"I'll love you,
I'll definitely love you
"
(Soleil – Gackt)

Kagome entrou no quarto que ainda se encontrava na penumbra, apesar de já serem seis e meia da manhã. A janela se encontrava fechada. Aproximou-se do leito e viu os olhos de InuYasha fechados. Provavelmente ele dormiria mais uma ou duas horas, talvez mais, devido ao remédio que tomara. Era tão estranho vê-lo dormindo calmamente, já que quando acordado era bravinho e elétrico. Pelo menos ele era assim, do que se lembrava. E vê-lo daquele modo... Era como se ele estivesse morto em um caixão. Afastou esses pensamentos.

Suspirou pegando uma aspirina no bolso do avental, tomando-a logo depois. Virou-se e sentou-se na poltrona que ficava ao lado da cama. Cruzou braços e pernas. Observou-o, ainda sendo assaltada por lembranças. Estava confusa. Não sabia se estava feliz ou triste por vê-lo novamente. Era tudo tão estranho. Estava feliz por vê-lo após anos de afastamento, mas também estava triste porque sabia que nunca teria nada com ele. Até onde sabia, InuYasha ainda estava com Kikyou.

Aquilo era novo para ela, uma nova sensação. Estivera tanto tempo longe e agora ele estava ali, tão perto, ao alcance de suas mãos. Então se lembrou de que ele estava longe, muito longe dela. Anos luz de distancia. Entristeceu-se. Tão perto, mas tão longe. Chegava a ser irônico.

Levantou-se da poltrona e chegou perto do leito novamente. Permitiu-se tocá-lo, esticando o braço e tocando sua mão na dele. A sensação era sublime e sentiu como se a vida tivesse-lhe enchido o corpo novamente, como nunca sentira antes. Soltou a mão e tocou a face do jovem. Então se surpreendeu com uma lágrima que escorreu pela sua face. Ela não era como as outras que derramara, cheias de mágoa e tristeza e sim com certa felicidade. Era tudo tão confuso dentro de si.

O amor que havia adormecido e se transformado em tristeza estava acordando novamente. O amor que outrora fora uma brasa acesa e que havia se transformado em brasas de gelo estava voltando. Despertava rapidamente, mas a tristeza prevalecia. Seu coração doía tanto. Não queria ter que sentir tudo novamente, não queria. Mas ali, perto dele, tudo parecia tão certo.

-Senti sua falta... Senti tanto a sua falta... –pegou-se dizendo enquanto outras lágrimas caiam.

Não, não podia deixar que acontecesse novamente. Apesar de sentir dentro de si que aquilo era o que sempre quisera, o que sempre havia desejado. Vê-lo novamente. Apenas tê-lo perto de si, mesmo que a fizesse sofrer. Mas não queria sofrer. Pensar era fácil, mas na prática ela já sabia o que iria acontecer. Já havia visto o filme uma vez, não queria vê-lo de novo e acabar chorando no final, que sabia ser triste.

Soltou o humano, limpou as lágrimas e saiu do quarto. O hospital estava enchendo e precisava trabalhar. Precisava esfriar a cabeça. Precisava enchê-la com outros assuntos, com outras coisas para que não conseguisse se lembrar do que havia lutado tanto para esquecer, mesmo que um pouco. Voltaria mais tarde, estava encarregada dele e teria que cuidar dele depois que despertasse.

§o§o§o§o§

Abriu lentamente os olhos e se viu em um lugar branco. Fechou-os novamente, a luz os feria e queria por as idéias no lugar. Pensou: que lugar era aquele? Onde estava? Por que sua cabeça latejava? E ainda havia aquele gosto horrível na boca, que estava seca.

Tentou organizar as idéias na cabeça. Acalmou-se e pôs-se a pensar com mais consciência. Qual era a última coisa da qual se lembrava? Oh, sim. Duas luzes grandes chegando cada vez mais perto. Medo. Desviou-se das luzes, elas eram más. Voltas e voltas. Então tudo apagou quando sentiu uma dor muito forte.

Pensou: o que aquilo significava? Duas luzes. Um caminhão vindo rapidamente na estrada. Então uma luz acendeu-se em sua mente: havia batido o carro! Havia morrido e agora estava no céu, era tudo muito branco e... Abriu os olhos rapidamente, completamente assustado.

-Resolveu acordar? –ouviu uma voz feminina falando.

"Eu morri..." –estava pensando, antes de ouvir aquela voz suave.

Ainda estava tonto e com o olhar fora de foco, mas teve a impressão de que conhecia aquela voz. Uma estranha impressão de que a conhecia muito bem. Mas fazia tempo que não ouvia aquele timbre, e sentiu saudade. Muita saudade.

Procurou o lugar de onde vinha aquela voz que lhe trazia aquela sensação. Olhou para o lado, onde sentiu uma movimentação e se assustou ao ver aquela face que nunca se apagara de sua mente.

-Kagome...? –ele disse para a moça que trocava o soro, que notou estar ligado à seu braço.

Estava diferente, mas tinha quase certeza de ser sua amiga de infância. Estava um pouco mais alta e seus cabelos, que pareciam ter crescido, estavam presos em um alto rabo de cavalo. O corpo havia se desenvolvido, e agora trazia belas curvas. Continuava delicada, ao primeiro olhar ao menos.

Notou quando ela parou de mexer no soro e voltou o olhar para si, então o jovem teve certeza de que era Kagome. Tentou movimentar-se, mas percebeu que estava imobilizado e sentiu dor. Olhou para baixo e percebeu ser seu tronco e perna esquerda os imobilizados.

-Não tente se mexer –ela disse surpresa.

-É você não é, Kagome? –ele insistiu.

-Não pensei que fosse me reconhecer tão rápido –comentou e voltou a fazer o que havia parado.

-Que lugar é esse? Eu bati o carro? O que faz aqui? Por que...-

-Ei, ei, ei! Vamos com calma! Perguntas demais em muito pouco tempo. Respire um pouco entre as palavras –ela falou terminando seu trabalho e pegando sua prancheta –Você está em um hospital.

-Hospital? Então eu bati o carro? –disse.

-Não necessariamente –parou de olhar a prancheta e o observou.

Havia evitado seu olhar, mas via que não daria certo. Além de tudo, sentia medo.

-Seu carro capotou na estrada de Nagoya. O senhor do caminhão que vinha no sentido oposto ligou para o hospital mais próximo, o de Nagoya, claro. Sorte sua ele ser um homem bom, pois se fosse outro não teria parado.

InuYasha a olhava incrédulo, preferia ter batido o carro.

-E eu não morri?

-Não foi nada grave. Apenas duas costelas quebradas e uma perna. Cortes, algumas fraturas e torções... –parou ao ver o olhar dele –O que foi?

-Isso não foi grave? –perguntou incrédulo novamente.

-Não. Antes isso que morte, não?

-Se for pensar por esse lado... –comentou considerando a afirmação.

-Quanto tempo eu vou ficar internado?

-Bom, você levará no mínimo um mês para se recuperar, mas acho que receberá alta em duas semanas. Afinal, é só a perna quebrada que vai demorar um mês para voltar ao normal, e disso você pode cuidar em casa. –respondeu olhando na prancheta –Acho que em duas semanas você já pode voltar para Tokyo, de ônibus claro.

-Por que de ônibus?

-Não me diga que pretende dirigir com a perna engessada? –perguntou irônica, o que o fez corar. Tinha esquecido da perna. –O seguro recolheu seu carro, se não me engano.

-Se bem que vai demorar mais ou menos um mês para arrumar o carro também. –ele disse pensativo.

-Mais perguntas? –ela perguntou cruzando os braços.

-Lógico! O que você faz aqui?

-Eu trabalho aqui. –respondeu como se fosse a coisa mais óbvia do mundo.

Seu coração dava pulos dentro do peito. Era agora que ele ia começar a fazer perguntas que ela não tinha certeza de conseguir responder. Sentiu sua cabeça latejar, então pegou a aspirina no avental e tomou.

-Por que você está aqui?

-Já disse que trabalho aqui. Sou médica. Consegui o que queria. E você? Conseguiu se tornar advogado? –perguntou tentando levar a conversa para outro rumo.

-Não, não combinava comigo. Sou engenheiro. –respondeu percebendo o quanto era desconfortável não poder se mexer direito.

-Que bom! E...-

-Por que você sumiu?

-Eu não sumi. Estou aqui, não estou?

-Kagome, eu não a vejo a nove anos! O que aconteceu?

Viu a garota suspirar. Ela sabia que aquela pergunta viria, mas não soubera se preparar.

-Você não entenderia.

-Não importa, eu quero saber! –disse –Eu te procurei por muito tempo sabia? Mas a sua mãe sempre dizia que não tinha seu endereço, nem telefone, nem nada! Não sabia nem a cidade que você tinha ido! –disse bravo e acabou fazendo um movimento brusco que o fez contorcer a face em dor.

Ela suspirou novamente.

-Um momento. –disse e saiu do quarto.

Após cinco minutos ela voltou com uma grande seringa que continha um líquido amarelo transparente.

-O que é isso? –ele perguntou.

-Remédio para dor. –respondeu chegando perto do leito.

Tirou a tampa da seringa e enfiou a agulha em uma ponta do pequeno cano de plástico que estava ligado ao braço de InuYasha. Evitava o olhar repreensivo que ele dava.

-Você não me respondeu. –insistiu.

Ela não o olhou. Terminou seu trabalho e ficou um tempo quieta.

-Tem certas coisas que acontecem e que não podemos evitar. –disse por fim, desmanchando a cara de mau-humor do enfermo –Certas coisas que nos fazem ficar tristes e que nos faz ter vontade de nos matar ou sumir.

Levantou o olhar do chão e o olhou no fundo dos olhos. Ele gelou com o olhar penetrante.

-Aconteceu comigo. Tentei esquecer e não consegui. Tive raiva de mim mesma por ter deixado tal coisa acontecer. E fui ficando cada vez mais triste e mais triste. Estava morrendo por dentro, literalmente, bem aos pouquinhos. –deu um riso nervoso –Eu não ia me matar, não. Tinha 16 anos, não ia acabar com a minha vida tão cedo. Tinha coisas que queria fazer, como me formar em medicina, por exemplo.

Parou de falar por um tempo, escolhendo as palavras.

-E também, não sou corajosa o suficiente para cortar os pulsos ou saltar de um prédio, muito menos gostaria de chamar atenção.

InuYasha a olhava sem entender o que ela dizia. Mas conseguia sentir a mágoa e a tristeza estampadas nas palavras ditas por ela.

-Então preferi fugir. A verdade é que sou uma covarde com medo de encarar a verdade que sempre esteve diante de meus olhos. Mas também não ia conseguir suportar sozinha. Não ia suportar ver, e fugi. Agora estou aqui, em Nagoya. Mas, se não se importa, eu não quero falar no assunto. –disse olhando pela janela.

-Você podia ter me dito, talvez eu pudesse ajudar você. –ele disse sério.

Não havia entendido nada, mas queria ter podido ajudar. Kagome sempre fora sua melhor amiga, e ficou sentido ao saber que ela não pediu ajuda dele para superar um problema.

-Não, você não poderia me ajudar. Ninguém pode me ajudar. –ela disse sorrindo melancolicamente, frisando a palavra no presente –Afinal, o coração é meu. –suspirou –Você dormiu mais do que o previsto –comentou mudando totalmente o assunto –Já são 11:30. Deve ter sido por causa do álcool.

-Ah, é. Eu me lembro de ter bebido muito. –ele disse notando a mudança.

-Tente não dirigir bêbado, talvez não se salve da próxima vez. Tenho que ir, marquei de encontrar alguém –virou-se para sair quando lembrou de algo -Oh, sim, ia me esquecendo. Ninguém sabe que você está aqui. Quer que eu ligue para seu irmão avisando? –perguntou inocentemente.

-MEIO-irmão. –corrigiu.

-Continuam brigando, pelo jeito. Você está bem crescidinho para continuar de birra com Sesshoumaru, não acha?

-Não! Eu não o suporto, e não quero que avise ninguém de que estou aqui! NINGUÉM! –ele disse muito bravo –Não vão notar minha falta... –completou mais baixo.

-Ok. Vou pedir para que tragam o seu almoço daqui a duas horas. Como você acabou de acordar, não é bom que coma agora. Ah, e hoje você só vai beber. Será uma sopinha bem ralinha. –disse.

-Por quê?

-Seu estômago está fraco por causa do álcool. Se você colocar algo sólido nele, com certeza irá vomitar. E não pode ser nada muito forte também.

-Mas...-

-Não fui eu que bebi, arque com as conseqüências de seus atos. –disse dando um fim no assunto –Agora, com licença. –disse virando-se novamente para sair.

-O que aconteceu? –ele perguntou, não contendo a curiosidade.

Ela parou na porta.

-Prefiro não contar. –ia sair, mas novamente deteu-se, virando apenas a cabeça para olhá-lo –A propósito, obrigada. –disse dando um sorriso. Um verdadeiro, apesar de não ser feliz.

-Pelo que? –rebateu sem entender.

-Por ter me procurado. –disse e saiu.

'Eu te procurei por muito tempo sabia?' lembrou ter dito.

E ficou olhando ela sair. Estava tão diferente. E estranha.

§o§o§o§o§

-Kaede, você ligou para a Sango? –Kagome perguntou para a senhora da recepção.

-Liguei. Ela disse que a encontrará no mesmo restaurante de sempre, meio dia e meio. –respondeu com um sorriso –Você está bem? –perguntou –Parece cansada. E está pálida.

-É, estou cansada mesmo. Deve ter sido por que não dormi. –suspirou –E estou com dor nas costas também. Mas passa. Nada que uma noite de sono não cure! –disse sorrindo –Obrigada, Kaede-san! Tchau! –disse saindo de perto, indo em direção à porta.

Precisava conversar com Sango. Fora sua família, ela era a única com quem tinha contato. E era sua melhor amiga, sabia que ela a ouviria. Apesar dela ter contato com InuYasha, era sua melhor amiga. E também, alguém precisava saber que ele estava lá. Claro que tinha a objeção dele, mas alguém precisava ser avisado, isso era dever do médico.

E aquela dor nas costas a estava deixando louca. Provavelmente a estava sentindo por não ter dormido a noite inteira, como dissera à Kaede. E a aspirina que havia tomado também estava começando a fazer efeito, logo a dor passaria.

"How far back should I have to go? Tell me.
Everything is so deep painful.
So long ago, I threw away my brightness.
Covered me with fear and darkness.
And like the light from the morning sun, I can never return
"
(Half-pain – Bana)


Olá!
Estou muito feliz! No primeiro cap jah deixei as pessoas emocionadas e com vontade de chorar XD Quero ver mais pra frente (q vai fikar mto mais triste)
Essa musika do fim eh em japonês no original e eh do anime Witch Hunter Robin (q alias eh mto bom, Ken puder dar uma conferida, vai fundo)

Detalhe: tdas as musikas não estao na ordem exata. Peguei frases das musikas e fiz um trecho XD Como vou viajar semana q vem, vou postar atualizar na terça.

Hey: QUEM VAI NA ANIME FRIENDS? Hein? Eu vou com a Tiemi-chan! Ken for, me avisa! Estarei d vestido chinês, e axo q vou colokar meu kimono por cima (como uma camisa) mistura legal, heheheheeh XD

Agradeço:

Otaku-IY –Yey, que bom! (gostei do 'favoritei') Obrigada e kisus!

Sango-web – Claro, claro! Mto obrigada por comentar! Kisus!

Star Angel Matsuyama – Eu amo medicina XD Vou fazer isso na faculdade! Eh, eu disse q ia ser como a sua XD Tirando q a minha se passa no Japão, claro. E o nosso jeito de escrever XD mto obrigada por ter comentado, chérie! Kisus em vc!

Lori-Nakamura – Ah, axo q eh mais bonito uma fic triste. Eh mto mais expressiva (apesar d adorar uma comehdia XDDD) Por isso escrevo. Não vou dizer c acertou ou não, mas espero q continue lendo XD Mto obrigada! Kisus!

Kagome-chan – Eh soh impressão sua XD Eu sei qual eh o seriado, mas eu nunka assisti XD (vi o finalzinho d um no começo da semana, mas soh XD) Nossa, eu tenho mtas fics akee XD A maioria são songfics (antigas) Tem 'O espirito', q eh uma boa fic (eu axo) e não eh taooo triste XD dah uma procuradinha (pq são mtas msm) Obrigada, kisus!

Katie – Ah, vou terminar sim! Mto obrigada, kisus!

mc-chan – Ah, não terminou não! Faltam dois caps pro fim, mas ainda estou postando! (atualizei hj) Ki bom q fiz vc chorar XD (ou quase, ne?) EEEEEE! Espere os próximos, hahahahahaha! Obrigada, kisus!

Tiemi-chan – Aishiteru! Kisus!


Well, eh isso! Kisus em tds!
§Lari-chan§