uma reclamação do canceriano. Dite nem deu bola, começou a fazer pequenos movimentos com a—

- Por favor, vão para um quarto, sim? – Voz mal-humorada.

Peixes na mesma hora retirou a boca dali. Câncer apenas olhou para quem acabara de entrar. Se não estivesse com uma expressão de surpresa no rosto vermelho e com as vergonhas de fora, de certo teria voado no pescoço daquele infeliz.

- Shaka.– Afrodite recobrava a postura, passando as costas da mão na boca para se livrar de qualquer resquício que por ventura pudesse ter ficado em seus lábios. – Não deveria entrar sem avisar.

- É ISSO MESMO, SEU DESGRAÇADO! – Máscara parecia um tomate, tentando guardar o pênis na cueca novamente e se confundindo todo de tanto embaraço.

- Não torrem vocês! – Shaka atravessava o salão batendo os pés. – Com um quarto bem acima de suas cabeças, posso saber por que ficar se comendo no meio da passagem pública?

- ESCUTA AQUI, SEU PROJETO DE BUNDA—

- Máscara, é "Buda".- Corrigiu Afrodite.

- QUE SEJA O RAIO QUE O PARTA! A CASA É MINHA, ATÉ UM MOSQUITO PRA PASSAR POR AQUI TEM QUE PEDIR PERMISSÃO E NÃO É SÓ PORQUE VOCÊ É UMA AMEBA COM PROBLEMAS SEXUAIS QUE PODE IR PASSANDO COMO SE AQUI FOSSE O SEU BORDEL!

Máscara finalmente conseguiu guardar tudo e fechar o zíper.

- MÁSCARA DA MORTE, HOJE, PRO BEM DESSE AMIGUINHO QUE ESTAVA TOMANDO UM ARZINHO ATÉ AGORA POUCO, CALA ESSA BOCA! – Shaka virou-se quase cuspindo fogo pela boca, pronto para cortar o "amiguinho" de MM com os dentes.

- QUERO VER, SEU—

Dite tampou a boca de Máscara.

- Máscara, contenha-se, não me faça passar vergonha. – Pediu educadamente, em seguida soltou o namorado e foi se aproximando de Shaka. – O que aconteceu, Shaka?

- Nada, Afrodite. – Seco.

- Claro, e você estaria assim a toa?

- Afrodite, não é assunto seu.

Colocou as mãos na cintura e torceu a boca.

- Olha, eu só quero ajudar!

- Não preciso da sua ajuda, seu gay! – Grosso.

O queixo de Afrodite caiu. Máscara estava prontinho para serrar Shaka ao meio.

- Bibaaa, yuhuuu, A-COR-DA! – Esganiçando a voz. - Se eu sou gay, você também é, bem como o Máscara—

- Como é?

- Calado, Fofucho! Como eu ia dizendo, bem como o Máscara, o Mu, o Miro o Kamus! Querida, todo mundo aqui é gay assumido, o santuário é a sede do movimento GLBT Mundial! Tem mais gay aqui que na Holanda inteira, entendeu? Então pára de tentar me ofender com algo que vai acabar ofendendo a si mesmo, entendeu?

Shaka abriu a boca para contra-argumentar, mas quando sua voz morreu na garganta pecebeu que não tinha nada a falar.

- Agora para de bancar o difícil e me conta o que aconteceu! – Dite voltou ao seu costumeiro tom amigo.

Shaska suspirou, vencido. Contou a eles tudo o que acabara de acontecer na casa de Áries, de como Miro havia chegado fazendo escândalo, mostrado alguma coisa no computador a respeito de traição para Mu que depois saiu correndo atrás dele com um abajur em punho, tentando matá-lo.

- Uau... – Tanto Afrodite quanto Máscara estavam de olhos arregalados. – O Mu não parece capaz disso...

- Eu penso o mesmo, então o que ele descobriu a meu respeito deve ser grave.

- Você não sabe o que é? – MM.

- Não deu pra descobrir, tava ocupado tentando salvar a minha vida. – Disse com ironia.

- Ora, seeeu—

- Sem brigas senão não iremos resolver droga nenhuma. – Afrodite era o único calmo ali.

- Se ele não quiser me ver mais, aí sim nada será resolvido.

- Também. Então precisamos voltar lá e tentar conversar com o nosso carneirinho e ver o que aconteceu.

Shaka olhou para Afrodite como se aquela fosse a pior idéia do mundo.

- Afrodite, ele quer me matar, esqueceu?

- Por isso mesmo precisamos descobrir o motivo, meu querido! E acho melhor fazermos isso agora!

- É issae, quanto antes ajeitarmos a tua vida amorosa melhor! – Disse Máscara, seguindo para saída que dava para a casa de Gêmeos.

- Você só está querendo se apressar para termos mais tempo de terminar o que começamos! – Dite começou a segui-lo.

- É claro, por essa miniatura de Shiva eu não faria merda nenhuma! – Riu divertido. Adorava provocar.

- Miniatura de Shiva, seu caranguejo aleijado? – Shaka franziu o cenho.

- Caranguejo aleijado é a mãe!

- Só se for a tua!

- Querem, POOOOOOOOOOOOOR FAVOOOOOOOR, parar de brigar?

- Mas foi o MM quem começou!

- Mentira que foi o—

- CALEM A BOCA, DROGA! – Berrou, estressado.

Os dois se encolheram.

- Sim senhor! – murmuraram ao mesmo tempo.

- Ótimo.

Silêncio.

- A propósito, Kanon e Saga não tentaram te obrigar a contar o que aconteceu? – Perguntou Afrodite, quebrando o silêncio.

- Eles estavam no banho.

- Como sabe?

- Ouvi gemidos e barulho de água quando estava passando...

- Merda, já falei pra eles fecharem a porta uma pá de vez! – Reclamou Máscara.

- Bom, tomara que ainda estejam curtindo a banheira. Por que se aqueles dois entrarem na dança, ahhh, vai ser um problemão! – Comentou Afrodite.

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- Ahhh, que delícia de banho, né, Kanon? – Saga saia do quarto vestindo apenas um sari curto de cor branca.

- Um dos melhores que eu já tomei! – Brincou Kanon, de sari azul, dando uma mordiscada na orelha de Saga.

- O seu desempenho hoje foi excepcional, irmão, quase tão bom quanto o meu! – Saga virou-se e agarrou o pescoço de Kanon.

- Maninho, você não tem idéia do quanto tem para aprender... – Beijou-o na boca.

Os saris eram propositalmente curtos, pois eles sabiam que a brincadeira não pararia por ali. Saga colocou a mão na coxa de Kanon, subindo por ela e levantando o sari. Estavam no alto da escada.

- Aqui na escada mesmo, mano? – Sussurrou Saga ao pé do ouvido dele.

- Seria interessante... – Sussurrou em resposta.

- Eu sei o que seria mais interessanteeeeeee! – Cantou Miro, terminando de subir as escadas.

Os dois irmãos viraram o rosto lentamente.

- MIRO! – Disseram em uníssono,visivelmente bravos com o amigo inconveniente.

- Hohohoho, desculpa, mas é que a fofoca era boa demais para deixar vocês de fora! – Miro enrolava um mechinha de cabelo no dedo com ar de quem sabe das coisas.

Na mesma hora a expressão irritada na face dos irmãos se desmanchou, dando lugar à empolgação.

- FOFOCA? – Kanon.

- COMECE A CONTAR! – Saga.

Miro contou tudo, desde o ataque de ciúmes por causa de Kamus, passando pela visita a lan house, a descoberta no orkut, contar para Mu, ter que aturar os escândalos do amigo, fugir, pedir para que Deba cuidasse do Mu.

- Bom, daí eu estava voltando pra minha casa agora, mas quando me aproximei daqui pensei "Não, eu não posso deixar de contar esse babado para o Saga e Kanon!". Daí entrei.

Os três sorriam sacanamente.

- Fez muuuuuuuuuito bem, Miro! – Disse Kanon, empolgado.

- Siiiiim! – Saga, usando o mesmo tom do irmão. – Mas espera... – mudou repentinamente, ficando pensativo. – Será que isso é verdade?

Miro e Kanon começaram a rir.

- Deve ser! – Miro.

- Vamos tentar descobrir? – Kanon.

- Como? – Saga.

- Hm... – Miro pensou. - E se a gente brincasse de detetive?

- Detetive? – Os gêmeos.

- É! A gente volta lá na casa do Mu, interroga a vítima e depois prende o Shaka! – Miro com uma empolgação infantil.

- Mas e se ele não for culpado? – Saga.

- Ah, pode até não ser cem por cento culpado, mas alguma culpa no cartório certamente ele tem! – Kanon compartilhando da mesma alegria de Miro. – E vamos descobrir qual é!

- ISSAAAA!

Miro e Kanon dispararam em direção à casa de Áries. Saga deu uma boa gargalhada antes de seguir com eles.

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- Nossa, que silêncio... – Afrodite.

- Vai ver eles saíram para treinar... – Shaka.

- Aqueles dois vagabundos? Duvido! – Máscara.

- Bom, o importante é que eles não estão aqui então vai ser menos confusão na casa do Mu!

- É, isso é.. – Shaka e Máscara.

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Três garrafas e meia depois...

- Sabe, Deba... – Mu tinha o rosto vermelho, falava com voz arrastada de bêbado e enchia pela enésima vez o copinho. – Você é meu único amigo nessa porra de lugar...

Deba não sabia exatamente o que era mais assustador naquela cena: Mu bêbado ou Mu falando palavrões.

- Ahn, acho que você já bebeu bastante Mu... – Deba estendeu a mão para pegar a garrafa, mas Mu deu um tapa na mão dele, afastando-a.

- Não! – Ele agarrou a garrafa e abraçou-a. – A cachaça é minha segunda amiga... – Ele virou a garrafa de novo para encher o copinho, mas devido ao abalo que sua noção de profundidade havia sofrido, o copo transbordou e todo o líquido transparente espalhou-se pelo chão.

Deba só ficou olhando seu precioso mel dos deuses espalhar-se pelas pedras imundas da Casa de Áries.

- Mu, já chega, você bebeu tudo praticamente sozinho, agora acabou a festa! – Deba se adiantou para agarrar a garrafa das mãos de Mu, mas seu corpo travou subitamente. – O quê? Por que eu não consigo me mexer?

Mu soltou uma gargalhada típica de bêbado e soltou a garrafa. Colocou-se de quatro no chão e aproximou seu rosto do congelado Aldebaran.

- Oh, Aldebaran... – Pensava que sua voz estava sensual, porém na verdade ela soava como a de um bêbado tarado por criancinhas. – Eu sei que você me olha diferente já faz um tempo...

Deba não entendeu.

- O que é que você quer dizer, Mu?

Mais uma gargalhada. Depois Mu segurou o rosto do amigo, beijando levemente seu lábios.

Na verdade, Deba só não queria acreditar.

- MU! QUE MERDA VOCÊ TÁ PENSANDO! – Tentou se mexer, mas seu corpo ainda estava congelado. – DROGA, VOCÊ ESTÁ ME PRENDENDO AQUI COM A SUA TELECINESE, NÉ?

Mais gargalhadas. Mu estava totalmente fora de si.

- Para você não fugir mais de mim...

Mu investiu novamente e agora Aldebaran não sabia mais o que fazer. A boca cheirando a álcool do ariano alcançou os lábios do taurino, que não deu espaço para que Mu escorregasse para dentro. Sentia a língua do amigo passar pelos seus lábios e o nojo que aquilo lhe causava. Nunca fora contra a opção sexual de seus colegas, até porque ser anti-homossexualismo naquele santuário era pedir para ser linchado, posto que o que mais tinha ali era gay. Mas respeitar e sofrer homossexualismo são coisas bem distintas. Por mais que tentasse se livrar, as amarras mentais de Mu eram fortes até quando este estava com os sentidos enfraquecidos pela aguardente. Seu corpo, embora preso, mantinha o tato, o que permitiu-o sentir o tibetano começar a arrancar sua camiseta ao mesmo tempo que deslizava a mão na direção do zíper de sua calça. Deba cerrou bem os olhos e os dentes. Nunca imaginara que um dia seria estuprado, ainda mais por Mu, que era considerado o santo do santuário. Pensou em sua amada Iracema, que o esperava no Brasil. Mesmo que não quisesse e que ela não fosse saber, aquilo era uma espécie de traição. Deba não iria se sentir bem com isso. Entretanto, agora, estava indefeso. Não poderia fazer nada a nãoser fechar os olhos e esperar pelo pior.

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- Não... acredito... – Foi Miro quem se pronunciou, os olhos saltados nas órbitas, o queixo caído. Aquela cena era demasiada bizarra.

- O Deba... e o Mu...? – Saga estava exatamente igual a Miro.

- Isso vai doer amanhã junto com a ressaca... – Kanon igual aos outros dois, apontando para as garrafas vazias no chão.

- Vai doer muito... – Saga, só imaginando a cena que logo mais presenciariam.

Uma luzinha surgiu no topo da cabeça de Miro.

- Gente...

- Nós? – Ao mesmo tempo.

- Há quanto tempo será que o Mu ta traindo o Shaka com o Deba?

A luzinha surgiu na cabeça dos gêmeos também.

- Pelo jeito que estão, acho que já estão juntos há uns seis meses! – Saga excitado.

- Seis meses? Um ano no mínimo! – Kanon, dando pulos.

- O Shura PRECISA saber disso! – Miro já estava se virando para se mandar...

- Pode ir parando por aqui, Miro. – A voz controlada de Afrodite mostrava que ele não estava para brincadeira.

- Ah... Oi, Ditoso! – Miro sorriu sem graça.

- Explica direitinho para o Shaka o que você disse pro Mu.

Kanon e Saga se entreolharam.

- Dite...

- O que é, Saga?

- Acho que o Shaka vai começar a babar daqui a pouco...

Só então todos voltaram seus olhares para Shaka, que tinha o queixo no chão e os olhos como pratos.

- Ahn... Shaka...? – Miro balançou a mão na frente dos olhos de Shaka, que sequer piscou. – Acho que ele morreu...

- MUUUUUUUUUUUUUU! – Avançou para cima dos dois.

Deba ergue os olhos, desesperado, enquanto Mu apenas abria os olhos na direção de Shaka.

- VOCÊ ME TRAIU!

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Yupiii! Fanfic pra comemorar o retorno do meu pc!

Essa é a primeira parte de uma "falta do que fazer" de fim de semana que acabou virando fanfic. Quem tava sem nada de útil e resolveu aprontar todo o enredo aqui desenvolvido foram meus amigos Choko e Kurama! Eu, como sou a única que tem iniciativa, resolvi escrever! A idéia me pareceu absurda e engraçada(principalmente absurda) e achei que vocês iriam gostar!

A Choko viu mesmo esse tópico na comunidade do Shaka, mas eu não pude checar isso por dois fatores: Preguiça e falta de tempo. Mas eu confio nela!

E... eu nunca havia sentido tanto terror antes XD! O Mu (se) estuprando (n) o Deba foi bizarro demais!XDDD

E como eu não ando com muito tempo para pesquisar, posso ter me equivocado com o nome da saga(Saga de Zeus). Me corrijam se eu errei, por favor! E me desculpem por errar tantas informações básicas por falta de ânimo para pesquisar(aiai, a vida suga toda a nossa vitalidade!XD)

Posto a segunda e última parte disso logo!

Kisu!