Emmett e Embry atacam Dieci por todos os lados mantendo seus olhos nas mãos dele. Dieci é rápido e seu corpo pequeno permite que ele desvie dos golpes mais precisos de Emmett e Embry. Os dois estão engajados em um dança com Dieci, onde quem acertar o primeiro golpe vai ter a vantagem.

Dieci se afasta de Emmett tempo o suficiente para iniciar outra ilusão. Eles agora entram em um campo de flores ensolarado. Emmett já não sabe onde Dieci está, mas Embry parece concentrado em alguma coisa. As orelhas dele se movem para a esquerda e para direita por alguns segundos até ele devia de algum golpe invisível. O campo começa a pegar fogo. As chamas vão se aproximando rapidamente de Emmett. Mais uma vez as orelhas se movem para a direita, esquerda, frente e ele desvia para a direita. Emmett não consegue ver o sentir o impacto dos golpes do qual ele desvia, mas Embry parece saber o que fazer. O fogo queima na pele dele e Emmett não consegue se mover. A ilusão é forte demais para ele se concentrar em qualquer outra coisa.

Embry fica imóvel mais uma vez, ouvindo. Esquerda, esquerda, direita e ele desvia para a esquerda. Emmett observa o padrão de ataque e resposta de Embry até que ele finalmente agarra Dieci e a ilusão se desfaz. Emmett vê Dieci voando pela sala novamente. Um, dois, três ele conta na mente enquanto ataca novamente junto com Embry. Quatro, cinco, seis Dieci continua a desviar dos golpes com alguma dificuldade. Emmett tenta um ataque por trás, mas é atingido em cheio no peito e jogado no chão. Embry volta a atacar evitando as garras do garoto. Oito, nove, dez. A sala se transforma novamente.

Emmett está flutuando no mar no meio de uma tempestade. Ele pode sentir a água na roupa e nos cabelos. Embry está de olhos fechados em pé sobre as ondas como se não estivesse vendo a ilusão.

Emmett tenta se manter acima da água observando Embry. Esquerda, esquerda e ele desvia. Direita, esquerda e ele devia para a esquerda. Emmett queria poder ajudar Embry, mas enquanto ele não agarrar Dieci esse ilusão vai continuar. As ondas empurram Emmett para dentro da água. Ele não precisa respirar, mas a água o corpo dele pesa como uma âncora e ele vai afundando. A ilusão se desfaz novamente.

Emmett respira fundo como se quisesse recuperar o fôlego que não existe. Apenas um reflexo do tempo em que era humano. Embry tem os dentes firmemente fincados no braço de Dieci, mas ele também tem os dedos enfiados no tórax dele.

—Embry! Solta ele! Quando Embry percebe que Emmett voltou a realidade ele solta Dieci dando espaço para Emmett lutar.

A perda de sangue fez ele ficar tonto, mas o corte já está se fechando. Embry consegue ouvir e cheirar Dieci quando ele se move dentro da ilusão. Dieci pode enganar um vampiro porque provavelmente os enfrentou por séculos e sabe exatamente a extensão dos sentidos da própria raça, mas ele nunca lutou contra um lobo antes e ele não pode enganar o nariz de um. Emmett tenta seu melhor para emboscar Dieci, mas o garoto é rápido demais.

Quando Embry se recupera a ilusão volta. Um campo de lava. Emmett parece em pânico, mas Embry se concentra nos sentidos que confia, olfato e audição. Ele pode ouvir Dieci se movendo ao redor dele, esperando a oportunidade de atacar. Para a direita, dando a volta, para esquerda, um ataque frontal e ele desvia. Embry está esperando a oportunidades de agarrar Dieci mais uma vez, o problema é que ele não tem como avisar Emmett o que está acontecendo. Ele tem que arrumar um jeito de matar o garoto sozinho, mas ele tem se provado uma presa difícil.

De novo, Dieci dança ao redor de Embry e mais uma vez ele desvia, esperando o momento certo quando a voz de Emmett faz ele abrir os olhos. Emmett está encarando a lava no chão e gritando ´Dez! Dez! Dez segundos!´ As palavras de Emmett afetam o comportamento de Dieci. O menino parece mais impaciente em seus movimentos. Ele se move mais rápido e fica menos cuidadoso. Embry consegue agarra-lo quando ele passa perto demais dele. A ilusão se apaga e Emmett começa a contar em voz alta —Um, dois, três e ataca Dieci com tudo que tem. Embry se junta a ele perseguindo Dieci por toda a sala até que quando Emmett grita Dez! Outra ilusão começa.

Dessa vez eles estão em uma floresta cheia de névoa, é diferente da última vez, não é um desastre natural como fogo ou água que os ataca, mas sim Rosalie. Dieci projetou a imagem dela na ilusão para torturar Emmett. Ela vem na direção dele e Emmett perde a compostura por um momento. Ele corre para onde Rosalie está como se acreditasse que realmente fosse ela, mas Embry sabe o que está acontecendo. Ele pula em direção a vampira e tenta morder a garganta dela fora, mas ela, ou melhor, Dieci desvia do golpe. Emmett parece voltar a realidade e volta a gritar o número dez. Embry finalmente percebe o que ele quer dizer e um plano se forma.

Embry volta a prestar atenção nos movimentos de Dieci. O garoto está apressado. Ele sabe o que está acontecendo. Emmett observa os movimentos de Embry lutando com Dieci disfarçado de Rosalie. As orelhas dele se movendo a medida que captam o movimento do garoto até que finalmente Embry sinaliza Emmett para o ataque. Ele tinha estudado os movimentos do lobo tempo o suficiente para entender padrão de ataque e defesa dele. Emmett pula no momento certo de agarrar Dieci. Ele estica o braço para o ar e sente a mão tocar a pele dele no meio do nada. Ele e tenta separar o que agarrou resto do corpo. Quando a ilusão se desfaz Emmett está com a perna direita de Dieci nas mãos e o garoto manca pela sala gritando.

—Você arrancou minha perna seu verme miserável! A voz dele está distorcida pelo medo e o rosto infantil contorcido de dor pelo membro perdido.

Embry não dá chance para Dieci se recuperar e arranca o braço dele, o desatando-o do ombro. O pequeno vampiro grita de dor, não tem nada que ele possa fazer. Emmett termina a luta arrancando a cabeça do menino, fazendo a sala finalmente ficar em silêncio.

—Bom trabalho em equipe. Ele fala para Embry, que se transforma em humano quando tem certeza de que Dieci está fora de circulação.

—Com você sabia? Que ele tem que esperar antes de criar outra ilusão? Embry pergunta curioso como Emmett entendeu os poderes da criança.

Uma vez, quando Jasper reuniu os vampiros para lutar contra os Volturi. Você lembra daquela vampira amazona que podia criar ilusões? Eu me perguntei quanto tempo ela poderia segurar uma ilusão daquele tamanho e no fim das contas ela também tem um tempo limite, mas para o moleque foi diferente. A ilusão se quebra quando tocamos no corpo real dele, o limite de tempo está entre a criação das ilusões.

—Eu não sabia que você era esperto assim. Embry fala sarcástico.

—Eu poderia falar o mesmo de você. Emmett responde rindo. —Você tem um fósforo nesse spandex?

Embry olha para ele com uma sobrancelha levantada.

—Nós temos que queimar o corpo ou ele vai voltar a vida.

—Bem, eu não tenho um fósforo. Então o que vamos fazer?

Enquanto eles decidem braços mecânicos sobrem pelo chão ao redor do corpo de Dieci e carregam os pedaços para dentro de um buraco.

—Então… problema resolvido? Embry pergunta.

—Nem de perto. Ele vai se recuperar. Nós temos que achar os outros. Emmett e Embry seguem para a porta no fundo da sala, mas quando abrem-na eles estão do lado de fora, no campo ao lado do prédio onde entraram.

—Ahm… tem certeza que aquela era a porta certa? Embry pergunta confuso olhando para o campo aberto a frente deles. A lua está alta no céu e o lugar está silencioso como um cemitério.

—Você acha que vamos conseguir entrar de novo? Emmett fala olhando para o prédio abandonado pelo qual entraram. Da ultima vez eles foram convidados a entrar. Nem ele nem Embry entendem nada de tecnologia, muito menos como infiltrar o sistema de leitura de digitais.

—Nem pensar. Vamos ter que esperar aqui. Emmett e Embry encaram o prédio silencioso como se fosse uma noite qualquer, desejando saber se a família deles está bem.

Jasper e Paul foram empurrados para um buraco no chão. Os dois conseguem aterrisar em pé de frente para a vampira de cabelos longos que os empurrou.

Ela é alta e os olhos vermelhos são como os olhos de uma raposa. Brilhantes e longos sobre a luz na sala. A pele dela brilha e os lábios cheios estão pintados de vermelho. Os cabelos negros longos e sedosos parecem flutuar ao redor do corpo esguio dela. Ela parece perfeitamente imóvel na frente de Jasper e Paul, tão calma, como se não tivesse intenção de atacar.

—Quem diabos é você? Paul pergunta nervoso. A beleza dela é perturbadora até para ele.

—Aqui me chamam de Cinque. A voz dela soa doce nos ouvidos deles. É difícil se concentrar diante da aura que ela emana. Ela parece uma sereia encantando tripulantes de um navio á deriva.

—Dieci, Cinque… O que são esses números? Jasper pergunta tentando entender a situação, mas Cinque não responde. Apenas um leve sorriso aparece sobre os lábios perfeitamente desenhados dela.

—Tudo bem… Então, porque você está nos atacando?

—Sério? Ela sorri de leve para a pergunta boba de Jasper. —Você está invadindo. Eu tenho ordens.

—Para nos matar? Jasper continua o interrogatório.

Cinque continua em silêncio sorrindo para ele. Os olhos dela de um vermelho intenso parecem dançar sobre a luz.

—De quem você recebe ordens? Faz tudo parte do jogo para Jasper. Ele precisa de informação.

—E isso importa? Cinque dá alguns passos para direita. Jasper e Paul mantém ela no seu campo de visão e acompanham seus movimentos.

—Bem, se você está tento nos matar então… sim. Importa. Paul continua a observar Jasper interrogar a vampira. Ele está estranhamente calmo e sabe que Jasper está controlando sua raiva para evitar que ele se transforme. Ele não adora a idéia, mas eles não fazem idéia de que tipo de vampiro Cinque é ou o que ela pode fazer. Ele tem experiencia o suficiente para saber que precisa ser paciente.

—Estou seguindo ordens. É tudo o que você precisa saber. Cinque está em uma posição de sentido, os braços para trás e torço alinhado. Apesar do sorriso no rosto ela está extremamente concentrada em seu dever.

—Você fala como um soldado. Jasper balança o dedo para cima e para baixo ressaltando a postura dela.

—E você entende de soldados. O sorrido dela fica mais largo.

—Você me conhece? Jasper imita o sorriso dela.

—Todo o vampiro nesse mundo sabem quem são os Cullens. A família que desafiou os Volturi e saiu com vida.

—Jasper… Esquece essa conversa. Vamos matá-la. Paul está impaciente. Ele não gosta da situação. Ela não parece nem um pouco ameaça pela presença deles.

—Está tudo bem. Talvez, a gente nem precise lutar para sair daqui. Jasper sorri para Cinque. Ele parece confiante de frente a ela.

—E porque você acha isso? Cinque fica ligeiramente mais séria quando percebe que Jasper parece convencido diante dela.

—Eu não sinto hostilidade vindo de você. Jasper analisou os sentimentos dela, mas não parece existir nenhuma vontade de lutar vindo dela e ele ficou confiante.

—Oh… Você não vai sentir nada de mim. Ela fala sorrindo novamente agora que entendeu de onde a confiança dele veio. —Nem mesmo quando eu matar você.

Cinque parece desaparecer por um momento. Jasper tenta acalma-lá, mas Cinque ainda o acerta em cheio no rosto o fazendo voar pela sala. Paul se transforma e ataca ela, mas a vampira também o acerta em cheio nas costelas. O grito de dor se espalha pela sala e ele cai no chão, os ossos já voltando para o lugar.

—É esse o seu poder? Jasper pergunta colocando a mandíbula no lugar. O golpe dela foi direto e certeiro. Ele tem sorte da boca ainda estar atada ao seu rosto.

—Eu não preciso dos meus poderes para te matar. Cinque sorri e parece mais relaxada. Ela achou que Jasper tinha uma carta na manga, mas ao que parece ele não é nada mais do que o que está escrito no relatório sobre ele.

—Então, com você pode resistir? Agora sério, Jasper tenta entender o tamanho da desvantagem dele.

—E importa? Você vai morrer do mesmo jeito…

Jasper está totalmente concentrado em Cinque tentando afetar os sentimentos dela e se esquece de Paul. O lobo pula para cima de Cinque completamente aberto, com as garras de fora e dentes a mostra, nenhuma cautela ou forma de desviar. Se Jasper acalmar a raiva dele agora ele vai perder o balanço e se machucar ainda mais, se ele intensificar os sentimentos dele ele pode se assustar e perder a concentração, mas se ele atacar Cinque daquele jeito ele vai morrer, cem por cento de certeza. Então, Jasper faz o que pode para mante-lo vivo, entra no meio.

Jasper para o movimento das garras de Cinque que estão prestes a perfurar o pescoço de Paul e remover a cabeça dele. A vampira ainda consegue cortar o ombro do lobo, mas Jasper evita que ele morra, ao custo de sua mão direita.

—Se acalme. Ele fala sentindo o desespero de Paul. —Eu estou bem. Confie em mim.

Cinque olha confusa para os dois. —Você confia no metamorfo?

—E isso importa? Jasper pergunta com um sorriso fraco para disfarçar a dor. Ele recolhe a mão e a reata ao pulso.

Cinque dá um sorriso de lado ouvindo o sarcasmo na voz de Jasper. —Provavelmente não.

Jasper se recupera da dor e do susto e continua o interrogatório. —Você disse que tem ordens. Você é um soldado.

Ao ouvir a afirmação de Jasper, Cinque dá de ombros como se não fosse uma pergunta digna de resposta.

—Faz quanto tempo que você é um solado?

Cinque dá um sorriso largo. Finalmente chegamos a parte que interessa ela. —Eu sou tão velha quanto você Jasper Hale. Eu te vi, na batalha no Texas. Eu sei exatamente o que você pode fazer.

—É o que você acha. Jasper responde mantendo o sarcasmo.

—É o que eu sei.

Como uma dança ensaiada, Jasper incita Paul a atacar Cinque por trás. Ele ataca mais cuidadosamente, mantendo uma distancia segura, mas perto o suficiente para alcançar o corpo dela com suas garras. Cinque mal se mexe do lugar e desvia do corpo de Paul, acertando e quebrando a perna dele no processo. Jasper ataca pela frente enquanto Cinque continua a desviar habilmente dos golpes dele. Mais uma vez ela parte para um golpe direto, mas Jasper consegue desviar e se afastar dela. Ele olha para Paul tentando se recuperar do ferimento, a perna ainda sangrando.

—Eu não te vi no campo de batalha. Eu teria me lembrado de você. Jasper tenta ganhar algum tempo para Paul se recuperar e para que ele mesmo ache um jeito de penetrar os sentimentos dela.

—Eu não estava lutando. Cinque responde arrumando uma mexa do cabelo. —Eu estava recolhendo amostras.

—Recolhendo amostras? A afirmação dela chama a atenção de Paul também, que agora escuta com atenção.

—Eu tenho outro nome aqui. *Fisherman. Eu… recruto vampiros. Cinque parece extremamente orgulhosa de si mesma quando fala, mas Jasper ainda não tem certeza de como ler os sentimentos dela.

—Recruta? Para o quê? As afirmações de Cinque ficam mais e mais curiosas para Jasper e Paul, mas ela não responde a pergunta dele.

—Você recrutou a Anne também?

—Anne? Cinque não parece entender de quem Jasper está falando.

—A garota. O motivo de estarmos aqui.

—Oh… Cinque fala como se tivesse acabado de lembrar o que estava acontecendo. —Sim. No caso dela eu a ´coletei´, mas não nos damos ao trabalho de dar um nome para ela como vocês.

—E porque? Jasper sente a resposta para a pergunta da lealdade de Anne chegando.

—Ela não é um de nós. Ela é… um descartável. Cinque parece extremamente entediada ao falar de Anne, como se ela nunca tivesse pensado sobre a garota como um ser vivo.

—E o que vão fazer com ela? Depois que ela não tiver mais uso? Não é difícil deduzir a resposta dessa pergunta mas Jasper tem que ter certeza.

—Você vai morrer aqui mesmo. Não se preocupe com lixo.

Cinque ataca Jasper novamente, dessa vez quebrando a perna dele. Jasper não consegue responder a velocidade dela a tempo de fugir. Ele pode sentir a dor dos ossos sendo quebrados e grita dolorosamente. Paul, ainda não recuperado totalmente tenta ajudá-lo mas Cinque o afasta com um safanão, quebrando a pata dianteira dele.

—Você sabe que estou brincando com vocês não sabe? Cinque arruma o cabelo e as roupas como quem está apenas dando um passei pelo shopping e afastando alguma mosca que passa pelo caminho.

—Assim você machuca meus sentimentos. Estou dando o meu melhor aqui. Jasper está ofegante com a dor.

—Isso é entediante. Cinque olha para os lados, os olhos baixos olhando para Jasper e Paul com se estivesse acima deles.

—Achei que você não sentia nada. Jasper provoca se levantando.

—Eu tinha melhores expectativas para você. Cinque não está mais sorrindo. Ela parece pronta para acabar com a brincadeira. Jasper pode sentir no olhar dela, mesmo que ele não possa sentir o que ela sente ele sabe, ela acabou de brincar com eles. É hora de jogar sujo.

—Não se preocupe. Vou voltar em um estalar de dedos. Como um bumerangue de volta para você. As palavras de Jasper fazem Cinque olhar para ele diferente. O semblante dela, antes como um ponto de interrogação, agora claramente mostra surpresa.

—O que você disse? A voz dela treme um pouco e Jasper vê a deixa dele.

—Eu não te vi no campo de batalha, mas eu te vi naquele dia. Na estação de trem. Você estava se sentindo… feliz. Jasper tem um sorriso sarcástico no rosto enquanto coloca a mão sobre o queixo, como quem tenta lembrar detalhes de algum acontecimento. Ele sorri para Cinque quando diz que ela estava feliz e ela morde a isca.

—Cala a sua boca verme. Essa é a primeira vez que Jasper vê Cinque demonstrar emoções. Ele está fazendo um caminho para o coração dela.

—Ah sim, eu me lembro. Você tinha um belo sorriso. Assim como o homem do seu lado. Cinque soca Jasper no estômago fazendo ele perder o balanço.

—Ai. Ele fala massageando a barriga.

—Eu te avisei. Cinque parece pronta para arrancar a cabeça dele e Jasper empurra ela para o limite, porque é o único jeito de ele sentir as emoções dela.

—Sabe, eu me lembrando de pensar que vocês eram… únicos. Tanto amor em um lugar como aquele. O deboche na voz de Jasper aborrece ainda mais a vampira.

—Parece que eu vou ter que arrancar sua sua boca fora. Jasper quase podia sentir… quase. Ele precisava empurrar ela acima do limite. Só mais um empurrão.

—Machucou muito? Quando você o matou? Ali estava. Cinque estava transbordando de raiva e Jasper podia sentir!

Ela ataca Jasper novamente. Dessa vez ela parece mais descuidada. Ele consegue desviar dos golpes. Paul se junta a ele. Jasper ataca ela de frente e Paul vai avançando pelos lados, procurando um ponto cego. A raiva de Cinque faz com que ela fique descuidada. Paulo consegue fincar as garras nas costas dela e se afasta rapidamente quando ela se vira esticando as próprias garras para ele, tentando acertá-lo.

—Você mandou ele para a própria morte não foi? Você sabia que ele ia morrer NÃO FOI? Jasper está quase lá. Mais uma porta. Ele precisa ser capaz de penetrar os sentimentos dela.

—CALA ESSA MERDA DE BOCA VERME! Cinque perde o controle completamente. O semblante calmo e belo dela se torna um rosto retorcido de dor e raiva. Ela vai para cima de Paul e quase esmaga a cabeça dele no chão.

—VOCÊ QUER ME SENTIR? ENTÃO SINTA! Jasper pode sentir a onda de raiva incontrolável vindo de Cinque, mas ele não consegue achar o caminho para dentro do coração dela. Ele achou que se empurrasse ela o suficiente e ela quebrasse ele podia controlar os sentimentos dela, mas ele não contava com a intensidade deles. É nosso fim ele pensa em silêncio. Ele calculou errado. Cinque não podia ser controlada porque não existia controle nela.

A vampira avança para Jasper em um ataque frontal. Jasper desvia no último momento e o golpe dela faz a sala tremer. O tremor intenso racha parte da estrutura. Jasper mal pode acreditar no que ele vê. A força dela é equivalente a não um, mas pelo menos dez recém-criados. Ele olha para Paul recuperando a consciência devagar no canto da sala. Nós vamos morrer aqui ele pensa mais uma vez. Ele ainda tenta controlar Cinque, mas não existe uma passagem por aquela raiva.

—Paul, acorda agora! Jasper manda uma onda de adrenalina pelo corpo de Paul para faze-lo acordar. Paul pula em pé encarando os olhos sem vida de Cinque, a raiva pintando o belo rosto dela.

—Eu vou te matar e aquele recipiente inútil. Eu vou queimar sua família até eles virarem cinzas seu verme nojento! Cinque continua atando os dois sem nenhum plano. Ela é movida pela raiva, pelo fúria queimando dentro dela.

Cada golpe que eles conseguem desviar é seguido de outros dez. A força dela destrói parte da estrutura cada vez que ela acerta uma parede. As rachaduras vão se espalhando e parte do teto parece perigosamente destruído.

—Ela vai nos enterrar vivos. Jasper fala olhando para Paul. A distração é o suficiente para dar uma abertura para Cinque. Ela se aproxima de Jasper e agarra o braço dele e o remove em um puxão do corpo dele. Ele pula para longe dela, segurando o vazio entre o ombro e onde estava o braço. A dor é intensa, mas o desespero é ainda maior. Ele pensa em Alice. No rosto dela, no sorriso, na voz dela. Esses são os últimos momentos dele. Ele olha para Paul e ele também pode sentir. A morte se aproxima. Ele fecha os olhos para o golpe final, mas os abre novamente ao ouvir os gritos da mulher.

—Não! Não! NÃO! Eu vou matar ele! Eu vou matar ele! Ela segura a cabeça como se estivesse sentindo uma dor excruciante. Os olhos fixos em Jasper tentado andar na direção dele, mas a dor parece ficar tão intensa que ela cai de joelhos o chão. Jasper consegue sentir o desespero dela até o momento em que tudo fica em silêncio. O corpo de Cinque no chão, imóvel.

—O que você fez? Paul se transforma em humano quando Cinque cai no chão.

—Nada. Eu não consegue controlar os sentimentos dela. Jasper responde analisando o corpo de Cinque. Ela parece desmaiada, mas isso não é possível para um vampiro.

—Então que merda foi essa?

—Talvez… a pessoa por trás disso fez isso com ela.

—Bem… então nós ganhamos? Paul ainda não entende bem a situação, mas a vampira parecia morta enquanto eles ainda estão vivos então, isso seria uma vitória não?

—Nem de perto. Jasper anda até onde Cinque jogou o braço dele e o ata ao corpo novamente. —Nós demos sorte. Eu achei que se eu pudesse provocá-la ao ponto do descontrole eu podia controlar os sentimentos dela, mas não deu certo. Eu tinha certeza de que íamos morrer. Estava fazendo minhas últimas preces quando ela caiu.

Paul andou do lado de Jasper até onde o braço dele estava. Os dois agora olham de volta para o corpo de Cinque ainda imóvel.

—Talvez, quem apagou ela achou que ela ia destruir o prédio. Jasper caminha de volta para Cinque, mas o corpo dela cai por um alçapão que se abriu como se vindo do nada. Eles observam o corpo dela deslizar para dentro e o compartimento fechar em silêncio.

—Então você quer dizer que ela ter enlouquecido nos salvou? Paul pergunta olhando para o local vazio onde o corpo dela estava.

—Não, estar no subterrâneo nos salvou. Se não existisse um motivo para pará-la, nos teríamos morrido. Os dois contemplam a verdade nas palavras de Jasper. Eles escaparam da morte certa hoje.

—Era tudo verdade? O que você disse? Paul pergunta massageando o braço.

—Sim e não. Eu vi ela e um homem na estação de trem, e ouvi o que ele falou. Quando ela reagiu as minhas palavras deduzi que ela amava ele e depois fui remando com a maré. Quando consegui sentir as emoções dela foi mais fácil deduzir o que aconteceu.

—Você quase nos matou. Paul fala sem muita emoção, não porque Jasper o estava controlando, mas porque a experiencia quase morte o deixou, bem, calmo.

—Eu sei. Foi mal. Jasper dá de ombros. Mesmo que ele não tivesse provocado Cinque eles estariam mortos. Eles nunca poderiam ter ganhado dela.

—Vamos sair daqui. Paul caminha em direção porta do outro lado da sala com Jasper logo atrás dele. Quando eles abrem a porta esperando ver o corredor, a luz da lua cega Paul por um momento. Eles estão do lado de fora, em alguma parte da cidade, agora muito mais próxima da velha residência presidencial.

Paul olha para os lados e solta um suspiro alto. —Eu não vou nem perguntar. Melhor estar no lado de fora.

Jasper olha ao redor. Ele consegue sentir a presença de Emmett em algum lugar. Os dois andam na direção de Emmett e Embry. Talvez eles tenham algumas respostas para o que era esse lugar.