Aê, eu finalmente consegui atualizar esta fic! Que vergonha, ter pedido o disquete com os capítulos, o Mime não merecia isso... Mas Odin deve ter tido muita pena de mim e eu encontrei o dito cujo!

Vamos ao nono capítulo, então!

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Capítulo IX

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Bring me to life

I've been living a lie

There's nothing inside

Bring me to life

Traga-me para a vida

Eu tenho vivido em uma mentira

Não há nada dentro

Traga-me para a vida

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Nervoso, Surt tentava encontra palavras para dirigir-se a sua senhora, mas estava difícil. Afinal de contas, como contar a Hel que um de seus homens estava morto? Porém, logo o rapaz descobriu que não precisaria dizer nada.

Furiosa, Hel atirava tudo o que encontrasse pela frente contra as paredes, os olhos negros faiscando de raiva. Surt precisou se desviar de uma taça jogada em sua direção, a mulher parou e o encarou, cuspindo ódio em suas palavras.

-Nós já esperamos demais, Surt! Hilda e seus guerreiros devem ser mortos ainda esta noite e Hanna deve voltar para nós!

-Senhora, eu não acho prudente...

-Não ouse me contrariar, Surt! Ande, reúna nossos guerreiros e envie uma mensagem ao tal de Alberich! Nós iremos atacar o Valhalla!

Baixando a cabeça, o rapaz foi atrás de seus companheiros e os encontrou já trajados com suas armaduras, apenas esperando o momento de agir. Por toda a caverna, dava para sentir o cosmo de Hel cheio de ódio, ele se precipitava para fora e começava a encobrir o céu de Asgard, lentamente.

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Tudo estava calmo. A floresta, a pequena estrada que ligava o lugar ao palácio, o riozinho que cortava os fundos da cabana. Sorrindo como há muito não se via, Mime saiu de sua casa dedilhando a inseparável harpa quando deu de cara com alguém o esperando do lado de fora, os braços cruzados na altura do peito e o olhar compenetrado de um exímio guerreiro.

-Pa-papai?

-Mime... – Folken disse, caminhando até o rapaz. Mime não sabia o que fazer, como seu pai poderia estar ali, vivo e falando com ele?

Folken encarou o olhar surpreso de Mime e parou poucos centímetros á sua frente, pousando as mãos fortes sobre o ombro do guerreiro.

-Meu filho... É um grande guerreiro e saiba que tenho muito orgulho de você...

-Pai... Eu preciso dizer que...

-Não, Mime! – Folken o interrompeu – Não é hora de me dizer coisa alguma. É preciso lutar, meu filho... Uma vez mais é preciso lutar...

Então tudo à volta de Mime foi se esvaindo como fumaça, perdendo a cor e o foco, uma neblina insistente cobria a tudo. Sem entender nada, o rapaz segurou com força sua harpa e passou a gritar para o vazio.

-Pai! Pai! O que está acontecendo? Pai!

O último grito acabou por despertá-lo de seu sono. Mime levantou a cabeça e percebeu que tinha sonhado com o pai, ele ainda estava deitado em sua cama, Hanna adormecida em seus braços. Com cuidado para não acordar a garota, o guerreiro levantou-se da cama e, enrolado em um lençol, foi até a mesa tomar um copo de água e pensar. Por que tinha sonhado com o pai? E que história era aquela de ter de lutar uma vez mais?

Deixando o copo sobre a mesa, Mime foi até a janela e viu que não havia estrelas no firmamento. Estranho... As estrelas não costumavam sumir do céu de Asgard, mesmo em noites de intensa neblina. Preocupado, o rapaz ia abrir a janela para observar melhor o céu quando...

-Mime... O que faz aí junto à janela? – quis saber Hanna, acordando naquele exato momento. Sorrindo, o guerreiro voltou para cama e se sentou ao lado da garota, que se espreguiçava.

-Como está se sentindo?

-Muito bem... A sensação de que foi algo mágico não me deixa em paz, sabia?

-Sabia... Dá para ver no seu sorriso, Hanna...

Voltando a se acomodar na cama, Mime retomou os beijos e carícias, e Hanna o acompanhava. Mas, de súbito, a garota sentiu suas costas arderem e ela se afastou, ouvindo sons estranhos que pareciam vozes a lhe chamar. Nervosa, ela levou as mãos à cabeça, tentando afastar todas essas perturbações, seus olhos se encheram de lágrimas e ela via imagens desconexas à sua frente.

-Hanna, o que você tem?

Preocupado, Mime tentou abraçar a garota, mas ela o afastou, tentando entender o que estava acontecendo consigo mesma. Foi quando, ao fazer um movimento brusco, ela se virou de costas para o rapaz e ele pôde ver claramente a estranha marca se materializar nas costas de Hanna, como se fosse realmente uma tatuagem.

-Essa.. Essa marca...

A surpresa do rapaz não foi acompanhada por Hanna, que ainda mantinha a cabeça entre suas mãos, sentindo-a latejar. "Chegou a sua hora, menina Hanna... A sua vida me pertence e eu a terei de volta!"...

-Não! – ela gritou, as lágrimas já correndo por seu belo rosto. Hesitante, Hanna levantou a cabeça e encarou Mime, o guerreiro não entendia nada.

-Mime... Eu... Eu não sei o que está acontecendo... Medo... Eu tenho medo, não sei...

-Acalme-se, Hanna, por favor...

Abraçado à garota, Mime sentiu que um cosmo muito forte e maligno se espalhava por Asgard. Na mesma hora, lembrou-se de seu sonho e as palavras de seu pai, "Uma vez mais é preciso lutar...".

-Hanna... – Mime a chamou e a garota se soltou de seu abraço – Eu também não faço idéia do que está acontecendo, mas não precisa se preocupar... Vamos voltar ao Valhalla, talvez Hilda ou Siegfried saibam de alguma coisa...

Rapidamente, os dois jovens vestiram suas roupas e se puderam a caminho do palácio. Ao sair da cabana, Hanna sentiu o cosmo encobrir o céu, as suas costas arderem novamente, mas não disse nada. Por sua vez, Mime caminhava a passos largos, atento a tudo e levando a garota pela mão, segurando-a com tanta força que dava a impressão que nada conseguiria separá-los.

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"Droga! Aquela garota poderia ao menos estar aqui, me pouparia trabalho!", reclamava Alberich consigo mesmo, ao receber a mensagem de Hel. Mas, apesar de não gostar da idéia de ter que sair atrás de Hanna, o fato de que finalmente os guerreiros iriam atacar o Valhalla o deixava ansioso e confiante, certo de que em breve ele seria o novo senhor de Asgard.

-Alberich! Por onde esteve que não o encontrei em lugar algum do palácio! – quis saber Fenrir, encontrando o rapaz em um corredor próximo dos portões de entrada.

-Não devo satisfações a você, Fenrir.

-Não estou pedindo satisfações e sim mais atenção de sua parte! Será que não está sentindo a manifestação de algo estranho no ar?

-Hum, não faço idéia do que está falando, Fenrir...

Sem dizer mais nada e encarando de um jeito diferente o rapaz, Alberich sumiu pelo corredor. Nervoso, Fenrir entrou pelo palácio e foi até o salão principal, onde Hilda e os demais estavam reunidos, todos em silêncio enquanto a princesa fazia sua oração à Odin.

-E então, Hilda... – Siegfried se adiantou, ao vê-la abrir os olhos e levantar-se – O que Odin lhe mostrou?

-Que você estava certo, Siegfried... Esta manifestação que sentimos em Asgard é realmente o que tanto temíamos.

-E o que ou quem seria, senhora?

-Hel... – respondeu o guerreiro deus de Doube, causando espanto e murmúrio entre seus companheiros.

-Mas, Siegfried... Hel não foi selada por Odin na Caverna Sombria, ao norte, junto de seus soldados e o corpo do deus Lóki?

-Foi, Thor... Porém, algo a despertou de seu sono...

-Ou alguém... – completou Hilda, bem no exato momento em que Mime e Hanna adentravam o salão, a garota ofegante e com uma expressão assustada no rosto.

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Em formação de fileiras, os guerreiros de Hel se postaram aos portões do Valhalla, Surt montado em um belo corcel branco. Com um simples movimento de suas mãos, os portões foram abertos e vários soldados que faziam a guarda foram arremessados para trás. O cosmo de Hel ganhou definitivamente o céu de Asgard e se misturava aos de seus subordinados.

-Hilda, o que quer dizer com esse "alguém"?

A pergunta de Hagen ficou alguns minutos no ar, tempo que a princesa levou para caminhar até Hanna e segurar as mãos da garota entre as suas.

-Hanna, eu sei que será muito difícil para você, mas deve ficar tranqüila...

-Hilda, eu não estou entendendo...

A princesa nada disse, apenas fez um gesto chamando Freya, que atendeu prontamente.

-Minha irmã, leve Hanna para o quarto e lhe faça companhia... Eu irei mais tarde para conversarmos.

Mesmo sem entender nada, Hanna acompanhou a jovem. Mime ficou observando as duas saírem do salão e então voltou seu olhar para Hilda, que o encarava.

-Senhora, o que está acontecendo?

-Uma nova guerra está para acontecer, Mime... Uma guerra cujo principal objetivo é trazer de volta a este mundo aquele que tanto castigou Asgard em tempos remotos e foi selado por Odin na Caverna Sombria.

-Está falando da prisão de Lóki? Mas, senhora, isso não é possível... Não enquanto Odin proteger Asgard e nós guerreiros deuses estivermos aqui...

-Eu também gostaria de pensar assim, Mime, mas existe um meio de trazer Lóki de volta ao nosso mundo... E Hanna é a chave para isso.

Mime abriu a boca para falar alguma coisa, mas parou. Hanna? Como poderia ser isso? Ela era uma menina tão inocente, jamais estaria do lado de um inimigo de Asgard! Porém, tão logo pensou nisso, o rapaz lembrou-se da marca nas costas da garota e fez-se a luz em sua mente.

-A marca nas costas... O dragão de Lóki, como não percebi antes...

-Sim, Mime... Mas não pense que Hanna está do lado de Hel. Na verdade, ela não sabe que seu destino está tão ligado à ressurreição de Lóki...

-Senhora! O Valhalla foi invadido! – gritava um soldado, entrando pelo salão. Dando um pulo e já ganhando a saída, Shido e bado foram á frente, seguidos por Thor e Fenrir. Hagen ajeitou seu elmo e, junto de Siegfried, prestou reverências à Hilda.

-Não se preocupe, Hilda... Nós não iremos permitir que Hel e seus homens vençam esta batalha... – disse o guerreiro deus, beijando a princesa.

-Tenha cuidado, Siegfried...

Os dois saíram e Mime ia acompanhá-los, mas Hilda o deteve.

-Você também tenha cuidado, Mime... Não deixe que levem Hanna... Não deixe que um destino cruel se cumpra na vida dessa garota, eu sei o quanto você a ama e é correspondido.

-Eu não deixarei, Hilda... Por Odin, eu não deixarei!

Apertando a harpa contra o peito, Mime se juntou aos amigos. Frente a frente, guerreiros deuses e homens de Hel se encaravam, os cosmos já prontos para se chocarem em luta.

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Aventura! Para quem gosta de lutas, os próximos capítulos serão um prato cheio! E você, Juli, que já sentiu vontade de esmurrar o Alberich uns capítulos atrás, imagine quando vir o que ele vai aprontar com a Hanna (ou pelo menos planeja aprontar).

Dama9, valeu pelos reviews carinhosos e pela cobrança também, agora eu não perco mais o disquete (vou guardar o danado em um cofre!).

Ah, sim, uma perguntinha para todos que acompanham esta fic: Mu ou Shaka? Quem vocês gostariam de ver protagonizando uma nova fic que estou preparando? O caso é que os dois se encaixam perfeitamente na história, então, deixo a cargo de vocês que lêem "Inocência" a escolha do protagonista, mandem a resposta pelo review.

Beijos a todos!