2º Capitulo – Preparativos e fuga

Ginny estava no escritório do chefe da revista. Tinha acabado de pedir os 2 meses de férias.

Pela cara do seu patrão, ele não estava a gostar muito da ideia.

Ela permanecia calada. Achava melhor esperar que o senhor se pronunciasse e depois ela falasse.

Então o patrão disse:

- Parece que hoje toda a gente aproveitou para pedir férias.

Ginny ficou confusa. Mirian não trabalhava lá, portanto não precisava pedir férias.

- Como assim, senhor Malcovik? – Perguntou confusa.

- Tu e o Zabini decidiram que já estava na hora de terem férias exactamente no mesmo dia. Perder 2 repórteres no mesmo dia não é uma coisa lá muito boa.

Ginny resolveu intervir:

- Eu não sei porque é que o Blaise pediu férias mas eu estou mesmo a precisar. Eu não tiro férias á cerca de 2 anos. Tenho trabalhado muito para este jornal. E alem disso você não vai perder ninguém. Só vou me ausentar por um pouco. E existem outros jornalistas aqui no jornal.

Malcovik interveio:

- Mas porque é que logo os melhores tinham que abandonar logo ao mesmo tempo?

Ginny sentiu-se lisonjeada. Sabia que era boa jornalista mas a ponto de ser a melhor não. E o Blaise também era muito bom.

- Mas eu estou mesmo a precisar destas férias. Imagine, quando eu voltar vou estar totalmente restabelecida e vou poder dar o dobro do meu valor para este jornal. Não acha que vale a pena?

Ginny estava quase a pedir de joelhos. Necessitava muito daquelas férias e imaginou que elas seriam maravilhosas.

O patrão dela parecia pensar no assunto e depois disse:

- Bem, como eu dei férias ao Zabini, julgo que tu também as mereces. Vê lá se as aproveitas bem para depois trabalhares muito.

Ginny levantou-se e saiu toda contente dizendo:

- Obrigada patrãozinho Malcovik.

Ao sair quase que derrubava uma senhora que ia a passar

Malcovik sorriu. Como aquela miúda era desastrada. Mas também muito eficiente.

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Ginny estava sentada no sofá com o pai e mãe á sua frente.

Ela não percebia. Não havia razoes nenhumas para a actitude deles.

Ela explodiu:

- Eu não percebo. Porque é que não me deixam ir? Eu vou com a Mirian. Não percebo nem nunca percebi porque é que vocês nunca confiam em mim. Eu mereço um pingo de confiança e também pensei que vocês me conhecessem.

A mãe falou:

- Virgínia! Eu não te quero a andar sozinha por uma ilha que nem sequer conheces. Não sabes o quão perigoso é?

Ginny não compreendia. Porque eles ainda a tratavam como uma criança? Porquê?

- Eu não sou mais uma criança. Sei cuidar muito bem de mim. Eu vou para Cuba com a Mirian nem que tenha que pedir ao Ron para me encobrir,

Dito isto Ginny saiu porta fora.

Ouviu a mãe dizer:

- Se nós não queremos que tu vás tu não vais. Agora só é possível aparatar para fora d' A Toca com a nossa autorização.

Ginny ouviu mas fingiu que não ouviu.

Foi até perto do lago que havia perto da sua casa e começou a chorar de raiva.

Porque é que eles não confiavam nela? Porque é que sempre a tratavam como uma criança?

Ginny ficou ali até ao anoitecer.

No dia seguinte ás 13 horas era suposto ela e a Mirian irem para Cuba.

Tinham decidido ir de "viao" ou lá como se chamava o aparelho muggle porque para aparatar era uma longa viagem.

Ginny pensou:

"Eu vou nessa viagem, nem que tenho de fugir"

Então entrou em casa e começou a fazer as malas.

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Enquanto isso Draco estava em casa fazendo as malas.

A mãe Narcissa estava na casa de banho, com os enjoos naturais das grávidas.

Draco deu graças por não ter de ficar em casa durante o tempo em que os enjoos eram mais fortes.

Ele detestava ver gente enjoada.

Embora que se tratando da sua mãe ele poderia fazer um esforço para a ajudar.

Mas mesmo assim estava disposto a ir aproveitar aquelas férias ao máximo.

Na manha seguinte eles iriam aparatar em Cuba.

Ele sabia que aquilo era o paraíso da terra. Tinha sol, mar e miúdas.

O que é que um homem podia desejar mais?

Draco sabia o que era mas não queria dizer a si próprio que necessitava do amor de alguém. Do afecto de alguém.

Necessitava de alguém que gostasse dele e não do seu dinheiro.

Draco afastou esses pensamentos e terminou de fazer a mala. Quando já tinha acabado reparou que a sua mãe estava á porta.

- O que se passa mãe?

Narcissa sorriu. Como o filho sempre se preocupava com ela.

- Nada Draco. É que eu já fiquei sem ti estes 5 meses e agora tu vais ir mais uma vez.

Draco sorriu. Sempre gostara do jeito simples como a mãe encarava as coisas.

- Mãe, não fique triste. Eu ainda volto para ver a minha maninha nascer, ok?

Então ele notou que Narcissa chorava.

- Ei! Mãe? Não chores! Não há motivo para chorares. Tu estas feliz. Eu…eu também. Então porque é que choras?

Narcissa limpou a garganta:

- Draco, eu sei que tu não és feliz. Eu sei que tu precisas do amor de alguém. E acredita, se eu pudesse eu dava-te o meu amor. Mas eu sei que não é esse amor que procuras. E eu tenho esperança que tu um dia ames. Como o teu pai nunca amou.

Narcissa se sentou na cama de Draco.

Ele sabia que ela tinha sofrido muito devido ao facto de o seu pai não a amar.

Draco não sabia o que dizer. Sabia que a sua mãe estava certa e sabia que tudo o que mais queria era não ser como o seu pai. Não casar por outra razão senão amor.

A uns anos atrás Draco teria pensado que ser como o seu pai e ter um casamento como o deles seria uma honra. Mas então ele começou a ver que o seu pai era um homem infeliz. Mas não tão infeliz como a sua mãe. E nesse mesmo momento jurou que só casaria por amor.

Draco foi tirado dos seus pensamentos pela voz da mãe:

- Eu sei que tu não és como ele. Eu sei que tu sabes amar e sei que não queres fazer o que o teu pai fez: viver de uma mentira. Sei que, quando amares uma mulher vais fazer de tudo para que ela seja feliz contigo. E Draco, quando te apaixonares não te iludas pelas aparências. Pelos nomes ou até pelo que dizem. Confia no teu coração. Ele levar-te-á ao melhor caminho.

Draco sorriu. Sabia que era verdade.

- Mãe, a senhora é uma mulher sábia e eu irei lembrar-me dessas palavras sempre. Irei seguir os seus concelhos, já que eles são dados com o coração e tudo o que é dado com o coração tem sempre algo de verdadeiro.

Narcissa chegou á beira do filho, de já 20 anos, e deu-lhe um beijo estalado numa das bochechas.

- Vamos tomar um último chá meu querido?

Draco sorriu e acompanhou a mãe até á sala de estar onde ficaram a conversar até altas horas.

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Ginny já tinha a mala feita desde as 20.00 da noite.

Estava deitada na cama, coberta mas com a roupa ainda vestida.

Pretendia fugir quando fosse 23.40 já que os seus pais se deitavam ás 23.00 e eram 22.55.

Ginny ouviu os passos da mãe e fingiu estar a dormir.

Pode ouvir a porta ser aberta cuidadosamente e logo de seguida fechada com a mesma cautela.

Deixou-se estar quieta pois sabia que a mãe ainda estava á porta. Como sempre fazia quando verificava se realmente dormiam.

Passados uns 10 minutos ela pode ouvir o rangido da cama significando que os pais tinham-se deitado.

Ginny ficou ali a observar as estrelas pela janela.

Desde criança tinha uma fascinação por estrelas. Sempre adorara observa-las. Achava fascinante a maneira como brilhavam e hipnotizavam ao mesmo tempo.

Era uma visão simples e fascinante. Sempre ouvira que as coisas mais simples eram as mais belas. E, até aquele momento nada tinha contrariado as ideias dela. Já que sempre ficava fascinada com as coisas mais simples. Desde uma rosa até uma estrela. Tudo tinha um significado especial para ela.

Estava ainda observando as estrelas quando uma estrela cadente passou.

Ginny fechou os olhos, cruzou os dedos e desejou:

"Quero que esta viagem seja maravilhosa e que eu possa encontrar uma pessoa que goste de mim pelo que eu sou"

Depois abriu lentamente os olhos e sorriu.

Acabara de ouvir o seu pai a ressonar. Estava na hora de partir. Ginny se sentou na cama lentamente e respirou fundo.

"Tenho de ser mesmo cautelosa" – pensou ela. " O mínimo barulho e está tudo a ir por agua abaixo"

Ginny calçou os tennis muito devagarinho para não fazer o mínimo de barulho.

Ginny olhou uma última vez para a janela e para o quarto…

"Acho que vou ter saudades, mas também eu volto em breve…não é?" – pensou.

Uma lágrima escorreu pelo rosto dela…nem se preocupou em a limpar. Sabia que ia ter saudades de tudo…mas em especial do carinho daquela casa.

Então ela verificou se as malas estavam encolhidas nos bolsos.

Deixou a carta de despedida e justificação em cima da cama para que a sua mãe a pudesse ver quando acordasse.

Ginny foi até á janela e abriu-a devagar…felizmente a janela não fez barulho.

Ela desceu pela planta que tinha ao lado da sua janela. Começou a descer devagar. Estava a meio do percurso quando se desequilibrou e caiu para trás…

Ginny levantou-se com dificuldade. Tinha as costas doridas mas o que mais desejava era que a sua mãe não a ouvisse porque se isso acontecesse ela poderia dizer adeus ás suas ferias de sonho.

Ouviu movimento no quarto dos pais.

Ginny ficou em pânico. Se eles a apanhassem estava perdida.

Ginny levantou-se rapidamente e, sem ao menos pensar, começou a correu feito uma maluca tentando chegar o mais rápido á floresta onde ela poderia aparatar.

Ginny corria com uma velocidade espantosa que não se admirava se tropeçasse, mas ela não podia parar. Parar significava mandar o sonho dela pelos ares.

Ginny podia ouvir movimento na casa.

A floresta estava a 100 metros. "Continua Ginny" – pensava ela.

Ginny podia imaginar que a sua mãe estaria prestes a ler a carta.

Então Ginny deu os últimos passos e embrenhou-se na floresta. Ela tinha conseguido.

Nem parou para tentar recuperar o fôlego. Contou até 3 e aparatou. Antes de aparatar ainda conseguiu ouvir o grito da sua mãe.

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Draco estava deitado na cama. Era meia-noite e não conseguia dormir e não sabia porquê.

Simplesmente andava ás voltas na cama. Algo lhe dizia que aquela viagem seria inesquecível.

Ele pensou nas mulheres cubanas.

Sorriu com esse pensamentos. Imaginou-se no meio delas. Simplesmente devia ser o paraíso.

Draco ficou revirando-se mais um pouco na cama e decidiu levantar-se.

Foi até á varanda e observou as estrelas e a lua.

Nunca tinha dito a ninguém pois pensava que era uma coisa com o que ia ser gozado mas adorava a noite e as estrelas. Podia ficar a noite toda a observa-las.

Então, ele viu uma estrela cadente.

Draco cruzou os dedos e desejou:

"Quero que esta viagem seja maravilhosa e que eu possa encontrar uma pessoa que goste de mim pelo que eu sou"

Pediu este desejo por puro instinto mas sabia que era o que verdadeiramente queria. Ser feliz ao lado de alguém que não o julgasse pela sua riqueza mas pelo que ele era.

Pediu este desejo mesmo não sabendo que em um sítio um pouco distante uma garota também pedia exactamente o mesmo desejo.

Draco ficou ali a observar as estrelas e a lua. Sabia que eram coisas simples e que a sua riqueza podia comprar coisas mais significativas mas a lua rodeada pelas estrelas não tinha nenhuma beleza igualada.

Draco pegou numa rosa que esta a fazer parte da decoração do quarto. Ele achava a rosa uma flor bonita mas nada que se igualasse a uma orquídea. Sabia que daria rosas a todas as raparigas com quem saísse mas uma orquídea ele sabia que só daria a alguém muito especial.

Sua mãe sempre lhe dissera. "Uma orquídea é uma flor com muito valor! Uma rosa tem um sentido vulgar. Quer simplesmente dizer que tu gostas dessa pessoa e que gostas de estar com ela. Uma orquídea não! Uma orquídea é uma flor simples mas muito bela. Ao dares uma orquídea a uma rapariga estas a dizer que a beleza dela se iguala á da orquídea. Mas também estás a dizer que, por ti, ficarias para sempre com essa pessoa porque a amas."

Em pequeno, Draco sempre pensava que aquilo era tudo falso. Sempre ouvira o seu pai dizer que os Malfoy's não amavam. Mas agora começava a acreditar na sua mãe. Não que ela já tivesse amada. Mas sim porque ele simplesmente já tinha dado muitos rosas a garotas com quem só tivera um encontro.

Draco olhou a lua. Ele não tinha a certeza se alguma rapariga algum dia ia ter o direito de receber uma orquídea dele e com a orquídea também o seu coração.

Draco sorriu e voltou para a cama. Eram 2.30 da manha.

Draco deitou-se na cama. Pousou a rosa na sua mesinha de cabeceira e logo de seguida adormeceu…

Continua…

Bem aqui esta o 2º Cap…cheio de coincidências para os 2. Mas que mostra um Draco com sentimentos puros e sinceros…

Na parte da orquídea eu me inspirei no filme "Perfect man" com a Hilary Duff.

Já que eu adoro esse filme.

Bem espero que tenham gostado!

Por favor…Reviews…