December Love

Capítulo 4 – Maldito atrevimento!

04 de dezembro de 2005 – Domingo.

Acordei-me repentinamente... Como se algo houvesse me assustado. Talvez o sonho do qual eu não me lembro... ou... não faço idéia...

...:Flash-Back:...

A sessão de cinema não foi tão longa quanto imaginei.. e Inu-Yasha nem tão chato e irritado. Ele bem que deu umas gargalhadas juntamente com todos no filme de comédia que Sango escolhera... digamos que propositalmente para nos alegrar. Até que funcionou! Eu já não me sentia com vontade de irritar ninguém, principalmente o Inu-Yasha, na verdade eu queria é ficar feliz... Eu só esperava que meu companheiro resmungão ao lado pensasse da mesma forma... Ao menos até o final dessa noite...

Senti-me um tanto constrangida por estar atuando como candelabro para meus dois amigos e companheiros de casa... Afinal, eles estavam se agarrando ali ao meu lado e eu nem podia desviar o olhar para o lado, pois veria a cena de um entediado e irritadiço Inu-Yasha reclamando de tudo... O filme? Ótimo... esqueci de dizer que estávamos no intervalo...

Minutos se passaram e eu arrisquei uma olhada para o casal ao meu lado... Acho melhor não ter feito isso... Solto um suspiro desviando o olhar para o outro lado dando de cara com os orbes negros de Inu-Yasha, que me fitava. Sinto um leve rubor em minhas bochechas ao ver o sorriso dele se espichar. Pisquei algumas vezes voltando o olhar constrangido para a tela negra a nossa frente. Ouvi-o abafar um riso brincalhão enquanto relaxava mais na poltrona a qual permanecia.

"Idiota..." murmurei cruzando os braços e amarrando a cara. Ora! Aquele imbecil ficou rindo da minha cara! Como se ele também não pensasse besteiras! Ei! Não que eu tenha pensado, mas... Tudo bem, tudo bem... Encerramos o assunto já que insistem tanto!

"E agora? Pra onde vamos?" – Sango indagou após o término da sessão.

"Maldito inverno! Teríamos mais coisas pra fazer se não fosse ele!"

"Só uma coisa!" – exclamei encarando Miroku e Sango que permaneciam abraçados – "Vocês, por favor, poderiam parar de ficar se amassando no meio de gente? Eu não me sinto muito à vontade com isso!"

"Desculpe Kagome!" – Sango sorriu sem graça – "Não tínhamos a intenção de constranger você!"

"Mas não se preocupe meu amor..." – Inu-Yasha se aproximou passando por minhas costas enquanto se pronunciava – "Prometo não fazer isso em público com você..."

"Claro que não!" – me virei pra ele encarando-o seriamente – "Pois você nunca terá a honra de sequer encostar um dedo em mim..." – sorri sarcasticamente me guiando para a área alimentícia – "Vamos! Estou morrendo de fome!"

­"Quem disse?" – ele insistiu ao me alcançar.

"Eu disse e se quiser repito..."

"Então, meu bem..." – ele puxou uma cadeira oferecendo-a para mim – "É o que veremos..."

"Obrigada, mas não é com uma simples cortesia que você ganhará meu coração Senhor Arrogância."

"Temos tempo..." – ele sorriu vendo os outros se juntarem a nós – "Temos muito tempo meu amor..."

"Seu tempo não vai adiantar em nada... Você é teimoso demais para mudar..."

"Mas eu posso tentar, não posso?"

"Querido..." – acariciei sua face com um leve sorriso de escárnio – "Milagres não acontecem..."

"Então veremos..." – ele insistiu enlaçando minha mão com um enorme e maroto sorriso.

"Oh! Senhor Inu-Yasha! Mas que honra vê-lo outra vez!"
"Hum?" – meu chefinho soltou-me virando-se em direção do chamado – "Ah! É você velho Toutousai!"

"Olhe aí! E ainda quer insistir em milagres..." – caçoei sustentando o rosto nas mãos.

"Esses são Miroku e Sango." – ele persistiu indicando o casal – "E essa aqui é minha adorada Kagome..." – ele mirou-me com um sorriso sarcástico.

"Prazer Senhor Toutousai." – sorri cumprimentando o recém chegado – "Não quer sentar-se conosco?"

"Claro minha jovem! Seria um grande prazer!"

"Sinta-se à vontade!" – Miroku proclamou sorrindo.

"Mas o que quer aqui velhote?"

"Só queria saber notícias suas e do Senhor Sesshoumaru!"

"Estamos bem..."

"E o trabalho? Muito cansativo?"

"Não muito... Esse ano até que está um pouco fraco perto dos outros anos."

"Então por que reclamou com Sesshoumaru? Por que pediu mais funcionários? Afinal de contas o que EU vou fazer lá?"

"Querida... olhe bem... temos muito serviço, mas nem tanto. A velhota Kaede, minha secretária se aposentou e a secretária de outro funcionário também... Então você e Sango vieram exatamente para substituí-las..."

"E com quem exatamente eu vou ficar?"

"Adivinha?" – ele sorriu maliciosamente elevando uma das sobrancelhas.

"Você está brincando!"

"Nunca falei tão sério..."

"Você é tão idiota!"

"Não se preocupe... Não vai se arrepender..."

"Já estou arrependida..."

Nossa conversa se estendeu por mais algumas horas e somente depois que Toutousai foi embora que resolvemos comer... Mas como já era um pouco tarde... Miroku insistiu para que fôssemos em um restaurante. Ou melhor... uma pizzaria... De novo nos colocamos no veículo de nosso detestável chefe... Detestável apenas pra mim... E rumamos para o local informado. Como disse Miroku, o local não era muito grande, mas a comida era ótima! Foi divertido ficar ali com eles rindo, me divertindo... Eles são tão brincalhões e ao mesmo tempo sérios! Eles sabem mesmo como levar uma ótima vida! Coisa que... eu certamente não sei...

...:Fim do Flash-Back:...

"Vamos, vamos Kagome! Hoje é dia de acordar mais cedo!"

"Ahhhhhh... que hora é Sango?"

"Hora de acordar, minhas princesas!"

"AHHHHHHHHHH! INU-YASHA SAI DAQUI SEU PERVERTIDO SEM-VERGONHA!" –gritei juntando o travesseiro a minhas costas e atirando-lhe na cabeça.

"Ei sua louca! O que está fazendo!"

"O que VOCÊ pensa que está fazendo aqui! Sai já do meu quarto! Imagina se você tivesse chegado assim, sem bater na porta, e eu estivesse me mudando!"

"Olha, vou te dizer uma coisa... Acho que eu não ia ficar arrependido!"

"Ora seu...!"

Levantei o mais rápido que pude da cama saindo em disparada atrás daquele insuportável atrevido! Ele tratou, é claro, de fugir de mim... Mas para minha total infelicidade ele se deu por conta de nossas "pequenas" diferenças parando repentinamente no meio do fui surpreendida não consegui evitar de cair diretamente em seus braços.

"Eu sabia que mais cedo ou mais tarde você não ia conseguir se segurar e ia vir direto pra mim..." – ele sussurrou me apertando fortemente contra seu corpo enquanto nascia em sua face um sorriso coberto de malícia.

"Você está sendo tão ridículo..." – empurrei-o para longe acertando-o um tapa na cara que tornou-se espantada – "Isso é pelo seu maldito atrevimento!" – virei-me de costas rumando para fora da sala em direção ao meu quarto.

"ESPERE AÍ MESMO!" – senti-o puxar-me de volta para si – "Que idéia foi essa!"

"Não pense que só por que você é meu chefe que vou deixa-lo abusar de mim! Eu detesto esse tipo de gente! E me solte agora seu estúpido!"

"Acha mesmo que eu vou deixar por isso! Não me importo se você é a protegida do meu irmão idiota! Você foi longe demais!" – ele quase gritou apertando-me o braço fortemente.

"E você não! Ora! Penso que qualquer outra teria feito pior por tal atrevimento!"

"Ou teria visto isso como uma brincadeira!"

"E de muito mau gosto!"

"Isso não vai te salvar meu bem! Você vai pagar de alguma forma!"

"De que forma você se refere!"

"Da pior possível!"

"Qual!"

"Você verá sua vadiazinha..." – ele me soltou levando um tapa ainda mais forte, o que fez Sango e Miroku virem até nós preocupadamente.

"O que aconteceu?" – Sango indagou ao ver-nos parados, um de frete para o outro.

"E você que ouse falar mais alguma coisa desse tipo ou se atrever a fazer alguma coisa contra mim! Você vai pagar tão caro que nem suas próximas 1000 encarnações vão poder pagar!" – ralhei rumando para meu quarto com a maior raiva que já senti de alguém em toda minha vida.

"Kagome! Kagome! O que está acontecendo!" – Sango adentrou o quarto vendo-me atirada sobre a cama coberta inteiramente.

"Pede para aquele estúpido! Eu vou dormir agora!"

"Kagome o 'estúpido' já foi! O que aconteceu pra ele sair com tanta raiva daqui! Miroku chegou a ir atrás dele!"

"Não aconteceu nada!"

"Kagome! Pode confiar em mim!"

"Eu confio!" – sentei-me na cama vendo-a sentada em sua própria cama ao meu lado.

"Então... pode me contar..."

"Foi aquele idiota! Ele... ele... Ah Sango eu não sei explicar! Eu me senti ofendida por ele ter falado aquilo aqui no quarto e saí atrás dele, nos desentendemos e ele me chamou de vadia! Deu no que deu!" – exclamei sentindo algo apertar meu coração com força.

"Eu não acredito... Ele nunca havia agido assim!"

"É bom saber que ele é tão estúpido quanto eu pensei!"

"Ah... Kagome... não liga pra ele não... Não vale a pena se estressar por causa dele!"

"Eu estou achando que vale..."

"O que?"

"Nada..." – senti-me enrubescer. Eu estava enlouquecendo! – "Eu vou dormir agora... Por favor... não me acorde Sango..."

"Afh... Tudo bem Kagome..."

"Obrigada..." – sorri levemente deitando-me e tentando adormecer... Com muito custo eu consegui faze-lo...