December Love
Capítulo 2 – Não foi TÃO ruim assim...
02 de dezembro de 2005 – Sexta-feira.
Acordei assim que o telefone despertou... Abri os olhos desligando o aparelho e bocejando longamente. Olhei para o teto branco sobre minha cabeça... Sorri... "Não foi tão ruim assim..." pensei recordando do jantar da noite anterior.
...:Flash-Back:...
"Lar, doce lar..." – abri a porta adentrando o aposento seguida por todos.
"Ei! Por que EU tenho que carregar todas essas malditas sacolas!"
"Ora! Porque você é forte suficiente para isso Inu-Yasha." – ri trancando a porta após todos passarem por ela.
"CAH!"
"Não reclame e coloque essas coisas na cozinha."
"Esqueceu um PEQUENO detalhe mulher!" – ele me encarou emburrado – "EU mando aqui!"
"Ótimo... então faça o que quiser." – sorri vendo uma leve surpresa brotar em sua face. Mas no momento em que veio, se foi – "Vai ter que levar as sacolas pra lá mesmo..."
"FEH!" – ele retruca virando-se à porta da cozinha, sumindo por ela.
"Irritadinho..." – sussurrei sentando-me no sofá da sala pela primeira vez desde que cheguei. Será que poderíamos descansar! Eu estava exausta!
"E então? O que vamos comer?"
"Sei lá Miroku..." – Sango senta-se ao meu lado – "Alguma idéia?"
"Nenhuma Sango..." – falei suspirando.
"Que tal um prato diferente?"
"Isso Inu-Yasha! Mas.. o quê?" – Miroku desanima sentando-se entre Sango e eu.
"Alguém aí está a fim de procurar na internet?"
"Não..." – Inu-Yasha e Miroku declaram em um coro desanimado.
"Que tipo de comida? Chinesa? Americana? Italiana?"
"Uhm! Pizza com mui macarrone, éh?"
"Eca Miroku! Pizza com macarrão!" – Sango faz cara de nojo – "Por isso que está gordo desse jeito!"
"Sim... Tão gordo que daqui a pouco desaparece." – o outro ri sarcasticamente sentando-se em uma das poltronas e colocando os pés sobre a mesa de centro.
Tire os pés daí! Tire os pés daí! Sinto uma veia saltar em minha cabeça. Calma Kagome! Respira! Relaxa! Ele pode fazer o que quiser, lembra? Ele manda nisso tudo! Pronto... se acalme... isso...
"Tire os pés daí seu porco!" – irritei-me de vez. Acho que minha tática não funcionou muito bem...
"Os pés são meus, faço o que eu quero!"
"Sem querer defender ninguém, mas... Inu-Yasha, a Kagome tem razão! Os pés contêm muita sujeira! Tire-os daí!"
"HUMP!" – ele abaixa os pés após o pedido de Sango emburrando-se.
"Agora que as damas já acabaram o discurso sobre higiene..." – Miroku respira fundo cruzando os braços pensativamente – "O que vamos comer?"
"Que tal... macarrão com almôndegas, arroz, saladas diversas e strogonoff?"
"Sango! Assim você me mata de fome!"
"Gostei da idéia..." – sorri após o som estridente da barriga de Miroku eclodir ao redor – "Tudo bem se for isso, Inu-Yasha?"
"Tanto faz... Desde que seja comestível."
"Ótimo!" – Sango sorri levantando rapidamente do sofá – "Vou procurar as receitas!"
"Espere Sango! Eu vou junto!" – Miroku daí correndo atrás dela rapidamente.
Sorri levemente espichando-me sobre o sofá enquanto mirava o teto soltando um suspiro cansado. Sorri outra vez... Estou em Tokyo... É algo meio inacreditável ainda... Mamãe e papai ficariam orgulhosos! Fechei, finalmente, meus olhos sentindo o sono tomando conta de mim. Poderia aproveitar ao menos cinco minutinhos para cochilar... Pelo menos foi meu desejo.
"Que garota contraditória..." – escutei aos meus ouvidos abrindo os olhos e virando a face na direção da voz – "Pés na mesa falta de higiene e no sofá é o que?"
"..." – pisquei algumas vezes vendo o sorriso convencido daquele ser irritante. Sorri repousando as mãos em seus ombros o que, pude ver, o surpreendeu – "Sinal de que quero tirar um cochilo em paz. Boa noite." – empurrei-o fazendo-o cair sentado ao chão e tornei a fechar os olhos.
"Ei!"
"Boa Noite!" – exclamei virando-me para o outro lado.
"Louca..."
"Não tanto quanto você."
"Ora sua...!"
"Fique quieto e me deixe dormir!"
"HUMP!"
Foi a última coisa que escutei... Um "Hump!"... Logo já estava envolvida nos mais mirabolantes sonhos com meus novos... amigos? Digamos que sim, não? Sonhos com meus novos amigos e essa nova cidade que já fazia parte de mim, embora recém ter colocado meus pés nela.
"Senhorita Contraditória! Acorde que a janta está pronta!" – ouvi aquele homem idiota sussurrar, outra vez, em meus ouvidos enquanto me chacoalhava levemente.
"Hum?" – bocejo me espreguiçando e me sentando no sofá – "Quanto tempo eu dormi?"
"No mínimo uma hora... Aqueles dois devem ter destruído a cozinha pelo barulho que vinha de lá." – ele levantou se espichando um pouco.
"E você não foi ajuda-los!"
"E daí? Você também não foi!"
"Mas eu estava cansada!"
"Ora! Quem disse que eu não?"
"Mas não foi você que teve que viajar de trem por mais de nove horas!"
"E não foi você que teve que esperar por um trem mais de meia hora atrasado que trazia um pervertido total e de brinde uma garota louca!"
"A garota louca que vais vai trabalhar pra você... Não é?"
"Mas ela não deixa de ser louca..." – ele se dirige lentamente à cozinha enquanto eu levanto e logo o alcanço.
"Não tão louca quanto o irritadiço chefe dela." – sorri adentrando a cozinha e escutando-o soltar um "FEH!" indignado. Ri deixando-o ainda mais irritado. O que só me fez acreditar que ele era "Irritado de nascença", como disse Sesshoumaru um dia desses.
Nos sentamos à redonda mesa que permanecia no centro da pequena cozinha do apartamento. A comida estava mais do que perfeita! Cada prato perfeitamente preparado e maravilhosamente enfeitado. E apesar disso Inu-Yasha insistia em reclamar de algo. "O que colocou nisso Sango! Pimenta!" ele falava apontando pro molho com almôndegas. "Está muito salgado? Me desculpe!" ela desculpava-se provando do molho que preparara e constatando estar com o tempero na medida certa.
Depois de satisfeitos, quase que totalmente, nos transportamos para o aposento ao lado onde Miroku já colocava no DVD o filme que Sango alugara. Nos sentamos no sofá onde, antes, eu dormia, enquanto Sango apagava a luz e Miroku iniciava o nosso entretenimento. Senti-me um tanto sufocada entre Inu-Yasha, à minha esquerda e Miroku, à minha direita. Claro... os dois eram bonitinhos... Hãm... hãm... OK! OK! Os dois eram lindos, maravilhosos, mas não faziam meu tipo. Além do mais, Miroku, apesar de pervertido, namorava Sango! Ou eu acho que namorava... Já o Inu-Yasha é muito resmungão, irritado... ele pressiona demais! Quer que tudo seja como ele deseja... Eu sinceramente não gosto disso. Na empresa tudo bem, mas fora do trabalho onde não tem nada a ver! Já é demais!
"E os meus morangos?" – ouço ele sussurrar, novamente, em meus ouvidos – "Não achou que eu fosse esquecer, achou?"
"Não, não achei... Dá pra esperar um pouco?"
"HUMP!"
Ele se calou. Soube que era um "sim". Mas é tão difícil dizer "sim"? São só três letras! SIM! O que há de apavorante em um simples "sim"? Aquele chefe... o que há de errado com ele? O que o fez ser tão... tão... irritante? Por que?
"O que aconteceu com você...?" – sussurrei quase que inconscientemente enquanto fitava sua face me olhar incrédula.
"O que disse?" – ele sussurrou-me de volta com as sobrancelhas arqueadas.
"Hum?"
"Você...!"
"Pombinhos, calem a boca que o filme começou!" – Sango irritou-se. E com razão! Poucos foram os segundos que ficamos quietos!
Sinto-me afundar no sofá enquanto as bochechas esquentavam. "Devo me controlar..." pensei tentando me concentrar no filme. Algo meio impossível estando no meu... na minha situação. Por mais que eu tentasse não conseguia! Algo em minha cabeça fazia-me lembrar do pequeno problema do Inu-Yasha com a palavra "sim" e seu passado obscuro, o qual só ele mesmo sabe. Foi quando...
"AHHHHHHHHHHHHHHHH!" – pulei do sofá pegando o controle e parando o filme enquanto do outro lado da sala, Sango ascendia a luz para apreciarmos melhor a cena de um Miroku esbofeteado. Parece que meu irritante chefinho havia descoberto o porquê do meu grito fora de hora.
O silêncio pairou no ar completamente. Não sei 'quem' estava esperando 'o que'... Mas ninguém teve a... hum, coragem? Ninguém teve a coragem de abrir a boca e revelar o que mantinha-se engasgado na garganta. Principalmente eu! Pisquei algumas vezes vendo os olhares de meus amigos se concentrarem somente em mim. Senti-me estranha, constrangida... sentimentos que nunca haviam se passado em mim antes! É como se eu tivesse feito algo anormal!
"Kagome..." – virei o rosto vendo meu chefe me encarando seriamente. Errei tanto assim em gritar? – "Já que está em pé poderia buscar os morangos, não?" – ele completou sorrindo divertido ao me ver um tanto... perdida.
"Hum!Ah! Claro! Claro!" –sorri indo à cozinha e fechando a porta atrás de mim – "Não acredito naquele Miroku... INU-YASHA ONDE ENFIOU OS MORANGOS!"
"NA GELADEIRA SUA BURRA! IA ENFIAR AONDE POR ACASO!"
"E EU É QUE SEI! VOCÊ DEVIA SABER ONDE ENFIA SUAS COISAS, NÃO EU!"
"ENTÃO QUE DIZER QUE..." – ouvi a porta ser aberta e logo após fechada – "os morangos são meus?"
"Não necessariamente." – sorri fechando a porta da geladeira e vendo-o ao meu lado –" Mas boa parte deles são seus." – sorri vendo-o olhar ambiciosamente para caixa em minhas mãos – "Espere que eu vou lavá-los e te mostrar uma coisa!"
"Ta..." – ele sentou em uma das cadeiras enquanto eu fui até a pia tirar as folhas dos morangos e lavá-los – "Vai demorar muito?" – ele pediu bocejando após um tempo.
"Já acabei!" – sorri vendo-o se levantar – "Espere só mais um minutinho." – fui até a geladeira brindo-a, tirando uma caixinha de leite condensado e derramando um pouco do conteúdo dentro do pequeno buraco que fiz ao centro do morango escolhido – "Aqui!" – coloquei a mão abaixo do morango elevando-o até a boca do meu... chefinho – "Prove isto, é uma delícia!" – sorri e vi-o devorar metade do morango enquanto uma parte do leite condensado escorria-lhe pelos lábios que ele trata de lamber.
"Que gostoso! Só espero que não tenha veneno aí!"
"Não tem veneno!" – sorri colocando o resto que sobrava do morango em minha boca enquanto Inu-Yasha parecia indignar-se, afinal, o morango era dele! – "Viu! Se tivesse veneno eu não teria comido!"
"Mas era o MEU morango!"
"Mas ainda há muitos outros, amor!" – provoquei-o completando a frase com um afetivo "amor".
"HUMP!"
"Ora vamos! Leve esses morangos que eu levo o leite condensado pra você."
"Ótimo!" – ele sorri maliciosamente pegando a caixa de minhas mãos – "Meu amor..."
Sorri pegando o que restava e me dirigindo à porta, onde acidentalmente me choquei contra as costas de meu querido chefe. Ora aquele idiota! O que fazia ali grudado ao chão! E ainda por cima quase me fez derrubar o leite condensado!
"O que está fazendo seu...!" – o resto da frase congelou em minha garganta ao ver Miroku com um sorriso malicioso e Sango tentando abafar o riso – "O-o que aconteceu?" – indaguei completamente confusa. Ou será que tentando parecer confusa?
"Nada
Kagome! Nada!" – Sango sorri com as mãos sobre os lábios
– "Venham assistir o filme! Venham!"
"Ok..." – sorri
pegando o punho de meu chefe tentando puxá-lo, mas foi o
contrário que aconteceu... Ele acabou me puxando.
"O que me intriga não é a Sango e sim o sorriso pervertido desse meio-monge!"
"Meio-monge?"
"É uma história comprida Senhorita Kagome! Muito comprida!"
"Ora seu idiota! Fale logo! No que está pensando!"
"Nada Inu-Yasha! Nada!"
"Escute aqui...!"
"Esquece isso chefinho!" – sorri ao vê-lo me olhar intrigado – "Vamos ver o filme e depois matamos o Miroku, certo?"
"Uhm!" – ele parece surpreso com o que eu havia dito – "Então ta..."
Miroku sorriu sem-graça enquanto nos acomodávamos em nossos lugares, de onde algumas horas havíamos levantado. O DVD desligado, o sofá vazio, os morangos extintos do recinto, a porta aberta e Inu-Yasha para fora do apartamento. Sorri e abanei-lhe depois de um breve cumprimento. Ele por sua vez retribuiu virando-se de costas e desaparecendo pelo elevador enquanto eu trancava a porta do recinto. Sorri e fui para meu quarto onde encontrei Sango já se deitando. Troquei-me e aconcheguei-me nas quentes cobertas de minha cama.
...:Fim do Flash-Back:...
"Já acordou Kagome?" – ouvi após o som de porta sendo fechada, o que me fez acordar de meus devaneios e contemplar a luz que vinha por cima de minha cabeça.
"Sim Miroku..." – respondi sentando na cama.
"Posso usar o computador?"
"Claro que pode! Ele também é seu, não?"
"Não." – ele sorri me deixando confusa – "Estou aqui só por uns dias! Logo vou voltar pra casa."
"Você e a Sango... desde quando estão juntos?"
"Não é o que pensa Senhorita Kagome! Sango e eu somos só amigos!"
"Pois não parece." – sorri pegando algumas roupas da mala que ainda não havia desarrumado.
Verdade! Sango e Miroku estavam sempre juntos! Um sempre ajudando o outro, uma cooperação mútua, abraços um tanto que... românticos... Eles faziam um belo casa! Uma união descomunal! Seria tão bom ter alguém assim por perto... Que se preocupe se estou triste ou feliz, se estou bem ou não... Nem que seja uma companhia... alguém a quem eu dedique minha vida! Meu coração...
"Mas você gosta dela, não?"
"Sim... eu gosto. Mais do que tudo! E você?"
"Eu? Não..." – sorri levemente – "Não tenho ninguém pra amar..." – sinceramente não posso considerar meus últimos namorados... Acho que nunca os amei de verdade...
"E o Inu-Yasha?"
"Nem de brincadeira!" – exclamei saindo do quarto e me dirigindo ao banheiro.
Eu sabia que era brincadeira, mesmo assim não deixei de sentir uma grande revolta dentro de mim. Até por que eu NUNCA iria chegar a amar um cara como ele! Grosso, chato, irritante, idiota... Não que eu não goste dele, mas... ele não é um homem que eu chegaria sentir algo maior do que amizade. Eu nunca chegarei a tal ponto com ele. E se chegar, quer dizer que terei enlouquecido de vez e aí poderão me mandar para um hospício amarrada com uma camisa de força!
Sorri com tais pensamentos abandonando o banheiro e indo largar a roupa suja no tanque para posteriormente retornar à cozinha e fazer meu desjejum.
É tão estranho pensar no Inu-Yasha como um 'namorado ideal'. Arrogante do jeito que é... Hump! Eu realmente NÃO mereço aquela brincadeira do Miroku! E o que mais me dá raiva é que eu fico pensando nisso! Batendo na mesma tecla a todo o instante! Por que eu não consigo simplesmente ESQUECER isso! Esquecer aquele idiota! Daquele sorriso maroto! Por que isso não me deixa em paz!
Sentei-me distraidamente à mesa debruçando-me sonolentamente sobre os braços. Balancei a cabeça diversas vezes escondendo os olhos sobre meus membros superiores. Aquelas imagens me atordoam! Sentia vontade de gritar para que aquele sorriso sarcástico fosse embora! Saísse de minhas lembranças! Para que voasse para longe de minha vida.
"Miroku e eu vamos ao parque dar uma volta. Quer ir conosco?"
"Parque? Que parque?" – indaguei levantando o rosto e encarando Sango que permanecia com um sorriso na face.
"É um parque que tem aqui perto. Você não viu quando fomos ao mercado?"
"Não... eu estava distraída..."
"E na volta?"
"Está piorando..." – suspirei – "Não adianta insistir... Não lembro de ter visto nenhum parque..."
"Você quer ir?"
"Pode ser... Não tenho nada pra fazer mesmo..." – sorri enquanto enchia a xícara com água quente da térmica que Sango colocou sobre a mesa.
"Que bom!" – ela sorri passando geléia no pão que mantinha em mãos – "Podemos convidar o Inu-Yasha também!"
"Não..." – tomei um gole do chá já pronto – "Ele deve estar trabalhando."
"Hum... É verdade..." – ela suspira logo dando um sorriso – "Que pena."
"Por que?" – indaguei com desconfiança. Pensaria ela como Miroku?
"Seria interessante nós quatro outra vez."
"Quem sabe outro dia?"
"Dia vinte e cinco! Vai ser domingo! Podemos convida-lo!"
"Certo..."
"Estão prontas meninas?" – Miroku adentra a cozinha sorrindo.
"Só terminarmos o café Miroku!" – Sango sorri mordendo o pão já pronto.
"OK!"
O silêncio fez-se na cozinha após Miroku sentar à mesa de frente para Sango. Não deixei de notar as olhadas um tanto... carinhosas que eles trocavam entre si, o que me deu uma idéia. Sorri terminando o chá e beliscando algumas bolachas. Após um curto espaço de tempo que envolveu arrumação da cozinha, visitas ao banheiro e o aumento considerável de roupas sobre o corpo, saímos do apartamento nos dirigindo para o dito parque.
A cada passo que eu dava parecia que mais desconhecia aquele grande e agitado lugar... Meu sorriso logo se alargou vendo que nos aproximávamos do local tão procurado. Sango também sorriu me puxando para dentro da praça.
"Vocês podem ir, eu... tenho que ver uma coisa antes!" – informei sorrindo enquanto Sango me olhava intrigada.
"Mas Kagome..."
"Sango..." – espichei o olhar na direção de Miroku piscando para ela que é tomada por um leve avermelhamento na face – "Vai logo!" – empurrei-a na direção de Miroku. Logo os dois seguiam juntos.
Sorri longamente e me pus a caminhas na direção contrária da deles. Caminhei por aquele longo paraíso. Tudo tão belo perto do cinza metálico da cidade que envolvia este pequeno pedaço natural. Aproximei-me da parte central da praça vendo um pequeno lago com uma ponte antiga de madeira. Sorri ainda mais indo até o meio da ponte escorando-me em seu parapeito enquanto analisava a cristalina água abaixo de meus pés. Os pensamentos ao céu...
"É praga mesmo... Por que eu não imaginei que você estaria aqui?" – ouço ao meu lado surpreendendo-me ao encarar aqueles olhos negros... outra vez...
"O que faz aqui? Pensei que fosse trabalhar."
"Houjo está mo meu lugar." – ele sorriu – "Saí para dar uma volta, respirar ar puro... É bom relaxar às vezes."
"A questão é que você relaxa sempre." – sorri enquanto ele me olha irritado – "Desculpe. Não quis te deixar irritado desde cedo."
"Hump!" – ele escora-se de costas no parapeito da ponte cruzando os braços.
"Você tem que..." – parei na frente dele segurando-lhe as bochechas e logo as esticando – "sorrir! Faz bem pré saúde!"
"Ei!" – ele segura minhas mãos que são obrigadas a soltar seu rosto – "Não faça mais isso sua louca!"
"Inu Kawaii!" – ri enquanto ele piscou os olhos várias vezes – "Não você! Aquele Samoieda!" – ri apontando para o cachorro branco que passeava por ali junto do dono – "Convencido!"
"Hump!" – ele torna a cruzar os braços após soltar minhas mãos.
"Mas
você também é fofo!" – sorri vendo-o revirar
os olhos – "Sério! Ao menos de boca fechada!"
"Estou
desistindo de ficar aqui com você..."
"Certo..." – sorri voltando a me escorar no parapeito e olhar as águas um tanto paradas.
"Veio aqui sozinha?" – ele fica na mesma posição que eu tentando encontrar a verdade em meu silêncio.
"Não... Sango e Miroku estão por aí..." – sorri e encarei-o curiosa – "Por que?"
"Nada... Por nada..." – ele desvia o olhar ao lago outra vez e eu faço o mesmo.
O silêncio tomou conta de nós dois fazendo-nos ouvir o belo cantar dos pássaros que habitavam a natureza ao nosso redor. Alguns peixes subiam à superfície para apanhar os pedaços de pão que alguns idosos e crianças sorridentes largavam sobre as águas. Olho para o lado vendo Inu-Yasha sorrir ao observar algumas crianças brincando com uma bola ali perto. Sorri fazendo meus braços empurrarem-lhe de leve enquanto me virava e começava a caminhar.
"Você fica mais gentil quando sorri." – falei ouvindo-o me seguir. Senti as mãos dele repousarem em meus ombros fazendo-me parar para ouvi-lo sussurrar em meus ouvidos...
"Pena que não posso dizer o mesmo de você..."
"Ui... como você é malvado!" – o empurrei fazendo-o tropeçar em uma pedra solta e quase ir ao chão. Ri alto, o que fez Inu-Yasha virar-se para mim me encarando com raiva. Ele se põe inteiramente de pé soltando um sorriso malicioso – "O que vai fazer?" – indago recuando alguns passos.
"O que você acha?" – ele começa a avançar e eu saio correndo sendo seguida por ele – "Volte aqui! Você não vai escapar de mim!"
"Ah vou sim!" – ri olhando brevemente para trás e voltando a olhar para frente em disparada.
"Não vai!"
"Vou si...!" – senti-me voltar um passo atrás e meu corpo chocar-se em algo.
"Eu disse que não ia!" – ele ri segurando-me firme.
"A questão é que você é mais rápido do que eu!" – ri encerrando meu dedo indicador em seu peito.
"Não importa!" – ele sorri soltando meu braço. Sorri-lhe arrastando-lhe pelo braço até um dos milhares de bancos ali existentes. Sentei sorridente puxando-lhe para meu lado – "Eu realmente não te entendo..."
"Por que?"
"Não sei... só não lhe entendo..." – ele sorri se escorando no banco e fechando os orbes negros – "Você é estranha."
"Estranha?"
"Éh... Uma hora você diz que me odeia, outra já está 'brincando' comigo... Não entendo." – ele abre os orbes mirando o céu.
"Não tente entender, só... viva!" – sorri cruzando os braços enquanto ele me encarava também sorrindo.
"Só não me enlouqueça!"
"Ah! Não posso prometer nada!"
"Mas o..."
"Aqui está você!" – ouvi ao meu lado uma voz um tanto eufórica. Olhei para o lado vendo Sango totalmente vermelha. Seria da corrida até aqui!
"O que foi Sango?"
"Nada eu... só quero te contar uma coisa e... Ah! Oi Inu-Yasha!"– ela sorri sem-graça ao vê-lo interessado no assunto.
"Oi Sango..." – ele sorri se levantando – "Bom... eu já vou indo."
"Mas...!"
– começo um tanto intrigada... ou melhor... dasapon... hãm,
hãm... Esqueçam isso, ok!
"Alguém tem que
trabalhar aqui..." – ele coloca as mãos no bolso sorrindo
– "Até logo meninas..." – ele se vira seguindo em
direção da ponte a qual estivemos há algum tempo
atrás.
"Tchau..." – respondi em um suspiro me virando para Sango – "E então? Qual é a novidade?" – indaguei sorrindo.
"Você acreditaria se eu te contasse que... que o Miroku..." – ela começou ficando mais rubra a cada instante – "Se eu te contasse que o Miroku... que ele..."
"Que eu a beijei, a pedi em namoro e ela aceitou?"
"Você fez isso Miroku?" – indaguei surpresa ao rapaz que permanecia agachado atrás de nosso banco. Olhei em seguida para Sango que permanecia ainda mais avermelhada que segundos antes da chegada do outro.
"Claro que fiz! Não é Sangozinha?" – ele piscou para a garota que sorriu sem-graça assentindo levemente.
"Oh! Oh! Oh! Já estava na hora!" – sorri abraçando Sango e em seguida Miroku – "Já pensaram em comemorar hoje à noite? Se vocês quiserem eu posso sair de casa para vo..."
"Não se incomode Senhorita Kagome! Sango e eu vamos a uma lanchonete aqui perto!"
"Que bom! Estou tão feliz por vocês!"
"E nós por vocês!"
"Vo-vocês quem Miroku?" – indaguei piescando algumas vezes. Saí com alguém hoje? Ah não! Ele não pode estar falando do...!
"Você e o..." – ele sorri maliciosamente. Agora é definitivo! Ele esta falando DELE! – "Como é mesmo? Hum... Chefinho?"
"Ah não, de novo não Miroku! Você sabe que eu NUNCA ficaria com o Inu-Yasha!"
"Nem vem! Eu vi vocês dois juntinhos ali na ponte! E também vi o jeito que ele olhava pra VOCÊ!"
"Miroku!"
– ralhei sentindo as bochechas esquentarem. Droga! Que
constrangimento é esse agora? – "Sango querida, diga pro
seu namorado que isso é mentira!"
"Miroku,se a Kagome
diz que não tem interesse, é por que não tem
interesse."
"Espertinha! Mas você também dizia o mesmo sobre mim!"
"Na 4ª série! Não depois da faculdade com um trabalho fixo!"
"Tem diferença?"
"Claro! Crianças falam isso, pois não têm certeza do que sentem. Depois de adultos temos a cabeça formada e sabemos o que queremos." – Sango sorri – "Geralmente é assim..."
"A Sango está certa!" – afirmo sorrindo enquanto Miroku, finalmente, se dá por vencido.
Sorri. Que história absurda essa do Miroku! Como se o inútil do Inu-Yasha fosse mexer comigo! Ele não vai mexer comigo sentimentalmente! Ah, não vai mesmo! Respirei fundo sentindo o gelado vento chocar-se contra meu rosto enquanto a neve tornava a cair fina. Manhã agitada essa! Mas... não posso dizer que não tenha sido divertida, porque... Na verdade eu amei cada segundo desta manhã... Querendo ou não querendo era a melhor manhã que eu havia tido em séculos! Milênios! Diferente, é claro, da tarde que se passou... Sango, Miroku e eu resolvemos, finalmente, organizar nossas coisas pessoais. O que acabou nos custando à tarde e início da noite. Arrumar isso... "Não! Aqui fica melhor!".Trocar de lugar... "Pensando bem, lá estava bem melhor..." Enrola, enrola, enrola... Banheiro, banho, sofá... Descansamos realmente quando o sol já havia se posto e já havia se passado das oito horas... O que fazer agora? O que fazer?
"Realmente não sei Kagome..."
"Na TV não há nada de bom pra variar... Algum filme?" – Miroku indagou "inocentemente".
"Nem
que a vaca tussa! Eu não vou ficar no escuro com você a
solta!"
"Mas ontem você ficou Senhorita Kagome!"
"Mas é que ontem eu..." – me calei. É verdade... ontem eu fiquei no escuro com ele... Por que eu fiz isso? Eu... eu... Será que fiz por que... Não! Não foi por que...!
"Ah sim! Esqueci que hoje seu adorado chefinho não está aqui..." – ele balança a cabeça negativamente soltando um suspiro.
"Miroku!" – juntei uma das almofadas lançando-a contra ele e acertando-o na cabeça – "Já disse pra parar com isso! Ontem eu fiquei por que... por que eu não sabia que você era tão tarado!" – invento cruzando os braços e desviando o olhar à janela.
"Não minta pra mim safadinha!" – ele recomeça com a voz brincalhona.
"Ah cale a boca!" – escorei a cabeça sobre as mãos que permaneciam no "braço" do sofá.
"Então eu não estou errado?"
"Sango mande-o parar!" – resmunguei deixando-me levar pela imensa onda do cansaço...
Oiê!
Tudo beleza pessoal? Comigo um pouco cansativo, mas tudo bem!
Reviews:
Algum ser e Natsumi TakashiMuuuuuuuuuuuuuuuuuuuito obrigada pelos elogios e como vocês mesmas pediram não vou demorar nos capítulos. Meu esquema é o seguinte: Essa fic teve início dia 10/09/05, por isso os primeiros capítulos são... deixa pra lá.. ' uahuahuaha... Continuando... Então eu esperei até o mês de dezembro para postar todo o dia. Eu sei que estou um dia atrasada, mas é culpa da minha mãe... Prometo que logo, logo vou ter todos os capítulos em ordem!
MaryHimuraTambém agradeço móinto pelos elogios e vou responder mais ou menos suas perguntas (não posso revelar tudo também, néh! Ahuahuhauha). Bom... digamos que o Kouga tem uma quedinha pela Kagome, mas ele não aparece muito... Sim... a Kikyou vai ter participação especial em um capítulo mais pra frente (é um dos meus favoritos!XD Não pela aparição dos personagens... pelo jeito que o Inu trata a Kagome! Auhauhauha). E a última questão... não vai ter hentai... uahuahuaha...
Desculpem os erros de português, mas não deu tempo de reler a fic! Brigadão gentem, mas agora tenho que ir beleza? Volto outra hora! Kisusususus!
