Era só uma questão de tempo até que os Volturi e outros vampiros notassem o que estava acontecendo. O Volturi estavam estranhamente quietos, mas como previsto, outros vieram checar a situação que se desenrolava na casa dos Cullens. Uma situação familiar, com consequências que ficaram gravadas para sempre na história dos vampiros.
Alice viu Tanya e outros dois membros da tribo vindo em direção a Forks naquela noite. Carlisle reuniu todos na casa imediatamente, mas era necessário que Anne não notasse que algo estava acontecendo.
—Eles vem em paz Alice? Esme pergunta sentindo o coração apertar.
—Eles querem conversar. Não sinto hostilidade neles, mas dependendo da conversa as coisas podem mudar.
—O que vamos fazer Carlisle? Emmett está se sentindo ansioso. Ninguém quer ver a história se repetir. Dessa vez, eles podem não dar tanta sorte.
—Nós agimos como se nada estivesse acontecendo. Conversamos, rimos e esperamos até Anne voltar para o quarto dela. Depois trancamos as portas dela, só por precaução para que ela não saia do quarto sem aviso, e… bem, fazemos nosso caso para eles.
O plano e Carlisle parecia fazer sentido, se não fosse o fato de que convencer Tanya de que o que estava acontecendo aqui não é um risco para ninguém, o que na verdade é uma mentira, poderia levar mais que uma noite.
A conversa continua noite a dentro. Para Anne a conversa parece ser sobre tudo e sobre nada. Ela não consegue ouvir as verdadeiras perguntas sendo feitas e respondidas ao redor dela. Finalmente é hora dela ir dormir. Tanya e os outros vão chegar a qualquer momento. Alice tranca as portas e janelas de Anne e aciona sensores de aproximação ao redor do quarto dela. Nada pode escapar os olhos ou ouvidos deles.
Quando Tanya se aproxima da porta Alice ouve o som de sinos vindo do quarto de Anne e xinga baixo entre os dentes. Ela esqueceu de desligar o robô dela. Esme olha para ela de cara feia e ele mexe os lábios formando as palavras ´foi mal´. Agora não tem mais o que fazer. Anne sabe que eles tem visitas.
Tanya chega na casa e como de costume não parece satisfeita. Desde o incidente com Renesmee Tanya não tem exatamente mantido contato com a família. Sua aliança foi de guerra, uma guerra em que Tanya perdeu a irmã. Nenhum dos Cullens esperava que ela passasse por cima disso e virasse amiga da família. Mas, pelo menos, o relacionamento deles é de certa forma civilizado.
Tanya entra pela porta seguida de dois integrantes de sua tribo que os Cullens não reconheciam. No momento eram três contra cinco. Tanya olha para os Cullens e antes mesmo de dizer Oi exige que Emmett saia da, agora apertada, sala de estar e se afaste ´o suficiente´ da casa.
—Vamos manter os números equilibrados ela fala. Tanya é calculista como um oficial militar. Ela pensa primeiro na segurança do seu grupo antes de contemplar ser educada.
Emmett e Rosalie olham para Carlisle que apenas acena e pede para Emmett se retirar.
—Agora… o que diabos está acontecendo aqui Carlisle? Tanya nunca foi do tipo de conversar antes de atirar e mesmo com a conversa acontecendo primeiro, Carlisle não tem confiança de que ela não vai atacá-lo a qualquer momento.
—Sempre bom te ver Tanya. Carlisle responde cumprimentando os outros dois companheiros de Tanya com um aceno educado.
—É um erro manter um humano aqui. A raiva de Tanya vai crescendo a cada palavra.
—Ela é meu erro. Esme dá um passo a frente. —E ela não vai a lugar algum.
—Porque? Porque ela tem que ficar?
Esme não responde a pergunta de Tanya e continua a encará-la com os olhos cheios de determinação.
—Perfeito. Tanya passa as mãos pelos cabelos tentando controlar a raiva e achar as palavras certas, mas sua voz ainda sai alta demais. —Já não basta o que aconteceu da última vez Carlisle? Você não mede as consequências de sua ingenuidade?
—Tanya, vamos manter a civilidade. Alice tenta acalmar os nervos da conversa. Ela consegue ouvir o coração de Anne batendo rápido e com medo no andar de cima. Alice notou que as batidas do coração dela mudaram de acordo com o que Tanya falou. Ela está ouvindo a conversa.
—Você realmente acha que pode lidar com isso? Ninguém está seguro aqui! Um dos membros da tribo de Tanya, uma mulher, dá um passo para frente de Alice fazendo o clima ficar ainda mais pesado e perigoso. —Você sabe que vai ter que entregá-la a eles.
—Tanya! Eu sei o que pode acontecer, mas não é o que parece. A voz adulterada de Esme soa ameaçadora o suficiente para um dos acompanhantes de Tanya demonstrar hostilidade ao caminhar na direção dela. Tanya coloca o braço na frente da mulher e ela desvia o olhar de Esme e olha para o andar de cima como se tivesse a intenção de subir as escadas. Esme começa a dar passos largos na direção da mulher e Carlisle a Alice a seguram. De repente todos parecem em posição de ataque.
As coisas escalaram tão rápido quanto Carlisle imaginou. Ele sabia que Tanya não estava ali para estender uma mão amiga mas para ter certeza de que o que quer que esteja acontecendo não vai causar problemas para a tribo dela.
—Okay… vamos todos… pensar… por um segundo. Alice pronuncia cada palavra devagar como se estivesse falando com crianças. Como ela deseja que Jasper estivesse aqui!
—Vocês estão sozinhos dessa vez. Não vou passar por isso novamente. Tanya fala controlando a voz. Ela está cansada da discussão. —Eu vim até aqui para te falar isso. O que quer que esteja acontecendo, não vamos nos meter dessa vez.
—Nós entendemos Tanya. Não vamos pedir demais de você, apenas seu silêncio sobre isso é o suficiente. Carlisle responde mantendo calma.
—Eu não pretendo me envolver de qualquer forma. Não vou sair fofocando sobre isso se é isso que você quer dizer. Adeus e… boa sorte. Tanya sai da casa seguida de seus companheiros. De alguma forma eles evitaram um conflito físico, mas mesmo assim não parece que ganharam a discussão.
Emmett volta para dentro da casa assim que Tanya sai. Ele ouviu tudo do lado de fora então não existe a necessidade de explicar nada. Esme parece mais abalada do que ele imaginou. Ela parece cansada e sem forças.
—Me perdoem. Esme está no seu limite. Tudo que ela tem feito desde que Anne chegou é se preocupar que alguém iria a roubar dela. Ela não se alimentava direito ou descansava. A todo o momento ela estava com Anne ou pensando nela e em como a proteger.
—Não se desculpe. Vai ficar tudo bem. Estamos juntos. Carlisle abraça Esme. Ele entende o significado de Anne para a esposa. Esme sempre pareceu satisfeita com a família que eles criaram, mas Carlisle sabia que de quem ela realmente sentia falta. Em quem ela sempre estava pensando quando o rosto dela ficava sério. Mas desde que a garota chegou Esme parece que achou sua alma novamente. O rosto dela ganhou vida e ela parece sempre cheia de energia. Então sim, ele está disposto a fazer o que puder fazer para mantê-las juntas.
—Não quero por nossa família em risco. Esme sente que está colocando toda a família em perigo seguindo seus sentimentos egoístas.
—Essa família não existe sem você então pare de pensar em ir embora. Nós vamos te achar. Alice sorri para Esme. Esme pode não ser sua mãe mas ela é família. Ela sempre vai ser família.
—Então, o que vamos fazer? Emmett passa o braço sobre os ombros de Rosalie. Ela não fala nada, mas não é como se ela odiasse Anne. A ferida vai mais fundo e muito além de Anne.
—Esperamos Jasper voltar. É só o que podemos fazer. Ele vai achar alguma coisa. Alice olha para fora da janela em direção a floresta escura. Ela realmente deseja mais que tudo que Jasper estivesse aqui.
—
Quando Alice disse para Seth que ele tinha que voltar para a tribo ele imaginou que eles teriam de caçar um vampiro ou que algum problema tinha aparecido. Ele levou o carro de Alice e o escondeu no lugar de sempre. A transformação ficou mais conveniente ultimamente. Edward trouxe um uniforme especial para ele e todos os outros que se esticava e ficava escondido sobre os pêlos da forma de lobo dele, mas quando ele voltava ao normal era como se ele estivesse usando jammers*, o que era muito melhor que andar pelado.
Ele amarrou as roupas na perna e seguiu para a casa de Jacob.
Sam e Jake já estavam esperando ele na floresta perto da casa. Assim que eles avistaram Seth eles passaram o plano para ele.
—Tanya está a caminho. Jake fala em seus pensamentos.
—Ela está aqui para confrontar Carlisle. Alice me assegurou que Anne não sabe de nada e que vão mantê-la no quarto até que ela vá embora. Sam fala já sentindo a agitação de Seth.
—Eu vou voltar para a casa. Seth se sente inquieto com a idéia de Anne trancada dentro do quarto sozinha com todos aqueles vampiros na casa.
—Não. Nós vamos observar de longe. Quil, Embry, Paul e Leah estão de vigia ao redor das fronteiras também. Nós vamos manter uma distância segura e ter certeza de que eles vão sair da cidade sem maiores problemas. Jacob já tinha planejado tudo. Alice o avisou assim que teve a visão de Tanya se aproximando. Ele não pode deixar Seth ficar perto demais daquela situação, mas sabe que não pode mantê-lo completamente no escuro sobre o que está acontecendo.
—Quais as intenções dela? Seth pergunta.
—Alice não tem certeza, mas ela não parece hostil. Afinal, ela nos ajudou da última vez. Não acredito que ela tenha vindo para nada além de uma conversa. Sam prefere evitar conflitos, mas sabe que a situação é difícil e eles podem não conseguiu evitar um.
Os três voltam para o território dos Cullens e se posicionam escondidos na floresta ao redor da casa como planejado. Seth vê a luz fraca vindo da janela de Anne e torce para que nada demais aconteça.
Quando Tanya se aproxima os pêlos da nuca dele se arrepiam com o cheiro de vampiros no ar. Os três vigiam os movimentos dentro da casa e é possível sentir a hostilidade crescendo entre os vampiros.
Seth consegue sentir. Anne está agitada. Ela parece estar reagindo ao que está acontecendo na casa. Ela consegue ouvir a conversa.
Seth anda de uma lado para o outro observando a porta da frente e Anne dentro do quarto. Em algum momento ela diminui a luz do quarto, mas Seth ainda consegue ver que ela está acordada. Ele mal consegue imaginar o que se passa na cabeça dela nesse momento. Que tipo de medo ela está sentindo agora.
Quando Tanya finalmente sai da casa, Seth acha que pode voltar, mas Sam e Jake tem outros planos.
—Nós vamos escolta-las até os limites da cidade. Jake fala.
—Porque? Seth pergunta nervoso.
—Porque é nosso trabalho manter vampiros longe dessa região e você precisa de um minuto ou dois para se acalmar. Sam responde.
Todos estão no limite do controle hoje, e deixar Seth voltar para aquela casa hoje pode resultar em mais problemas, e ninguém aguenta mais problemas.
Depois de acompanhar Tanya e os outros para fora da cidade e ter certeza que não existe outra ameaça, Jake deixa Seth voltar para a casa dos Cullen.
Quando Seth volta para a casa dos Cullens, alguma coisa parece estranha. Os primeiros raios do dia já estão no céu e ele pode ouvir a comoção em volta da casa.
Assim que ele entra pela porta da frente ele vê Emmett e Rosalie no andar de baixo, juntos na base da escada.
—Alguma coisa aconteceu? Ele pergunta sério olhando para o andar de cima.
—Ainda não sabemos. Carlisle disse que é uma febre, mas não sei exatamente qual o problema. Emmett responde. Rosalie vem se recusado a participar da situação. Ela fez as pazes com sigo mesma e com Anne, mas ela se recusa a falar sobre essa situação novamente. Esme deixou claro que não vai mudar de idéia e Rosalie não pode apoiar a decisão dela.
—Como assim? Seth pergunta aflito.
—Veja por você mesmo. Emmett fala apontando para o andar de cima. Ele não tem nada contra Anne e está preocupado com o bem estar dela, mas Rosalie é sua prioridade.
Seth corre para o andar de acima até o quarto de Anne. Pela porta aberta ele pode ouvir o bipe do monitor cardíaco e Alice de braços cruzados olhando para onde fica a cama dela. Ele diminui o passo quando chega mais perto, receoso do que vai ver.
Quando ele entra no quarto Carlisle está no outro lado da cama analisando o pulso de Anne e Esme está ajoelhada ao lado da cama segurando a mão dela.
O rosto de Anne está coberto de suor e ela parece estar sentindo dor.
—O que aconteceu? Ele pergunta olhando para Carlisle.
—Não tempos certeza. Ontem a noite, depois que Tanya foi embora alguma coisa aconteceu com ela.
—Eu vim checar como ela estava e ela estava bem. Esme responde com a voz fraca. —Eu… eu não notei nada até… até agora de manhã. Se Esme não fosse um vampiro, Seth diria que ela chorou a noite toda.
—O que você sabe? Seth pergunta impaciente.
Carlisle respira fundo, por hábito é claro, antes de responder Seth.
—Ela tem uma febre de 39.6 graus e ela não está consciente no momento. Estou monitorando a respiração e batimentos cardíacos dela, mas ambos estão instáveis. E pela aparência, ela está tendo um pesadelo.
—Acho que ela ouviu parte da conversa ontem. Alice fala. —Anne é uma humana psicologicamente frágil. Qualquer problema parece afundar ela em espiral de pânico. A situação dela não ajuda. Ela não se lembra quem ela é e não sei o que ela ouviu ontem, mas ela reagiu… intensamente.
—Ela precisa de tempo. Carlisle fala ajustando o soro dela. —Os remédios deve fazer efeito em alguns minutos.
Seth se ajoelha do lado oposto de Esme e observa o rosto de Anne. O rosto retorcido e molhado de suor, a respiração fraca e irregular, as mãos frias. É tudo culpa desse lugar.
—Esme, Seth. Talvez seja melhor deixar ela descansar. Alice fala vendo o estado em que Esme está e como Seth parece agitado.
—Eu estou bem. Esme responde.
—Eu não vou a lugar algum. Seth fala.
Valeu a tentativa. Alice pensa saindo do quarto. Ela precisa de um minuto para se recompor.
Seth e Esme passam a manhã toda ao lado de Anne sem falar nada. As vezes Carlisle volta para o quarto para monitorar o progresso da medicação, mas ele nunca parece ter uma notícia boa.
—A febre abaixou um pouco. 39.2 graus. Batimentos ainda instáveis e respiração um pouco melhor.
—Achei que você disse que o remédio ia fazer efeitos em alguns minutos. Seth fala entre o dentes. Ela ainda está na mesma situação depois de horas.
—Carlisle sabe o que ele está fazendo. Ela vai ficar bem. Esme responde sem olhar para Seth, mas o tom de voz dela é óbvio. Irritação.
—O corpo dela vai responder quando estiver pronto. Ela não corre risco de vida, se é isso que te preocupa.
Seth não responde o comentário de Carlisle que sai do quarto após verificar todos os sinais vitais de Anne.
No andar de baixo ele tenta manter todos atualizados.
—Está tudo na mesma. A febre dela diminuiu um pouco, mas a atmosfera dentro do quarto é o que me preocupa.
—Nem fala. Alice responde. Ninguém além de Carlisle parece disposto a entrar no quarto.
—Eles estão na mesma posição a seis horas. Emmett está mais preocupado com o fato de que Esme não tem se alimentado direito e está dividindo um espaço apertado com um lobo em uma situação extremamente estressante.
O resto do dia se arrasta com a febre de Anne praticamente a mesma. O sol já começa a se por quando os nervos e a sede começam a desestabilizar Esme.
Carlisle volta para o quarto para checar o progresso de Anne, mas nada mudou.
—39.1 graus. Os batimentos parecem estar melhorando. A respiração também. Ele fala desapontado. Ele também está no limite do cansaço mental.
—Você disse que ela ia melhorar. Esme fala olhando para ele. Os olhos dela parece perigosamente escuros.
—Esme… você precisa… recuperar as energias. É obvio para Carlisle que ela está no limite.
—Eu preciso que ela acorde. Esme está de pé agora olhando para Anne e de volta para Carlisle.
—Isso não é sobre o que você precisa. Seth fala se levantando também. —Isso não estaria acontecendo se ela não estivesse morando aqui.
—O que você quer dizer? Esme pergunta, a raiva crescendo nela. Ela dá alguns passos ao redor da cama, na direção de Seth.
—Quero dizer que ela não está segura aqui. Nunca esteve. Seth fala em um tom desafiador encontrando Esme em frente ao pé da cama.
—E onde ela estaria segura? Com você? A distância entre os dois é… perigosa.
—Okay. Carlisle fala ficando entre os dois. —O que vocês dois precisam é de um tempo para descansar. Esme você vem comigo e Seth, Alice ligou para o Jake e ele está te esperando do lado de fora da casa.
—Mas, e se ela acordar? Esme pergunta olhando para o corpo imóvel de Anne.
—Alice, Emmett e Rosalie vão estar aqui. Carlisle fala mais perto de Esme tentando convencê-la. —Ela vai precisar de você quando ela acordar.
Esme olha uma última vez para Anne antes de acenar para Carlisle e seguir ele para fora do quarto.
—Você também Seth. Ou Jake vai ter que entrar aqui e te arrastar?
Seth respira fundo antes de seguir Carlisle e Esme para fora do quarto. Ele tem que admitir que ficar acordado dezesseis horas seguidas o deixou, bem… mal humorado.
Como prometido Jake está esperando por Seth do lado de fora da casa.
—Como ela está? Ele pergunta.
—Ainda na mesma. Ninguém sabe porque ela não melhora. Seth responde frustado.
—Vamos. Você precisa de um descanso.
Seth e Jake seguem de volta para a casa dos lobos. O garoto poderia usar algumas horas de sono.
Carlisle e Esme saem para que ela possa se alimentar antes de voltar para a casa. Assim que ela finalmente saciou a sede ela percebe o quão mal humorada ela estava. Eu tenho que me desculpar com Seth ela pensa enquanto eles voltam para a casa.
—
Alice e Emmett arrastam Rosalie para o mais longe que podem e perto de seu território de caça. Rosalie mata sete veados antes de parecer bem o suficiente para falar.
—Como está se sentindo? Emmett pergunta preocupado. Ele ainda não consegue acreditar que Rosalie atacou Anne.
—Como se finalmente fosse eu mesma. Rosalie está coberta de sangue. Os corpos dos veados empilhados perto do rio.
—Que merda foi aquela? Alice pergunta furiosa com Rosalie ou talvez consigo mesma. Anne parece… instável demais para que ela consiga ler seus movimentos. Ela só não é pior que a escuridão total dos lobos.
—Foi ela. Aquela coisa fez isso comigo. Quando ela olhou nos meus olhos foi… foi como se ela estivesse secando minhas veias. Eu nunca senti tanta sede na vida!
—Anne? A baixinha fez você sentir sede pelo sangue dela? As palavras de Rosalie soam absurdas para Emmett.
—Eu estou te dizendo que foi culpa dela! Até Rosalie consegue ouvir o absurdo em suas palavras, mas a cozinha destruída e os corpos empilhados são bem reais.
—Rose… pensa melhor. Você tem certeza? Alice quer fazer sentido daquilo tudo. Ela caçou com Rosalie ontem. Não tinha como ela estar com tanta sede a ponto de atacar um humano.
—Carlisle disse que ela é esquisita não é? Então, esta aí a sua prova!
—Rose, ele disse que o sangue não conseguiu analisar o sangue dela, não que ela tinha o poder de incitar sede em um vampiro.
—Tanto faz Alice. O que aconteceu hoje prova meu ponto. Ela não deveria estar aqui. Eu sinto muito por Esme mas não deveríamos estar abrigando ela.
—Se alguém que você perdeu voltasse para sua vida o que você faria? Porque eu sei exatamente o que eu faria.
As palavras de Alice colocam todos ali em silêncio. É claro que todos eles tem a mesma resposta.
Emmett olha para pequeno celular no bolso. —Carlisle está nos chamando.
Alice, Emmett e Rosalie voltam para a casa. Mais tarde teriam que cuidar da pilha de corpos, mas agora existe um assunto mais urgente para ser discutido com Anne.
—
Enquanto Seth está dormindo com uma pedra, Quil aparece na casa afobado e sem fôlego.
—Nós temos um problema. Ele fala assustado.
—O que aconteceu? Jake pergunta tentando manter a voz controlada para não acordar Seth.
—É a humana. Ela foi atacada na casa. O cheiro de sangue está para todo lado.
Seth pula da cama e agarra Quil pela gola da roupa assustando-o.
—O que você disse?
—Calma cara. Eu não sei o que aconteceu. Estava fazendo minha patrulha e senti o cheiro do sangue dela. Parece que uma briga aconteceu também ma…
Seth não deixa ele terminar e corre em direção á porta, apenas para ser derrubado no chão por Jake.
—ME SOLTA! Ele grita enquanto Jake continua a segurar ele no chão
—SETH! NÃO SE TRANSFORME. Jake ordena Seth a manter a forma humana. Ele não tem plena certeza de que a autoridade dele vai segurar Seth.
Sam, Quil e Embry ajudam Jake a segurar o garoto no lugar, mas Seth continua a lutar para se soltar. Sam então resolve amarrar o garoto. Ele prende os braços e pernas dele para que não consiga se levantar. Se ele não se transformar as correntes devem ser o suficiente para segurar ele, se ele não se transformar.
—Quil, Embry Jake fala —Ele é sua responsabilidade. Ele não pode em circunstancia nenhuma sair daqui enquanto eu e Sam não voltarmos. Se Leah voltar e tentar soltar ele você amarra ela também. Entendeu?
—Vamos realmente deixá-lo aqui? Quill pergunta desconfortável.
—Não podemos arriscar que ele se transforme na frente da garota ou ataque um dos Cullens. Foi mal cara, vou voltar o mais rápido que puder.
Jacob também não se sente bem deixando Seth para trás, mas as consequências de deixar ele atacar alguém ou revelar sua identidade são altas demais. Ele e Sam ainda podem ouvir os gritos de Seth quando correm para a floresta.
—
Depois da conversa estranhamente tranquila com Anne, Esme e os outros estão limpando a bagunça. Emmett está carregando um enorme pedaço de madeira que antes foi a mesa da cozinha. Alice e Rosalie estão recolhendo os pedaços da geladeira e Esme esta limpando os pedaços menores do chão.
—Essa mesa tinha cem anos. Esme fala suspirando ao ver Emmett carregando sua mesa preferida completamente destruída.
—Exatamente, tinha. Carlisle fala enquanto ajuda Emmett a manobrar a mesa até a garagem. Esme se recusa a desistir dela e pede para Emmett pelo menos tentar consertá-la.
No meio da conversa Sam e Jacob chegam claramente prontos para uma discussão, mas todos ali estão cansados demais para mais uma briga.
—Hey Sam, Jake? Como vai? O tom leve de Carlisle deixa Sam ainda mais nervoso.
—Que merda é essa Carlisle?
—Boa noite para você também Emmett fala se juntando no sarcasmo de Carlisle.
—Sam, vai com calma. Ela está viva e ainda é humana. Jacob ouviu os batimentos de Anne no andar de cima antes de entrar na casa, calmo e estável. Ela está em um sono profundo.
—E o cheiro de sangue humano? Sam pergunta ainda sem se acalmar.
—Um acidente. Bem, algo como um acidente. Alice coloca a maior quantidade que consegue de destroços em cima do carrier e manda o robô para a garagem.
—Acidente? Sam pergunta ainda sarcástico.
—Não sabemos exatamente o que aconteceu. Esme responde. —Por algum motivo que ainda estamos investigando, Rosalie, fora de seu estado normal, atacou Anne. Antes do ataque não havia sangue a mostra e Rosalie tinha se alimentado no dia anterior.
—Então ela simplesmente surtou? Jacob pergunta olhando para Rosalie de rabo de olho.
—Não! Aquela coisa me fez atacar ela! Rosalie fala apontando para o segundo andar onde Anne está dormindo.
Todos trocam olhares desconfortáveis entre si até Carlisle finalmente falar. —Nós não temos certeza do que aconteceu.
—Então do que você tem certeza? Sam perguntas entre os dentes cerrados.
—De que ela está bem. Ela está segura. Esme responde. —Ela também sabe bem… de tudo.
—E como ela reagiu?
—Mais calma do que imaginávamos.
—O que ela vai fazer? Ela vai sair da casa?
—Não sei, mas vamos seguir qualquer que seja a decisão dela. Ela sabe que vamos apoiar qualquer que seja a decisão que ela tomar. Esme tem esperanças para a decisão de Anne, mas ela vai manter sua promessa. É a única coisa que ela pode fazer por Anne agora.
—Como está o Seth? Alice pergunta.
—Com raiva e amarrado. Vai ser difícil conviver com ele de agora em diante. Não quero que ele volte, mas estamos muito longe do plano original de ´manter um olho na humana´. Não existe a possibilidade de que ele vai aceitar ficar longe dela, é o imprinting. Jake responde sério pensando em como Seth vai conseguir ficar aqui depois que ouvir o que aconteceu.
—
Seth ainda se contorce tentando se livrar das correntes, mas as ordens de Jake afetam sua força.
—Mesmo que você quebre as correntes você não pode sair da casa. Jacob tem deu uma ordem cara. Quil mantém um olho em Seth e outro no jogo de futebol na TV enquanto come salgadinhos.
Seth ignora ele e continua a se contorcer. A cabeça dele gira a mil por hora e tudo em que ele consegue pensar é em ir até ela. A vontade é tão forte que se transforma em dor física.
—Fica calmo cara, eu li a mensagem do Jake pra você. Ela está bem. Embry quer ajudar Seth, mas não é tão simples assim. Ele também não pode desafiar as ordens de Sam.
Naquele momento, Jacob e Sam entram na casa.
—Jake, Jake o que aconteceu? Com ela está? Você tem que deixar eu ir. A dor na voz de Seth é difícil para Jacob ouvir. Ele sabe exatamente pelo que ele está passando, mas ele tem a responsabilidade de proteger o segredo deles e Seth está instável demais no momento.
—Ela descobriu que os Cullens são vampiros. Jake fala. Os olhos de Seth se arregalam sem acreditar no que está ouvindo.
—Como ela descobriu? Quil agora não parece interessado no jogo.
—Não sei exatamente o que aconteceu, mas Rosalie… atacou ela.
—O QUE? Seth grita a plenos pulmões agora. Ele mal pode acreditar que foi um dos Cullens que machucou Anne. Um dos vampiros em que ele confiava. Ele quer matar Rosalie.
—Ela está bem Seth. Nada demais aconteceu. Ela cortou a mão, mas está bem.
—Ela surtou quando aconteceu? Embry pergunta.
—Esme disse que não. Ela está dormindo.
—Jake… Seth suplica a Jacob que o solte. A respiração dele é pesada e seu corpo está tremendo violentamente.
—Eu não posso te soltar se você não se acalmar. Você sabe disso. Se não você não conseguir se controlar nunca vai poder ficar do lado dela novamente e você sabe disso.
As palavras de Jacob tem um impacto em Seth. O corpo dele se acalma lentamente. Ele pensa no rosto de Anne e no momento de reencontra-la. Ele não pode perder o controle na frente dela. Mesmo que ele queira matar Rosalie ele não pode fazer nada com Anne ainda morando naquela casa. Jake tem razão, se ele não manter o controle ele não vai poder ficar na mesma casa que Anne. Jake vê o sucesso de Seth em se acalmar e sente uma ponta de orgulho e alívio.
—Eu vou te soltar… assim que amanhecer. Mas Seth eu preciso que você se controle. Os Cullens não tiveram outra escolha a não ser falar para Anne o que eles são, mas eu não quero que ela sabia sobre nós. Você não pode se transformar na frente dela ou atacar nenhum dos Cullens você me entende?
Seth não olha para Jacob. Ele mantém o olhar na porta aberta atrás dele. Isso quer dizer que eu nunca vou poder contar para ela? O que vai acontecer quando os anos passarem? Eu vou ter que abandonar ela? Nunca vou poder falar o que ela significa para mim?
Seth concorda com os termos de Jacob. Ele só consegue pensar em encontrar Anne. Os problemas de amanhã ficam para amanhã.
Quando a primeira luz do sol aparece no horizonte, Seth exige que Jake o deixe voltar para a casa dos Cullens. O garoto parece mais calmo do que antes, mas Jake sabe que ele está se controlando com tudo que tem para poder voltar o mais rápido possível.
Jake solta Seth das correntes e ele pula da cama direto para a porta da frente. Jake acompanha Seth até alcançarem o território dos Cullens e eles param quando avistam a casa.
Jacob segura Seth pelo ombros para que ele o ouça, já que o garoto só tem olhos para figura de Anne na janela sentada ao lado de Esme.
—Seth… Seth! Presta atenção. Controle cara. Você tem que se controlar e manter a calma entendeu? Isso é uma ordem, você não pode atacar nenhum dos Cullens, entendeu?
Seth acena com a cabeça sem tirar os olhos de Anne. Seu corpo não pode fisicamente ficar parado com ela ali tão perto e tudo que ele quer fazer é sair correndo.
Jacob solta um suspiro alto e deixa Seth ir. Ele fica do olho nele até que ele abre a porta da casa e pula para dentro. Agora ele tem que confiar em Seth.
—
Seth corre a toda velocidade até a porta e a abre sem pensar duas vezes. Ele para apenas por meio segundo para olhar para Anne antes de abraçá-la. Ele nunca nem segurou a mão dela direito antes, mas não importa. Ela a abraça forte para cobrir cada centímetro de pele que não está se tocando. O cheiro do cabelo dela acalma o corpo dele.
Seth sente o toque de Esme em seu ombro e afasta a mão dela sem nem mesmo pensar em fazê-lo. Foi uma reação automática. Ele nunca tinha feito algo do tipo antes.
—Vai com calma cowboy. Ela está inteira, e segura Esme fala. Seth a ignora. Ele está concentrado em Anne. Ele tem que ter certeza de que ela continua… ela mesma. Ele precisa de uma desculpa para ficar sozinho com ela.
—Você está bem? E sua mão? Se machucou em algum outro lugar? Você está cansada. Vamos, vou te levar para o quarto. A desculpa mais rídicula do mundo, mas vai ter de dar. Ele carrega Anne o mais rápido que pode até o quarto dela. Seth ouve Esme falar alguma coisa, mas ele ignora tudo que não seja a voz de Anne.
Ele para por um momento para liberar uma das mão antes abrir a porta do quarto de Anne e para ao som da voz dela.
—Suas botas…
Seth percebe a trilha de lama que deixou para trás e imagina que foi disso que Esme estava falando. Ele tira as botas rapidamente e finalmente entra no quarto de Anne.
Seth para por um momento olhando para o quarto. Ele nunca entrou no quarto de Anne antes. Era muito parecido com o seu exceto pela cama e pelo fato do cheiro dela estar para todos os lados. Seth a coloca no sofá perto da janela porque fica mais longe da porta do que a cama. Na cabeça dele ele sabe que não faz sentido agir assim, mas no momento seu instinto move seu corpo.
Seth pega a mão machucada de Anne com cuidado. O corte ainda é fresco e ele ainda pode sentir o cheiro de sangue.
—Está doendo? Ele pergunta.
—Não. Ela fala. —Pelo menos não tanto quanto antes.
—Deixa eu ver. Seth vai abrindo as ataduras até que o corte fique exposto. Ele observa cada parte do corte a procura de marcas de dentes, mas não vê nada. Seu corpo relaxa um pouco.
—Seth está tudo bem. Carlisle limpou e costurou o ferimento. Não é nada demais. Anne não entende. Seth não duvida das habilidades de Carlisle. De fato não existe um médico mais competente no mundo do que ele, o problema é que ele é… bem, o que ele é. O toque da mão de Anne é suave sobre os dedos dele. Ele sempre imaginou que a pele dela fosse suave ao toque e imaginou como seria segurar a mão dela de verdade um dia. Seth se deixa levar pelo alívio e coloca a mão dela sobre seu rosto.
—Seth… O jeito que ela fala o nome dele é como se ela estivesse apertando o peito dele. Nunca mais vou deixá-la sozinha.
Anne parece cansada. Seu olhos estão fundos e avermelhados, como se não tivesse dormido.
—Você tem que dormir. Ele fala recolocando as ataduras na mão dela.
—Pode dormir. Eu vou ficar de guarda. Seth se vira para a porta e mantém guarda. Como ele sabe, as chances de alguém atacar Anne são estupidamente baixas, mas o instinto é maior que ele.
—De guarda? Ela soa duvidosa. Se ela soubesse…
—Isso. Pode ficar tranquila. Seth tem toda a intenção de nunca mais dormir se for necessário para manter Anne segura. O toque suave de dedos no cabelo dele o distrai por um momento. Anne tem os olhos praticamente fechados, mas ela tocou os cabelos dele tirando algum pedaço de galho preso nos fios. É a primeira vez que ela encosta em mim. Os cabelos da nuca de Seth se arrepiam ao toque dela.
O rosto de Anne dormindo é tão sereno e enigmático quanto quando está acordada. Ele se lembra da primeira vez que o viu o rosto dela dormindo e se pergunta para onde aqueles dias se foram. Jake disse que eu me tornaria o que ela precisa. Que eu seria o que ela precisa que eu seja, mas porque parece que eu que preciso dela mais do que qualquer coisa no mundo? Porque parece que quando olho nos olhos dela é como se estivesse olhando para o resto da minha vida?
Ele imagina como seria se ele simplesmente desaparecesse com ela. Como se ela fosse embora sem Esme. Seth não pode negar que sente algo como ciúmes do afeto de Anne por Esme. Ela é tudo para ele, mas ela olha para Esme com um olhar tão cheio de admiração e amor que ele não consegue evitar se sentir… ameaçado. Seth toca o cabelo de Anne levemente e apoia a cabeça perto da mão dela, apenas o suficiente para sentir os dedos dela em seu rosto. Os sentimentos dele em relação a ela são confusos, mas Anne não facilita as coisas para ele. Ela sempre tem uma expressão séria não importa o que ele fale. As vezes ele acha que ela reagiu a suas palavras, mas ela vira o rosto e ele não consegue decifra-lá. Ele quer saber tudo sobre ela. Ele quer ver ela sorrir para ele.
—
Esme e Alice limpam a bagunça que Seth deixou por todo corredor.
—Ele trouxe toda a lama da floresta aqui para dentro. Alice reclama limpando a lama que parece ficar mais grossa a cada esfregão.
—Você acha que ele vai ficar…bem… que ele vai manter o controle?
—Você sabe que eu não tenho idéia do que ele vai ou não fazer.
Esme continua a olhar para a porta do quarto de Anne. Ela nunca foi de bisbilhotar, mas ela se preocupa com o estado atual de Seth e se Anne está realmente segura do lado dele. Ela nunca imaginou que as coisas chegariam a esse nível. Agora com Seth aqui e com toda a história de imprinting tudo parece que vai desabar na cabeça dela a qualquer momento.
—O dejavu que estou tendo agora é inacreditável. Alice fala balançando a cabeça.
—Dejavu?
—Fala sério Esme essa situação é o Edward e a Bella tudo de novo. O lobo ama a humana a humana ama o vampiro e o lobo e a gente volta formando o círculo completo.
—Você acha que ela….
—Esme você é a única pessoa nessa casa com quem ela se importa de verdade. O olhar de adoração dela para você… não sei como ela ainda não te chamou daquela palavra que começa com m…
—A gente devia hospedar um humano a cada um ou dois milênios só para manter as coisas interessantes. Emmett fala do andar de baixo rindo demais da própria piada.
—Esse piada é doentia Emmett. Alice fala mas ainda ri do comentário. Afinal, é tudo que eles podem fazer nessa confusão. Alice tem esperanças de que Jasper tenha achado alguma coisa para pelo menos dar uma direção a qual seguir para eles. O relógio não para e a cada momento parece que estão mais perto dos Volturi finalmente baterem na porta deles.
—
Esme separa Seth de Anne com a desculpa de precisar falar com ele.
—Seth, eu sei que você está nervoso, mas você precisa se acalmar. Anne já percebeu que você está agindo estranho. Ela precisa que você a ajude a se sentir segura, não como se algum ataque fosse vir de todos os lados.
—Eu… estou tentando.
—Eu sei… Se Anne perguntar fala para ela que perguntei se Jake e os outros vão vir para a festa de Natal.
Quando Rosalie entra na sala o corpo de Seth começa a tremer. Ele se agarra a ordem de Jacob sobre atacar os Cullens para evitar a transformação. Ele toca no cotovelo de Anne e a mantém mais perto, mais uma precaução. Ele não pode se transformar com ela tão perto, ele poderia machucá-la.
—Emmett, Rosalie. Estavam na garagem? Seth mal consegue entender a calma de Anne na frente de Rosalie. Ela quase a matou algumas horas atrás!
—Estávamos tentando consertar a mesa, mas parece que não vai ter jeito. Emmett se mantém há um passo no frente de Rosalie, uma posição de defesa tão sutil que Anne mal percebe. —Como está sua mão?
—Está ótima. Talvez eu ganhe uma cicatriz legal. Seth se pergunta se Anne está apenas ignorando a situação por causa do efeito dos remédios ou se ela realmente teve uma contusão em algum momento durante o ataque. Ele até inventou aquele história do vampiro de olhos vermelhos para abrir os olhos dela, mas ela parece perfeitamente confortável.
—Legal. Emmett e Rosalie saem da sala com Seth mantendo os olhos colados nos dois o tempo todo.
Quando Anne sugere que ele teria medo de um vampiro Seth explode. Ele não entende como ela está tão calma ali de frente para Rosalie e o pior, ela acha que ele está com medo dela. Como se ele não pudesse ganhar em uma briga com um vampiro! Ele sente seu corpo tremer e Anne dá um passo para longe dele parecendo assustada. Isso é o suficiente para desarmar a raiva de Seth e fazer ele se sentir um idiota por fazer Anne sentir medo dele.
—Algum problema? Esme fala na entrada da sala de TV.
—Talvez.. eu deva ir para o meu quarto. Ele tem que se afastar daquela situação por um momento. Pensar com a cabeça e não com seus instintos. Seus instintos o deixam instável e nervoso, sempre pronto para lutar ou correr.
Assim que ele fecha a porta Seth anda de um lado para o outro tentando fazer seu corpo parar de tremer. Ele não pode em circunstância nenhuma se transformar. Controle. Controle. Se eu não me controlar… eu não vou poder ficar aqui. Contro… Seth nota a presença de Anne na porta dele. Ele fica de frente para porta, mas não se atreve a abrir. Ele quase consegue ouvir a hesitação dela. Anne nunca parece ter certeza do que ela quer, ou não tenta pensar sobre isso. Está sempre ´tudo bem´. Ela nunca reclama de nada nem quando obviamente não gosta de algo ou precisa de alguma coisa.
A voz dela faz o coração dele parar por um segundo. Ele se afasta um pouco da porta e fala —Pode entrar. Na mente dele ele não consegue deixar de pensar no menor detalhe de toda aquela situação maluca, Anne, uma garota, está no quarto dele.
