Capítulo XIII

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All of this time

I can't believe I couldn't see

Kept in the dark

But you were there in front of me

I've been sleeping a thousand years it seems

Go to open my eyes to everything

Without a thought, without a voice

Without a soul

Don't let me die here/There must be something more

Bring me to life

Todo esse tempo

Eu não posso acreditar que eu não pude ver

Me mantive no escuro

Mas você estava lá na minha frente

Eu tenho que abrir meus olhos para tudo

Sem um pensamento, sem uma voz

Sem uma alma

Não me deixe morrer aqui/Deve haver algo mais

Traga-me para a vida

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O cosmo de Hel, movimentando-se no céu de Asgard, provocava descargas elétricas que iluminavam os corredores do palácio e davam a Surt um aspecto tenebroso. Seus olhos estavam fixos nos dois guerreiros mais a frente, seus passos ecoavam pelo ambiente.

Thor engoliu em seco, Hagen estava espumando de raiva. Como aquele homem pôde tirar a vida de seu melhor amigo tão facilmente, Siegfried não era do tipo que se entregava facilmente em uma luta!

-Desgraçado!

A fúria do guerreiro deus sequer abalou Surt, ele sabia muito bem que nenhum dos dois era páreo para o seu poder.

-Isso já foi longe demais e eu estou com pressa...

A poucos metros dos dois guerreiros, o soldado parou e cruzou os braços, em uma demonstração clara de que tinha certeza da sua superioridade. A atitude mexeu de vez com o já nervoso Hagen e conseguiu tirar Thor do sério.

Outro raio cortou o céu e foi cair sobre Surt, no exato momento em que os dois guerreiros atacaram com seus golpes mais poderosos.

-Hércules Titânico!

-Raio de Fogo!

Os golpes voaram a toda contra Surt, mas ele apenas sorriu. Não precisou sequer mover-se de seu lugar ou descruzar os braços. Seu cosmo estava mais forte e brilhava com tamanha intensidade que ele se encarregou de barra ao ataque e reverter a energia lançada contra o soldado.

-Hagen!

O grito de Freya foi acompanhado de outro raio cortando o céu. Ajoelhada no chão, Hilda ergueu a cabeça para a porta de entrada e sentiu o cosmo de Surt se aproximar em toda sua força. E Mime, que tinha acabado de se soltar de Hanna, percebeu que era a última defesa do palácio. Estava em suas mãos impedir que Hel a levasse consigo...

-Hanna, você tem que sair daqui... E Hilda e Freya também, é perigoso para todas vocês.

-Mime, eu não vou deixar você sozinho!

-Por favor, Hanna... Você precisa se proteger, é você quem eles querem. Por favor, saia daqui.

Levantando-se e tirando forças não se sabe de onde, Hilda puxou Freya, em estado de choque, para junto de si e encarou Mime.

-Senhora, por favor, leve Hanna daqui. Eu sei que Odin protegerá a vocês.

-Tenha cuidado, Mime.

-Não! Eu não quero ir! – a garota gritou, segurando a mão do rapaz. Sabia que a luta seria difícil, tantos guerreiros que tombaram derrotados. E ela não podia perder Mime assim, de uma maneira tão estúpida.

-Por favor, Hanna!

-Não...

-Por favor...

-Ela não irá a lugar nenhum a não ser os domínios de Hel!

A voz de Surt foi ouvida, enquanto o soldado botava abaixo as portas do salão. Mime, por instinto, colocou-se à frente de Hanna, segurando com firmeza a sua harpa. Hilda abraçou a irmã, encarando com raiva o soldado que se postava a sua frente.

-Até que enfim eu a encontrei, menina Hanna... Minha senhora a espera em seus domínios...

-Hanna não irá a lugar algum com você, seu maldito!

-Ora, mais um guerreiro deus... Creio que será como os outros três que enfrentei, não terá chances de me vencer...

Encarando os olhos odiosos de Surt, Mime indicou a Hanna que se juntasse a Hilda e Freya. A sacerdotisa abraços a garota e a puxou para um lateral do salão, rezando para que Odin protegesse Mime e o guerreiro saísse vitoriosos de sua luta. Que os cosmos de seus amigos, mesmos mortos, estivessem com o rapaz...

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-Acabe de uma vez por todas com isso, Surt! A volta de meu pai a este mundo não pode mais esperar! – gritava Hel, em meio às gargalhadas de satisfação. O último guerreiro deus teria o mesmo fim dos demais...

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-Vocês guerreiros deuses são muito teimosos... – Surt começou a falar, desdenhando do rapaz á sua frente – Se tivessem ficado fora do caminho, nenhuma dessas lutas idiotas teria acontecido...

-Talvez a teimosia seja uma de nossas qualidades, assim como a amizade. Meus amigos podem até terem sido derrotados, mas jamais deixarão de lutar ao meu lado!

-Hum, sem dúvida uma bela declaração de seus valores, mas inútil para mim... Porém, eu lhe darei uma chance: entregue-me a garota e não precisará ter o mesmo fim dos amigos que tanto preza.

-Nunca! Se quiser ter a Hanna, terá que lutar comigo e me vencer, miserável!

-Não será tão difícil, eu garanto...

-Réquiem de cordas!

Mime começou a tocar sua harpa com fúria, os eu cosmo elevando-se a cada nota. Abraçada a Hilda, Hanna observava os que os dois faziam, apreensiva. E não conteve o grito quando viu as cordas da harpa do rapaz desviarem de Surt e se voltarem contra o guerreiro.

-Mime!

Por um triz, Mime desviou-se de seu próprio golpe e saltou para o alto, caindo a poucos metros para trás. Sorrindo, Surt encarou o rapaz, sem se abalar.

-Foi uma boa tentativa de fuga, mas de nada adiantará para que me vença... Todos os golpes que lançar contra mim se voltarão para você, meu rapaz.

-Isso é que veremos! Réquiem de cordas!

-Por Odin, o que está acontecendo?

Perplexa, Hilda viu o golpe de Mime ser lançado com maior intensidade contra Surt e se voltar mais uma vez para o rapaz. O guerreiro tentou se desviar mais uma vez, mas uma das cordas acabou presa ao seu braço esquerdo, apertando com força, o sangue começando a escorrer pelo ferimento aberto.

-Mime!

-Não, Hanna! Você não pode ir até lá!

Foi preciso que Freya ajudasse Hilda a controlar a garota. Hanna, desesperada, sentia que seria o fim de Mime naquela luta. E ela precisava fazer alguma coisa para impedir isso.

-Seu braço esquerdo não sustentará por muito tempo o peso de sua harpa... Desista, guerreiro deus, a vitória já é minha...

-Eu não vou desistir... Não vou deixar que leve a Hanna embora! Réquiem de cordas!

-Então a morte o levará, guerreiro...

Desta vez, Surt acendeu seu cosmo enquanto Mime o atacava mais uma vez. E com maior intensidade, o golpe se voltou contra o rapaz, as cordas o atacaram, não houve tempo para ele desviar-se. Preso por seu golpe, Mime sentiu os cortes se abrindo em seu corpo, o sangue escorrendo.

-Eu lhe disse quer era inútil lutar, guerreiro deus... – Surt disse, manipulando seu cosmo para que o golpe do rapaz fizesse um efeito maior sobre ele.

Sem conseguir se conter, o sofrimento de Mime à sua frente, Hanna sentiu a marca em suas costas queimar com mais força. Era preciso fazer alguma coisa e ela sabia muito bem o quê.

-Hanna! Não!

Com toda força que possuía, a garota se soltou de Hilda e Freya e correu até Surt, estancando o passo a poucos metros de distância.

-Pare! É a mim que você quer, não o Mime!

-Hanna...

Surt encarou a garota, que mantinha o olhar fixo nele apesar de sentir medo e estar trêmula. Ela, por sua vez, tentava se controlar para não desabar ali mesmo e ver Mime ser morto por aquele homem.

-Deixe Mime em paz e também Hilda e Freya e eu irei com você, sem resistências.

-Muito bem, até que enfim eu ouço uma palavra sensata... Como queira, Hanna.

Surt baixou a intensidade de seu cosmo e as cordas afrouxaram, mas Mime não tinha forças para se levantar. Hanna abaixou-se a apoiou a cabeça do rapaz em suas pernas, chorando silenciosamente.

-Hanna...

-Adeus, Mime... Eu nunca.. Nunca vou me esquecer do que vivemos juntos...

-Hanna, você não pode ir...

-Adeus...

Levantando-se com delicadeza, Hanna deu a mão para Surt e se afastou. Hilda e Freya fizeram menção de correr até eles, mas o soldado esticou um dos braços e lançou uma esfera de energia contra as duas princesas.

-Miserável, não!

-Sinto muito, mas não deveria ter confiado em mim, garota... Adeus, guerreiro!

Gargalhando, Surt lançou seu cosmo contra Mime, que voou longe com o impacto. Desesperada, Hanna tentou se soltar, mas a força do homem era tamanha que tudo o que conseguiu foi machucar seu pulso.

-Vamos embora, Hanna... Seu destino a espera, em um outro lugar...

-Mime! Mime!

Desacordado, caído aos pés da estátua de Odin, Mime não ouviu os gritos de Hanna. Agora estava tudo acabado...

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Tadinho do Mime, ele não merece apanhar! E agora, como se dará o desfecho dessa história? Curiosos? Então aguardem os próximos capítulos...

Ah, só para dar um gostinho a vocês, a fic do Alberich se chamará "Hold me, Thrill me, Kiss me... Kill me", o título de uma música do U2 que tem muito a ver com o clima da fic. O que quer dizer o nome? Me segure, me excite, me beije... Me mate! Ai, que calor me deu de repente...