Capítulo II
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Do you still remember how we used to be?
Feeling together, believe in whatever
My love has said to me
Both of us were dreamers, young love in the sun
Felt like my saviour, my spirit I gave you
We'd only just begun
Você ainda se lembra do jeito que costumávamos ser?
Nos sentindo juntos, acreditando em tudo
Que meu amor me disse
Ambos éramos sonhadores, um jovem amor sob o sol
Eu te sentia como meu salvador, te dei meu espírito
Estávamos apenas começando
Hasta Mañana, always be mine
Até amanhã, seja sempre meu
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Tantos que seria difícil guardar todos os nomes. Reunidos em volta da mesa, Hanna contou sete guerreiros, incluindo dois que já conhecia. Apenas Mime não estava presente no início, aparecendo pouco depois. Ao cumprimentar a garota e sentar-se de frente para ela, acabou encarando-a. E ela notou que aqueles belos olhos estavam ainda mais tristes que da última vez.
-O que ele tem? - ela perguntou para Thor de Phecda, o guerreiro deus sentado ao seu lado. Sem olhar para o amigo, ele respondeu calmamente.
-Senhorita, não me faça esta pergunta, é algo que somente Mime pode responder. E não creio que ele o fará.
Aceitando a contragosto a resposta de Thor, Hanna percorreu com os olhos cada um dos presentes, observando-os com atenção. Notou que todos possuíam bons modos, eram educados e riam muito, como grandes amigos. Sorriu ao ver os olhares diferentes que o guerreiro Hagen de Merak lançava para Freya, por que será? Continuando com suas observações, ela pousou seu olhar sobre Alberich que, alheio a o que acontecia durante o jantar, não tirava seus olhos da garota. Hanna sentiu um mal-estar, não entendeu muito bem porque o guerreiro a incomodava.
-Você está bem? - perguntou Freya, ao reparar no momento de tensão vivido por Hanna.
-Estou...
Evitando olhar para Alberich, a garota tornou a observar Mime. E assim o fez durante todo o jantar. Que tristeza seria aquela que parecia querer consumi-lo até que não restassem mais forças em seu corpo?
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Nas profundezas das terras geladas de Asgard, uma caverna iluminada por tochas lembra o próprio inferno, tamanho é o cosmo maligno que se faz presente naquele lugar. Em uma espécie de salão, na parede ao fundo, uma mulher de cabelos e olhos negros está sentada em um trono de pedra, bebendo um cálice de vinho. Ao seu lado, em pé, um homem alto, de cabelos loiros e porte atlético. Deixando o cálice sobre uma pequena mesa, a mulher se dirige a ele.
-Tem notícias de Fenris, Surt?
-Tenho, minha senhora... E não são nada animadoras...
-Pois me conte mesmo assim.
-Fenris não conseguiu completar sua missão em Asgard. "Ela" o atacou e fugiu por uma floresta.
-O quê! - a mulher levantou-se com tudo do trono, derrubando a mesinha no chão - Onde está Fenris agora?
-Eu ainda não sei, minha senhora...
-Como não sabe, Surt? Nós não podemos nos demorar muito, você sabe que em breve meu pai despertará e tudo precisa estar pronto!
-Desculpe-me... Eu irei agora mesmo procurar por ele... Com licença.
Logo que Surt saiu, a mulher voltou a se sentar. Fechando os olhos, ela entoou uma prece e um espírito negro materializou-se à sua frente, prestando-lhe uma reverência.
-O que desejas, Hel, senhora e rainha dos mortos, a quem devemos obediência e temeridade?
-Eu quero saber o que aconteceu com Fenris e onde posso "encontrá-la"...
-Assim seja, minha senhora...
Desaparecendo no ar, o espírito negro fez com que imagens se formassem diante dos olhos de Hel.
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Após o jantar, os guerreiros deuses (com exceção de Alberich, Hagen e Siegfried de Doube, chefe da guarda real) se retiraram do palácio de Valhalla. Dedilhando sua harpa, Mime ia mais atrás, de cabeça baixa e pensando nos acontecimentos de seu passado que teimavam em perseguí-lo.
-Mime! Espere! Mime!
Ao ouvir a voz que o chamava, Mime levantou a cabeça e viu Hanna vir correndo pela ponte que ligava o palácio ao jardim. Embasbacado, ele não via mais nada ao seu redor, somente a garota vir correndo em sua direção, sorrindo para ele, o vestido esvoaçando sobre aquele corpo de menina. Mais bobo ficou quando ela parou à sua frente, ofegante, os seios que subiam e desciam marcados pelo decote.
-Mime!
-Aconteceu alguma coisa, Hanna? - ele perguntou, saindo de seu estado de letargia.
-Não é nada, eu só... Eu só queria agradecer pelo que fez. Se fosse uma pessoa desconfiada, não teria me ajudado...
-Fiz o que deveria fazer...
Por um instante, os dois ficaram em silêncio, olhando-se nos olhos. Hanna sentia uma incrível atração pelos belos olhos vermelhos de Mime, a impressão que tinha era que poderia mergulhar neles. O rapaz, sentindo-se um pouco incomodado, desviou seu olhar.
-Tenha uma boa noite, Hanna...
Mas, quando Mime ia saindo, a garota o abraçou com força. Surpreso pela atitude dela, o guerreiro não sabia como agir e ficou parado, os braços soltos no ar e sua harpa quase caindo no chão.
-Boa noite, Mime.
Despedindo-se com um sorriso, Hanna saiu correndo de volta ao palácio. O vento espalhava o perfume de rosas pelo ar, um doce cheiro que tomava conta dos sentidos de Mime...
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Madrugada. Fria, como sempre, e agitada para alguns. Mime não conseguia dormir direito, imagens de seu passado tomavam conta de sua mente o tempo todo. E em todas elas, via seu pai. Sentado na cama, os olhos pesados de tristeza, ele tentava entender porque essas lembranças voltavam a atormentar seu coração com tanta força. Não que as tenha esquecido, isso nunca. O fato é que, desde sua luta contra Ikki de Fênix, ele tinha aprendido a conviver com sua dor. Ou pelo menos achava isso.
Levantando-se, o rapaz pegou sua harpa e começou a tocar uma canção, tentando se concentrar em outra coisa. Ou outro alguém. "Hanna... Eu gostaria de saber o que aconteceu de fato com você...".
Árvores que pareciam monstros prestes a agarrá-la... Sons que lembravam gritos de horror e lamento e o breu da noite que não permitia enxergar um palmo diante de seu nariz. Correndo por este estranho lugar, Hanna tentava fugir de seu perseguidor, um homem alto, de cabelos brancos e olhos cinza, uma cicatriz enorme de orelha a orelha no pescoço. Porém, ele não conseguia correr direito, algo em sua perna o impedia de alcançá-la. Embrenhando-se cada vez mais por entre as árvores, Hanna não o viu mais atrás dela.
Mas, ao tentar fugir por um outro caminho, a garota tropeçou em algo e caiu no chão, perdendo a consciência. E uma voz terrível, que soava com perversidade, ecoou pelo ambiente.
-Não adianta tentar fugir de mim... A sua vida me pertence!
-Não!
Com um grito, Hanna acordou. Olhando em volta, percebeu que estava em Valhalla, no quarto onde Hilda a hospedara. Voltando a se deitar, a garota adormeceu novamente, o coração aos pulos por conta do pesadelo.
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A fic começa assim, meio displicente e pretendo concetrá-la mais no romance, embora vá ter aventura e algumas lutas. Eu queria mostrar mais o lado sentimental do Mime, como ele lida com suas emoções, eu senti falta disso no anime... Ele parece ser tão sofrido, tão marcado pela vida, é mais ou menos como o Bado, só que por motivos completamente diferentes...
