Capítulo III – A surpresa do Escorpião

Ao entrar no Salão, Miro quase teve um choque: ao invés de um forte garoto, o que o esperava era um menina, com longos cabelos vermelho sangue, com mechas negras, contrastando com seus olhos violetas. A pele conseguia ser tão pálida quanto à de Afrodite, e parecia um ser tão frágil...Como isso foi acontecer?

- Senhora, acho que alguma coisa está errada. Essa coisa aí é uma menina, e 'cavaleiro' é masculino! Não é melhor levar ela pra treinar com a Shina ou a Marin?

- Oras Miro, você está dizendo que eu, Athena, estou errada? Como ousas? Olha que eu te coloco pra servir o Seiya por três meses! E leve esta menina logo, que eu não agüento mais ela! Acho que Ares reencarnou no corpo dela...

Sem entender nada, Miro se aproxima da garota, que se ajoelha e faz uma reverência para ele. Se abaixa e tenta falar com a menina:

- Qual o seu nome, doçura, e de onde vem?

- Primeiro: meu nome é Lilith; Segundo: não sou doçura e nem quero ficar com você; Terceiro: eu nasci na Romênia, e Quarto: não ponha suas mãos nojentas em mim, certo? – disse a menina, enquanto sorria para ele.

Assustado com tanta frieza em um ser tão pequeno, Miro se levantou, ao mesmo tempo que falava:

- Olha, pra seu governo pirralha, eu também não queria ficar com você, mas já que não tem jeito, a gente vai ter que se acostumar um com o outro. – disse, enquanto a pegava no colo.

- Me larga, seu ridículo! Eu quero ir embora daqui!

Mas o choro de Lilith de nada adiantou, e para que ninguém o visse com aquela "coisa", Miro desceu as escadarias na velocidade da luz. Chegando em sua Casa, Miro colocou a menina no chão, e a levou até aposentos que estavam vazios, mas imundos.

- Olha, este é o seu quarto, sua sala e seu banheiro. Se quiser que fique habitável, pegue os produtos de limpeza atrás da cozinha e limpe, certo? – disse o Escorpiano, com um leve sorriso.

Lilith escorregou até o chão, enquanto chorava abraçada aos joelhos. Porque estava ali? Ela só sabia que fazia coisas estranhas, até mesmo para quem morava na terra do Drácula. Mas por nada neste mundo queria ficar ali, numa terra estranha, com gente que não gostava dela.

Fungando, ela se levantou e foi em direção ao ponto que Miro indicara como cozinha. Encontrou o que procurava, e voltou para o quarto. Já que não podia fugir, iria mostrar que era dura, que não iria chorar a toa.

Limpou tudo com esmero, colocando cortinas e lençóis que encontrou em um baú. Ajustou os móveis da forma que achava melhor, e desfez as malas. Quando estava tudo pronto, foi tomar um bom banho.

Miro estranhava o silêncio, e foi até os aposentos da menina com uma caixa nas mãos. Ao entrar, levou um susto; tudo estava arrumado, parecendo uma suíte de hotel. Foi entrando devagarzinho, e deu de cara com uma Lilith mais calma, limpa e cheirosa.

"Hum, até que ela não é tão ruim assim", pensou Miro, olhando para aquele pequeno ser que olhava pela janela, vestindo uma túnica grega branca, que contrastava com seus cabelos. Parecia até uma pintura, de tão bonita que estava a cena.

Fazendo barulho para ser notado, Miro entrou no quarto no mesmo instante que ela se virava. Tentou puxar assunto com a garota, mas ela não parecia interessada em conversar com ele.

Dando de ombros, Miro colocou a caixa no chão e disse que era para ela almoçar, abrir a caixa e vestir o conteúdo, e depois descer para a arena central. Não sabia o que tinha dentro, foram ordens de Athena. Saiu e foi para seu quarto comer.

Lilith comeu rapidamente, e voltou para abrir a caixa. Para sua surpresa tinha uma armadura dentro. Tudo bem, era de ferro e velha, mas era uma armadura, e tinha sido pintada recentemente de vermelho e negro.

Lilith sentiu uma onda de alegria no coração; afinal, ela estava lá para treinar e ficar forte, não é? Vestiu a armadura e desceu correndo as escadas.

Chegando à arena, a menina sentiu como se todos estivessem olhando para ela. Corando, ela se dirigiu até seu mestre, para poder se esconder das atenções. Ao ficar em frente à Miro, Lilith repetiu a reverência que havia executado no Salão do Mestre, deixando todos embasbacados.

- Hei Miro, quem é essa menininha? – perguntou Aioria.

- Esta, meu caro, é minha discípula Lilith, e não é nenhuma menininha. Segundo a Saori o Deus Ares deve ter possuído o corpo dela, para ela ser tão pentelha. – disse Miro, vendo seus amigos cercando os dois.

- Ai que coisinha fofa! Miro, depois eu posso levar ela lá em casa pra brincar com o Yuri? – Afrodite vinha logo atrás de Dohko e se deslumbrava com a beleza da garota.

- Se ela quiser, pode ir. Você quer brincar com o aluno do Afrodite, Lilith?

A menina olhou para aquele ser andrógino, com traços femininos e perguntou para Miro, séria:

- Sensei, isso aí é homem? Eu pensei que era mulher...Ou é algo entre os dois ainda não identificado? – disse com um sorriso sarcástico.

Foi a gota. Até Shaka, que geralmente o mais sério, sentou no chão para rir. Era o máximo! Uma moleca, que tinha só dez anos, estava tirando uma onda gigantesca com Peixes!

- Nossa, Miro! A Chatori tá com raiva de você mesmo...além de te dar uma florzinha pra treinar, a guria tá na TPM! – gargalhava Kanon, enquanto Saga se apoiava em Aioros para levantar do chão.

Afrodite engoliu em seco, e saiu de perto. Tá certo que ele não tinha a aparência máscula do MDM, mas também não merecia ser zoado assim. Yuri percebeu que seu mestre estava chateado, e foi falar com Lilith:

- Ô... como é mesmo o seu nome?

- Lilith. E quem é você?

- Yuri, pupilo de Afrodite de Peixes, o mesmo que você acabou de ofender – vendo que Lilith ia abrir a boca pra falar – Olha, antes que você fale, deixa eu dizer uma coisa: meu mestre é um cara muito legal, que não olha pra mim como se eu fosse uma aberração. Eu não te conheço, não sei porque você falou aquilo, mas eu te digo uma coisa, não é nada legal zoar os outros. Ou fora daqui você é considerada normal?

Lilith sentiu um nó na garganta, e sem pensar muito, saiu correndo atrás de Afrodite, quase derrubando o cavaleiro por ter pulado no colo dele:

- Desculpa Peixinho! Eu fui má, mas nunca mais vou ser, tá? Eu não queria te magoar, saiu sem querer – Lilith foi falando aos borbotões, deixando Afrodite com lágrimas nos olhos.

- Peixinho? Essa também foi boa, Frô! – disse Aioria, antes de levar um chute na canela de Mú.

Miro ficou confuso ao ver a cena. Como ele, a menina era instável e passional. Ia ser difícil de lidar com ela...


Antes de mais nada quero agradecer os reviews!

Kaolla Chan, é claro que vai ter yaoi! Eu também adoro!

XxLininhaxX, eu adorei seu comentário...e eu também tenho vontade de agarrar as crianças!

Nem preciso dizer que continua, né?

PS: desculpa ademora, mas meu pc num tava funcionando...