Fushigi Yuugi não me pertence. Todos os direitos são reservados à Yuu Watase e seus demais representantes.

Banho nas trevas

Passado algum tempo depois da morte de Nakago, e os fatos que sucederam após este. As batalhas travadas por Miaka e Tamahome pelo amor, com a ajuda de seus companheiros. Yui volta a sua vida pacata e rotineira.

Prefere nem lembrar de sua fantástica viagem pela China antiga, catastrófica, movida por sentimentos negros, enquanto miko, cometeu muitos erros. Mas criou o estranho hábito de contemplar as estrelas à noite. Em todo o imenso céu sempre haverá um corpo de luz que se lembrar de uma pessoa. Pairada em frente a sua varanda, a constelação de Escorpião.

Estrelas... Ashitare, Soi, Nakago... Nakago, um homem sem coração que a controlou como uma bonequinha fácil de ser manipulada. Por culpa deste homem cometeu inúmeros erros, a quem até amou. Tolice, ele nunca a dirigiu sequer uma palavra de sinceridade. Não deveria pensar em quem tanto mal lhe fez.

Enquanto organizava seus livros, dentro de um destes caiu papel dobrado de aspecto antigo...

Uma carta! Velha e desgastada, sua cor bastante amarelada davam lugar à bela escrita chinesa antiga. Yui, estupefata, sentou lentamente sobre sua cama com o pedaço de papel às mãos.

Quem será o remetente? E pior, como ela foi parar em seu livro?

A leitura desta revelará suas dúvidas.

"Senhorita Yui, há quanto tempo não nos vemos!".

Depois da batalha travada contra os seishis de Suzaku, no qual fui aparentemente derrotado, muitos fatos ocorreram.

O golpe que sofri de Tamahome não atingiu apenas meu coração, como o profundo de minha alma. Sim, eu tenho alma.

Caminhei por vários lugares e revivi muitos fatos passados, voltei a época em que ainda conhecia a paz, quando vivia como criança na minha tribo junto com a minha mãe. Paz esta que só pude reencontrar ao lado de Soi, no entanto não fui capaz de reconhecer.

Pude ver quando deixei de ser humano. Não era minha vontade, mas acabei matando minha própria mãe ao descobrir meus dons de seishi. Ocultos até a chegada inesperada e impiedosa dos soldados de Kuto. Minha situação se agravou quando fui levado à presença do imperador. Nos braços dele eu me transformei no monstro sedento por sangue e vingança que conheceste.

Vi minha miserável vida passar diante de meus olhos em uma pequena proporção de tempo. Onde ao final reencontrei Soi e minha mãe, tão belas quanto foram em vida.

Não pude me unir a elas, pois acordei inacreditavelmente, sobre o que restou do palácio do império.

Vendo ali, o corpo frio deste homem que odiei com todas as minhas forças, poderia me tornar o novo imperador. Já não fazia sentido as minhas conquistas sangrentas que me acompanhavam com o grito dos desesperados à cada noite perturbadora que passava.

Eu já estava morto. Minha vida acabou ao ver Soi adormecer por toda a eternidade imóvel em meus braços.

Desde então fui perseguido por soldados que restavam, amantes do antigo imperador.

Não foram os piores dias de minha vida, caminhava sem rumo, como um fugitivo, e de fato era.

Reconheço que errei muito, gostaria de humilhar-me pedindo perdão à quem fiz mal, estupidez, ninguém me perdoaria.

Agora, frente a uma pequena tropa de soldados, à beira de um precipício, envio-lhe esta carta por forma de meu pensamento. Só ele atravessa as barreiras do tempo com o pedido de perdão.

Jogar-me-ei a este abismo, não sei o que me espera, só me resta a piedade dos deuses. Encontrarei o mistério da vida, a morte.

Sou feito de carne, mas minha alma é imortal."

Fim

Tenko-no-miko