Verdades

Nada ficou no lugar
Eu quero quebrar essas xícaras
Eu vou enganar o diabo
Eu quero acordar sua família

Os gritos do jovem casal poderiam ser ouvidos a uma grande distancia.

- Volta aqui!

- Não! Eu não vou mais discutir isso com você!

O homem bateu a porta atrás de si ao sair como um vendaval.

- Ahhhhrrrrrr! Uyhfiuewfhiwe...

O barulho de vidro quebrado foi alto, mas não fez com que ele voltasse. Seguiu a passos rápidos pela rua, já era noite, e ele sequer sabia para onde ir.

- Padfoot.

Resmungou ele de si para si. Agora já sabia que caminho tomar. "clic" e lá estava ele em frente ao velho edifício.

- Você me paga, ah, se me paga! "não vou mais discutir isso com você" então ele vai ver se não. Eu vou até o inferno para achar aquele idiota. Mas acho que nem vai ser preciso tanto, se eu bem o conheço...

E correu para lareira, tirando de dentro do saquinho o pó verde e lançando-o as chamas.

- Hei cara, você sabe que horas são?

- Desculpe Pads, mas é que..

- Brigaram de novo?

O homem apenas concordou com a cabeça e entrando no apartamento largou a capa sobre o sofá também se largando sobre o móvel, mas levantou-se logo em seguida dirigindo-se a cozinha.

- Tem uísque?

- E como se encher a cara fosse adiantar...

- Eu não vou ench...

- Sirius!

A voz feminina fez com que os dois pulassem em surpresa.

- Não diz que eu 'tô aqui.

Sussurrou o primeiro. Sirius apenas revirou os olhos e deu de ombros, dirigindo-se a lareira.

- Ele está aí?

- Boa noite para você também, Lily.

- Ah 'tá, boa noite, ele 'tá ou não?

- Ele quem?

Dessa vez foi ela quem revirou os olhos.

- Meu avô Sirius! Oras, quem, James!

- Não vi ele hoje não.

- Você mente tão mal quanto ele, não me obrigue a ir aí! Ouviu James?

Ela gritou, mas não ouviu ruído em resposta.

- O.k. estarei aí amanha cedo.

E sumiu com um estalo. Sirius encarou o amigo com semblante sério e cruzou os braços o observando sob a franja.

- O que foi que você aprontou dessa vez?

Eu vou escrever no seu muro
e violentar o seu rosto
Eu quero roubar no seu jogo
Eu já arranhei os seus discos

- Lils, não chore!

- Eu perdi o controle de novo Marlene! Eu disse que não faria mais, mas quando vejo aquelas veelas oferecias! Ai que raiva!

- Mas ele te ama, não é isso que importa?

- Ele é um babaca convencido que adora sentir que tem todas as mulheres aos seus pés, ai que idiota eu sou.

A ruiva derramava muitas lágrimas em seu ruidoso pranto.

- Eu arranhei todos os discos dele e mandei pra casa do Sirius! Eles estão de conluio Lene, eu aposto.

- Ficar desse jeito vai adiantar?

- Não, mas eu me odeio tanto por ter me deixado levar por aquele, aquele... ai que raiva!

- O.k., agora chega Lily! Vá enxugar esse rosto. Pare de se lamentar e vá conversar com ele, como dois adultos que é o que vocês são.

- Cara, tu 'tá um trapo.

- Valeu a força.

- Disponha.
- Porque ela não pode acreditar em mim?

- Talvez porque a tua fama de galinha só é menor que a minha?

- Mas eu AMO ela, isso não deveria bastar?

- Teoricamente, sim.

- Eu não volto enquanto ela não acreditar em mim.

- Hiiii... vai longe isso.

James olhou para o amigo com a cara amarrada e tomou mais um gole de sua cerveja amantegada.

...

Que é pra ver se você volta
Que é pra ver se você vem
Que é pra ver se você olha
Pra mim

- Volta James.

- Você acredita em mim?

- Eu te desculpo.

- Pelo que? Eu não fiz nada, quantas vezes vou ter que repetir isso?

- Tantas quantas você quiser mentir para si mesmo.

- Não dá para conversar com você.

- Eu já disse que te desculpo, que vou me controlar daqui para frente, o que mais você quer?

- Que você acredite em mim.

Ela apenas sacudiu a cabeça em reprovação. E virou de costas, deixando que uma lágrima teimosa escorresse pela sua face, com a voz embargada disse antes de ir embora.

- Não me peça que acredite nas suas histórias James, achei que você havia percebido que eu não sou como as outras.

Nada ficou no lugar
Eu quero entregar suas mentiras
Eu vou invadir sua alma
Queria falar sua língua

- Ele 'tá acabado Lils

- Então porque ele não admite o que fez?

- Olha, eu não quero dar uma de advogado, como dizem os trouxas, mas eu conheço o James a muito tempo, e sei que ele é orgulhoso Lils, mas acho que dessa vez ele 'tá falando a verdade.

- Ah, não me venha você também Sirius!

- Talvez você devesse dar um voto de confiança a ele. Bom, eu já vou indo.

O homem se levantou da mesa deixando o dinheiro da conta. Mas antes que ele saísse ela o chamou

- Sirius! Ele 'tá tão mal assim?

- Eu não teria vindo te procurar se não fosse sério Lily.

Ela ficou em silencio. "se ao menos eu conseguisse acreditar nele!"

Eu vou publicar seus segredos
Eu vou Mergulhar sua guia
Eu vou derramar nos seus planos
o resto da minha alegria

- Você não devia ter ido falar com ela.

- E vou ficar vendo tu te acabando? Sem fazer nada?

- Não adianta Pads, ela não vai acreditar em mim. Ela não confia em mim.

- Então parte pra outra, mas ficar aí desse jeito não dá Prongs!

- Não consigo tirar ela da cabeça... eu até tentei, mas não dá.

- Então meu amigo, eu não posso fazer mais nada por ti.

James apenas deu um sorriso fraco, de agradecimento ao amigo, pegou a capa e saiu.

Que é pra ver se você volta
Que é pra ver se você vem
Que é pra ver se você olha
Pra mim

Ela chorava e silencio, queria que ele voltasse, mas não entendia porque ele seguia negando, sendo que ela já o havia perdoado.

- Talvez porque eu esteja falando a verdade.

Ela se sobressaltou com a voz do noivo.

- Usando legiminêcia novamente. Não adianta, mesmo fora de Hogwarts você insiste em quebrar regras.

- Será que você pode acreditar em mim?

- Por mais que eu tente, não consigo.

- É eu sei, e a culpa é minha, mas Lils, pelo menos desta vez, me dê um voto de confiança.

Ela sorriu amargurada.

- Mais uma vez.

- Não, você nunca confiou em mim de verdade.

- Certo, talvez não, mas a culpa não é minha.

- Eu sei. Mas vai valer a pena, eu lhe prometo.