"I'll love you.
I'll definitely love you"
(Soleil – Gackt)
Dirigia calmamente pela estrada, levava o carro a 90 quilômetros por hora pela estrada que saia de Nagoya para Tokyo. Ela e Sango encontravam-se em um restaurante que ficava quase exatamente na metade do caminho tanto para uma, quanto para outra, já que Sango não havia saído de Tokyo como ela. Ela tinha uma vida verdadeira, e ao lado de alguém que amava.
Sua amiga havia se casado no mesmo ano em que havia entrado no hospital. Com ninguém menos que Miroku. Kagome sempre soubera que um dia aquilo aconteceria, pois sempre soubera que os dois se amavam. Sango não precisava nem dizer, pois estava na cara. O mesmo se podia dizer dele. Vivia mexendo com outras garotas, mas dava para notar que era apenas por força do hábito. E ele não escondia, claro. Sempre falava que só tinha olhos para Sango, e era verdade, apesar do tom brincalhão que sempre ficava estampado nas palavras dele.
Sorriu ao se lembrar das brigas. Era engraçado o modo como os dois agiam. Miroku sempre "passava a mão" em Sango, e ela sempre lhe dava um tapa. Eram bons tempos. Sentia saudades de Miroku. Nunca mais o vira. Não fora ao casamento de Sango, por medo. O mesmo medo que agora sentia. Lamentava-se tanto por não ter visto o dia mais feliz de sua melhor amiga, mas ela entendera. Afinal, Kagome havia "sumido" do mapa, e todos diziam não saber de seu paradeiro, até mesmo Sango. Seria estranho se ela aparecesse no casamento da amiga, mas vivia pedindo desculpas por tal decisão.
Sentiu falta daquela época. Fechou os olhos por um segundo, suspirando. Sentia falta de quando era feliz, de quando sorria verdadeiramente, de quando estava perto de sua família, de quando era ela mesma, enfim, de tudo. De tudo que havia sido tirado dela. De tudo que havia deixado para trás.
Era bom lembrar-se das coisas boas que haviam lhe acontecido, mas era tão doloroso ao mesmo tempo. Era doloroso saber que aquilo nunca mais voltaria para suas mãos. Nunca mais teria aquela vida.
Estacionou o carro em frente ao restaurante. Era o típico beira de estrada, mas mais arrumado que muitos. Olhou no relógio e notou estar adiantada para o encontro. Saltou do carro e entrou no recinto. Estava vazio, apenas uma ou outra mesa ocupada, mas no geral, vazio.
Escolheu uma mesa ao fundo, ao lado de uma grande janela, onde dava para ver o tempo lá fora. Não era o que todos chamavam de "belo dia", mas ela achava que era. Estava um pouco nublado, logo choveria, pensou. Era assim que seu coração estava. Nublado.
De repente sentiu que aquilo não era um sonho. De repente notou que tudo estava realmente acontecendo, e o medo a invadiu como não havia feito antes ainda. De repente ela sentiu o peso no seu coração ficar maior, seu estômago despencar e a realidade lhe dar um tapa na cara, a avisando que havia chegado. E ela começou a chorar. O desespero tomou-lhe as rédeas da sanidade e ela despencou.
Colocou as mãos no rosto, tampando-o, enquanto grossas lágrimas escorriam por sua face e iam de encontro à toalha da mesa. Tudo havia ficado claro. InuYasha estava lá, novamente. Não era um sonho. Não era um sonho.
-Kagome! –ouviu Sango chamar.
Tirou as mãos da face e viu que a amiga vinha correndo em sua direção, o olhar muito preocupado. Viu também o garçom a observando sem saber o que fazer.
-Kagome, o que houve? –ela perguntou assim que chegou perto, abaixando-se para ficar no mesmo patamar que a amiga.
-Ele voltou, Sango! Quer dizer... ele está lá! Ele... –dizia palavras desconexas, estava desesperada.
-Por favor, traga um copo de água com açúcar pra mim? –ela pediu para o garçom, que acenou com a cabeça e saiu de perto.
A moça que havia acabado de chegar, puxou uma cadeira e a colocou de frente para Kagome, sentando-se. Puxou o braço da amiga e a abraçou. Kagome ficou com a cabeça acima do busto de Sango e agarrou o braço desta, chorando sem parar.
-Shhhhh, calma. Eu estou aqui agora. –a moça disse passando a mão na cabeça da médica.
-Ele.
-Não precisa falar agora, acalme-se primeiro. Ok? –disse.
A moça vestida de branco não respondeu, apenas chorou. O garçom trouxe o copo de água com açúcar e depois saiu de perto. Algumas das cabeças que ocupavam o recinto olharam Kagome chorando, mas logo deixaram de se interessar.
Após o que pareceu 15 minutos, Kagome começou a se acalmar. As lágrimas não caiam mais com tanto desespero, e sua respiração começava a se acalmar. Até que conseguiu falar algo.
-Me... me desculpe, Sango... Essa cena foi ridícula, sinto muito. –ela disse passando a mão no rosto.
-Não foi. Pelo jeito você precisava de um ombro para chorar. –ela disse sorrindo e voltando a colocar a cadeira no seu lugar –Tome isto, vai te fazer melhor. –disse entregando o copo de água com açúcar para a amiga.
Kagome pegou o copo e bebeu seu conteúdo. Depois suspirou.
-Está mais calma? –Sango perguntou.
-Sim. Obrigada por ter vindo, mesmo tendo te chamado de última hora. –ela disse sorrindo.
-Tudo bem!
-É um assunto muito importante. Eu tinha conseguido me segurar bem, não sei porque comecei a chorar agora. –suspirou novamente –Realmente, desculpe-me.
-O que é tão importante assim? Eu não entendo. –disse a moça de longos cabelos castanhos.
-Vou ser direta. –limpou os últimos vestígios de lágrimas que haviam ficado em seu rosto –O InuYasha sofreu um acidente de carro e levaram ele para o hospital e agora eu estou cuidando dele. –disse finalmente.
Sango ficou com a boca aberta, totalmente surpresa. Seus olhos estavam arregalados. Agora entendia o por quê do choro de Kagome.
-Como assim? Que tipo de acidente? Bateu.
-O carro dele capotou. –ela disse –Mas não se preocupe, está tudo bem. Já até conversei com ele. –ela disse vendo a preocupação de Sango.
-Que tipo de conversa? Ele te reconheceu?
-A primeira coisa que ele disse ao abrir os olhos e me ver foi 'Kagome'. –ela disse olhando no fundo dos olhos de Sango –Irônico, não?
Então sorriu.
-Eu fiquei... feliz. Pela primeira vez, eu realmente fiquei feliz. Mas depois... Bom, até aquele momento eu não tinha me tocado de que ele realmente estava ali e que nós realmente estávamos conversando. Só quando eu cheguei aqui que a realidade resolveu mostrar que tudo era verdade. –apoiou os cotovelos na mesa e tampou o rosto com as mãos.
-Ele perguntou.
-Sim. Ele perguntou por que eu sumi. Eu o enrolei, acho que não perguntará mais.
-E o que você fará agora? Vai mudar de cidade novamente? –ela perguntou séria.
-Não. Não posso abandonar o hospital. Cuidarei dele até que se recupere, depois ele volta pra Tokyo e esquece que me viu novamente. –ela disse tirando as mãos dos olhos e passando para as bochechas, apoiando a cabeça –Eu tinha que avisar alguém do estado dele, né?
-Claro que sim!
-Bom, ele pediu para não avisar ninguém. Pediu não, ordenou. –disse.
-Até parece que ele está em condições de mandar em alguém! Amanhã eu e o Miroku vamos até o hospital visitá-lo! E eu vou avisar o irmão dele! –Sango disse soberana –A propósito, Sesshoumaru vai casar com Rin daqui a dois meses! –disse sorrindo.
-Que bom! E você, como está? –ela perguntou sorrindo.
-Oh, é mesmo. –Sango sorriu –Eu estou grávida!
-Quê? –Kagome ficou surpresa –Eu vou ser tia?
Sango riu.
-AH! –Kagome abriu um enorme sorriso e se jogou em cima de Sango –Estou tão feliz! –disse dando um beijo na face da moça.
Agora todos do recinto olharam para as duas.
-Ei, calma!
-Estou muito feliz! –ela disse voltando ao seu lugar.
-Que bom!
-Só uma notícia dessa para levantar o meu ânimo! Estou com fome!
-Vamos pedir algo para comer então! –concluiu Sango feliz ao ver o sorriso verdadeiro estampar o rosto da amiga pela primeira vez em anos.
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Kagome entrou no hospital com o guarda-chuva, finalmente começara a chover. Estava melhor depois de chorar no ombro de Sango, sentia que estava com um pouco mais de energia. Assim que terminou de fechar o objeto, a chamaram.
-Dra. Kagome! Por favor.
Ela seguiu a enfermeira, superpreocupada achando que era uma emergência. Então ela notou que estavam perto do quarto de InuYasha e se preocupou mais ainda. Quando chegaram lá, notou uma movimentação incomum em volta da porta do enfermo.
-Com licença! –ela pediu abrindo caminho entre os médicos, enfermeiras e doentes que estavam lá, até conseguir entrar no recinto.
Deparou-se com uma cena no mínimo hilária. InuYasha agitava os braços, tentando afastar um Jinenji assustado que tentava acalmá-lo e fazê-lo parar de gritar.
-O que está havendo aqui? –falou alto, sobrepujando sua voz à de InuYasha enquanto fechava a porta na cara dos curiosos (que resolveram se dispersar.
-Tire ele de perto de mim! –InuYasha falou bravo.
-O que houve Jinenji? –Kagome perguntou.
-B-bom... Eu ia trazer o almoço, m-mas ele me chamou antes -a srta. me deixou para cuidar dele, ne?—E eu vim ver o que ele queria... –Jinenji parecia nervoso, mas Kagome deu um sorriso para que ele se acalmasse –Ele queria fazer xixi e eu só ia ajudar por que.
-Ele ia colocar a mão no meu...! –InuYasha deteu-se ao lembrar que Kagome estava ali, e ficou vermelho.
Kagome suspirou.
-Obrigada, Jinenji. –ela disse –Pode se retirar. –completou sorrindo.
Assim que o enfermeiro fechou a porta ela olhou com profunda raiva para InuYasha, que engoliu em seco. Ele podia ver o fogo no olhar da moça.
-Deixe-me lembrá-lo de que estamos em um hospital e que é PROIBIDO gritar! –disse entre dentes –Mais uma cena dessa e eu vou transferi-lo para a área de loucos! –completou quase voando no pescoço dele –Eu deixei que o Jinenji cuidasse de você por que ele é de confiança! Então, por favor, obedeça ele!
Ele fez que sim, mas teve certeza de que não era um pedido.
-Por que você deixou um homem cuidando de mim? Podia ser uma enfermeira gos... –não terminou a frase.
-Já disse que o Jinenji é de confiança. –ela respondeu não acreditando nas próprias palavras.
Jinenji era sim de confiança, mas sabia que não era o real motivo. Não queria deixar uma enfermeira cuidando de InuYasha para não sentir ciúmes.
-Você quer urinar, certo? –perguntou e ele fez que sim.
Notou que o "penico" de metal já estava em cima da cama.
-Vou te ajudar então.
-O que você vai fazer? –ele perguntou com uma expressão de horror na face.
Ela ia levantar a "camisola" do hospital que ele vestia quando ele a (camisola) segurou junto ao corpo.
-InuYasha!
-Você não vai pegar no meu... Jr.! Nem ver! –ele disse horrorizado.
Ela deu um sorriso malicioso.
-Ora, InuYasha... Eu vi isso e muito mais durante a cirurgia... E também não sou mais menina, entende? –ela disse.
-Você abusou de mim! –ele disse com lágrimas nos olhos e cara de criança, e ela deu um soco em sua cabeça.
-Pare de ser infantil! Pelo menos você pode fazer manualmente! Queria ver se tivesse precisado colocar sonda em você! –disse brava.
-Acho que eu alcanço o jr.! Deixe que eu faço sozinho! –ele resolveu.
-Ótimo! –a moça pegou o "penico" e o colocou entre as pernas dele.
-Pode se virar, por favor? –ele pediu, vermelho.
Ela suspirou, com ar cansado, e ficou olhando pela janela, até que o "rei" terminasse suas necessidades.
-Escuta, espero não ter mais inconvenientes aqui, certo? Tenho muito o que fazer, então com licença. –ela disse se virando para sair –Antes de ir para minha casa, eu passo aqui. –completou.
-O que? Eu vou ficar sozinho?
-É claro. Pensou que eu fosse passar a noite com você? –perguntou rindo um tanto sarcástica –Eu fiz meu plantão ontem, hoje eu vou pra casa dormir! –disse e saiu do quarto.
InuYasha ficou observando ela sair. Estava muito diferente. Fechou os olhos se lembrando do passado, de como ela costumava ser. Antes ela tinha um ar inocente a rondando, sorria sempre e em qualquer situação.
Agora não mais via os sorrisos que sempre gostara de ver, que sempre o acalmara. Ela sorria, mas não era verdadeiro. Não era um sorriso que vinha de dentro e que contagiava todos à sua volta. Era apenas um sorriso, como todos os outros.
Lembrou-se de como seus olhos brilhavam sempre com alegria. Pareciam sorrir também. Agora não havia brilho nenhum. Parecia haver apenas tristeza, apesar de ela tentar não demonstrar. Seu jeito também havia mudado muito. Não parecia fazer as coisas com prazer. Sabia que ela fazia, claro, sempre gostara de medicina, mas não demonstrava. Antes ela sempre demonstrava prazer em fazer as coisas que gostava, mas agora parecia não fazer muita diferença.
Lembrou-se do tempo que passou procurando por ela. Quase um ano. Ia sempre na sua antiga casa, perguntando por ela, para onde tinha ido, que fim havia levado. Mas sua mãe sempre dizia não saber, o que ele sabia ser mentira. Até que ele desistiu, pois percebeu que ela não queria ser encontrada, nem por ele, nem por ninguém. Ao que sabia, nem Sango falava mais com ela. Se uma pessoa não queria ser encontrada, ela não podia ser encontrada.
Por algum motivo sentiu falta da antiga Kagome. A aura dela de alegria havia se dissipado totalmente, e aquele dom de sempre fazê-lo ficar feliz, não importasse o estado, havia desaparecido totalmente. Ao seu redor não se podia mais sentir felicidade, apenas uma tristeza e frieza, coisas que não combinavam com ela. Sim, realmente sentia falta da antiga Kagome. Essa de agora lhe lembrava um pouco Kikyou. Kikyou. Tentou levar os pensamentos para outro lugar, não queria pensar nela agora.
Olhou à sua volta. Tinha que achar algo para ocupar a cabeça. Por fim, pegou o controle remoto e ligou a televisão.
"From the depths of my aching heart,
My sudden tears then flowed.
Without any reason, I just break down.
Even if you're here, there's no meaning in living.
I want to sink my agonizing body into the sea"
(Under the Moon – Do as infinity)
Oi!
Como anunciei na outra fic, vou viajar amanhan! Volto quarta q vem!
Q dia longo esse neh? XD Durou 3 caps... Meo Deos! Já tah no cap 3 XDDD (e eu axando q essa fic não ia dar em nada) Ok, chega d besteiras!
Essa musika eh fofa e eh em japa no original. Do meu kerido grupo Do As Infinity, então nada mais a declarar.
Como estou sem tempo, vou fazer um ultra agradecimento!
MUITO OBRIGADA À: Otaku IY, Ryeko-dono (hey tia! Tbm axo uma cousa realmente irreal isso (axo q eh pq eu nunca faria isso XD) mas tbm axo bonito XD por isso escrevo! Digamos q ela tentou não mudar, não deu certo, fazer o q? XD), Ana Higurashi, mc-chan, Mah e Lori Nakamura!
Mto obrigada a tds os elogios e um gde beijo em tdas! Não tive duvidas, então.
Well, vou ficando por akee! Kisus!
§Lari-chan§
