December Love

Capítulo 3 – Cinema? Com aquele idiota?

03 de dezembro de 2005 – Sábado.

Abri os olhos sentindo uma leve dor nas costas. Praguejei me sentando na cama. Hum... acho que não foi uma boa idéia ter dormido no sofá ontem è noite... Bocejei logo levando o olhar para o criado mudo... Doze horas... "Ainda"... sussurrei voltando a me aninhar nas cobertas. Ora bolas! Ainda eram doze horas! Pra que acordar tão cedo no sábado! Eram só... O QUE MEIO DIA! Vamos Kagomezinha, acorde meu bem! O dia já raiou há muito tempo atrás! Vamos docinho! Hora de levantar e...

"MEIO DIA!"

Até que enfim Higurashi!

"Como pude dormir tanto!"

"Agora isso não é importante mulher! Ande logo!" pensei levantando-me em um pulo e voando até o guarda-roupa onde pude escolher as milhares de roupas para me proteger do frio que vinha lá de fora. Logo saí do quarto passando no banheiro e depois seguindo à cozinha onde pude encontrar Miroku e Sango já almoçando.

"Bom dia!"

"Boa Tarde..." – eles responderam em coro.

"Por que não me acordaram?" – indaguei sentando-me junto a eles.

"A Sango não deixou..." – Miroku respondeu após engolir o que havia posto na boca – "Como ela gosta de dormir um pouquinho mais e não gosta de ser acordada... Te deixamos dormindo." – ele sorri bebendo um pouco de suco.

"Mas não precisavam exagerar! Eu costumo almoçar ao meio dia..." – suspirei servindo meu prato com um pouco de arroz.

"Tudo bem! Da próxima vez a gente te acorda mais cedo!" – Sango sorri elevando o copo aos lábios para saciar a sede.

"Eu ficaria muito grata por isso!"

"Mas mudando de assunto... O que eu e minhas duas adoradas companheiras vamos fazer esta tão bela tarde de inverno?"

"Olha Miroku, eu não tenho nem idéia... Acho melhor você e a Sango, que conhecem melhor a cidade, decidirem."

"Hum... Miroku, lembra aquela vez quando eu, você e o Inu-Yasha fomos ao shopping?"

" Sim, eu lembro... O que isso tem a ver?"

"Lembra onde a gente foi depois da visita completa às lojas?"

"Sim..." – ele sorriu maliciosamente. Bom... parece que eram boas lembranças pra ele! – "Só falta convidarmos o Inu-Yasha..."

"O que! Vão convidar aquele idiota!"

"Ah! Kagome! Que graça tem só você de vela! Assim você pode até aproveitar um pouquinho..."

"Sango!" – exclamei indignando-me com tal banal comentário.

"Putz! Escapou!" – ela riu juntamente com Miroku fazendo-me quase estrangula-los.

"Aham... ta... Sei... Agora..." – encarei-a com um leve sorriso – "se isso tornar a acontecer juro que eu te mato!"

"Calma Kagome! Desculpe!"

"Não sei se vou desculpar..." – informei desviando o olhar para a porta.

"AH... Kagome!"

"Brincadeira!" – sorri fazendo-a suspirar aliviadamente.

"Então... que horas combinamos com o Senhor Reclamação?"

"Agora néh Miroku! O filme que eu quero ver começa em pouco mais de uma hora!"

"Uma hora! Temos tempo de sobra!"

"Aí que você se engana meu querido!" – sorri molhando os lábios com o vital líquido incolor – "Somos duas mulheres... Meia hora para cada uma! No mínimo..."

"Qual o número do Inu-Yasha mesmo?" – ele indagou levantando e correndo atrás do aparelho telefônico.

Sango e eu rimos do companheiro... Mas se considerarmos os fatos, eu não estava tão errada! No mínimo eu ia querer tomar um banho antes de irmos e eu aposto que Sango havia pensado no mesmo! E nossos banhos costumam ser um tanto que demorados...

Após algum tempo Sango e eu já havíamos tomado nossos preciosos banhos e já estávamos na segunda difícil tarefa... VESTIMENTO... Não estava muito frio hoje, mas não era nenhum verão! Então... Bota roupa, tira roupa, coloca mais uma por cima... e assim sucedesse até a terceira tarefa... MAQUIAGEM... Essa foi rápida e fácil... Um básico, afinal, não íamos a festa alguma!

"Mas me diga uma coisa Kagome..." – Sango acordou-me dos pensamentos com um pequeno sorriso um tanto receoso – "Você não sente nenhuma atraçãozinha por ele?"

"Não... Por que eu deveria sentir?"

"Ah, Kagome! Cá entre nós!" – ela deixou o sorriso aumentar gradativamente – "Apesar de todos os defeitos que ele certamente tem... ele é um GATO!"

"Isso não justifica ele tratar todo mundo como lixo!"

"As duas demoradas já estão prontas ou eu vou ter que esperar mais meio ano, ein?"

"Viu! É disso que estou falando!" – suspirei vendo Inu-Yasha adentrar o quarto seguido por Miroku.

"O que?"

"Ah, Inu-Yasha! Não liga não! É um assunto meu e da Kagome!"

"Qual assunto de vocês que EU estou no meio!"

"O assunto do tipo: Qual o idiota que você conhece que só quer saber de ser melhor que os outros?" – informei secamente voltando a arrumar-me.

"Olha meu bem..." – senti-o repousar a face ao lado da minha murmurando as palavras que se seguiram – "ou você tem mais respeito ou a rua te espera."

"Primeiro: VOCÊ que tem que aprender a respeitar os outros; e segundo: você me despede e o Sesshoumaru te mata..." – sorri vendo sua face transformar-se de zombeteira para zangada.

"Gosto disso..." – ele sorriu afastando-se de mim – "Gosto desse seu jeito de falar o que pensa. Muitos não o arriscariam..." – ele transformou seu sorriso deixando-o zombeteiro – "Mas e se não tivesse o Sesshoumaru pra lhe 'proteger'? Você diria-me isso? Eu acho que não..."

"E se eu dissesse que diria?"

"Você não seria tão tola..."

"Ao menos seria sincera... E isso é algo que eu prezo muito..."

"Nunca poderemos saber, não é? Minha paixão?"

"Pela primeira vez na vida você tem razão..." – insisti fazendo-o fitar-me rancorosamente.

"E eu posso dizer o mesmo de você..." – ele persistiu fazendo-me encarar-lhe do mesmo modo, após alcançar o gloss a Sango.

"Sabe de uma coisa..." – sorri indo até ele e enlaçando-lhe levemente o pescoço fazendo meus lábios alcançarem suas orelhas, o que o deixou incrivelmente surpreso – "você até que é bem bonitinho..." – sussurrei-lhe aumentando o sorriso ainda mais – "Ah, se não fosse a sua arrogância..." – complementei afastando-me para encarar-lhe estupefato.

"Se não fosse ela?" – ele indagou-me com a sobrancelha levemente elevada. Se não o conhecesse diria que estava interessado no assunto.

"Nunca poderemos saber, não é?"

"Insinuando que eu nunca deixarei de ser arrogante, mulher idiota!"
"Posso dizer que sim... Você é um caso perdido meu caro..."

"Você é tão tola... Não sabe de nada."

"Não sei mesmo..." – afirmei aproximando-me da porta – "Mas te conheço o suficiente para tirar esse tipo de conclusão..." – sorri abrindo a porta e atravessando-a – "Espero vocês na sala!"

Senti-me estranha... Posso dizer que constrangida. Não sei do que... Acho que foi pelo fato de eu ter me "pendurado" tão de repente no pescoço de meu chefe, afinal, eu nunca ousara fazer isso antes! Mas bem que ele merece escutar umas verdades só para perceber como trata os outros como escroto! Não que fosse preciso tanta proximidade ou provocação, mas... ele não me escutaria de outro modo... Homens são homens...

Eles não demoraram a aparecer na sala me procurando para seguir caminho. Não nos demoramos muito ali e rumamos para o local combinado. Não era muito distante dali, mas Inu-Yasha insistiu em se exibir com seu carro negro. Outra coisa típica dos homens: querer mostrar suas posses...

Adentramos o local e seguimos comprar os ingressos para, posteriormente, nos guiarmos até a sessão. Adquirimos as pipocas tão típicas, águas e refrigerantes... Começamos a travessia pelo corredor escuro onde Inu-Yasha seguia na frente 'atropelando' todo mundo e sequer nos esperando. Logo todos estávamos novamente reunidos e prontos para o filme que havia de começar. Por exigência, Miroku e Sango sentaram-se um ao lado do outro e eu fui obrigada a ficar ao lado do irritado Inu-Yasha... Essa seria uma longa sessão de cinema...