"I'll love you.
I'll definitely love you"

(Soleil – Gackt)

Kagome abriu os olhos, com o barulho irritante do despertador. Desligou-o. Eram cinco e meia da manhã, e não havia dormido nada do que era para dormir. Passara metade da noite acordada. Por culpa de InuYasha, metade das horas de sono que dispunha haviam ido por água abaixo. Conclusão: sentia-se mais cansada ainda. O pior de tudo era que ainda por cima havia sonhado com ele. Não se lembrava o que era, mas ele estava lá.

Olhou para o teto de seu quarto. Sentiu uma grande raiva de si mesma. Tinha que ter dormido, mas não, ficou pensando nele. Agora passaria o dia inteiro com dores no corpo.

O que ela não entendia era como pudera se apaixonar por ele. Sinceramente, ele não era grande coisa. Era grosso, mal-educado, insensível. Usara essas desculpas para tentar enganar seu coração inúmeras vezes, mas de nada adiantara, então desistiu. E não era agora que iniciaria uma nova luta interna, usando armas repetidas.

Ainda assim não entendia. InuYasha não era o modelo de "príncipe encantado" que sempre imaginara para si. Aliás, sempre quisera alguém totalmente diferente de InuYasha. Mas adiantara dizer para si mesma que ele não era aquilo que queria? Não. Seu coração ficara totalmente surdo.

Levantou-se e foi até a sacada que havia em seu quarto e abriu uma das persianas. O céu estava nublado, pelo jeito faria frio o dia inteiro. Foi até o banheiro tomar banho. Como não lavou o cabelo, em dez minutos já havia saído. Enrolou-se na toalha e foi até o guarda-roupa, para ver uma roupa. Abriu-o. Era incrível como a medicina mudava tudo. Praticamente todas as suas roupas eram brancas, as de outra cor estavam em um cantinho, para usar apenas quando fosse sair, o que era difícil, pois ela vivia para o hospital. As usava, geralmente, quando ia encontrar Sango uma vez por mês.

Como estava frio, decidiu-se por uma calça de prega e uma cacharrel, com um sobre-tudo por cima, tudo em branco, e um sapato de salto, também branco. Deixou os cabelos soltos e passou um batom cor-de-boca nos lábios. Pegou sua bolsa, branca, e saiu do apartamento.

Ao entrar no carro, pensou no quanto o dia anterior fora comprido, talvez o dia mais longo de sua vida. Saiu da garagem com o carro, um os poucos itens que possuía e não era branco, era cinza escuro. Andou pelas ruas que começavam sua movimentação diária, sua grande movimentação de cidade grande e industrializada, com produtos tecnológicos para dar e vender.

Chegou em 15 minutos no hospital, estacionou e adentrou o recinto. Naquele horário, o hospital começava a encher.

-Bom dia, Kaede-san! –ela disse ao passar pela recepção.

-Bom dia, dra! Tem um recado para você. –a senhora disse sorrindo bondosamente.

-O que é?

-O paciente InuYasha, pediu para você ir vê-lo assim que chegasse. –Kaede respondeu olhando o nome em um papel.

-Ah, claro. Obrigada. –disse e saiu.

Primeiro foi em sua sala, deixou sua bolsa e viu o que tinha para fazer naquele dia. Depois foi ver o que InuYasha queria. Entrou no quarto dele, e ele parecia dormir. Chegou perto, sem acender a luz.

-Bom dia. –ele disse abrindo os olhos.

-Que susto! –ela falou com os olhos arregalados –Bom dia. –disse depois.

Acendeu a luz.

-Dormiu bem? –ela perguntou sentando na poltrona.

-Não. Dormi muito mal. –respondeu irritado.

-Bem-vindo ao clube! Kaede disse que você queria me ver. E aí? O que te aflige? –perguntou cruzando os braços.

-Ahn? Nada. –respondeu –Só queria ver você.

Por um momento Kagome ficou vermelha, mas logo passou. Não ia se iludir novamente, não ia mesmo.

-Só me ver? Então, agora que você já viu, posso ir? –perguntou –Eu ainda não comi nada, e estou ficando com fome. Se me permite, gostaria de tomar café da manhã. –completou.

-Ótimo! Eu também não comi nada, então você pode me fazer companhia! –ele rebateu.

-O que você tem? De repente o grande InuYasha está com medo de ficar sozinho? –ela perguntou levantando uma sobrancelha –Não lembro de você ser tão dependente assim de pessoas. Se bem que passou tanto tempo, talvez você tenha mudado. –disse olhando tristemente para o chão, mais para si mesma do que para o enfermo.

Inicialmente InuYasha não soube o que responder, ao vê-la naquele estado. De fato, não era dependente de pessoas, sempre fora fechado, mas como dizer o motivo sem parecer idiota?

-E não sou! –disse por fim virando a cara –É que... é que.

-É que o que? –perguntou Kagome levantando o olhar para ele.

-Tá bom! Eu tenho pavor de hospital, desde criança! –disse por fim, muito vermelho.

Olhou para a cara de Kagome que parecia surpresa. Deu graças a Kami por ela não estar fazendo gozações, quando ela começou a rir de escorrer lágrimas. Pensou ter comemorado cedo demais, e ficou com cara de taxo. Ela segurava a barriga e enxugava algumas lágrimas que caiam, de tanto que ria.

-Ai, depois... hahahaha, depois dessa... você até merece que eu tome café da manhã com você! –disse se levantando –Vou pedir pro Jinenji trazer pra gente. –completou se acalmando.

-Quer dizer que se eu não tivesse falado isso você iria embora? –ele perguntou com uma gota na cabeça.

-Sim!

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-Dra. Kagome? –chamaram batendo em sua porta.

-Pode entrar. –respondeu.

Olhava alguns papéis, já ia dar a hora do almoço.

-O sr. InuYasha está chamando a Srta. –disse Ayame abrindo a porta.

-O que ele quer agora? –perguntou soltando os papéis.

-Ele não disse. Só disse ser importante. Com licença. –completou e saiu.

Kagome se levantou por fim, não tinha ninguém para atender naquele horário. Passou pelos corredores calmamente, até chegar na porta do quarto dele. Ouviu vozes, então entrou.

-O que foi agora...? –começou a perguntar, quando viu Sango e Miroku dentro do quarto.

Ficou surpresa. Havia se esquecido totalmente da visita deles. Surpreendeu-se ainda mais com Miroku. Ele estava usando terno e gravata, nunca imaginara o amigo em roupas comportadas como aquelas.

-Kagome! –ele disse arregalando os olhos.

-Sango, Miroku! –ela falou ainda surpresa.

-KAGOME! –gritou InuYasha, e ela lhe lançou um olhar gélido.

-O que eu disse sobre gritar no hospital? –ela perguntou.

-E o que eu disse sobre não avisar ninguém? –ele rebateu extremamente nervoso.

-Fiz apenas o meu dever. Você não está em condições de discutir o que eu devo ou não fazer, então sossega. –concluiu ameaçadora.

Miroku ficou de boca aberta. Fazia tanto tempo que não via Kagome que se surpreendera com a mudança. Há algum tempo atrás ela não falaria com aquela firmeza. Sango estava com uma gota na cabeça. Pelo jeito eles estavam se dando melhor do que imaginara.

-Você poderia pelo menos ter me avisado, não? –perguntou ainda bravo.

-Se você não tivesse armado aquele escândalo todo com o Jinenji, talvez eu não tivesse esquecido!

-E como é que você os avisou? Que eu saiba, ninguém sabia do seu paradeiro!

Sango engasgou, e fingiu uma tosse. Todos olharam para ela.

-Estou gripada, ok? –falou.

-Eu liguei pra minha mãe e pedi o telefone da Sango. Aí eu avisei. Só isso. –respondeu naturalmente.

-Mas.

-Já chega! –concluiu –Eu avisei e pronto! Já está feito, e você reclamar não irá mudar os fatos!

Ele ficou sem resposta.

-E eu avisei o Sesshoumaru. –disse Sango.
-DROGA! –ele gritou.

-Não grita! –disse e deu um tapa na cabeça dele –Ele é seu familiar, tinha que ser avisado, agora fique quieto.

Miroku ainda estava processando os fatos. Todos entraram em um silêncio um tanto incômodo.

Kagome era a mais incomodada com a situação. Não por causa deles, mas por sentir que não fazia parte daquilo, que não era para ela estar ali.

-Então... como estão vocês? –resolveu falar algo –Faz tempo, não é? –completou dando um sorriso.

-Estamos ótimos! –respondeu Sango –Eu e Miroku casamos! –disse.

Claro que Kagome já sabia, mas eles não sabiam que elas se encontravam uma vez por mês nos últimos nove anos. Kagome fingiu naturalidade e felicidade em vê-los. Conversaram um pouco mais.

-Hey, InuYasha! Temos uma boa notícia! –Miroku disse para InuYasha, e todos desviaram a atenção dela, o que foi um alívio.

Afastou-se um pouco, em direção a porta.

-Finalmente Sango terá meu filho! –ele completou quase chorando de alegria, com um ar meio abobado.

Kagome sorriu. Sango era feliz com Miroku, e muito. Ele seria um ótimo pai. Virou-se e foi para a porta, na intenção de sair sem ninguém notar. Mas era tarde.

-Kagome? Aonde vai? –perguntou o "pai de primeira viagem".

-Para minha sala. –respondeu virando apenas a cabeça e sorrindo.

-Por que não fica mais conosco? –ele voltou a perguntar, ainda sorrindo.

-Porque eu não faço mais parte daqui. –respondeu –Com licença. –disse e saiu fechando a porta com cuidado.

Sango sentiu seu coração doer. Entendera o que a amiga quisera dizer. Mas não era verdade. Kagome foi e ainda era amiga deles. Sempre faria parte do grupo.

-Que mudança. –comentou Miroku.

-Que grande mudança. –completou InuYasha ainda olhando para a porta –Está tão diferente que chega a assustar.

-Vocês sabem o que aconteceu? –perguntou –Porque eu não estou entendendo nada.

Sango engasgou novamente, e fingiu ser tosse novamente. Os dois olharam para ela.

-É a gripe, ok? –disse.

-Ela me disse umas coisas, mas eu não entendi nada. –respondeu InuYasha.

-O que mais me assustou foi o sorriso. –comentou Miroku.

-Grotesco, não? Como disse, é tão falso que chega a dar medo. –completou o enfermo.

-Não falem assim! –rebateu Sango –Com licença. –disse e saiu também.

Os dois ficaram olhando ela sair.

-Vai entender? –disse Miroku –E aí InuYasha? Ta doendo muito? –perguntou colocando a mão pesadamente em cima da perna quebrada de InuYasha, fazendo-o sentir dor.

-Ora, seu...!

§o§o§o§o§o§

-Kagome? –Sango chamou adentrando a sala da jovem médica.

-Oi. –ela disse se voltando para a amiga.

Estivera olhando a paisagem pela janela de sua sala. Não era grande coisa, muitos prédios e muita poluição, mas gostava do tempo, então resolvera olhar para o céu. E estava no 3º andar, o que facilitava mais.

-Tudo bem? Fiquei preocupada. –Sango comentou sorrindo.

-Tudo bem sim. Nem chorei essa noite. –disse e deu risada –Em compensação dormi muito mal... Fiquei muito tempo acordada... Não dormi nada. –comentou.

-Não quer ir almoçar conosco? –perguntou Sango –Comigo e com Miroku.

-Você fica chateada se eu não for? É que eu acho melhor não... –ela disse –Fiquei muito sem graça lá no quarto. E tenho esse monte de papéis para por em ordem. –completou apontando para a própria mesa, que estava uma bagunça.

-Não, tudo bem. Eu percebi que você não se sentiu bem. Mas vocês estão se dando bem! –comentou.

-É, na medida do possível! –então os olhos de Kagome brilharam malignamente –Sabe o que o InuYasha me contou hoje?

-Não.

-Que ele tem pavor de hospital!

Sango começou a dar risada. Um homem daquele tamanho com medo de hospital?

-Diga isso para o Miroku depois. –completou Kagome rindo também.

-Com certeza!

-E o meu sobrinho, como está? –ela perguntou com os olhos grandes e brilhantes, acariciando a barriga da amiga, que nem estava visível ainda.

-Ele não vai ouvir você, Kagome! Está muito pequeno ainda!

-Ouve sim! Né? –perguntou para a barriga.

As duas riram.

-Acho melhor você voltar para lá. Fiquem o tempo que quiserem. –Kagome disse.

-É. Acho que eu e Miroku vamos voltar mais vezes. Bom, tchau então, ne? –disse.

-Tchau, Sango! Obrigada por ter vindo! Acho que ele está se sentindo sozinho. –completou enquanto abraçava a amiga.

-Sempre preocupada com ele, não? –comentou rindo.

-Eu tento não me preocupar, eu juro! –Kagome disse com olhos brilhantes de lágrimas e grandes. (tipo gato d botas XD)

-Sei... Tenha um bom dia! –Sango disse mandando um beijo e saindo.

Kagome sorriu. Tinha sido bom ver Sango, sempre era, aliás.

Suspirou. Pegou uma aspirina no bolso e tomara. A dor de cabeça voltara, e a dor nas costas persistia. Talvez se tivesse dormido de noite não estivesse assim.

"My mind it's like a cloudy sky tonight.
The love that grew in my heart is hurting me,
Needle stuck inside my heart is running after me,
And it is devastating away what is inside of me.
I cannot return."

(DNA – Do as infinity)


Olá pessoas!

Demorei mto para postar, mas aki estou eu! Desculpem.
Foi mto bom em Florianópolis, me diverti mto e fikei amiga dos meninos do fundo da sala (amo vcs, apesar d saber q não vão ler isso u.uº) Claro q isso não interessa, então vamos mudar d assunto.

Esse chap fikou menor q os outros c não me engano, e não colokei mtas descrições... Gomen, ne?

Não tenho mto mais o q dizer.

Agradecimentos:

Lori Nakamura – Eh, a Kagome antiga era melhor mesmo... Mais um pouko e ela volta, calma! Mto obrigada por comentar! Kisus!

Ana Higurashi – Mto obrigada por comentar! Kisus!

Itako Anna chan – mto obrigada pelos elogios à fic e pelo coment! Kisus!

T-Becca – axo q sua curiosidade será saciada no prox cap! O InuYasha vai contar umas cousas... obrigada! Kisus em vc!

Vendo agora... recebi mto poucos comentahrios! Kero mais u.uº (fikando triste) axo q a fic não deve estar tão boa qto pensei q estivesse.

Well, kisus em tds!

§Lari-chan§