Alice e Esme caminham com determinação na nossa direção. Eu chego mais perto de Seth, talvez tentando me esconder um pouco.
—Sério Seth? Esme fala com a mão na cintura.
—Ela queria andar pelo shopping, só isso. Seth mente no meu lugar.
—Você poderia ter esperado ou pelo menos falado alguma coisa. Alice também tem um tom bravo.
—Eu… começo a falar, mas Seth responde no meu lugar.
—Foi mal. Não pensei nisso. Já estávamos voltando, mas eu me distraí. Não vai acontecer de novo. Seth joga as mãos para cima como quem não está preocupado com nada quando se desculpa.
—Desculpe não ter falado nada. Falo de cabeia baixa apertando a pequena sacola no meu bolso.
—Vamos Anne. Esme estica a mão para mim e eu vou para o lado dela. —Jasper vai voltar a qualquer momento.
O nome de Jasper me faz tremer. Será que ele achou alguma coisa?
—Ele descobriu alguma coisa sobre a família da Anne? Seth pergunta mais rápido dos que eu.
—Ainda não tenho certeza. Alice fala. —Vamos saber quando voltarmos.
Entramos no carro e voltamos em silêncio até em casa. Não consigo ficar quieta e continuo a esfregar as mãos uma na outra massageando meus dedos tentando me acalmar. Eu imaginei que um dia Jasper ia voltar com notícias, mas sempre imaginei que fossem notícias que eu não queria ouvir.
O clima pesado no carro é sufocante. Não acredito que tem algo haver com a pequena desavença que tivemos no shopping. Não. Essa pressão no ar é a tensão, a expectativa sobre que Jasper vai falar.
Assim que passamos pela porta da frente vejo Jasper descer do andar de cima junto com Carlisle. Alice o abraça sorrindo no minuto em que o vê.
—Jasper! Alice se joga em cima dele com um sorriso enorme. Jasper sorri quando a vê. Essa é a primeira vez que vejo ele sorrindo.
—Anne. Ele fala me cumprimentando. Eu aceno com a cabeça de volta e fico perto de Esme o tempo todo.
—Anne? Carlisle me chama do topo da escada. —você sem importa? Gostaria de conversar com você e Jasper no escritório.
Um calafrio desce pela minha espinha. Só eu e Jasper? Porque ele quer conversar apenas comigo? Minha cabeça gira com os piores cenários possíveis. Meu nível de ansiedade subindo a cada palavra dele. Seguro a mão de Esme forte, e ela abraça meus ombros de leve.
—Vai ficar tudo bem. Vou ficar aqui embaixo esperando você voltar. Mal acredito que ela concordou assim fácil. Tinha uma ponta de esperança que ela iria insistir em ir comigo. Seth foi a única pessoa que falou alguma coisa.
—Porque só os dois? Ele pergunta encarando Jasper e depois Carlisle.
—Porque eu não acho que uma platéia seja a melhor forma de conversar sobre isso. Jasper responde calmo. Eu tenho zero idéia de que tipo de pessoa ele é. Nunca pensei muito sobre ele, e quando pensava, ele era sempre o portador de notícias ruins. Odeio admitir que julgando pela situação provavelmente eu estava certa sobre ele.
Respiro fundo e subo as escadas. Não olho para trás com medo de correr de volta para Esme e continuo subindo os degraus até ficar de frente a Carlisle. Nós andamos até o escritório dele e eu me pergunto se ele sabe que eu já entrei aqui sem a permissão dele. Começo a sentir o suor se formando na minha testa.
—Sente-se. Carlisle aponta para uma cadeira na frente da mesa dele. Jasper fecha a porta atrás dele e fica de frente para mim, apoiado na mesa igual a Carlisle. Sinto que estou em um interrogatório.
—Ninguém vai nos ouvir aqui. Jasper fala calmo, mas a afirmação soa sinistra nos meus o ouvidos. —Nem mesmo Esme e os outros.
—Pelo menos aqui temos alguma privacidade. Carlisle sorri, mas eu não consigo encontrar meu sorriso. Começo a sentir minha garganta coçar. O pânico batendo na minha porta. Apenas aceno com a cabeça sem comentar as palavras dele.
—Então Anne. Jasper começa a falar. —Isso foi tudo que encontrei sobre você nas últimas semanas.
Jasper balança um disk entre os dedos por um momento e o coloca sobre a mesa. O aparelho projeta uma imagem de baixa resolução no ar de três pessoas entrando em um avião pequeno em algum lugar. A resolução é baixa, mas o rosto olhando diretamente para a câmera é sem dúvida alguma o meu. Minha supresa é tanta que não consigo falar. A coceira na garganta foi se transformando em uma bola de gude.
—Essa foto foi tirada dois anos atrás na Itália. Jasper toca o vídeo de onde a imagem foi tirada. Eu e outras duas pessoas de cabeça baixa embarcamos em um avião e eu olho para câmera por um segundo antes de entrar no avião também. —de acordo com o vídeo você entrou no avião com eles e foi para algum lugar.
—Onde? Pergunto com dificuldade. A bola de gude vai se expandindo.
—Esse é o problema. Não existe registro de que esse avião decolou desse ou de qualquer outro aeroporto. Não existe registro dos passageiros, apenas um vídeo sem som de uma câmera dentro do hangar que não estava conectada a rede e gravou as imagens em um disco físico de backup. Carlisle fala com calma observando minha expressão. Não tenho nem idéia de que tipo de expressão que estou fazendo. Eu sinto minha garganta pulsando sobre a pressão. A bola agora parece do tamanho de uma bola de tênis.
—Anne, eu varri basicamente todos as maiores databases que tenho acesso nos Estados Unidos e fora do país procurando suas impressões digitais, mas eu não encontrei absolutamente nada. Zero.
Jasper me encara como se eu devesse ter um comentário sobre que ele falou. Então isso é um interrogatório. Penso sentindo a pressão na sala subir. Ele acha que estou escondendo alguma coisa.
—O que isso quer dizer? Eu simplesmente caí do céu? Tento manter a calma o melhor que posso para entender a situação. Estou tão perdida quanto eles, mas sinto que Jasper desconfia de mim.
—Pode significar que seu nascimento nunca foi registrado, ou que alguém apagou seu registro do sistema. Jasper toca os lábios levemente como que pensando sobre as possibilidades. Ele está mais perto da cadeira agora, andando até dar a volta nela e parar do outro lado.
—Então, qual das duas é? Eu tento acompanhar os movimentos dele com os olhos. Ele parece estar me testando.
—Bem, eu não encontrei indicações de que seu registro foi apagado ou alterado então imagino que seja a primeira opção, mas a idéia de um nascimento não registrado é… bem, absurda. Ele sorri para mim e observa minha reação. Eu não sei o que pensar e continuo encarando ele. Não tenho como responder aquilo. Meus pais simplesmente não me registraram? Por que motivo? O que estava fazendo na Itália e quem são aquela pessoas? Seriam eles meus pais? Ou…?
—Mas porque meus pais não me registrariam?
—Isso nós vamos continuar a investigar. Carlisle fala quebrando o meu contato visual com Jasper. Estava tão concentrada nele que quase esqueci que Carlisle estava ali. —Mas, Anne, eu preciso te perguntar. Existe alguma coisa que você não nos contou?
Me arrumo na cadeira ouvindo a pergunta de Carlisle. Minha garganta se fechando até o limite. Eu sei o que ele quer saber. Ele quer que eu fale sobre o que aconteceu com Rosalie. Eu não posso falar sobre isso. Eu não quero e não vou falar sobre isso. Cravo as unhas na palma da mão tentando controlar o pânico, rezando para que a dor me mantenha alerta e pelo menos evite que eu tenha um ataque de pânico na frente deles.
—Como assim? Eu posso ouvir na minha voz o tremor que se espalha pelo meu corpo.
—Existe alguma coisa da qual você se lembra? Talvez algo que pareça insignificante e por isso você não comentou conosco antes?
Esse é uma pergunta totalmente diferente. Carlisle mudou a direção da pergunta completamente. Talvez ele tenha notado meu medo. Ao ouvir a segunda pergunta eu me sinto estranhamente calma. Meu corpo parece relaxar e meus músculos não estão tão apertados quanto antes. Meu corpo parece estranho e eu quero… falar com ele.
—Bem, uma vez eu acho que me lembrei de uma… pintura? Ou algo assim quando olhei para as flores na mesa da sala e no outro dia, na estufa, eu achei que tinha ouvido alguém me chamar. Não pelo meu nome, mas a voz parecia tão perto de mim que eu me virei procurando de onde ela vinha, e… e… eu consigo sentir meus lábios tremendo, eu me sinto relaxada e segura, mas algo está errado. Eu mordo o lábio e tento voltar a realidade. Eu não posso falar sobre Rosalie. Penso tentando clarear a mente. —e é só isso. Termino me endireitando na cadeira novamente. Meu pescoço dói e meus braços também. Na minha cabeça eu me sinto relaxada, mas meu corpo não se sente da mesma forma. Sinto meu estômago revirar.
—Eu me sinto estranha. Falo massageando os braços e o pescoço. Achei que fosse outro episódio como tantos outros em que sinto dores no corpo por motivo nenhum. Bem, nesse caso o motivo provavelmente é o stress dessa conversa.
—Jasper. Vai com calma. Carlisle fala olhando para Jasper. Não sei quando aconteceu, mas ele está do meu lado tocando meu ombro com mãos tão leves que eu mal consigo sentir o toque dele.
—Desculpa. Ela estava entrando em pânico. Jasper fala removendo a mão do meu ombro e dando um passo para trás.
Olho para os dois obviamente perdida na conversa.
—Bem, talvez seja melhor pararmos por aqui por hoje. Carlisle fala se afastando da mesa. Eu me levanto, meu corpo pesado como pedra.
—Anne, se eu fosse você voltaria para o seu quarto e descasaria por alguns minutos. Jasper fala antes de abrir a porta.
—Porque? Pergunto sentindo minhas pernas formigando.
—Você parece, bem… cansada. Não é Carlisle?
Carlisle coloca a mão sobre minha testa. —Verdade. Porque não toma o remédio que lhe dei para as dores no corpo e descansa um pouco?
Eu devo estar com uma cara horrível para ele ter falado isso.
—Tudo bem então. Eu estou sem forças. Só quero ficar em silêncio por horas e horas. Eu mal consegui evitar falar sobre o que aconteceu com Rosalie e apesar de todas as novas perguntas sem resposta considero isso uma vitória. Não pretendo manter segredo para sempre, mas… mas não agora.
Passo correndo pelo corredor e ouço a voz de Esme e Seth chamando meu nome, mas não olho para trás. Continuo correndo até chegar no meu quarto e depois até o banheiro. Vomito tudo que tenho no estômago assim que entro. Sinto meu corpo se contorcer e o sabor amargo da bile na minha boca. Quando acabo, me livro do líquido mal cheiroso e me sento no chão frio do banheiro abraçando os joelhos com a cabeça baixa. Meu pescoço lateja dolorosamente assim como cada músculo do meu corpo. Eu não consigo respirar. Conto até dez tentando acalmar minha respiração, mas não consigo me concentrar. Eu quase falei tudo. Mordo o lábio com que o castigando por quase ter revelado meus segredos. Eu queria falar tudo. Eu jurei para mim mesma que não falaria sobre nada daquilo enquanto não tivesse certeza do que aquelas memórias são, mas acho que Jasper é um detetive bom até demais. Se Carlisle não estivesse ali eu provavelmente teria falado tudo e estaria no fundo do poço nesse momento, não que o que estou sentindo agora não seja bem próximo do fundo do poço. Penso na caixa em que coloquei as minhas lembranças dolorosas e me imaginei colocando mais uma corrente em volta dela. Quando a hora for certa.
Não aguento mais a dor no pescoço e me levanto para tomar um dos remédios que Carlisle me deu. Lavo a bile da boca e engulo a pílula. O relógio no espelho marca três horas. Olho para o meu reflexo e pergunto para a imagem no espelho, desejando ouvir uma resposta, qualquer resposta. Quem é você? Decido tomar um banho para limpar o suor do meu rosto e do meu corpo.
—
Os minutos em que Anne, Carlisle e Jasper ficam naquela sala se arrastam. Aquela é a única sala a prova de som o suficiente para que eles não consigam ouvir nada. No começo foi só um teste, uma brincadeira. Eles construíram aquele quarto para testar a tecnologia e quando deu certo todos ficaram super animados, mas nunca imaginaram que iriam usar aquela sala para algo assim.
Seth e Esme andam de um lado para o outro na frente da escada enquanto Alice, Rosalie e Emmett estão em pé observando-os sem falar nada. Todos estão nervosos e curiosos sobre o que eles estão conversando. Jasper se recusou a falar com ninguém além de Carlisle e Anne primeiro e depois ele iria repassar as informações para todo mundo.
Finalmente a porta se abre e Anne passa pelo corredor.
—Anne!
—Anne!
Esme e Seth chamam o nome dela juntos, mas ela continua andando até o quarto com o rosto sério.
—Está tudo bem. Eu falei para ela ir descansar. Jasper fala levantando a mão para que Seth e Esme não subam até o segundo andar.
—O que aconteceu? Esme pergunta aflita.
Todos conseguem ouvir Anne vomitando no quarto dela. Seth começa a subir as escadas como se fosse atacar Jasper. —O que você fez com ela?!
—Seth!
A voz de Jake faz Seth ficar parado no meio da escada. Ele e Sam entram na casa para a surpresa de todos ali e para o alívio de Esme. Seth estava prestes a atacar Jasper e sinceramente, ela também.
—Jake, Sam. Seth não entende o que eles estão fazendo ali. Ele olha de volta para Jasper, a raiva ainda borbulhando dentro dele.
—Ótimo. Jaspe fala esfregando as mãos uma na outra. —Agora podemos começar o…ahm… fórum?
Jasper segue para a cozinha, o único cômodo na casa grande o suficiente para caber todo mundo. Todos se sentam na mesa, menos Carlisle e Jasper, que ficam na ponta da mesa mais próxima da ilha da cozinha. Jasper tira o disk do bolso e mostra o vídeo de Anne e duas outras pessoas entrando no avião.
—Esse vídeo foi gravado dois anos atrás em um hangar de um aeroporto particular na Itália. A imagem não é das melhores, mas essa é claramente Anne andando calmamente até o avião junto com dois indivíduos não identificados. Essa é a única imagem que eu achei dela na rede nos últimos vinte anos. Fora isso, nada.
—Tipo… nada? Emmett pergunta não acreditando.
—Tipo… nada. Jasper responde.
—O que isso significa? Esme pergunta preocupada.
—Pensei sobre isso e provavelmente significa que o nascimento dela nunca foi registrado. Jasper responde.
—E isso é possível? Sam pergunta duvidando que alguém poderia nascer sem um registro nos dias atuais. Mesmo que ela morasse em uma caverna no meio da floresta não faz sentido que os pais dela não a registram.
—Não é impossível.
—Alguma chance de que ela está mentindo? Rosalie pergunta. Ela acredita ser a única pessoa além de Jasper que está pensando sobre essa situação de cabeça fria. Todo mundo ali para querer passar a mão da cabeça da garota, mas Rosalie tem seus motivos para não confiar nela.
—Rose! Esme reprime-a.
—Não. Jasper responde. Ele resistiu a mim, mas não estava mentindo. Talvez foi só instinto. Jasper responde lembrando como ela parecia fisicamente resistir ao toque dele. Não era incomum, mas alguns humanos podiam notar que algo estranho estava acontecendo.
—Você usou seus poderes nela? Seth se levantou nervoso. Foi por isso que Jasper escolheu conversar a sós. Seth já tinha visto ele usar seus poderes para interrogar outros humanos e vampiros e nunca foi uma cena bonita. —Foi por isso que ela passou mal? Seth mal se segura no momento. Se não fosse por Jake e Sam ali ele provavelmente já teria atacado Jasper.
—Ela passou mal porque estava nervosa. Eu precisei usar meus poderes nela, não tive escolha. Ela recuperou memórias desde que chegou aqui mas se recusava a falar.
—Ela sabia o que você estava fazendo? Sam pergunta.
—Não, mas como eu disse, ela notou que tinha alguma coisa errada, por isso estava resistindo.
—Que memórias ela recuperou? Esme pergunta. Ela havia notado antes que Anne as vezes parecia perdida em pensamentos, mas nunca sentiu que precisava pressionar ela a falar. Ela tinha confiança de que Anne falaria com ela quando estivesse pronta, mas Jasper não tinha tanta paciência quanto ela.
—Infelizmente nada que podemos usar. Carlisle responde desapontado. —Alguma coisa sobre uma pintura de uma flor e outra sobre a voz de alguém.
—E você usou seu poderes nela até ela vomitar para ouvir isso? Seth não acredita que Anne teve que passar por isso por nada. Se Jasper tivesse confiado nela… Seth tem certeza que ela teria falado com ele sobre isso em algum momento.
—Eu fiz o que precisei fazer, mas ela já estava entrando em pânico quando entrou na sala. Eu tentei acalmá-la mas ela estava resistindo.
—E agora? Emmett pergunta.
—Ela precisa descansar, só isso.
—Eu quero dizer, o que vamos fazer? Eu tive a impressão que você ia resolver todos os problemas com uma varinha de condão mágica quando voltasse, mas a gente tem menos do que tinha antes de você sair. É frustrante para todos ouvir a verdade no que Emmett disse. Não parece haver saída dessa situação.
—Nós nos concentramos na festa de natal. Quando Edward chegar ele pode dar uma olhada nela, até Renesmee pode vir a ajudar de alguma forma. Ele podem ajudá-la a abrir a mente, a deixar as memórias voltarem. Carlisle está no limite de sua habilidade médica, então tudo que ele pode fazer é esperar que de alguma forma ela venha a se lembrar, e logo.
—Ótimo. Mais uma vez a gente espera sentando. Rosalie fala claramente irritada.
—E vai ficar tudo bem? Da ultima vez ela fez Rosalie atacar ela, quem diz que não vai acontecer novamente? Jake não quer ver Renesmee passar pela mesma coisa que Rosalie.
—Não existe provas de que foi ela. Esme fala alto sem olhar para ele. Ela está cansada de ouvir que Anne pode ser algum tipo de… aberração.
—Isso está ficando cada vez mais complicado. Sam está quebrando a cabeça como todos ali, mas ele não vê uma saída daquela situação. Ele olha para Seth e o garoto lhe parece mais aflito do que ele já viu em todos esses anos.
—Não diga. Emmett fala.
—Eu concordo com Carlisle. Jasper fala ficando há frente de todos na mesa. —nós esperamos para ver o que Edward e Bella tem a dizer e tomamos uma decisão juntos. Todos a favor?
—E a Anne? Seth pergunta. —Essa é a vida dela e ela provavelmente está apavorada agora.
—Então sugiro que a acalme. Não quero que ela tente fugir ou cause mais problemas. Esme, é melhor ficar longe dela até ela se acalmar. Apenas por precaução. Jasper prefere evitar outro surto de sede dentro da casa.
Seth se levanta sem falar mais nada e vai em direção ao quarto de Anne. Esme não fala nada, mas Carlisle nota que ela parece que vai levantar da cadeira a qualquer momento. Ele toca no ombro dela e pode sentir ela tremer.
—Estou começando a achar que a gente está perdendo o controle dessa situação. Emmett fala preocupado.
—Eu sei. Jasper responde. Mas, tem algo me incomodando.
—O que? Sam pergunta.
—Os Volturi fizeram um circo quando Edward criou uma comoção mínima da última vez quando ameaçou sair em público, mas depois de tudo isso, do ataque, do envolvimento de Tanya e do barulho que eu fiz procurando por informações eles estão quietos como ratos.
Todos concordam com Jasper. Ninguém quer encontrar os Volturi novamente, mas notícias ruins viajam a cavalo e é estranho que eles não falaram nada até agora.
—Talvez, Alice fala —eles estão observando até onde isso vai.
—Quais são as chances de eles virem para Forks? Jake pergunta.
—Sinceramente? Praticamente zero. Eles provavelmente vão mandar alguém primeiro e nós vamos ter que ir até eles. Eles se consideram um superiores demais para descer até aqui.
—Sorte nossa? Emmett fala sarcástico.
—E se desaparecermos com ela? Esme pergunta. Ela sabe que não importa aonde eles se escondam os Volturi vão os achar, mas tudo que ela quer é atrasar o momento e arrastar o tempo que ela tem com Anne o máximo possível. Tem tanta coisa que ela não falou para ela.
—Eles vão vão mandar alguém no mesmo momento. Jasper responde com plena certeza. Ele conhece os movimentos dos Volturi.
—Então você quer dizer que estamos presos aqui? Esperando, a mercê da vontade deles? Sam pergunta nervoso.
—Algo do tipo. Jasper não consegue entender como eles ficaram encurralados assim. Essa situação parece perfeita demais, como uma jogada de xadrez bem elaborada. Eles não tem como arrancar de Anne quem ela é porque ela mesma não sabe. Ele não acha informação alguma sobre ela, então eles não podem investigar nada. Eles não podem correr porque significa admitir que estão prontos para lutar pela garota, mas não podem ficar sentados sem fazer nada. Além do mais todos estão distraídos como fato de que Esme não pode deixar a garota para trás e por conta do que aconteceu com Rosalie. Não existe uma linha conectando nenhum desses eventos a não ser o aparecimento de Anne. A lógica de acontecimentos não faz sentido para ele e enquanto ele não entender qual é o plano maior acontecendo aqui eles são um alvo fácil.
