Capítulo VI – O próximo passo

Os dias passavam, e já fazia duas semanas que Máscara da Morte e Afrodite namoravam abertamente. Os poucos que se atreveram a tecer comentários maldosos referentes aos dois tiveram que agüentar a fúria incontida de Câncer, que só não matou Misty de Lagarto por conta de seus ciúmes por causa da interferência de Athena.

Ninguém desconfiava que as crianças estavam por trás daquele namoro súbito; muito pelo contrário, todos achavam que os pequenos não ligavam para ligações amorosas.

Somente Miro se preocupava. Lilith estava aérea, não se concentrava em seus treinos e ficava horas olhando pela janela que dava para as escadarias do Santuário, como que procurando algo ou alguém.

Lilith estava feliz por ter aproximado Câncer e Peixes, e mais ainda por ver que o que começara com uma bebedeira virara um namoro tão bonito de se ver. Mas a missão ainda não tinha terminado: ainda haviam outros casais para juntar.

Dessa vez quem ia ser o articulador da trama era Lucano, o menino mais calmo de toda a pivetada. Já estava escuro quando ele viu o sinal dado por Lilith e Giovanni, que estavam segurando os coelhos de estimação de Lucano. Ambos saíram correndo em direção à Casa de Áries, levando os bichinhos com eles.

Lucano se voltou para seu Mestre, que estava preparando comida natural para ele e seu pupilo. Lucano não suportava mais aquela comida, e estava fazendo contagem regressiva para que seu tutor perceber que comida era mais do que broto de bambu e leite de soja.

Fazendo sua melhor cara de coitado, o menino olhou para Shaka enquanto resmungava:

- Senhor, meus coelhos sumiram...Não consigo encontra-los... – e com voz chorosa continuou – Acho que roubaram meus bichinhos...

- Como? Roubo aqui no Santuário? Você enlouqueceu? Imagine, aqui tem um monte de guardas de prontidão, ninguém de fora pode entrar. Você deve ter deixado a porta da gaiola aberta e eles devem ter fugido. Vamos procurar por eles.

- Shaka e seu pupilo saíram, procurando pelas redondezas. Seguiam pelo caminho que levava até a arena, quando encontraram com Yuri, que estava vendo os treinos.

- Yuri, você viu meus coelhinhos? – perguntou Lucano.

- Vi, sim. Eu estava descendo para treinar quando vi uns pontinhos brancos perto da Casa de Áries. Porque vocês não vão ver se eles estão ainda por lá?

Lucano arrastou Shaka até a primeira casa, a fim de ver se os bichos estavam por lá. Quíron já estava esperando, mas aparentou surpresa ao ver o amigo e seu Mestre chegarem.

- Oi Lucano! Boa noite, Senhor. Vieram jantar conosco?

- Quíron, com quem você está falando? – Mú vinha da cozinha enxugando as mãos em um pano – Oras, se não é o senhor "Estou Meditando". O que fazem por aqui? Querem jantar conosco?

- Não é pre... – dizia Shaka, ao ser cortado por seu aluno:

- Mestre Mú, o senhor por acaso viu meus coelhos?

- Ah, quer dizer que aqueles bichos são seus? Eu ia fazer um deles assado, caso ninguém viesse reclamá-los – sorriu Mu, mostrando estar divertido com o caso – Mas já que estão aqui, fiquem para comer com a gente,

- Não é preciso, meu amigo. O jantar está quase pronto em casa.

Mas Shaka não contava com o espevitado Lucano, que podia sentir o aroma gostoso que vinha da cozinha de Áries:

- Ah Mestre...O cheiro está tão bom...Porque não podemos ficar e comer, hein? Eu tô com fome...

- Lucano! Eu já falei que é muito feio pedir! Ainda mais quando temos comida em casa – disse Shaka, rubro de vergonha.

- Deixa, Shaka...é coisa de criança...Vem, vamos comer enquanto está quente. – apaziguou Mú, levando os amigos para a copa.

O jantar era bem diferente do que Lucano estava acostumado: carne assada com legumes e sorvete de sobremesa. Na casa de Áries não havia aquelas comidas naturebas e sem graças que seu Mestre servia para eles. Comeu tanto que Shaka ficou envergonhado:

- Lucano! Pára com isso, senão o Mú vai achar que eu não te dou comida!

- Ih, deixa pra lá, Virgem...eu sei como é criança quando vê comida diferente...lembra de quando a gente veio para o Santuário, que todos nós comíamos o que punham na nossa frente? Então, eles fazem o mesmo...

Estava na hora de começar a fase dois: os dois meninos resolveram brincar no quarto de Quíron, deixando os dois adultos a sós. Antes de saírem, Quíron ligou o rádio, deixando uma música suave tocando.

Sozinhos, Shaka e Mú conversavam sobre seus alunos, sobre os treinos e sobre o caso de Saori e Seya, quando viram que uma tempestade se formava no céu, já caindo os primeiros pingos de chuva.

- Saco! Agora eu vou me molhar todo! – resmungava Shaka, olhando por céu.

- Não vai, não. Porque você e o Lucano não vão sair daqui. Imagine, não tem condições de vocês subirem as escadarias agora. Vão ficar aqui, e sem discussões.

Engolindo em seco, Shaka assentiu com a cabeça, acompanhando o amigo até os aposentos do pequeno. Ao chegarem lá, viram uma cena enternecedora: as duas crianças estavam dormindo abraçadas na cama de Quíron.

- São lindos, não? disse Mú.

- São, mas ao mesmo tempo são tão terríveis...- falou Shaka, sorrindo.

Fechando a porta com cuidado, saíram de lá, indo em direção à sala. Ficaram conversando por um longo tempo, até que o sono veio galopante.

- Olha Shaka, é o seguinte: você pode dormir no sofá, ou dividir a cama comigo. O que você prefere?

- Meu caro Mú...apesar de meditar há anos no chão, eu não curto dormir no sofá...Se não for incômodo, posso ficar no seu quarto?

- Claro que não é incômodo! Você nunca me atrapalha, só me dá alegrias...- disse Mú sorrindo, deixando Shaka constrangido.

Ao chegarem no quarto Shaka ficou bestificado com o tamanho da cama do amigo: era pouca coisa menor que a cama do Miro, e olha que na cama do Escorpião cabiam folgadamente oito pessoas. Olhou para Mú com cara de espanto, enquanto ouvia o amigo:

- Meu, odeio dormir em cama apertada...ainda mais que eu rolo de um lado pro outro..

- Ó, nada de me empurrar, tá? – riu Shaka, enquanto ajudava o amigo a arrumar a cama.

- Tá, engraçadinho. Você fica do lado esquerdo que eu fico do direito.

Os dois se deitaram, mas Shaka não conseguia conciliar o sono. Do seu lado Mú já estava naquele estágio em que o sono começa a dominar o corpo, mas não totalmente. Virando-se de um lado para outro, acabou abraçando o virginiano, que ficou paralisado. Estava numa situação ridícula a seu ver, com seu amigo o abraçando por trás.

Shaka tentou se virar devagar, rezando para Mú não acordar. Mas ao passar o braço por trás da cabeça do Ariano, ficou com a boca encostada na dele. Com o contato, Mú abriu os olhos, mas não se mexeu. Ficaram parados por um minuto, somente se olhando.

Quem teve a iniciativa foi Mú, que sem desviar o olhar dos olhos de Shaka pressionou os lábios na boca de Shaka, tentando abrir passagem para um beijo, no que teve sucesso. Um beijo suave, com toda a delicadeza que o Ariano conseguia imprimir. Shaka, embora estivesse paralisado, não resistiu ao contato dos lábios macios de Mú.

Abraçados, se deixaram levar pelo sentimento bom que os levava rumo ao paraíso...


Gente, obrigada pelos reviews!

Sheilinha querida...diculpa! Num deu pra te avisar! Mas eu vou me redimir, tá? E povo, esperem a fic mais sensacional do mundo galáctico! Será uma parceria entre Kalíope e Margarida!

Lininha, desculpa a demora, ok? É que meu pc tava bichado...sabe como é...só consegui postar hj, mas pretendo postar o próximo capítulo amanhã...

Cating misao-chang. gostei muito do seu review...minha fic estárá sempre de portas abertas a você! Pode dar aquela espiadinha quando quiser!

Claro ...que continua!