Finalmente é o dia da festa. Já são quase sete horas quando Alice finalmente declara que estou pronta. Ela passou tempo demais, na minha opinião, me arrumando. Ela fez questão de supervisionar cada passo que dei para me arrumar. Na minha cabeça eu ia tomar banho, me vestir e arrumar o cabelo um pouco mais apresentável que normalmente, mas ela tinha outros planos. Ela usou todo o tipo de ferramentas quando fez meu cabelo e eu tenho que admitir que ela fez um trabalho impressionante.

Meu cabelo está solto e perfeitamente ondulado. Ela arrumou-o de forma que ele cai sobre apenas um lado do meu corpo deixando meu ombro exposto. O vestido que ela preparou é… bem, na minha opinião um pouco… demais.

O vestido curto, na altura das coxas é preto, mas por dentro da saia o tecido vermelho fica visível quando eu ando, dando um ar mais sofisticado a peça e algo como uma elemento surpresa. O vestido não tem alças, o que me preocupa profundamente, e deixa boa parte das minhas costas e ombros a mostra.

Olho no espelho e me sinto uma princesa, mas me pergunto se todo mundo vai estar tão arrumado quanto eu. Eu sinto que estou vestida para um baile de gala, não uma festa de natal.

Desço até o segundo andar e as pequenas luzes sobre o corrimão da escada dão um ar de realeza para o hall de entrada. O candelabro brilha e a luz reflete nas decorações elegantes em branco e dourado.

Esme está deslumbrante. O vestido branco brilha sobre as luzes da árvore enquanto ela parece dar os últimos toques nos ornamentos. Rosalie está vestida de vermelho com os longos cabelos trançados em um coque solto. Emmett me parece uma pessoa completamente diferente usando um terno elegante, como se ele não fosse o cara brincalhão que me girou sobre os ombros na sala de TV.

Carlisle e Jasper também estão vestidos a rigor e eu me sinto um pouco menos fora de lugar vendo que todo mundo está vestido como eu. Esme sorri quando me vê descendo as escadas.

—Você está… wow. Ela fala me fazendo ficar vermelha.

Eu aponto para o vestido dela e fala ´wow´ apenas, porque não tenho palavras melhores para descrever o quanto ela está bonita.

—Eu sei. Eu me supero todos os anos. Alice fala ficando do lado de Esme e sorrindo. Ela também está deslumbrante no seu vestido longo verde escuro. O vestido dela é sem alça, como o meu, e é a primeira que vejo os longos cabelos dela soltos. O cabelo dela vai se esticando até a cintura dela e está elegantemente ondulado.

—Aqui vamos nós. Jake está a caminho. Ela fala olhando para a janela da sala. Não vejo nada por alguns momentos, mas depois avisto as luzes do carro passando pela estrada dentro da floresta.

Seth saiu hoje de manhã como sempre então não vi ele o dia todo. Passo os dedos na pulseira que ele me deu quando vejo o carro se aproximando. Meu coração disparando de nervoso. Ele não estar sozinho dessa vez. Não, dessa vez a família toda dele está junto. Pessoas que eu nunca vi antes, mas que provavelmente já que sabem tudo sobre mim, mas que eu não faço idéia de que tipo de gente elas são.

Respiro algumas vezes tanto me acalmar quando sinto uma onda de calma me atingir e meu coração bater mais devagar. Olho para Jasper imediatamente atrás de mim, com seu terno preto, o rosto sério como sempre. Ele me olha por um momento e passa por mim para ficar do lado de Alice.

—Eu estou bem agora. Falo olhando para ele e sorrindo o melhor que posso. Não odeio que ele tentou me acalmar, mas prefiro que ele não o faça.

Ele só acena para mim e eu sinto a tensão voltando, mas menos intensa dessa vez.

A campainha toca e eu seguro a respiração. Sam e Jake entram primeiro, seguidos por cinco homens que passam rápido pela porta da frente para cumprimentar todos reunidos na sala de estar. Eles falam com Esme, Jasper e Alice e param para sorrir para mim por apenas um momento. Uma mulher entra junto com Seth e ela é a única que parece interessada em falar comigo.

Ela é alta e usa um vestido roxo escuro belíssimo. Eu consigo ver a semelhança dela com Seth. Essa deve ser a irmã mais velha dele.

—Olá. Ela fala estendendo a mão para mim. Eu aperto a mão dele e falo um ´prazer em conhecer´ antes de olhar para Seth.

Ele parece muito mais maduro usando um terno e gravata. Sempre senti como se ele fosse mais novo que eu porque ele sempre parece descontraído perto de mim, mas ver ele todo arrumado daquele jeito é algo novo para mim. Ele parece… adulto.

—Anne, essa é a Leah. Minha irmã mais velha. Ele fala nos apresentando.

—Ouvi falar tanto de você que não parece nosso primeiro encontro. Ela fala sorrindo. Ela parece uma pessoa perfeitamente agradável e calma. Sorrio de volta para ela.

—Ouvi sobre você, mas Seth não me contou muitos detalhes. Falo me arrependendo de não ter perguntado mais sobre as pessoas na família dele. Podia ter usado a informação para me preparar melhor para conhecê-los.

—Leah, que bom ver você. Esme fala sorrindo. —Aproveite a festa. Edward e Bella devem chegar a qualquer momento.

Leah sorri para Esme elas seguem juntas para a sala de estar. Eu fico observando a cena sentido as mãos suarem.

—Você está muito bonita. Olho para Seth completamente envergonhada com o elogio.

—Você também. Nenhuma folha no cabelo. Eu rio um pouco tentando disfarçar o desconforto com humor ruim.

Ele passa as mãos pelo cabelo e uma mecha cai sobre os olhos dele. Eu me endireito e vou andando até Esme deixando ele para trás.

Esme está conversando com Leah e outro homem. Todos na sala parecem imersos em conversas pessoais e se divertindo.

—Anne. Você está com fome? Ela fala quando me vê parada do lado dela. Ela procura por alguma coisa na sala e me leva até uma mesa com alguns petiscos e bebidas.

—Melhor comer alguma coisa antes que acabe. Ela fala apontando para os homens que chegaram com Seth devorando a comida aos bocados.

—Eu vou pegar alguma coisa para você beber. Esme se afasta de mim e vai até a cozinha. Eu volto os olhos para as bandejas de comida sem ter certeza se quero comer alguma coisa ou não. Não sei se devo arriscar. Do jeito que estou nervosa me pergunto se meu estômago vai segurar a comida.

—Embry disse que nunca comeu tão bem na vida. Seth para do meu lado me oferecendo um prato com alguns salgados e outros petiscos.

—Valeu. Falo pegando o prato da mão dele. Eu olho de volta para a cozinha esperando Esme voltar.

—Está tudo bem? Ele pergunta me fazendo pular.

—Claro. Respondo sorrindo.

Ele levanta uma sobrancelha para mim ouvindo a mentira óbvia na minha voz. Os olhos dele me parecem mais familiares agora. A tensão nos meus ombros ainda é pesada, mas ver ele me olhar como se fosse qualquer outro dia, me relaxa um pouco.

—Eu estou nervosa. Não sei o que falar. Respondo esfregando as mãos uma na outra porque não sei o que fazer com elas. A tensão começa a fazer o meu pescoço doer.

—Relaxa. Se você quiser eu posso te apresentar para os outros.

—Não! Falo sussurrando. —Me dá um minuto. Eu sinto que preciso me recompor por um momento antes de falar com alguém. Me concentro na minha respiração quando a porta da frente abre e vejo alguém voando pela sala e pulando em cima de Jacob que grita ´Nessie!´ quando a pega no ar.

Atrás dela, uma mulher de cabelos castanhos e um homem alto entram sorrindo para todos na sala.

—Edward! Esme fala indo abraçar o filho.

Ele sorri para Esme quando a abraça. Me lembro de com Esme fala sobre ele e sinto que eles são muito mais próximos um do outro do que eu imaginava.

—Bella! Alice abraça a mulher de cabelos castanhos com força.

Observo a cena com Seth do meu lado. Eu sinto que estou tremendo de nervoso e ele segura no meu braço me chamando a atenção.

—Fica tranquila. É só falar ´oi´ Ele sussurra tentando me acalmar. A dor no meu pescoço vai ficando mais intensa a medida que a tensão nos meus músculos cresce. —Anne! Esme fala acenando para que eu chegue mais perto. Eu ando até ela tentando sorrir. A mulher de cabelos castanhos, Isabella é belíssima e me olha de uma forma gentil quando me aproximo. Edward também sorri quando me vê. Ele é… bem ele é um Cullen. Ele tem os mesmos olhos castanhos de Esme e é tão bonito quanto ela.

—Essa é a Anne. Esme fala me abraçando pelos ombros.

—Ouvi muito sobre você. Edward fala me estendendo a mão. Eu cumprimento ele de volta e aperto a mão dele. Me pergunto qual o talento dele penso me lembrando de como Esme disse que eu ficaria impressionada com todos os três. Ele parece muito mais jovem do que imaginei.

—Não se deixe enganar, eu sou mais velho do que aparento. Ele fala sorrindo me deixando confusa. Tenho certeza de que não falei nada sobre a idade dele, mas ele parece ter respondido meus pensamentos. Então é isso? Penso assustada com o fato de que ele parece realmente ter ouvido o que eu pensei.

—Não se preocupe. Eu não sou de bisbilhotar. Ouvir ele respondendo aos meus pensamentos é desnorteante. Eu não sei exatamente o que falar.

—Não se preocupe. Eu posso ajudar com essa história de ler mentes se você quiser. Isabella me abraça quando me cumprimenta. —É um prazer te conhecer. Esme só sabe falar sobre você.

—Ouvi muito sobre vocês também. Esme estava muito animada para a chegada de vocês.

—Vamos, eu quero te apresentar para a Renesmee. Esme me guia até uma das mesas perto da janela onde uma garota conversa animada com todos a sua volta. Ela aparenta ser mais nova que eu e sorri para mim quando me vê.

—Renesmee essa é a Anne. Esme fala me apresentando. A dor no meu pescoço é intensa agora. Todo o nervoso e desconforto que eu coloco nos meus músculos começa a se acumular de forma dolorosa na base da minha cabeça descendo até o pescoço. Passo a mão no pescoço discretamente, tentando aliviar a tensão.

—Prazer Renesmee. Falo cumprimentando ela. Posso ver Seth e Jake do outro lado da sala observando nossa interação. O estresse continua a se acumular.

—Prazer em te conhecer Anne. Eu ouvi muito sobre você. Até parece que te conheço. Todo mundo ouviu sobre mim, mas eu não sei nada sobre eles. Meu pergunto exatamente que ela ouviu.

Respiro fundo tentando não me concentrar na dor. Não devia ter dispensado a ajuda do Jasper.

—Ouvi de Esme que você viajou pelo mundo. Deve ter sido demais. Continuo sorrindo para Renesmee e tento meu melhor para começar uma conversa decente com pelo menos uma pessoa que conheci hoje.

—Verdade. Você gostaria de ver? Renesmee fala se aproximando mais de mim e noto que Esme dá um passo para trás. Olho para ela e de volta para Renesmee.

—Claro. Falo esperando ela tirar um álbum de fotos ou um celular mas ela estende a mão vazia para mim e sorri.

Olho para a mão vazia dela e de volta para Esme, mas ela continua sorrindo sem falar nada. Noto que a sala ficou em silêncio e todos parecem nos observar. Olho para a mão dela novamente e olhar dela parece me dizer para tocá-la. É esse o talento dela? Olho para as pessoas na sala e Edward acena para mim, respondendo aos meus pensamentos.

Meu pescoço está me matando e é difícil me concentrar, mas não quero que ela ache que estou com medo dela ou algo assim então seguro a mão dela.

Por um segundo achei que nada ia acontecer, mas eu comecei a ver imagens na minha mente, tão realistas que eu podia sentir o sol da praia na minha pele, sentir o vento no meu rosto e a alegria de olhar para o pôr do sol. As imagens e sensações são incríveis, até que algo muda.

Eu sinto meu corpo se contorcer de dor a medida que as imagens ficam mais e mais rápidas e intensas. Elas parecem entrar dentro do meu cérebro rasgando minha cabeça. Meu pescoço está quente, a dor é tão intensa que sinto a pele queimar como se estivesse derretendo sobre metal escaldante.

Em alguns momentos de lucidez ouço a voz de Renesmee. Ela grita e o rosto dela está contorcido de dor. Eu sinto como se cada osso no meu corpo estivesse trincando e uma corrente elétrica passa por mim.

Não sei quanto tempo durou, talvez apenas um segundo, mas quando recupero a consciência o corpo de Renesmee voa para o outro lado da sala. Isabella segura a filha nos braços e olha horrorizada para mim. Todos na sala me olham extremamente perturbados. Na minha mente a última imagem que vi foi do meu próprio rosto, momentos antes de esticar a mão para tocar Renesmee.

Meu corpo se moveu sozinho. Eu podia ver o que estava acontecendo, mas não tinha controle.

Vejo as pessoas na sala olhando aterrorizadas para mim e me sinto ameaçada. Eles vão me atacar. Meu corpo pula pela janela da sala, espalhado vidro para todos os lados. Eu preciso sair daqui é o único pensamento na minha cabeça. Meu corpo corre pela neve mais rápido do que imaginei que podia. Quase tão rápido quando Alice. Não olho para trás, apenas continuo correndo.

Minha cabeça está a mil e eu não consigo me acalmar. O rosto de Renesmee contorcido de dor ainda é vívido na minha mente. Aconteceu de novo. Eu machuquei alguém de novo. As memórias de Renesmee se misturam com as minhas. Vejo momentos da vida dela. Edward e Isabella sorrindo. Jacob correndo com ela pela floresta. Amor, felicidade, euforia, sede e algo mais.

Sinto meu corpo parar bruscamente e inclinar para frente. Rolo pelo chão da floresta e sinto minha pele queimar sobre a neve. Minha coxa agarra em alguma coisa e eu mudo de direção até atingir uma árvore. A batida me tira o fôlego por um momento e eu vejo outras imagens passando pela minha mente. Renesmee correndo pela floresta com um lobo enorme. Ela chama o animal de Jake e a felicidade dela se espalha pelo meu corpo. Vejo imagens do lobo Jake ao lados de outros lobos enormes de cores diferentes. Finalmente eu entendo o que estou vendo. Aqueles não são animais. Aquele lobo é Jacob. E Leah, e Brady e Collin e… e Seth. Seth é um metamorfo. Entender as memórias de Renesmee é difícil, mas ler os sentimentos dela é mais fácil. Quando ela olha para aqueles lobos ela se sente eufórica e feliz. Ela está acostumada com aquela cena e é uma lembrança feliz para ela. O problema é que para mim aquilo é… desnorteador. Meu cérebro vê algo, mas meu corpo se confunde entre os sentimentos dela e os meus.

Minha coxa arde e eu sinto sangue molhado sobre meus dedos. Quando eu senti algo agarrando-se a ela foi provavelmente um galho pontudo. Posso ver o corte longo pingando sangue e me fazendo sentir a cabeça leve, como no dia em que Rosalie me atacou.

Respiro fundo tentando me acalmar, mas a adrenalina no meu sangue me deixa agitada. Tento me levantar sem sucesso. A dor é intensa demais. Que merda foi aquela? Penso tentando entender que aconteceu. Foi culpa dela? Ou culpa minha? Como eu pulei da janela daquele jeito? Como corri até aqui naquela velocidade? O que foi a queimação no meu pescoço?

—Anne! A voz de Seth me tira da espiral de pânico. Ele está perto. Tento me levantar mais uma vez as o sangue escorre mais grosso com meu esforço.

Tento ficar quieta, mas sei que ele já sabe onde eu estou. Ele é um lobo. Ele me farejou. A informação das memórias de Renesmee completam a minha como se estivesse acessando um arquivo.

Quando Seth me encontra ele está usando apenas um short longo, jammers. Presente de Edward. Fica sobre o pelo dele quando ele se transforma. Mais um update da memória de Renesmee para minha situação atual. Me pergunto se ele está sozinho ou se os outros também vieram atrás de mim. Se Esme veio atrás de mim.

—Anne! Meu Deus o que aconteceu? Ele fala olhando horrorizado para a poça de sangue sobre o minha perna. Imagino que minha cara não seja das melhores também. Talvez esteja sangrando de algum outro lugar.

Seth anda na minha direção como se fosse me tocar e eu estico as mãos manchadas de sangue e lama a minha frente.

—Não! Fica longe! Não quero que ele me toque. Não quero que o que aconteceu com Renesmee se repita. Não acho que posso aguentar sentir aquela dor outra vez. Seth para por um momento para me olhar, apenas um momento, e vem na minha direção. Ele se agacha perto de mim, os olhos dele são duros e ele está sério.

—Por favor… Eu… eu não… não outra vez… Meus soluços cortam minhas palavras e eu duvido que ele possa me entender, mas Seth responde com a voz firme.

—Sei que você não vai me machucar. Eu encaro os olhos dele de volta e vejo a imagem dele se transformando em um lobo mais uma vez. Sinto os pingos de chuva caindo no meu rosto enquanto decido se é seguro deixar que ele me ajude.

—Eu te conheço Anne. Sei que você não fez aquilo de propósito. Você nem sabe o que aconteceu, não é? A chuva vai ficando mais forte e eu começo a tremer. Eu fecho os olhos e balanço a cabeça. Não posso confiar em mim mesma.

—Jullianne. A voz dele é calma, como se ele apenas estivesse chamando meu nome em uma típica noite de domingo quando estamos vendo TV ou conversando sobre tudo e sobre nada.

—Eu não quero machucar você... Eu já estou tremendo violentamente. A chuva é gelada e eu não sei até quando vou continuar consciente depois de perder todo aquele sangue, mas tudo em que eu consigo pensar é que não machucar mais ninguém.

Seth ofereceu a mão para mim e acenou com a cabeça, sério. Olho para os dedos dele, a água da chuva correndo pela palma da mão até pingar pelas laterais. Eu hesito. Eu não deveria. Eu… preciso de ajuda.

Estico a mão e toco os dedos dele de leve, mas nada acontece. O alívio que sinto faz meus músculos moles e eu abraço ele, aliviada.

—Vamos. Vamos sair dessa chuva.

—Espera! A idéia de voltar para a casa é… bem… aterrorizante. Não poderia olhar nos olhos deles depois do que aconteceu. Não poderia encarar Edward, Isabella ou Esme depois de ter machucado Renesmee. Eu nem sei se ela ainda está viva.

—Eu sei. Vamos para outro lugar. Vai ficar tudo bem.

Caminhamos pela floresta até avistarmos uma cabana grande que parece vazia sobre a luz da lua. Eu me agarro no pescoço de Seth, minha perna ardendo e ensopada até os ossos. A sensação familiar é perturbadora. Eu voltei para essa floresta no fim das contas. Como se tivesse voltado ao início.

Algum lugar em Roma cerca de 12 horas antes...

Num beco escuro nas pobres ruas de Roma uma fachada de bar esconde a entrada para um curioso lugar. Dois homens com olhos vermelhos se esgueiravam pelas ruas até chegarem a entrada. O lugar mal cheiroso e abandonado é casa para os ratos e corpos de humanos sem teto que foram drenados até a última gota de sangue. Os dois homens seguem até uma porta na cozinha com um pequeno painel eletrônico escondido sobre interruptor falso. Assim que o scanner lê as digitais dos dois a porta se abre para um longo corredor extremamente amplo e aparentemente vazio. Eles caminham até o fim corredor passando por diversas portas fechadas. Alguns lamentos baixos podem ser ouvidos vindo de algumas delas, de outras é possível ouvir alguém batendo na porta, como se quisesse derrubá-la. O labirinto de portas de extende para a direita e esquerda desaparecendo dentro dos corredores longos. Os homens andam sem hesitação até alcançarem uma porta marcada como laboratório. Lá dentro, um homem de jaleco branco olha sonhadoramente para um monitor onde uma luz vermelha pisca.

—Isso! Isso! É todo meu! ele grita comemorando e parecendo uma enorme ratazana assustadora com seus olhos vermelhos como sangue e sorriso maléfico.

Ao redor do lugar várias pessoas ligadas as cabos parecem dormir tranquilamente dentro de longos tubos com um líquido esverdeado dentro. Homens, mulheres e crianças flutuando na água com um semblante calmo, mas com cabos conectados por todo o corpo. Experimentos.

—O que estão esperando idiotas? O cientista fala nervoso com os dois homens que entraram.

—Vão pega-la agora! Eu mal posso esperar… ele fala sorrindo passando a língua pelos dentes, a luz vermelha no monitor refletindo sobre a pele branca.

—Sim, Padrone. Um dos homens responde olhando para a luz piscante. Finalmente era a hora. A hora de buscar o prêmio tão esperado. Eles estavam a um passo de finalmente dessecar Renesmee Cullen, bem, pelo menos, a cópia dela.