Capítulo XIV – Mistérios da meia noite
14 de novembro. Onze anos atrás, foi um dia chuvoso, feio mesmo. Entre chuvas e trovões veio ao mundo uma menina muito pálida, de revoltos cabelos vermelhos e olhos muito abertos violetas. Não deu um pio ao nascer; muito pelo contrário, quanto mais a parteira batia em suas nádegas, mais a menina se calava.
Ao ver a menina, Rebecca sentiu que não poderia ver sua filha crescer; sentiu a vida fugir de seus membros; sentiu que seu fim se aproximava. Viu uma luz suave, que a envolveu e a fez se sentir flutuando. Por fim, o que se ouviu de seus lábios foi:
- Mamãe...!
Fechou os olhos para sempre.
Quando Egon soube da morte de Rebecca, foi como se sua vida fosse estilhaçada. Gritou contra os céus, que levaram sua adorada mulher enquanto deixava aquele pequeno ser que tanto lhe fazia sofrer, por ser tão semelhante com a mãe.
Sua dor parecia não ter mais fim; em pouco tempo era figura fácil de ser reconhecido nas tavernas da aldeia, a chorar sua desdita enquanto entornava copos e copos de vinho. Quem cuidava da menina era uma velha ama, que tinha vindo com Egon e Rebecca da terra natal. Sarah cuidava da menina com desvelos de mãe, mas apesar disso a menina cresceu marcada pela desgraça familiar.
Lilith cresceu praticamente sozinha. As outras crianças da aldeia tinham medo dela, assim como as pessoas adultas. O boato que corria era que sua mãe tinha morrido de choque, ao ver o diabo nos olhos da criança. A lenda local era de que ela era filha do demônio.
Egon não se importava com os comentários; também, só via a filha uma vez por semana, quando Sarah a levava até ele, para que visse como sua filha estava se tornando uma bela menina. O pobre homem ficava pior a cada dia, vendo como ela parecia com Rebecca: os grandes olhos, a pele pálida...Fazia mal a ele a ver, como também fazia mal a menina o ver, pois se sentia rejeitada.
Pouco tempo antes de Lilith fazer nove anos, Egon sofreu um grave acidente. Dirigia um velho carro, que não oferecia nenhuma segurança, por uma estrada velha e defeituosa. Em uma das curvas mais sinuosas, Egon perdeu o controle da direção, e o carro caiu pela ribanceira, explodindo em poucos segundos. Em momentos Lilith ficou completamente órfã.
A menina sentiu a morte do pai, mas não manteve-se em luto por muito tempo; afinal, ela precisava pensar em sua própria cabeça, que estava em risco ainda mais com a morte de seu pai. Certo, Egon não era propriamente um exemplo de pai, mas mantinha uma pequena segurança para a menina, que apesar de pequena entendia muito bem que sua vida corria riscos.
Sarah estava em pânico. Se antes, quando contava com a proteção de Egon já era difícil manter sua menina longe de perigos, agora que estava só na criação de Lilith tinha receio. O que seria da menina, caso ela viesse a faltar? Não, isso nunca podia acontecer...
Mas aconteceu. Em uma noite sombria, avançada em horas, Sarah veio a falecer, ao proteger sua criança querida com o próprio corpo, se jogando à sua frente, aparando as flechas e tiros disparados pelos aldeãos.
Ao ver o corpo inerte e sem vida da única pessoa que amava, Lilith perdeu a cabeça. Sem controlar seus instintos e poderes, o que aconteceu foi uma verdadeira chacina: mais de cinqüenta pessoas morreram, cerca de trinta ficaram desaparecidas e muitos dos que sobraram vivos não mantiveram o juízo perfeito. Simplesmente estavam loucos...
Desses dias a menina pouco se lembrava, o que era uma verdadeira bênção na visão de Athena. Só conseguia recordar que a Fundação Graad a escondeu e a retirou do país, a levando para a Grécia, onde encontraria a paz que tanto precisava...
Genten, disculpa a demora, tá? É que eu tava na casa da minha irmã e ela não tem internet...
Sheilinha, assim eu me vingo...eu já chorei tanto lendo fic sua...
Lininha, não fica assim! não importa se vc não consegue pegar a fic no dia...o importante pra mim é você ler e gostar!
Bjos!
C.O.N.T.I.N.U.A...
